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Filosofia Ano Lectivo: ___ /_____ Ano: 11º Turma: ______ [Unidade] IV 1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva A gnosiologia e os problemas gnosiológicos Prof. Joaquim Melro Documento 1 Assunto: Gnosiologia e Teoria do Conhecimento “A gnosiologia, também chamada por vezes de gnoseologia, ou Filosofia do Conhecimento, estuda os problemas do conhecimento. A raiz etimológica do termo vem das palavras gregas gnosis (conhecimento) e logia (verbo, palavra, discurso, reflexão). Etimologicamente gnosiologia significa, então reflexão sobre o conhecimento. A Teoria do Conhecimento tem por objectivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento. Às vezes o termo é usado como sinónimo de epistemologia, o que não é exacto, pois esta é mais ampla, abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto a epistemologia limita-se ao estudo sistemático do conhecimento científico, sendo por isso mesmo chamada de filosofia da ciência. Os principais problemas da Teoria do Conhecimento Os principais problemas a que Teoria do Conhecimento se dedica são tradicionalmente os seguintes: A possibilidade do conhecimento; A origem do conhecimento; A essência do conhecimento; As formas do conhecimento; O valor do conhecimento (o problema da verdade). Se há conhecimento humano, existe a verdade, porque esta nada mais é do que a adequação da inteligência com os objectos (segundo a concepção aristotélico-tomista). Com a existência da verdade, há consequentemente a existência da certeza, que é passar a inteligência à verdade conhecida. A inteligência humana tende a fixar-se na verdade conhecida. Metodologicamente, há primeiramente o conhecimento, depois a verdade, e finalmente a certeza. Tal tomada de posição perante o primeiro problema gnosiológico, é chamado de dogmatismo, sendo defendida por filósofos, como por exemplo, Platão e Descartes. Se, pelo contrário, se sustentar que a inteligência permanece, em tudo e sempre, sem nada afirmar e sem nada negar, isto é, sem admitir nenhuma verdade e nenhuma certeza, sendo a dúvida universal e permanente, está-se a defender o cepticismo, como, por exemplo faz Pirro, os sofistas ou David Hume O problema crítico representa um passo além do dogmatismo e do cepticismo. Uma vez que admite-se a existência da verdade (valor do conhecimento), e da certeza, pergunta-se então onde estão as coisas: só na inteligência, como querem Platão, Kant e Hegel (idealismo), só na matéria, como ensina Marx (materialismo), no intelecto humano e na matéria, como 1

Gnosiologia e problemas gnosiológicos (DOC. 1)

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Contem um texto sobre o que é e quais os objectivos da gnosiologia

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Filosofia Ano Lectivo: ___ /_____ Ano: 11º Turma: ______

[Unidade] IV

1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva A gnosiologia e os problemas gnosiológicos

PPrrooff.. JJooaaqquuiimm MMeellrroo DDooccuummeennttoo 11 AAssssuunnttoo:: GGnnoossiioollooggiiaa ee TTeeoorriiaa ddoo CCoonnhheecciimmeennttoo

“A gnosiologia, também chamada por vezes de gnoseologia, ou Filosofia do Conhecimento, estuda os problemas do conhecimento. A raiz etimológica do termo vem das palavras gregas gnosis (conhecimento) e logia (verbo, palavra, discurso, reflexão). Etimologicamente gnosiologia significa, então reflexão sobre o conhecimento.

A Teoria do Conhecimento tem por objectivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento. Às vezes o termo é usado como sinónimo de epistemologia, o que não é exacto, pois esta é mais ampla, abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto a epistemologia limita-se ao estudo sistemático do conhecimento científico, sendo por isso mesmo chamada de filosofia da ciência.

Os principais problemas da Teoria do Conhecimento Os principais problemas a que Teoria do Conhecimento se dedica são tradicionalmente os seguintes:

• A possibilidade do conhecimento; • A origem do conhecimento; • A essência do conhecimento; • As formas do conhecimento; • O valor do conhecimento (o problema da verdade). Se há conhecimento humano, existe a verdade, porque esta nada mais é do que a

adequação da inteligência com os objectos (segundo a concepção aristotélico-tomista). Com a existência da verdade, há consequentemente a existência da certeza, que é passar a inteligência à verdade conhecida. A inteligência humana tende a fixar-se na verdade conhecida. Metodologicamente, há primeiramente o conhecimento, depois a verdade, e finalmente a certeza. Tal tomada de posição perante o primeiro problema gnosiológico, é chamado de dogmatismo, sendo defendida por filósofos, como por exemplo, Platão e Descartes.

Se, pelo contrário, se sustentar que a inteligência permanece, em tudo e sempre, sem nada afirmar e sem nada negar, isto é, sem admitir nenhuma verdade e nenhuma certeza, sendo a dúvida universal e permanente, está-se a defender o cepticismo, como, por exemplo faz Pirro, os sofistas ou David Hume

O problema crítico representa um passo além do dogmatismo e do cepticismo. Uma vez que admite-se a existência da verdade (valor do conhecimento), e da certeza, pergunta-se então onde estão as coisas: só na inteligência, como querem Platão, Kant e Hegel (idealismo), só na matéria, como ensina Marx (materialismo), no intelecto humano e na matéria, como

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dizem Aristóteles, Tomás de Aquino (realismo), ou só na razão, como diz Descartes e Libniz (racionalismo) ”. Adaptação feita a partir de Brabo, L. (2002) Σοϕια: Filosofia sistemática. Retirado em Janeiro 12, 2008 de http://www.filosofia.catolico.org.br AAccttiivviiddaaddee 11.. EEllaabboorraa uummaa qquueessttããoo aa ppaarrttiirr ddoo aassssuunnttoo ddoo tteexxttoo.. 22.. EEllaabboorraa 33 qquueessttõõeess aa qquuee oo tteexxttoo ppoossssaa rreessppoonnddeerr..