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Introdução à Teoria das Probabilidades
No nosso dia-a-dia é frequente ouvirmos e dizermos expressões tais como “improvável”, “por sorte” ou “por acaso” que deixam bem claro que, em muitos acontecimentos das nossas vidas, não nos é possível saber, antecipadamente, qual o seu desfecho.
Incapazes de controlar o acaso, conseguimos, contudo, ter a noção da probabilidade de uma situação ocorrer ou não:
embora nunca possamos com segurança dizer “Amanhã vai chover”, sabemos que a probabilidade de isso acontecer é maior no
Inverno do que no Verão;
é certo que ouviremos falar Inglês se formos a Inglaterra, enquanto que em Portugal isso será improvável, mas não impossível;
é mais provável encontrar um atleta num ginásio do que numa discoteca.
A imprevisibilidade aparece, irremediavelmente, associada aos chamados “jogos de azar”:
ao lançar um dado, com as faces numeradas de 1 a 6, não sabemos
qual ficará voltada para cima;ao tirarmos uma carta de um baralho não sabemos qual delas nos sairá;
não nos é possível saber previamente quais os números sorteados no
totoloto ou na lotaria (com grande pena nossa!).
Blaise PascalMatemático Francês (1623-1662)
Foi exactamente a partir dos “jogos de azar” que no século XVII surge um ramo da Matemática, que mais tarde se viria a chamar a Teoria das ProbabilidadesTeoria das Probabilidades.
Pierre FermatMatemático Francês
(1601-1665)
Segundo historiadores, o Cavaleiro De Méré, conhecido por ser um jogador inveterado, colocou algumas dúvidas sobre jogos a dois matemáticos, Blaise Pascal e Pierre Fermat. Estes, na tentativa de dar uma resposta ao jogador, debruçaram-se sobre o assunto, sendo, desta forma, dado o primeiro passo para o nascimento desta teoria.
As probabilidades surgem, assim, como forma de quantificar o grau de incerteza de um determinado acontecimento.
Embora o seu nascimento esteja ligado ao jogo, as Probabilidades têm, nos nossos dias, aplicações em muitas outras ciências, nomeadamente, na Economia, na Psicologia, na Medicina e até na Física e na Química. Uma área onde a Teoria das Probabilidades é muito utilizada é a dos seguros. Hoje, quando fazemos um contrato com uma companhia de seguros (seja esse contrato um seguro de vida, um seguro de incêndios, um seguro automóvel ou qualquer outro), o “prémio” a pagar à companhia foi determinado em função da maior ou menor probabilidade de se verificar um acidente. Por exemplo, num seguro automóvel, o “prémio” que se paga:
é mais caro para carros com mais de 5 anos, já que a probabilidade de se ter um desastre com um carro já com algum desgaste é maior do que com um carro novo;
é mais caro se o condutor tiver carta de condução há menos de dois anos (a sua inexperiência torna maior a probabilidade do acidente).
Há até companhias de seguros que fazem descontos para as mulheres condutoras!...
EXPERIÊNCIAS ALEATÓRIAS E DETERMINISTAS
Consideremos as seguintes experiências:
1.ª- “Deitar uma moeda num copo com água e verificar o que acontece.”2.ª- “Lançar uma moeda ao ar e verificar se sai cara ou coroa.”3.ª- “Tirar duas cartas à sorte de um baralho de 40 que foi previamente baralhado.”4.ª- “Deixar de regar um feijoeiro e verificar o que acontece.”
Será que em todas estas experiências conseguimos prever o resultado?
No caso da 1.ª experiência e da 4.ª, sabe-se à partida que a moedaafunda-se e que a planta morre, caso não seja regada. Assim é possível prever o resultado antes de realizarmos as experiências.
No caso da 2.ª e 3.ª experiências, não conseguimos prever o resultado, para saber o que vai acontecer, tem-se mesmo, que realizar as experiências.
Experiências deterministas ou causaisExperiências deterministas ou causais – são todas as experiências em que é possível saber o resultado final, antes de as realizarmos. Só têm um resultado possível.
Experiências aleatórias ou casuaisExperiências aleatórias ou casuais – são todas as experiências em que não é possível saber qual o resultado final, antes de as realizarmos. Podem dar lugar a vários resultados.
Conclusão:Conclusão:
A palavra aleatória deriva da palavra latina alea que significa sorte, azar, risco ou acaso.
«Alea jacta est.»- a sorte está lançada.
Para o estudo da teoria dasPara o estudo da teoria das probabilidades só as experiências probabilidades só as experiências Aleatórias interessam, aquelas Aleatórias interessam, aquelas que dependem do acaso.que dependem do acaso.
Experiências
• Lançamento de uma moeda• Lançamento de um dado• Totoloto• Estado do tempo para a semana• Extracção de uma carta • Tempo que uma lâmpada irá durar
• Furar um balão cheio• Deixar cair um prego num copo de água• Calcular a área de quadrado de lado 9 cm
À partida não sabemos o resultado
À partida já conhecemos o resultado
Termos e conceitos
Conjunto de Resultados ou Espaço AmostralConsideremos a experiência seguinte.
“No lançamento de um dado perfeito com as faces numeradas de 1 a 6, ver qual a face que fica voltada para cima.”
À partida já sabemos quais as opções que podemos obter – faces: 1, 2, 3, 4, 5 ou 6.
Então, 6,5,4,3,2,1 é o conjunto de resultados ou o espaço amostral desta experiência.
Esta experiência tem 6 resultados possíveis ou 6 casos possíveis.
Definição:
Conjunto de resultados ou espaço amostral – é o conjunto formado por todos os resultados possíveis de uma experiência aleatória. Representa-se por E, S ou .
.
6,5,4,3,2,1 SEEXPERIÊNCIA 2: Jogo de futebol
S = {Vitória, Empate, Derrota }
EXPERIÊNCIA 3: Tirar uma bola de Totoloto
E = {1, 2, 3, ... ,47, 48, 49 }
EXPERIÊNCIA 4: Lançamento de um rapa
= {rapa, tira, deixa ,põe}
R
Com o espaço amostral, podem formar-se acontecimentos.
Acontecimentos que se podem formar com a experiência do lançamento do dado.
AcontecimentosAcontecimentos
Por exemplo:
A: «Sair face 6.»
B: «Sair face 3 e face 4.»
C: «Sair face com um número ímpar.»
D: «Sair face com um número menor que cinco.»
E: «Sair um divisor de 6.»
F: «Sair face com um número ímpar ou par.»
Quantos casos há para cada Quantos casos há para cada um dos acontecimentos?um dos acontecimentos?
A= 6 1 caso
B= 0 casos0 casos
Então, podemos concluir que:
Acontecimento – é qualquer subconjunto do espaço amostral (conjunto de resultados) de uma experiência aleatória.
Dá exemplo de um acontecimento na realização da seguinte experiência aleatória:
“Extracção de uma bola de um saco, que contém: 5 bolas vermelhas, 2 brancas e 3 azuis.”
CLASSIFICAÇÃO DOS ACONTECIMENTOSCLASSIFICAÇÃO DOS ACONTECIMENTOSTendo em conta os 6 acontecimentos anteriores, relativos à experiência“Lançamento de um dada perfeito”, podemos dizer que:
A: «Sair face 6.»
B: «Sair face 3 e face 4.»
C: «Sair face com um número ímpar.»
A= 6
B=
•O acontecimento A é um acontecimento elementar pouco provável.
•O acontecimento B é um acontecimento impossível.
C= 5,3,1•O acontecimento C é um acontecimento composto e provável.
D: «Sair face com um número menor que cinco.»
F: «Sair face com um número ímpar ou par.»
•O acontecimentos D e E são acontecimentos compostos e muito prováveis.
E: «Sair um divisor de 6.»
•O acontecimento F é um acontecimento certo.
4,3,2,1D 6,3,2,1E
6,5,4,3,2,1F
Conclusões:Conclusões:
Os acontecimentos podem ser
Elementares
Compostos
sImpossívei
Pr
Certo
prováveisMuito
ováveis
prováveisPouco
Possíveis
ntosAcontecime
Efectuar todos os exercícios das páginas 10 e 11 do manual
adoptado.
Individualmente
ACONTECIMENTOS EQUIPROVÁVEIS
O cálculo de probabilidades procura medir até que ponto se pode esperar que ocorra um acontecimento.
Consideremos a seguinte experiência:
“No lançamento de um dado perfeito (ou equilibrado) anotar a face que fica voltada para cima.”
Observação:
“Dado perfeito ou equilibrado”, significa que o dado não tem nenhum “vício” que faça com que alguma face saia mais frequentemente do que as outras. Se o dado for equilibrado ou perfeito então a probabilidade de sair cada uma das faces é igual. Isto é,
654321 facePfacePfacePfacePfacePfaceP
Dois acontecimentos que têm a mesma probabilidade de ocorrerem, dizem-se acontecimentos equiprováveis.
Definição:
Como calcular a probabilidade de um acontecimento?
Lei de LAPLACE
1749 - 1827
Consideremos os acontecimentos relativos à experiência do lançamento de um dado perfeito.
A:”sair face 5.” B:”sair face par.” C:”sair face maior ou igual a 3.”
Antes de calcularmos a probabilidade destes acontecimentos, temos de conhecer duas situações:
6,5,4,3,2,1 O número de casos possíveis, 6.
1.ª
2.ªA outra situação, são os chamados casos favoráveis, que variam de acordo com cada acontecimento.
A:”sair face 5.” 5A
Neste caso, só existe 1 caso favorável à ocorrência do acontecimento.
%176
1AP
B:”sair face par.”
C:”sair face maior ou igual a 3.”
%502
1
6
3BP
%673
2
6
4CP
possíveiscasosdeNúmero
favoráveiscasosdeNúmeroAP
Definição:
Se os acontecimentos elementares são equiprováveisequiprováveis e em número finito,pode-se calcular a probabilidade de um acontecimento A usando uma fórmula que tem o nome de Lei de Laplace.
A probabilidade de um acontecimento A, P(A), é igual ao quociente entre O número de casos favoráveis ao acontecimento e o número de casos possíveis.
A probabilidade de um acontecimento é um número que pode apresentar-se sob a forma de fracção, de percentagem ou de um numeral com vírgula.
Exercício:
Um “rapa” tem 4 faces - rapa, R; tira, T; põe, P; deixa, D, todas com a mesma probabilidade de saírem num lançamento.Ao lançar o “rapa”, qual a probabilidade de:
4
1"" RsairP
4
3"" RsairnãoP
2
1
4
2"" TouRsairP
a) sair R?
b) Não sair R?
c) Sair R ou T?
Efectuar os exercícios das páginas 15,16 e 17 do manual
adoptado.