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E.E. PROFª IRENE DIAS RIBEIRO
Disciplina – Língua Portuguesa
Profª Maria Inês
Aleson Almeida Elizandra Rubia
2° A - 2011
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Joaquim Maria Machado de Assis, cronista,contista,dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade de Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua.
. Aos 16 anos, publica em
12/01/1855 seu primeiro trabalho literário,o poema “Ela”,na revista de Francisco de Paula Brito.Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipografia na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre.
Em 1858 volta a livraria de Paula Brito, como colaborador, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística pela lógica. Lá constrói o seu currículo de amigos, do qual faziam parte..
. Joaquim Manoel Macedo, Manoel
Antonio de Almeida,José de Alencar e Gonçalves Dias.
Em 1881 publica o livro extremamente original, pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas- que foi considerado juntamente com O Mulato, de Aluisio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira.
E no dia 29 de setembro de 1908 na cidade do Rio de Janeiro falece Machado de Assis. Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839.
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Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.
A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da sociedade patriarcal brasileira da época, é marcada por privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. O garoto tinha como “brinquedo” de estimação o negrinho Prudêncio, que lhe servia de montaria e para maus tratos em geral. Nas escola, Brás era amigo de traquinagem de Quincas Borba, que aparecerá no futuro defendendo o humanismo.
Na juventude o protagonista acaba por conhecer uma prostituta de luxo chamada Marcela.
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Apaixonado por Marcela, Brás Cubas gasta enormes recursos da família com festas, presentes e toda sorte de frivolidade. Seu pai, para dar um basta à situação, toma a resolução mais comum para as classe ricas da época: manda o filho para a Europa estudar leis e garantir o título de bacharel em Coimbra.
Brás Cubas, no entanto,segue contrariado para a universidade. Marcela não vai, como combinara, despedir-se dele, e a viagem começa triste e lúgubre.
. Com o diploma nas mãos Brás retorna ao
Brasil e segue sua existência parasitária. Em certo momento da narrativa Brás
Cubas tem seu segundo amor e mais duradouro. Enamora-se Virgília, parente de um ministro da corte aconselhado pelo pai,que via ele no casamento com ela um futuro político. No entanto ela acaba se casando com o Lobo Neves, que arrebata do protagonista não apenas a noiva como também a candidatura a deputado que o pai preparava. Assim na família Cubas, a entrada da política era vista como maneira de ascensão social, uma espécie de título de nobreza que ainda faltava a eles.
Brás Cubas: Protagonista e narrador do romance egoísta, egocêntrico, entediado, petulante e irônico, constitui uma espécie de inversão feita por Machado de Assis da trajetória típica dos heróis do mundo burguês. Brás Cubas por sua vez, não tem sucesso em nenhum setor tornando-se uma espécie de antimodelo.
Marcela: Primeiro grande amor de Brás Cubas, um prostituta de elite, cujo amor por Brás duraria quinze meses e onze contos de réis. Mulher sensual,mentirosa,amiga de rapazes e de dinheiro.Ganha muitas jóias do adolescente Brás Cubas. Contrai varíola e fica feia, com a grassa como uma lixa.
. Virgília: Filha do comendador Dutra,
segundo o pai de Brás, Bento Cubas A “Ursa Maior”amante de Brás casa-se com Lobo Neves por interesse. Mulher bonita, ambiciosa, que parece gostar sinceramente de Brás Cubas, mas jamais se revela disposta a romper com a sua posição social ou dispensar o conforto e o reconhecimento da sociedade.
. Damião Lobo Neves: Casado
com Virgília, homem frio e calculista. Marido de Virgília, homem sério, integrado ao sistema,ambicioso, mas muito mais supersticioso, pois recusou nomeação para presidente se uma província só porque a referida nomeação aconteceu num dia 13.
. Quincas Borba- Menino terrível
dava tombos no paciente professor Barata, colega de escola de Brás que o encontrará mais tarde mendigo que rouba-lhe um relógio mas retorna-o ao colega após receber uma herança.
Sabina: Irmã do narrador e que,como ele,valoriza mais o interesse pessoal e a posição social do amizade e laços de parentescos.
. Eugênia: Filha de Eusébio e
Villaça. Era moça séria, tranquila,dotada de olhos negros e olhar direito e franco.
Nhonho: Filho de Virgília. Cotrim: Casado com Sabina, irmã
de Brás,ambos interesseiros; traficante de escravos e cruel com eles, mandando-os castigar até sangrar.
D. Plácida: Empregada de Virgília confidente e protetora de sua relação extra conjugal.
A obra é apoiada em dois tempos. Um é o tempo psicológico, do autor além-túmulo, que, desse modo, pode contar sua vida de maneira arbitrária, com digressão e manipulando os fatos á revelia, sem segui uma ordem temporal linear. No tempo cronológico, os acontecimentos obedecem a uma ordem: infância, adolescência, ida para Coimbra, volta ao Brasil e morte.
Exemplo: A morte é contada antes do nascimento e dos fatos da vida.
.Podemos dizer que Brás Cubas assume uma posição transtemporal, pois enxerga a própria existência de fora dela,de modo onisciente e descontinuo. Os fatos são narrados quando surgem na memória e várias digressões são feitas.
O romance tem como espaço o Rio de Janeiro no século XIX.
Exemplo: “Em 1822, data da independência política, torna-se prisioneiro amoroso de Marcela”.
LINGUAGEM Machado de Assis inova, neste livro,
a temática, a estrutura e a linguagem.
Na temática, investe na complexidade dos indivíduos, que retrata sem nenhuma idealização romântica:
“(...) Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis (...)”
. Machado de Assis, por intermédio do seu narrador, se dirige diretamente ao leitor, metalingüisticamente, para comentar o livro. Diz Brás Cubas:
“(...)Veja o leitor a comparação que melhor lhe quadrar, veja-a e não esteja daí a torcer-me o nariz, só porque ainda não chegamos à parte narrativa destas memórias. Lá iremos. Creio que prefere a anedota à reflexão, como os outros leitores, seus confrades, e acho que faz muito bem(...)”.
. Ao usar a metalinguagem,
Machado convida o leitor a refletir sobre a estrutura da obra e perceber dois níveis de leitura: a que revela diretamente o personagem e a que o faz objeto de crítica do autor.
Com a narração em primeira pessoa, a história é contada partindo de um relato do narrador-observador e protagonista, que conduz o leitor tendo em vista sua visão de mundo, seus sentimentos e o que pensa da vida. Dessa maneira, as memórias de Brás Cubas nos permitirão ter acesso aos bastidores da sociedade carioca do século XIX.
EXEMPLO: Os leitores ficam sempre à espera
do desenlace que a narrativa parece prometer. Ao fim, o que permanece é o vazio da existência do protagonista. É preciso ficar atento para a maneira como os fatos são narrados. Tudo está mediado pela posição de classe do narrador, por sua ideologia.
Na juventude do protagonista,as
benesses ficam por conta dos gastos com a cortesã, ou prostituta de luxo Marcela. Essa é uma das marcas do estilo machadiano, a maneira como o autor trabalha as figuras de linguagem de Hipocrisia, e ironia.
Exemplos: “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas Memórias Póstumas.”
O próprio narrador, no início do livro, ressalta sua condição: trata-se de um defunto autor, e não de um autor defunto. Isso consiste em afirmar seus méritos não como os de um grande escritor que morreu,mas de um morto que é capaz de escrever.
O pacto de verossimilhança sofre um choque aqui, pois os leitores da época, acostumados com a linearidade das obras(início, meio e fim), veem obrigados a situar-se nessa incomum situação.
É a obra inaugural da fase realista de Machado de Assis na literatura moderna, representando uma verdadeira revolução de idéias e formas: de idéias, porque aprofunda o desprezo pelas idealizações românticas, fazendo emergir a consciência nua do individuo, fraco e incoerente; de formas, pela ruptura com a linearidade da narrativa e pelo estilo “enxuto”.
Exemplo: São as memórias de um homem
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igual a tantos outros,o cauto e desfrutador Brás Cubas, que tudo tentou e nada deixou. A vida moral e afetiva é superada pela existência biologicamente satisfeita, e as personagens se acomodam cinicamente ao erro.
Machado alia nesse romance profundidade e sutileza, expondo muitos problemas de nossa sociedade que existem até hoje. Daí o prazer da leitura e a importância de seu texto, pois atualiza, de forma irônica, os processos em que processos em que nosso país foi formado, suas contradições e os desmandos que ainda estão presentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
www.machadodeassis.net www.machadodeassis.org.br