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Tiragem: 15000
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Regional
Pág: 10
Cores: Cor
Área: 23,55 x 18,96 cm²
Corte: 1 de 2ID: 42826066 01-07-2012CAVACO SILVA INAUGURA PECA
“A Barquinha entra no roteiro cultural e artístico do país”RICARDO ALVES
Durante cerca de hora e meia a co-mitiva presidencial visitou cada uma das 11 esculturas que estão patentes no parque ribeirinho de Vila Nova da Barquinha. Manifes-tantes fi zeram-se ouvir no meio da inauguração
O dia 6 de julho de 2012 marca a
história de Vila Nova da Barquinha.
O Parque de Escultura Contemporâ-
nea Almourol (PECA) foi inaugurado.
A notícia estaria fi nalizada, mas não
se tratou de uma qualquer inaugura-
ção, uma vez que presente esteve o
Presidente da República, Aníbal Ca-
vaco Silva, um dia depois de ser co-
nhecida a decisão do Tribunal Cons-
titucional sobre os cortes nos subsí-
dios dos funcionários públicos.
O Presidente da República chegou
quase pontual, cerca de um quar-
to de hora depois da hora marcada,
19h00, sob forte dispositivo de se-
gurança que frequentemente afas-
tava os jornalistas e populares do ca-
minho da comitiva que visitou cada
uma das 11 esculturas patentes nos
sete hectares do parque ribeirinho.
Ao sair do seu carro, Cavaco Silva foi
imediatamente assobiado e apupa-
do por cerca de três dezenas de pes-
soas empunhando cartazes contra
os cortes na saúde e lembrando os
casos BPN e PIDE, nos quais o nome
do Presidente da República esteve
envolvido.
Inabalável permaneceu Cavaco Sil-
va e a primeira-dama, Maria Cavaco
Silva, que juntamente com os repre-
sentantes políticos, regionais e na-
cionais, populares e alguns artistas
respeitou a rota estipulada na visita
às obras de arte. Para trás fi cariam
elementos da GNR que travaram os
manifestantes quando estes se pre-
paravam para entrar no parque, exi-
gindo que dobrassem e guardassem
os cartazes e tarjas de protesto.
A comitiva observou as esculturas,
numa visita guiada por Miguel Pom-
beiro, presidente da Câmara da Bar-
quinha, tendo ainda observado o Rio
Tejo por alguns minutos junto ao cais.
Ao chegar ao fi m da visita, já junto
à placa que seria descerrada para as-
sinalar a data, a comitiva deparou-se
com os manifestantes que se junta-
ram ali para mostrar mais uma vez o
seu desagrado. Os ânimos exaltados
fi zeram com que duas pessoas fos-
sem identifi cadas pela GNR, por in-
júrias ao Presidente da República.
“Lei dos Compromissos é uma ameaça”
No salão nobre do município da
Barquinha os discursos foram os
normais para uma inauguração,
marcados aqui e ali por alguns des-
vios. Miguel Pombeiro fez ques-
tão de afi rmar, isto depois das pa-
lavras de ordem dos manifestan-
tes, que “a Barquinha recebeu bem
o Presidente da República, como
um chefe de Estado tem de ser re-
cebido”, e após discursar sobre o
PECA e as parcerias com a Funda-
ção EDP e Instituto Politécnico de
Tomar – foi assinado um protoco-
lo de cooperação entre o municí-
pio e as duas entidades – não per-
deu a oportunidade para lançar o
tema da Lei dos Compromissos.
Dirigindo-se aos membros do Go-
verno presentes, nomeadamente
Francisco José Viegas, o presidente
da Câmara pediu-lhes que “trans-
mitissem a quem de direito o que
os municípios estão a passar por
causa da lei dos compromissos: é
absolutamente assustador. É uma
completa ameaça à atividade mu-
nicipal e à da atividade das comu-
nidades intermunicipais”.
Cavaco Silva optou por se centrar
no PECA, aludindo ao esforço que
fez na sua “agenda preenchida”
para se deslocar à Barquinha e ver a
“transformação da zona Ribeirinha”.
Repetiu a palavra Barquinha mais
de 30 vezes, claramente imbuído
na sua missão de promover a vila. “A
Barquinha entra no roteiro cultural
e artístico do país”, e “para além do
Castelo de Almourol, a Barquinha
fi ca agora conhecida por este par-
que de esculturas fantástico”, afi r-
mou. Antes, Miguel Pombeiro deu
o mote para o futuro reafi rmando
o que já dissera noutras ocasiões:
“Muitos pensarão que hoje é um
ponto de chegada mas para nós é
apenas o ponto de partida”.