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ESCOLA DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO PROFESSOR TRAJANO DE MENDONÇA GEOGRAFIA MARCÍLIO BEIJAMIM ESPÍNDOLA DA SILVA (3º C) GEOGRAFIA DOS RECURSOS NATURAIS: FONTES DE ENERGIA Trabalho Apresentado à Disciplina de Geografia, Regida Pelo Prof. Georgos Assunção, Como Parte das Exigências Para Composição da N1. RECIFE 2016

Geografia dos Recursos Naturais e Fontes Energéticas

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ESCOLA DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO

PROFESSOR TRAJANO DE MENDONÇA

GEOGRAFIA

MARCÍLIO BEIJAMIM ESPÍNDOLA DA SILVA (3º C)

GEOGRAFIA DOS RECURSOS NATURAIS: FONTES DE ENERGIA

Trabalho Apresentado à Disciplina

de Geografia, Regida Pelo Prof.

Georgos Assunção, Como Parte

das Exigências Para Composição

da N1.

RECIFE

2016

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Recursos ambientais ou

naturais são elementos e

substâncias que ocorrem na

natureza e podem ser

utilizados pela espécie

humana. Mas para que são

usados? Precisamos de várias

coisas ao longo de nossas

vidas, de acordo com o grupo

social ou com o estilo de vida

que levamos. As intempéries

naturais – chuva, neve, calor,

geada e frio, entre outras –

causam-nos dificuldades e, por

isso, é preciso dispor de

ambientes que nos protejam.

Daí a grande diversidade de

habitações e o grande uso de

eletricidade (figura 1). Um dos

usos fundamentais dos

recursos naturais é a produção

de energia e de abrigo contra

intempéries.

1. RECURSOS NATURAIS E CONHECIMENTO

A evolução do conhecimento tecnológico transformou o uso dos recursos naturais. Durante séculos,

algo existente na natureza podia não ser aproveitado pelos seres humanos; porém, a partir de uma

certa invenção, pode passar a ter enorme importância para o funcionamento das atividades

econômicas.

A base técnica dessas atividades, ou seja, o conhecimento incorporado para criá-las e manejá-las, vai

determinar os recursos que serão utilizados. Um exemplo foi o petróleo: até o surgimento do motor

a combustão interna, no final do século XIX, o petróleo era utilizado para outros fins. Alguns povos

indígenas utilizavam-no para ornamentar a face em festividades ou na guerra. Atualmente, é um dos

mais importantes recursos naturais, gerando cobiça e disputa em escala internacional. Casos como

esse mostram que um recurso natural é sempre definido pela capacidade técnica de a espécie

humana explorá-lo.

Grande parte dos recursos naturais não é renovável, ou seja, resultaram de processos naturais em

uma quantidade fixa e seus estoques não se ampliam. Isso ocorre com petróleo, minério de ferro,

bauxita, estanho, cobre, granito, mármore e outros. Por isso, o uso dos recursos não renováveis

deve ser criterioso. Cada vez mais o modo de produção capitalista deles necessita para aumentar a

produção de mercadorias, sobre uma base material que não cresce. Alguns estudiosos indicam que

podem ocorrer conflitos armados para obter determinados recursos não renováveis.

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Nem todos tratam a natureza assim.

Diversos povos indígenas, quilombolas

(populações remanescentes de quilombos),

caboclos e caiçaras procuram relacionar-se

com o ambiente natural respeitando seus

limites. Ao caçar ou coletar alimentos, não

esgotam os recursos naturais, já que seu

objetivo é alimentar-se, e não obter lucro.

O mesmo ocorre com materiais utilizados na

produção de abrigo e utensílios (figura 2)

Os recursos naturais renováveis são os que podem ser repostos, como os que proveem de plantas e

animais. O álcool, produzido da cana-de-açúcar, é um recurso natural renovável porque a planta

pode ser cultivada, colhida e permitir a geração do álcool mantendo sua produção.

Também se considera renovável o recurso natural empregado de acordo com a dinâmica da

natureza, como a força de ventos ou a energia solar.

Com as descobertas no campo da Biotecnologia e da Engenharia Genética, qualquer ser vivo passou a

ser considerado um recurso natural. E isso mesmo! Um micro-organismo, uma planta ou animal

maior, qualquer forma de vida, enfim, é passível de manipulação genética, podendo ser modificada

para uso humano. Assim, tudo que tem informação genética, ou seja, fatores que determinam as

características de um ser vivo, é visto como recurso natural renovável.

Se o uso da Biotecnologia e da Engenharia Genética pode, a médio prazo, resolver problemas como

a reposição da base material para a produção das coisas de que precisamos, alimentos ou novos

medica- mentos, é algo que ainda precisa ser regulamentado Segundo alguns especialistas, os

organismos geneticamente modificados(transgênicos), ou seja, altera- dos pela incorporação de

genes de outras espécies, podem causar problemas de saúde ou degradar áreas naturais, ao

ingressarem em um novo ambiente. Não se sabe, por exemplo, o quanto a presença de organismos

geneticamente alterados em uma área em que eles não existiam pode causar mudanças que

acelerem a competição por alimento entre as espécies desequilibrando o ambiente.

Em todo o mundo, a comercialização de produtos transgênicos é polêmica. Os consumidores têm

exigido que os rótulos de produtos informem sobre a presença de organismos geneticamente

modificados(conhecidos pela sigla OGM), para que possam conscientemente decidir o que estão

adquirindo.

Outra séria implicação do uso da Biotecnologia e da Engenharia Genética é a realização de

experiências com seres humanos. A clonagem, ou seja, a for- mação de um indivíduo

geneticamente idêntico a uma outro, do qual recebeu material cromossômico, deve ser discutida

com muito cuidado. Pessoas podem querer produzir seres humanos com fins estritamente

utilitários, transformando-os em coisas e não em seres pensantes, capazes de guiar suas próprias

vidas.

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2. FONTES DE ENERGIA NÃO RENOVÁVEIS

Vamos conhecer alguns recursos minerais não renováveis. A porcentabilidade dos principais deles é

vista abaixo na (figura 3).

Energia Nuclear

O combustível mais utilizado nas usinas termonucleares é o átomo de urânio (U), extraído do minério

de Urânio, um metal encontrado nas rochas da crosta terrestre. Após sua extração, o minério precisa

ser purificado e concentrado, passando por diversas etapas antes de servir como combustível nas

usinas. A principal característica do Urânio é a capacidade de radiação/emissão e propagação de

energia entre dois pontos.

Simplificadamente, o núcleo do átomo de urânio pode ser dividido, processo chamado fissão nuclear.

Nesta divisão há grande liberação de energia; se ela for lenta a energia liberada ocorre em forma de

calor, caso contrário, será em forma de luz. Na usina, utiliza-se a energia em forma de calor, que

superaquece os reatores. Uma corrente de água circula no núcleo do reator para resfriá-lo, deixando-

a altamente radioativa e em temperaturas super elevadas, para em seguida passar por um gerador

de vapor. Este é um circuito fechado, chamado de primário. Um circuito secundário também faz seu

caminho pelo gerador de vapor, de forma que a água do circuito primário aqueça a do secundário até

se obter vapor. É ele que aciona as turbinas da usina para a geração de eletricidade. Importante

ressaltar que não existe comunicação entre os dois circuitos, a fim de evitar a contaminação com

radiação. Ainda não existe uma destinação definitiva para os rejeitos produzidos na geração de

energia.

Figura 3 Uso de fontes não renováveis no ano de 2010.

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A energia nuclear é considerada uma fonte limpa por emitir baixas quantidades de gás carbônico,

sendo uma forte alternativa aos combustíveis fósseis. Suas reservas no planeta são grandes,

garantidas para médio a longo prazo. O lado negativo de sua utilização consiste no risco de acidentes

como o de Chernobyl e Fukushima, o alto custo de instalação e diversas normas de segurança

necessárias. Outro grande problema está no fato que a tecnologia para se realizar a fissão nuclear é a

mesma utilizada na produção de bombas atômicas; logo o país que possui a tecnologia para gerar

energia nuclear também pode utilizá-la na indústria bélica.

O Brasil está entre os países com grande reservas de minério de Urânio, apenas na Bahia há uma

reserva de 100 mil toneladas, conforme dados da Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Esta

quantidade é suficiente para abastecer Angra I, II, e III por 100 anos. Porém os países que mais

produzem energia nuclear são os Estados Unidos, França e Japão. Nacionalmente, esta fonte

representa menos de 2% da geração do país.

Carvão Mineral

O carvão mineral foi um dos primeiros combustíveis energéticos utilizados pelo homem e que

movimentou a Revolução Industrial. Entre as vantagens de sua utilização consta a abundância na

natureza, mantendo os preços do minério mais estáveis ao longo dos anos em comparação com o

petróleo. Logo, segundo a International Energy Agency, em 2008, o carvão era responsável por 41%

da produção mundial de energia. No entanto, seu principal ponto negativo é o grande impacto

ambiental que seu consumo causa, desde o processo de extração do solo até a queima.

Figura 4 Central Nuclear de Angra dos Reis - Eletrobras Eletronuclear.

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Existem dois tipos de carvão, o vegetal (originado da carbonização de madeira) e o mineral (origem

fóssil), ambos podem usados na geração de energia elétrica e na geração de energia térmica em

processos industriais. Apesar do maior uso ainda ser em usinas termelétricas, a co-geração, que

utiliza o vapor do aquecimento do carvão em ambas as funções (industrial e energética) está se

tornando cada vez mais comum. O Brasil é o maior produtor mundial de carvão vegetal, porém é o

tipo mineral o mais utilizado no mundo, tendo classificações de acordo com sua pureza em carbono.

O processo de geração de energia começa com a extração do carvão do solo; Em seguida ele é

quebrado em fragmentos. Nas usinas, estes fragmentos são transformados em pó para que haja

maior aproveitamento do material e maior eficiência na geração de calor durante a queima. Este

calor aquece a água que circula nas tubulações da fornalha da usina, gerando o vapor que

movimentará turbinas e garantirá a produção de energia elétrica.

As reservas de carvão estão divididas em todos o mundo, sendo que os Estados Unidos, Rússia e

China possuem mais de 60% de todos o volume disponível. A China destaca-se como a maior

produtora mundial de carvão mas, mesmo assim, devido a seu alto crescimento econômico anual ela

ainda consome mais do que produz. Seguida da China, há os Estados Unidos, Índia e Austrália. Já os

maiores consumidores são China, Estados Unidos, Índia e Japão. O Brasil está em 26º e 21º nestes

rankings, respectivamente. A Rússia, apesar de ter a segunda maior reserva de carvão no mundo, é

sexta entre os maiores exportadores e consumidores pois sua base energética é o gás natural.

As maiores reservas brasileiras encontram-se no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o país tem a 10º

maior reserva mundial. Porém este combustível é muito pouco utilizado pela matriz energética

nacional, sendo responsável por pouco mais de 2% da geração segundo a ANEEL. Um dos motivos

deste fato é a baixa qualidade do carvão extraído no sul.

O uso de carvão como combustível é considerado um dos mais danosos ao meio ambiente. Apenas a

ocupação territorial necessária para sua extração provoca poluição sonora, problemas com poeira e

erosão do solo, afetando a população local, a fauna e flora e também aos recursos hídricos

presentes. A queima do carvão é o processo mais poluidor, responsável pela liberação de mais de

30% do CO2 na atmosfera. Apesar das diversas técnicas e avanços tecnológicos voltados para reduzir

os impactos ambientais do carvão, a utilização de fontes limpas ainda se apresenta como a melhor

solução na questão ambiental

Figura 4.1 O carvão mineral é uma rocha sedimentar combustível, de cor preta ou marrom,

que ocorre em estratos chamados camadas de carvão.

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Gás Natural

A geração de energia é de suma importância para a realização das atividades industriais e, até

mesmo, para a vida do ser humano. Conforme dados divulgados em 2009 pela Agência Internacional

de Energia (AIE), aproximadamente 87% da energia utilizada no planeta é oriunda de fontes não

renováveis, como o petróleo, carvão mineral e gás natural.

O gás natural é um combustível fóssil não renovável, ou seja, ele irá se esgotar na natureza.

Composto por uma mistura de hidrocarbonetos, com destaque para o metano (CH4), o gás natural é

encontrado em jazidas ou depósitos subterrâneos, que normalmente estão associados ao petróleo,

pois essas duas substâncias passam pelo mesmo processo de transformação (decomposição da

matéria orgânica durante milhares de anos) e se acumulam no mesmo tipo de terreno.

Esse combustível gasoso, após ser tratado e processado, apresenta grande teor energético, sendo

bastante aproveitado nas indústrias para a geração de energia elétrica. Ele também pode ser

empregado no aquecimento ambiental e nas aplicações domésticas de residências e como

combustível em automóveis adaptados para recebê-lo, substituindo a gasolina, o álcool ou o diesel.

Mais “limpo” entre os combustíveis de origem fóssil, o gás natural emite menos poluentes se

comparado ao petróleo e ao carvão mineral, no entanto, ele não está totalmente isento dos

problemas ambientais, visto que sua utilização também contribui para a poluição atmosférica e para

intensificação do efeito estufa.

De acordo com dados da Agência Internacional de Energia, o gás natural corresponde a 15,6% do

consumo energético global; no Brasil, esse combustível representa 7,1%. Essa mesma agência estima

que as reservas de gás natural irão se esgotar em aproximadamente 100 anos, caso se mantenha o

atual consumo médio.

Petróleo

O termo surgiu do latim petroleum, “óleo de pedra". Denso e escuro, o petróleo ocorre na forma

líquida em reservas oceânicas e continentais e é formado de matéria orgânica que, acumulada sob

Figura 4.2 Atualmente o gás natural é usado em indústrias, no comércio, veículos e domicílios.

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certas condições de pressão e temperatura, se decompõe e forma uma substância definida como

complexa, por reunir hidrocarbonetos líquidos e gasosos.

O uso mais frequente do petróleo é na produção de combustíveis – gasolina e óleo diesel – e de

óleos lubrificantes. Dele também se extraem matérias-primas para a produção de muitos polímeros

sintéticos que, por sua vez, originam os plásticos. Os plásticos foram dos materiais que mais

evoluíram nas últimas décadas, ampliando muito a importância do petróleo, permitindo a produção

de fios sintéticos (como o náilon), sistemas de vedação de motores, para-choques de automóveis,

próteses aplicadas em seres humanos, entre tantas outras coisas.

A exploração intensa do petróleo continental e as crises que ocorreram no início da década de 1970

– chamadas de choques do petróleo, quando seus preços foram muito elevados – levaram à

prospecção de petróleo no mar. Inicialmente, na plataforma continental, faixa que se estende da

praia até cerca de 80 km, mas não ultrapassando 90 m de profundidade. Com o passar dos anos,

ampliou-se a exploração marítima do petróleo, partindo-se para as chamadas águas profundas –

entre 1.000 m e 2.000 m de profundidade. A Petrobras Petróleo Brasileiro S. A., criada para explorar

o óleo no Brasil, foi uma das primeiras empresas do mundo a desenvolver tecnologia para extrair

petróleo em águas profundas, ganhando

reconhecimento internacional por esse fato.

A extração marítima aumentou a poluição dos

mares e oceanos com petróleo. Diversos

vazamentos são registrados anualmente

(figura 5), gerando críticas de ambientalistas e

da opinião pública internacional.

As reservas de petróleo são motivo de

especulação. A Organização dos Países

Exportadores de Petróleo (Opep) fundada em

1960, cujos países membros são Argélia,

Arábia Saudita, Emirados Árabes, Indonésia,

Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar e

Venezuela, que teve muita força quando

promoveu os choques do petróleo nas

décadas de 1970 e 1980, procura regular o

comércio internacional do óleo bruto de

modo a controlar seu preço. Para isso,

estabelece cotas de exportação, que devem ser obedecidas por seus membros, de modo a não

ampliar em demasia a oferta Na década de 1990, todavia, algumas empresas transnacionais que

comercializavam petróleo e derivados ampliaram suas atividades e passaram também a vender óleo

bruto, tirando parte do poder da Opep.

As principais reservas de petróleo já comprovadas estão na Arábia Saudita (cerca de 36 bilhões de

toneladas), no Iraque (cerca de 15 bilhões de toneladas), nos Emirados Árabes e no Kuwait (cada um

com cerca de 13 bilhões de toneladas), seguidos pelo Irã (cerca de 12 bilhões de toneladas). Isso

torna o Oriente Médio detentor de pouco mais que 93 bilhões de toneladas de petróleo, o que

corresponde a mais de 70 das reservas mundiais, com provadas (cerca de 140 bilhões de toneladas).

Fora do Oriente Médio, a Venezuela é o único país com mais de 10 bilhões de toneladas de reservas

comprovadas.

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O quadro altera-se um pouco quando se analisam os principais produtores mundiais de petróleo em

2004. A Arábia Saudita (mais de 440 mil toneladas (mais de 440 mil toneladas por ano) vem em

primeiro, seguida por Rússia (379 mil toneladas por ano), Estados Unidos (359 mil toneladas por

ano), Irã (186 mil toneladas por ano), México (171 mil toneladas por ano), Venezuela (167 mil

toneladas por ano), China (162 mil toneladas por ano), Noruega (157 mil toneladas por ano) e Iraque

(128 mil toneladas por ano). O Brasil detém reservas com pouco mais de 1,1 bilhão de toneladas e

produz cerca de 64 mil toneladas por ano, pouco menos que a quantidade que consome. O avanço

deveu-se à Petrobras, que desenvolveu técnicas para exploração na costa e em águas profundas

(figura 6).

Principais importadores de petróleo bruto são os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha e a França.

3. RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

O uso de recursos renováveis aumentou muito depois da primeira crise do petróleo, em 1972. Na

ocasião, divulgou-se ao grande público o que especialistas já sabiam: a base material do planeta é

estável, e o crescente aumento do consumo vai tornar vários recursos naturais raros e caros. Isso

estimulou o desenvolvimento de tecnologias alternativas de geração de energia e de produção de

materiais.

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Fontes renováveis de energia

A energia gerada a partir da dinâmica natural é considerada renovável porque não interfere nos

ciclos naturais. As energias eólica, solar, geotérmica, hidroelétrica e dos mares enquadram-se nesse

modelo. A biomassa também é considerada um recurso renovável, porque permite gerar energia de

maneira contínua. A chamada "energia solar" consiste em aproveitar diretamente o calor emitido

pelo Sol e refletido pela superfície terrestre para aquecer água ou produzir energia elétrica. No

primeiro caso, instalam-se placas com pequenos dutos por onde passa a água.

A luz solar incide sobre a placa, aquecendo a água, que pode ser empregada no banho,

economizando energia elétrica.

Para a geração de energia elétrica aproveitando-se a luz solar, instalam-se placas fotovoltaicas

(ainda muito caras e cuja produção gera resíduos), que recebem a luz solar e transformam-na em

energia elétrica. O sistema permite produzir energia elétrica em áreas isoladas, como em

comunidades rurais.

A energia eólica resulta do

movimento das massas de ar. Em

geral, instalam-se grandes

cataventos (figura 7) junto a áreas

de ocorrência de ventos fortes,

que giram as hélices e produzem

energia elétrica.

Figura 6.1 Geração total de eletricidade – cenário revolução energética para 2050

Figura 7 Em julho de 2012 a

Companhia inaugurou o maior

complexo eólico da América

Latina, o Alto Sertão I,

instalado no sudoeste da

Bahia.

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A temperatura eleva-se à medida que se penetra na superfície terrestre. A cada 30 m, ela sobe l °C. A

energia geotérmica aproveita o calor que emana das camadas profundas da crosta terrestre pelos

vulcões e gêiseres (jatos de vapor d'água quentes projetados para a superfície). Ela pode ser

explorada em áreas localizadas em bacias sedimentares, próximas a vulcões ou a falhas geológicas.

Os Estados Unidos (no estado da Califórnia) e a Islândia empregam esse recurso para gerar

eletricidade; a França também, mas em escala inferior à dos outros dois países.

A energia hidroelétrica origina-se do aproveitamento do desnível entre corpos de água para fazer

com que a queda d'água mova turbinas, gerando eletricidade (figura 8)

A reposição da água do reservatório superior é dimensionada em função dos índices médios de

pluviosidade. O Brasil é o país do mundo que mais usa essa técnica, adequada à quantidade de

chuvas que aqui ocorrem e às características do relevo. A excelência brasileira nesse campo é

reconhecida, a ponto de diversas empreiteiras brasileiras serem contratadas para projetar e construir

usinas hidroelétricas em outros países.

A energia gerada pelas marés resulta do aproveitamento de fortes correntes marinhas cujo

deslocamento é transferido para movimentar turbinas. O mesmo caso ocorre com as ondas dos

mares, nesse caso, próximo à costa. França, Canadá e China exploram o sistema das marés em escala

comercial. Portugal, Indonésia, Mônaco e Noruega possuem instalações em funcionamento para

exploração das ondas dos mares na geração de energia elétrica.

A biomassa produz energia por meio da queima de combustíveis gerados por um produto cultivado

ou do próprio produto. No primeiro caso, o álcool combustível desenvolvido no Brasil é a grande

referência internacional. A partir do processamento da cana-de-açúcar, o Brasil criou uma alternativa

ao uso da gasolina nos motores de automóveis. Os motores dos automóveis foram adaptados para

queimar esse outro combustível. Além disso, leis que visam melhorar a qualidade do ar obrigam

misturar álcool à gasolina, reduzindo a emissão de poluentes atmosféricos.

A principal crítica ao Programa Nacional do Álcool (Proálcool), gerado no Brasil em meados da

década de 1980, foi o subsídio dado aos agricultores que plantaram cana, além das facilidades de

Figura 8 Vista aérea da Hidroelétrica Luiz Gonzaga e represa de Itaparica

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crédito para usineiros, que financiaram a compra de máquinas necessárias ao processamento do

álcool. Outro aspecto considerado negativo na época foi à substituição de lavouras de alimentos por

cana-de-açúcar, devido ao estímulo governamental, diminuindo a produção de determinados

produtos e encarecendo-os no mercado interno. Apesar desses aspectos negativos, o Proálcool pode

ser considerado uma iniciativa bem-sucedida: permitiu o desenvolvimento da tecnologia nacional

dos motores a álcool e também do processamento da cana, inclusive incorporando os rejeitos do

vegetal após seu aproveitamento diminuindo os impactos ambientais no campo. Além do Brasil,

apenas os Estados Unidos possuem experiência significativa na produção de combustível a partir de

biomassa. No caso deles, produz-se o álcool a partir do milho. Assim como no Brasil, lá também

existe, em alguns estados (como na Califórnia), a obrigatoriedade de se adicionar o etanol à gasolina,

para diminuir a poluição do ar.

A queima de madeira – plantada para esse fim – é outra maneira de se usar a biomassa para gerar

energia. Também se aproveitam rejeitos do processamento da madeira, como a serragem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Livro, GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL ESPAÇO GEOGRÁFICO E GLOBALIZAÇÃO, Eustáquio de

Sene/João Carlos Moreira, São Paulo, 2013.

http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/livro_atlas.pdf

https://fomatheus.wordpress.com/2015/02/10/

http://alunosonline.uol.com.br/geografia/fontes-energia.html

brasilescola.uol.com.br/geografia/fontes-energia.htm