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E.B.1 de Benedita - Turma B Nome: ______________________Data:___/___/___
“Valéria e a Vida”
de Sidónio Muralha
“Cabelo ao vento,
Valéria avança no verde vale,
No verde vale,
Valéria.”
Riacho: - Bom dia, Valéria!
Valéria: - Bom dia amigo Riacho!
- Quem foi que sujou as tuas águas que eram tão claras quando eu
era pequenina? Quem foi?
Riacho: - Foram as fábricas dos homens, Valéria!
- Deitaram mercúrio, cobre, zinco, chumbo e todas essas coisas
que estragaram as minhas águas.
Valéria: - Estás poluído, amigo Riacho!
- Os homens que fizeram isso são ignorantes e por causa deles a
tua água já não vai servir para beber, os teus peixes vão ficar doentes e as
plantas e as árvores que tu regas não podem ser felizes!
Chuva: - Valéria…Valéria!
Valéria: - Olá chuva!
Chuva: - Ouvi-te falar com o Riacho e vim dizer-te que também eu estou
poluída…
Valéria: - Também tu amiga chuva? Mas porquê?
Chuva: - Vim do mar que está poluído pelo Homem.
- Lá no fundo, onde antes havia lindos recifes de corais, agora há
chumbo e mercúrio e os peixes o resistem.
Se os homens não tiveram juízo o mar pode morrer e os homens não podem
viver sem o mar…
Peixes: - Nós já estamos doentes! …
Valéria: - E também não podemos viver sem o ar que devia ser
transparente mas também está poluído.
Ar: - Claro que estou poluído, Valéria.
- As chaminés das fabricas, os automóveis e os aviões têm – me
poluído de tal maneira que qualquer dia não tenho oxigénio suficiente para
as plantas, para os animais e o próprio Homem poderem respirar.
Flores: - Nós também somos infelizes porque sem água e sem ar não
podemos viver.
Árvores: - Nós também estamos muito tristes. A água e o ar estão
poluídos e nós assim vamos morrer!
Pato: - Valéria, eu venho da Dinamarca e os meus amigos gansos e os
meus irmãos patos engolem os chumbinhos que os caçadores deixam
espalhados pela terra e aos poucos vão ficando envenenados.
E se um dia os caçadores caçarem essas aves e as comerem, também
podem ficar envenenados…´
Valéria: - Os Homens não sabem o que fazem!
- É preciso que todas as crianças do mundo, que serão os homens
do futuro, salvem a Natureza!
Solo: - Mas ainda não é tudo, Valéria.
Valéria: - Conta-me o que sofreste às mãos dos homens ignorantes,
amigo solo.
Solo: - Derrubaram as minhas florestas, queimaram a minha vegetação,
colocaram herbicidas nas minhas folhas, as vacas comeram a erva e o leite
ficou envenenado. As crianças que beberam o leite estão doentes. Assim
não podemos continuar!
Valéria: - Tudo isso é verdade. A Natureza nunca mente!
- É preciso escrever para as crianças de Portugal, do Brasil e da
França, da Rússia e da Índia, do Japão e da China, da Inglaterra, da Itália e
da América, de todos os cantos e recantos do mundo.
É preciso que todos eles saibam que a vida está em perigo e que é
preciso salvar a vida!
“Cabelo ao vento,
Valéria avança no verde vale,
No verde vale,
Valéria.”
Narrador: - E assim fez Valéria. Escreveu cartas e mais cartas às
crianças de todas as raças, para que todos soubessem em todas as partes,
que a vida estava em perigo.
A mensagem de Valéria chegou ao coração de todos os meninos e
meninas que serão os homens e mulheres de amanhã; que serão os pais e as
mães de novos meninos e meninas.
Todos decidiram salvar a Natureza e todos os bichos e seres
humanos que da Natureza fazem parte.
Ainda temos de esperar que as crianças cresçam e sejam adultas para
cumprir a palavra que deram, mas podemos confiar nelas porque a palavra
da criança não está poluída.
Riacho, Chuva, Peixes, Flores, Árvores, Ar, Pato e Solo:
Obrigado, Valéria! Muito obrigado!
“Valéria sorri,
E avança no vale,
No verde vale,
Valéria.”
Sidónio Muralha
“Valéria e a Vida” (adaptação para texto dramático e com supressões)