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Economia Monetária Regra de Taylor e Modelos de Taylor e Walsh Prof. Dra. Roseli da Silva [email protected]

Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

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Esse material foi preparado para finalizar o curso de Economia Monetária, apresentando aos alunos dois modelos simplificados de equilíbrio geral e adoção do regime de metas de inflação, mais adequados para a compreensão da política monetária atual. Referências: TAYLOR, J. B., “Teaching Modern Macroeconomics at the Principles Level”, Stanford University, Stanford, California, paper was prepared for presentation at the session “Teaching Macroeconomic Principles” at the Annual Meetings of the American Economic Association, Boston, Massachusetts, January 7, 2000. Walsh, C. (2002). Teaching inflation targeting: An analysis for intermediate macro. The Journal of Economic Education, 95064(September 2000), 1–28.

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Page 1: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Economia Monetária

Regra de Taylor e Modelos de Taylor e Walsh

Prof. Dra. Roseli da Silva

[email protected]

Page 2: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Programa e Cronograma

Conteúdo

Revisão de macro, modelo completo com expectativas racionais

Modelos de Oferta e Demanda Agregadas e Regra de Taylor para regime de Metas de Inflação Modelo de Taylor

Modelo de Walsh

Page 3: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Curva de Phillips e Expectativas

Racionais

se as pessoas estão persistente e sistematicamente cometendo erros, elas não podem ser consideradas racionais.

Um agente racional deveria aprender com seus erros e usar de todas as informações disponíveis (não só os valores passados da variável esperada) a fim de formar suas expectativas.

Page 4: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Curva de Phillips e Expectativas

Racionais

Supõe-se que os mercados de bens e serviços, assim como o de trabalho, não sejam competitivos:

Os trabalhadores podem barganhar por salários nominais maiores, se houver menos desemprego;

Os empresários podem formar seus preços a partir de um mark up sobre os custos de produção.

Page 5: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Curva de Phillips e Expectativas

Racionais

Os trabalhadores podem barganhar por salários nominais maiores, se houver menos desemprego; Dadas as expectativas de preços dos trabalhadores

(Pe), eles são capazes de alcançar salários nominais maiores (W) se o desemprego (u) for menor.

W=Pef(u), com f’(u) < 0

Como menos desemprego é igual a mais emprego (N) e mais emprego é igual a mais produto (Y):

W=Pef(Y), com f’(Y) > 0

Page 6: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Curva de Phillips e Expectativas

Racionais

Os empresários podem formar seus

preços (P) a partir de um mark up ()

sobre os custos de produção.

Considerando que os principais custos são os

salários nominais (W), temos:

P = (1+) W

Page 7: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Curva de Phillips e Expectativas

Racionais

Utilizando a definição de salários anterior W=Pef(Y) :

P = (1+) W

P = (1+)Pef(Y), com f’(Y) > 0

O que explica porque a curva de oferta agregada é positivamente inclinada e que ela depende das expectativas de preços!

Page 8: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Modelo Macro completo

P = nível

geral de

preços

y = produto

real

AO

P = (1+)Pef(Y)

DA

Y = f(M/P ou i, G, T, e, Y*,i*)

Equilíbrio

macroeconômico

Page 9: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Política econômica – DA e OA

Suponha que inicialmente partimos de um equilíbrio de médio prazo (P = Pe), ponto A.

Política monetária restritiva, com câmbio flexível Via open market: BC vende títulos públicos, preço do

título cai e sua taxa de retorno sobe.

Elevação em juros, reduz investimento produtivo e consumo, diminui a demanda agregada, que diminui a renda

Renda em queda e juros em elevação, faz as pessoas quererem menos moeda, de fato

Page 10: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Política econômica – DA e OA

Renda em queda e juros em elevação

excesso de oferta de moeda estrangeira

queda na taxa nominal de câmbio

estimula as importações e desestimula as

exportações, levando a um efeito ainda

maior de queda na demanda agregada.

Page 11: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Política econômica – DA e OA

Conforme a demanda agregada cai, e as empresas aumentam seus estoques, passam a produzir menos e, portanto, a contratarem menos trabalhadores.

Com isso, aumente o desemprego e os salários nominais caem;

Os preços dos bens e serviços, como mark-up sobre os custos de salários, também caem.

Ponto B: equilíbrio de curto prazo Com efetivo tradeoff entre inflação e desemprego

Page 12: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Efeitos de curto prazo

P = nível

geral de

preços

y = produto

real

AO

P = (1+)Pef(Y)

DA

Y = f(M/P ou i, G, T, e, Y*,i*)

Equilíbrio

macroeconômico

A B

P=Pe

P<Pe

Page 13: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Efeitos de médio prazo

Em B, observe que os agentes estão formulando expectativas de preços acima dos preços efetivamente alcançados pela economia;

Como eles formam suas expectativas racionalmente, vão revisá-las de forma a não cometerem erros sistemáticos

E os preços esperados começam a cair.

Quando esse movimento de revisão de expectativas ocorre ao longo do tempo, significa que os preços praticados pelas empresas caem também, lembre-se: P = (1+)Pef(Y), com f’(Y) > 0

Page 14: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Efeitos de médio prazo

Os trabalhadores também revisam suas expectativas de preços, o que os faz aceitar salários nominais mais baixos, enquanto as empresas contratam mais trabalhadores (a curva de Oferta Agregada começa a se movimentar para baixo);

Conforme os preços caem, os estoques reais de ativos financeiros se elevam, o de moeda inclusive.

As pessoas realocam seus portfólios e compram mais títulos públicos, causando uma elevação nos preços deles e consequente queda em sua remuneração, a taxa básica de juros.

Tal movimento expande a demanda agregada, levando a economia de volta ao ponto de produto inicial, considerado o produto natural.

Page 15: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Efeitos de médio prazo

P = nível

geral de

preços

y = produto

real

AO

P = (1+)Pef(Y)

DA

Y = f(M/P ou i, G, T, e, Y*,i*)

Equilíbrio

macroeconômico

A B

P=Pe

P<Pe

C P=Pe

ynatural

Page 16: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Efeitos de médio prazo

No ponto C, a economia retornou ao seu produto natural, compatível com o equilíbrio no mercado de trabalho e com os equilíbrios financeiros e real.

A política monetária restritiva teve um impacto de curto prazo sobre o produto, mas no médio prazo, com a revisão das expectativas, o efeito final foi apenas sobre o nível geral de preços. Ou seja: não há tradeoff entre inflação e desemprego

e a política monetária afeta apenas a inflação!

Page 17: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Macroeconomia Moderna

No nível da prática, pode-se dizer que há

uma visão comum da macroeconomia,

que evolui gradualmente a partir da

revolução das expectativas racionais na

década de 70 e se solidificou na década

de noventa, tanto do ponto de vista

teórico, quanto de aplicação prática.

Page 18: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Macroeconomia Moderna

Podem-se destacar cinco componentes fundamentais na macroeconomia moderna:

1. O produto real de longo prazo está associado à produtividade de fatores de produção e tecnologia;

2. Não há tradeoff de longo prazo entre inflação e desemprego – a política monetária é neutra em relação às variáveis reais no longo prazo;

3. Há tradeoff entre inflação e desemprego no curto prazo, com importantes impactos sobre a flutuação econômica em torno da tendência de crescimento do produto;

4. As expectativas de inflação e das decisões de política futuras afetam as decisões dos agentes no presente (como vimos no caso do investimento produtivo);

5. É melhor gerenciar a política monetária por meio de regras que discricionariamente, ajustando a taxa de juros nominal de curto prazo – o instrumento de política monetária – em reação aos eventos econômicos.

Page 19: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Crescimento econômico

A tendência do produto real de longo prazo (produto potencial) pode ser compreendida a partir de modelos de crescimento em que o produto depende, basicamente, dos fatores de produção capital e trabalho e no nível de desenvolvimento tecnológico que o país disponha, tal como estudamos no nível microeconômico anteriormente.

Dessa forma, a análise do crescimento econômico depende fundamentalmente do crescimento da produtividade do trabalho e do capital por trabalhador, assim como do desenvolvimento de novas tecnologias de produção. Consequentemente, os determinantes do crescimento tecnológico também precisam ser analisados, tais como educação, pesquisa e desenvolvimento, e o processo de invenção e inovação.

Page 20: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Flutuações econômicas

Para compreender as flutuações em torno do produto potencial, é necessário trazer os demais elementos para a análise: o tradeoff de curto prazo, as expectativas, e a política monetária, que se combinam em três relações de três variáveis e podem ser combinados de uma maneira simples num instrumental gráfico.

Page 21: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Demanda agregada

1. A primeira relação é entre o produto real e a taxa real de juros. O produto real (y) medido em termos relativos ao potencial depende inversamente da taxa real de juros (r) e é afetado também por outras variáveis tais como as de política fiscal (gastos e impostos), exportações líquidas.

Page 22: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Demanda agregada

A relação inversa entre o produto real e a taxa de juros real é facilmente compreendida com o que já estudamos até aqui: taxa real de juros é o custo de oportunidade para o investimento produtivo bem como para o consumo das famílias referentes a bens de consumo duráveis e semi-duráveis – quanto maior a taxa de juros real, menores esses dois componentes da demanda agregada (investimento e consumo).

fiscalpolnaouliqornaschoquemudançadetermou

jurosderealtaxar

realprodutoy

uary

exp,

Page 23: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária

A segunda relação é entre a taxa de inflação (π) e a taxa real de juros (r). A relação é diretamente proporcional.

Quanto maior a taxa de inflação, mais o gestor de política monetária eleva a taxa nominal de juros (instrumento de política monetária) a fim de elevar a taxa real de juros e afetar a demanda agregada para baixo, reduzindo as pressões sobre os preços (eliminando o excesso de demanda agregada sobre a oferta agregada) e, portanto, buscando reduzir a inflação futura.

Page 24: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária

Essa é uma descrição simples de como os bancos centrais, atualmente, gerenciam a política monetária num regime de metas de inflação – nesse tipo de regime, o instrumento é operado com vistas à inflação futura, embora outras preocupações pudessem também afetar tal decisão, como o desemprego, por exemplo.

mudançadetermou

laçãodetaxa

jurosderealtaxar

br

inf

Regra de Taylor “rígida”: não

incorpora a possibilidade de

que o BC também objetive

estabilidade do produto.

Page 25: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária

Dessa forma se estabelece a regra de atuação na gerência da política monetária.

Note que, uma vez o banco central tenha estabelecido a meta para o instrumento monetário operacional, a taxa nominal de juros, ele deve atuar no mercado monetário da maneira que já estudamos de forma a fazer com que a demanda e a oferta por títulos públicos/moeda levem a uma taxa de juros de equilíbrio compatível com a meta estipulada.

Page 26: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Oferta agregada

A terceira relação é entre inflação (π) e produto real (y) e mostra que a taxa de inflação aumenta quando o produto real está acima do potencial, sinalizando pressões de demanda.

É uma Curva de Phillips aumentada pelas expectativas

. mudançadetermow

wcy

11

Page 27: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Oferta agregada

Porém esse efeito não é no mesmo momento do

tempo, ou seja, há uma defasagem na

ocorrência dessa relação, prazo em que os

sistemas de mercado estão se ajustando para

os novos preços de equilíbrio, num contexto de

preços não totalmente flexíveis (um ambiente

econômico em que são considerados os

contratos).

Page 28: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Oferta agregada

Nesse ambiente também se supõe que as firmas possuem algum poder de mercado e podem reajustar os preços no período seguinte, quando há pressões de demanda no presente (o que é mais realista que mercados perfeitamente competitivos).

Se houver uma expectativa, por parte das firmas, de que haverá uma elevação na taxa de inflação no futuro, os preços podem começar a subir já no momento corrente.

Page 29: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Representação gráfica

Uma representação gráfica simples desse sistema nos ajuda a compreender as flutuações econômicas. Combinando as relações em 1 e 2, obtemos uma relação negativa entre inflação e produto real, expressando a curva de demanda agregada da economia (DA).

Movimentos ao longo dessa curva ocorrem quando a inflação (mostrada no eixo vertical) muda e o banco central, em resposta, muda a taxa de juros real causando uma mudança no produto real (eixo horizontal).

Page 30: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Representação gráfica

A terceira relação também pode ser expressa

nesse mesmo gráfico como uma linha

horizontal, uma vez que a inflação muda quando

o produto está acima ou abaixo do potencial,

expressando o ajustamento lento da taxa de

inflação (preços rígidos), substituindo a curva de

oferta agregada que aparece em modelos

macroeconômicos mais antigos.

Page 31: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Representação gráfica

Inflação (π)

Produto real (y)

Produto

Potencial

AI (Ajustamento da

inflação – OA)

Equilíbrio

Inicial

DA

DA1

Equilíbrio

Final

AI1

B

Page 32: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Estática Comparativa: política fiscal

Suponha que haja um estímulo fiscal, que seja permanente, como um corte de impostos, o que acontece nessa economia?

Esse estímulo muda permanentemente a demanda agregada dessa economia, aumentando-a, o que equivale graficamente ao deslocamento mostrado em DA1.

Isto provoca uma elevação no produto real no curto prazo (ponto B no gráfico).

Ao longo do tempo, entretanto, a taxa de inflação cresce e a curva de ajustamento da inflação começa a se mover para cima, ilustrando exatamente o comportamento descrito pela relação 3.

Ela se move até onde?

Até que não haja mais pressão sobre os preços, ou seja, até que o produto determinando pela demanda agregada seja igual ao potencial. Assim, no longo prazo, o efeito do estímulo fiscal se refletiu apenas em mais inflação.

Page 33: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Estática Comparativa: política

monetária

O mesmo raciocínio pode ser feito para compreender os efeitos de uma política Monetária.

Para aproveitarmos o mesmo gráfico, suponha que o banco central realize uma operação de open market de compra de títulos públicos.

Os efeitos serão os seguintes, acompanhando o raciocínio lógico que desenvolvemos até aqui: haverá um excesso de demanda por títulos públicos que leva a uma elevação dos preços dos títulos e conseqüentemente uma queda nos seus retornos – a taxa básica de juros.

Com inflação constante, a taxa real de juros também cai e isso estimula a demanda agregada (DA1).

O produto real cresce no curto prazo, porém estando acima do potencial, haverá pressões sobre os preços, e a curva de ajustamento da inflação começa a mostrar o ajustamento ao longo tempo, deslocando-se para cima.

Page 34: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Estática Comparativa: política

monetária

Com maior inflação (estoque real de moeda cai, os agentes vendem títulos públicos, o que eleva a taxa básica de juros), a taxa real de juros começa volta ao patamar anterior que é superior, o que desestimula os investimentos e o consumo, diminuindo a demanda agregada (caminho sobre a curva DA1, para trás) e, com isso, diminuindo o produto e a pressão sobre os preços.

Quando o processo de ajuste termina?

Quando os preços tiverem subido o suficiente para compensar a queda da taxa de juros nominais causada pela política Monetária e recompor o patamar de juros reais compatíveis com a produtividade do fator de produção capital e o produto voltar a ser igual ao potencial – ou seja, a política monetária é totalmente ineficaz no longo prazo.

Page 35: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Meta de Inflação: Modelo Taylor

fiscalpolnaouliqornaschoquemudançadetermou

jurosderealtaxar

realprodutoy

uary

exp,

mudançadetermou

laçãodetaxa

jurosderealtaxar

br

inf

Regra de Taylor “rígida”:

não incorpora a

possibilidade de que o BC

também objetive

estabilidade do produto.

Demanda Agregada

mudançadetermow

wcy

11

Oferta Agregada –

Curva de Phillips

aumentada pelas

expectativas

Page 36: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Representação gráfica

Inflação (π)

Produto real (y)

Produto

Potencial

AI (Ajustamento da

inflação – OA)

Equilíbrio

Inicial

DA

DA1

Equilíbrio

Final

AI1

B

Page 37: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Estática Comparativa: política

monetária

Este modelo é bastante simplificado e permite a avaliação de estática comparativa em termos de

Choques (alterações nos termos de mudança de cada componente do modelo).

Ou de alterações de política monetária O banco central poderia considerar que o nível de inflação

alcançado após o choque positivo de demanda agregada seja excessivo (acima da meta para o período);

Então, deveria promover uma política monetária restritiva, que, por sua vez diminuiria a DA o produto de curto prazo ficando abaixo do potencial leva à revisão das expectativas de inflação para baixo.

Page 38: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Modelo de Walsh

Modelo para análise macro intermediária,

com dispositivo gráfico que envolve:

o gap do produto = produto observado (y) –

produto de pleno emprego (yn)

(diferentemente do modelo do Taylor)

Taxa de inflação

Page 39: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Modelo de Walsh

Os modelos do tipo DA-OA não são

adequados para a análise macro moderna

porque:

São expressos em termos de produto e de

nível de preços;

Os objetivos de política do banco central não

são explicitados.

Page 40: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Modelo de Walsh

Dois componentes:

Curva de Phillips aumentada pelas expectativas, sob

a hipótese de rigidez de preços (p. ex.: custos de

menu) e/ou salários (p. ex.: salários justapostos)

Descrição da política monetária, que reflete as

preferências do gestor de política entre inflação e

produto (é uma representação em forma reduzida do

lado da demanda do modelo).

Page 41: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Walsh: Curva de Phillips

Relaciona inflação π à inflação esperada πe, ao estado do ciclo de negócios, medido pelo gap do produto, e a um choque de inflação (e), que captura qualquer outro fator que a afeta:

Por conveniência, adota-se o gap do produto em termos percentuais (x):

. n

n

y

yyx

eaxe

Page 42: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Walsh: Curva de Phillips

Inflação (П, %)

Gap produto (x, %)

Пe

CP

Page 43: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

DA tradicional

Pedagogicamente vantajoso trocar a tradicional

curva de demanda agregada, por uma que

associa inflação e gap do produto;

A hipótese implícita em modelos de DA é de que

o BC fixa o estoque nominal de moeda e não

reage sistematicamente aos acontecimentos

econômicos – o que é inapropriado para

analisar política de metas de inflação

Page 44: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

DA tradicional

Faz parecer que a política monetária seja

exógena, ao invés de refletir o fato de que

a maior parte das ações de política

representa reações endógenas à

economia.

Portanto, é melhor focar explicitamente na

escolha de política do banco central.

Page 45: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regras de política monetária

1. Regras de Taylor: Especifica como o bc reage à inflação e à atividade econômica. Provê uma boa descrição empírica da política do

Federal Reserve desde meados de 1980 e do BC brasileiro, desde junho de 1999.

2. Definir os objetivos do bc, tipicamente estabilização da inflação e do gap do produto, que então fixa seus instrumentos de política para alcançar seus objetivos.

(2 é consistente com 1)

Page 46: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária

A vantagem da segunda abordagem é que ela permite compreender como mudanças ao longo do tempo nos objetivos de política monetária resultarão em comportamentos de política diferentes.

Assuma que a autoridade monetária (AM) aja sistematicamente para minimizar as flutuações do gap do produto e da inflação em torno da sua meta πT

Page 47: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária

Sistematicamente, significa que a AM

equilibra os custos e benefícios marginais

de suas ações de política – age de

maneira ótima – dado seus objetivos.

Assuma que o custo marginal seja

proporcional aos desvios da inflação e do

gap em torno de seus respectivos alvos.

Page 48: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária

Custo marginal das flutuações do gap do produto (meta

= 0):

Custo marginal das flutuações da inflação (meta = πT ):

Os parâmetros λ e k medem os custos percebidos pelo

bc

x

Tk

Page 49: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária

Como exemplo, considere um bc que

enfrenta uma recessão (x < 0) e pretende

empurrar x para perto de sua meta (0).

Aumentar um pouco x, por Δx, produz um

ganho de:

xx

Page 50: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária

Ao mesmo tempo, há um custo, já que uma elevação em x resultará também em elevação da inflação, de acordo com a Curva de Phillips, de:

O custo dessa elevação,do ponto de vista das preferências do bc, é, então:

xa

xakT

Page 51: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária

Como o comportamento otimizador do bc

o leva a escolher igualando benefícios a

custos marginais:

xakxxT

Takx

Page 52: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária e DA

Essa relação entre gap do produto e desvios da inflação do seu alvo é consistente com um desenho de política monetária que minimiza os custos da variabilidade da inflação e do produto.

Porém, outros fatores afetam a demanda agregada e o produto em maneiras que a AM não pode prever perfeitamente. O termo u denota o impacto desses outros fatores (incluindo política fiscal) sobre a demanda agregada:

Page 53: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

53

Regra de política monetária e DA

Que pode ser rescrita como:

uak

xT

ak

comuxT

Page 54: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária e DA

Aquela equação define uma relação linear entre o gap

do produto e inflação, ignorando o termo u, intercepto da

curva RPM (regra de política monetária) é πT :

Inflação (П, %)

Gap do produto (x, %)

Пe

CP RPM

ПT

Page 55: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de política monetária e DA

Note que a inclinação da RPM depende da importância relativa para a AM de seus objetivos de produto e inflação (λ/k).

Um aumento na importância relativa do produto (aumento em λ) aumenta a inclinação da curva RPM.

Mudanças na curva RPM surgem a partir de u (reações da política monetária entre inflação e produto ocorrem ao longo da curva)

Page 56: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Equilíbrio Macroeconômico

O equilíbrio macroeconômico de curto prazo ocorre na intersecção

das curvas de OA e DA (ponto E1).

Inflação (П, %)

Gap do produto (x, %)

Пe

CP RPM

ПT

E1

Page 57: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Equilíbrio Macro: Curto Prazo

Em E1, o benefício marginal de empurrar o gap para sua meta é contrabalanceado pelo custo marginal da inflação adicional que resultaria da expansão do produto.

O produto abaixo de sua taxa natural (gap negativo) é consistente com a escolha de política monetária porque a inflação está acima da meta – o bc está disposto a aceitar a recessão porque considera a inflação muito elevada (π1 > πT).

Page 58: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Equilíbrio Macro: Curto Prazo

Em E1, por outro lado, a inflação está abaixo da esperada pelos agentes. Ao longo do tempo, os agentes reconhecem que a inflação observada é menor que a que eles esperam, o que fará a inflação esperada cair combinação entre inflação e produto no lado da oferta muda

(CP começa a se deslocar para baixo)

Com a queda na inflação, o custo marginal da inflação também cai, levando a AM a optar por uma política monetária expansionista (como isso se traduz em redução da taxa de juros nominal veremos mais adiante) mudança de política monetária significa caminhar ao longo

da curva RPM

Page 59: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Equilíbrio Macro: Curto Prazo

Inflação (П, %)

Gap do produto (x, %)

Пe

CP RPM

ПT

E1 E2 Cai o custo da inflação

PM expansionista

E2

Page 60: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Equilíbrio Macro: Longo Prazo

No longo prazo, a curva de Phillips se move até que as expectativas dos agentes coincida com a meta da AM.

Neste ponto, o gap do produto é nulo.

O ajustamento das expectativas de inflação joga um papel crítico no movimento da economia para o equilíbrio de longo prazo.

Page 61: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Outras Análises Interessantes

Mudança na meta de inflação

Choques temporários na economia

Choque de inflação

Choque de demanda

Flutuações e a regra de política

(variabilidade do produto e da inflação)

Page 62: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Por trás da CPM

Até aqui, deixamos os detalhes da implementação da política monetária implícitos: CPM síntese da relação inflação e gap

consistente com comportamento otimizador do bc em equilibrar custos e benefícios de suas ações de política

Porém, por trás da CPM há o mecanismo de transmissão monetário – as ligações que conectam as mudanças dos instrumentos do bc aos resultados de inflação e produto.

Page 63: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Mecanismo de transmissão

Taxa de juros nominal de curto prazo

O BC brasileiro utiliza as operações de mercado

aberto com títulos de curto prazo para controlar a

taxa básica (Selic).

A ligação entre a taxa básica e atividade

econômica e inflação se dá por meio da

Demanda Agregada.

A tradicional curva IS trata a demanda agregada real

como uma função decrescente da taxa real de juros.

Page 64: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Mecanismo de transmissão

Curva IS simples (normalizada pelo produto de pleno emprego):

i = taxa nominal de juros

Coeficiente negativo: Efeito substituição intertemporal sobre consumo

Efeitos sobre o investimento, enquanto custo de oportunidade e disponibilidade de crédito.

uiby

y

y

y e

nn

0

Page 65: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Mecanismo de transmissão

A taxa de juros real de equilíbrio de longo

prazo é dada por (já que y = yn):

n

n

by

yyr

0

b

xr

0

Page 66: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Mecanismo de transmissão

Como a análise gráfica foi expressa em termos de gap

do produto, é conveniente subtrair 1 de ambos os lados

da curva IS:

uib

y

y

y

y e

nn 11

0

uibxxe

0

uribxe

Usando r* anterior:

Page 67: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Mecanismo de transmissão

Na ausência de choques de demanda, o

produto estará abaixo da taxa natural (gap

<0) se a taxa de juros real corrente está

acima da taxa de equilíbrio de longo prazo

(r*).

Page 68: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de Taylor

Expressar i como função da inflação e do gap do produto. Como ambos, inflação e gap, são endógenos, há

várias maneiras de expressar a regra de reação da AM.

Como a análise gráfica mostra os valores de equilíbrio de curto prazo de x e π como funções de πe, πT e dos choques, uma maneira de expressar a regra de política é:

Page 69: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de Taylor

1. Resolver o equilíbrio de OA e CPM para x:

2. Substituindo na última equação da curva IS e

resolvendo para i:

eaxe

xT

a

ex

eT

ab

eri

eT

e

Page 70: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de Taylor

3. Somando e subtraindo πT

ab

eri

eT

eTT

ab

e

abri

Te

TeT

ab

e

abii

TeT 11

TTricom

Page 71: Modelos Macro com Metas de Inflação para graduação

Regra de Taylor

iT é a taxa nominal de juros de equilíbrio de longo prazo (é a meta da taxa nominal de juros perseguida pelo BC).

O coeficiente da taxa de inflação esperada é maior que a unidade; A regra de política requer que a taxa nominal de juros aumente

mais que um-para-um quando a inflação esperada se eleva acima da meta do bc.

Isto assegura que um aumento na inflação esperada leve o bc a elevar a taxa nominal de juros mais ainda, o suficiente para aumentar a taxa real de juros, contraindo a economia real.

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Regra de Taylor

A taxa nominal de juros também é

plenamente ajustada para qualquer

mudança na estimativa de r* do bc, a taxa

de juros real de equilíbrio;

Também é elevada em resposta a um

choque positivo de inflação, já que tal

choque reduz o gap do produto.