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Escola Municipal de Timóteo
Dez/2014
(...) aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo significado da linguagem. (...) Paulo Freire
PREFÁCIO
Prefácio de um livro? Parecia simples, afinal seria só um prefácio, mas como começar? A responsabilidade era grande, afinal o livro é um compilado de produções textuais de amados alunos, que soltaram as “Asas de seus Corações” e nos levaram a alçar vôo com os mais sensíveis e delicados versos, com as mais emocionantes histórias de vidas. Vidas estas que habitam este planeta há pouco tempo, porém já ricas de experiências, repletas de histórias e sentimentos diversos, pedaços de alegrias e tristezas, enfim, tudo o que compõe o nosso existir.
Sabemos que escrever pode ser uma tarefa muito árdua, principalmente para adolescentes. Falar de nós mesmos, de nossa história, de nossas emoções, também não é tarefa fácil, afinal estamos nos expondo, abrindo nosso mundo ao leitor. Mas o que encontramos nesta obra são pérolas raras, produções corajosas, honestas e sensíveis. E é por isso que vale a pena penetrar nessa pequena mostra do universo de nossos jovens alunos do 7º e 8º ano, que inspirados por uma grande mestra e também escritora, a professora Fátima Leandro, puderam nos brindar com está delicada produção.
Não poderíamos deixar de parabenizar a todos os alunos e alunas que aceitaram este desafio, obviamente que não poderíamos publicar todos os textos, foi difícil, mas tivemos que selecionar alguns. O importante é que todos aprenderam e perceberam que leitura e escrita são indissociáveis e que escrever nos envolve por inteiro e é uma experiência única e pessoal. Nossos agradecimentos especiais à professora Fátima Leandro, nossa escola se orgulha muito de todos vocês!
Márcia Lessa Nunes
Diretora da Escola Municipal de Timóteo
Timóteo – 26/11/2014
Queridos Alunos,
Quando nasci
Um anjo esperto
Olhou-me bem de perto
E disse:
__ Vai, Fátima, ser na vida
Um professor!
E esse anjo, com o tempo,
ensinou-me
Garimpar sonhos
Colher raios de Sol
Viajar na garupa do vento
E conversar com as estrelas.
Brincando no arco-íris
em segredo,
Revelou-me, que, um dia,
A minha morada seria
No jardim da poesia,
Colhendo sonhos adolescentes
Ao lado de jovens poetas
Na Escola Municipal!
Beijos!
Fátima Leandro
Sumário
Autobiografia: Juliana 1
Autobiografia: Danilo 2
Autobiografia: Raquel 3
Autobiografia: Jennifer 4
Autobiografia: Franciely 5
Poema: Antônio Dias 6
Poema: Minha Cidadezinha 7
Poema: Cidade de Pássaros 8
Poema: Amor 9
Poema: Ironia 10
Poema: Saudades 11
Poema: Como passar o tempo 13
Poema: As cores da Infância 14
Poema: Pensamentos 15
Poema: Aniversariar 16
Poema: Criancices 17
Poema: Crescer 18
Poema: Palavras... Palavras... 19
Poema: Poesia e sonho 20
Poema: Infância 21
Poema: Escrevendo o amor 22
Poema: Escrever e amar 24
Poema: Amor Escrito 25
Poema: Escrever ou amar? 26
Poema: Assim deve ser 27
Poema: O mundo o que tem? 28
Poema: Escolha 29
Poema: Vida de gato 30
Poema: Amor estranho 31
Prosa: O menino que pintava quadros 32
Prosa: A menina de cabelo embolado 33
Prosa: A princesa de Aslan 34
Autobiografia
1- Meu nome é Juliana Araújo Oliveira. Minha mãe se chama Júlia Custódia de Araújo. Quando eu nasci, minha mãe biológica não tinha condições de cuidar de mim, então ela me deixou no hospital. Todos meus parentes falam que minha mãe era uma mulher que levava uma vida nada condizente com os padrões morais exigidos pela sociedade. Eu não me importo com isso. Mas Deus é muito bom, e ele enviou a dona Júlia para cuidar de mim. Nasci no dia 04/08/2000. Moramos em Nilópolis, Rio de Janeiro, até meus cinco anos. Em 2005, eu sofri um acidente e perdi meus pais e meu primo.
Após o acidente, eu fui levada ao hospital e foi constatado que eu não tinha capacidade de voltar a andar, mas para Deus nada é impossível, e eu trago em mim a esperança de ver minhas pernas se movimentarem. Tenho o sonho de conhecer meus irmãos verdadeiros, e minha mãe biológica, mas fiquei sabendo que ela faleceu. Ela me deu a luz com vinte anos. Minhas tias falam que eu sou parecida com ela.
Na verdade, a vida é muito estranha, e tem horas que prefiro não pensar em nada. Apenas deixar acontecer...
1
Autobiografia
2- Meu nome é Danilo Bento dos Santos, tenho treze anos, e nasci em Timóteo/MG. Sou filho de Reginaldo Lacerda dos Santos e de Maria Tereza Bento de Souza. Minha história é de uma vida comum como a de tantos garotos da minha idade. Apenas algumas brincadeiras do destino: assim que eu saí do hospital Vital Brazil, meus pais me registraram. Após esse registro, por ironia do destino, meu pai sumiu. Nunca mais ouvi falar dele. Coisa que dói de vez em quando. Há algumas semanas, no mês florido de setembro, houve relatos de que ele tinha morrido. Nenhuma confirmação, coisas de ouvi falar.
Cresci na casa de meus avós com minha mãe e meus irmãos. Minha mãe sempre trabalhou muito, por isso foram meus avós quem me criaram. Foi difícil, mas Deus fez com que se tornasse possível.
Em 2009, minha mãe se casou. Hoje nós moramos na casa do meu padrasto. Sou feliz com a vida que eu tenho.
2
Autobiografia
3- Meu nome é Raquel Ramos dos Santos. Sou filha de Maria Ramos dos Santos e de Luciano Pereira dos Santos. Tenho duas irmãs: Samara Ramos dos Santos, a mais velha, e Gleice Ramos dos Santos, a do meio.
Nasci dia 23 de abril de 2001, no hospital Vital Brazil, em Timóteo, Minas Gerais. Atualmente curso o oitavo ano na Escola Municipal de Timóteo.
Minha mãe diz que eu sou um milagre porque, durante a minha gestação, ela passou muito mal, e vivia no hospital tomando soro. Foi uma gravidez de risco. Ela fala que foi a gravidez mais sofrida que ela teve.
Diante de toda essa preocupação com a minha vida e com a dela, ela fez uma oração para Deus dizendo: “Deus, se minha filha nascer com saúde perfeita, eu darei a ela um nome bíblico, e ela vai louvar seu Santo Nome”.
O meu parto foi tranquilo, nasci gordinha, com saúde para dar e vender. A recuperação da minha mãe também foi rápida. E, hoje, graças a Deus, estou aqui e agradeço todos os dias por isso. Sou uma garota feliz e sonho com um futuro bom para mim e para a humanidade, apesar de não saber ainda qual profissão quero ter. De uma coisa tenho certeza: quero levar comigo, no fundo de minha alma, todos os ensinamentos e as palavras de incentivo que me ajudam crescer e que me fazem acreditar que devemos lutar sempre e nunca desistir dos nossos sonhos.
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Autobiografia
4- Eu sou Jennifer Goularte, tenho 13 anos, e sou estudante do oitavo ano da Escola Municipal de Timóteo. Nasci no dia 4 de abril, às 13h20min. Nasci com muitos furúnculos nas costas e um amassadinho na testa (erro da mulher que fez o parto). Ainda guardo essa marquinha até hoje. Não sei se a explicação dos furúnculos está no fato da minha mãe, dias antes do parto, ter comido carne de animal com olhos e ovos de codorna. Sei lá. É cada história... Só sei que essas delícias não me fizeram bem.
Quando completei três anos, tive hemorragia abdominal por causa da ingestão de queijo derretido no café, que meu avô me deu. O queijo derreteu as paredes do meu intestino causando a hemorragia. Aos nove anos, tive uma infecção estomacal e, para completar, uma pneumonia que quase me levou à morte. É mole? Isso aconteceu na semana do Dia dos Pais. Foi na época em que Rodrigo Faro dançou como Justin Bieber. Como sei disso? Eu fugi para o quarto do meu vizinho no hospital, e lá tinha televisão.
Não pensem que as tragédias de minha vida acabaram por aí. Aos quase treze anos fui atropelada por uma brasília. Vish! Até coço a cabeça... Para completar, eu sou apaixonada por cavalos. Cheguei a possuir uma égua. Sabem o que aconteceu? Infelizmente ela sofreu um acidente e quebrou o pescoço.
Mas a minha vida não é feita só de tempestades. Tenho momentos felizes e muitos sonhos. No futuro penso ser veterinária. Amo bichos, eles me encantam. Adoro esportes radicais, adoro livros. Atualmente estou lendo um livro de filosofia e outro de religião. Minhas músicas preferidas são as clássicas, a M.P.B., e aquelas que trazem histórias bonitas em suas letras. Sou um pouco reservada, gosto de ficar no meu canto, meditando e mergulhando nos meus pensamentos adolescentes.
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Autobiografia
5- Sou Franciely Martins de Oliveira. Nasci no dia 19 de setembro de 2000, na cidade mineira chamada Timóteo. Sou filha de Irene Martins Marques e de Francisco Targino de Oliveira. Meu pai sempre trabalhou muito, ele e minha mãe só se viam quando ele chegava a nossa casa à noite. Ambos tinham de trabalhar. Por isso, cresci em creches, com pessoas estranhas tomando conta de mim. Nunca tive moradia fixa, sempre estava mudando de casa. Isso tinha um lado positivo, pois estava sempre fazendo novos amigos.
Aos três anos, as pessoas me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse. Eu respondia: “princesa”. Aos dez anos, a clássica pergunta de novo. E a resposta? “Professora”.
Como todo mundo, tenho sonhos, tive perdas como o falecimento da minha tia que cuidou de mim por três anos; gosto e desgosto de muitas coisas. A matemática não é o meu forte. Gosto mesmo é de português. Tenho muito interesse por línguas, principalmente, espanhol. A vontade de aprender espanhol foi tanta que eu “corri atrás” e aprendi sozinha mesmo, com ajuda dos livros.
Hoje, com os meus catorze anos, meus pais confiam em mim tanto que acham que já tenho maturidade suficiente para ficar em casa, deixando-me na responsabilidade de cuidar de mim, da casa, e do meu irmão mais novo.
Ah, aquela clássica pergunta do que serei quando crescer ainda é feita. Bom... Quem é que sabe? Ainda não sei.
5
POEMAS DIVERSOS
1- Antônio Dias
(Rhuan) 7º 1
Antônio Dias, uma cidade pequenininha,
Cidade de poucos habitantes
Ela está no meu coração
Por isso eu a amo de montão
Oh, Antônio Dias, tão pequenina,
Todos os vizinhos se conhecem
Lá todos pescam e nadam no rio
Ai, quem me dera se eu morasse lá!
Uma cidade sem preconceito
O amor lá nem se compara
E a amizade é constante
Eu gostaria de ficar lá todos os dias
Eu amo muito essa Antônio Dias!
Não tão conhecida por ser pequenina...
6
2- Minha cidadezinha
Rayssa - 7º 3
Minha cidadezinha
É bem bonitinha
As casas arrumadinhas
E as flores bem rosadinhas
Sem trânsito e sem barulho
Tudo muito calminho
O jardim dessa cidade
Quem cuida é o Joãozinho
Todos os sábados as crianças
Brincam de pega-pega
E os adolescentes
Namoram na janela
Domingo de manhã
É dia de almoço com a família
À noite todos da cidade
Vão pra praça rezar missa.
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4- Cidade de pássaros
Ana Clara-7º 3
Uma cidade de aconchego
Onde pássaros vivem por lá
Com suas cores e cantos
Encantando o meu viver
E as flores... Quanta beleza!
Enfeitando a cidade inteira
Rosas, margaridas, orquídeas...
Como Deus faz coisas incríveis!
Como eu queria morar lá...
Ouvir a sinfonia dos pássaros
Ficar até ao anoitecer
Ouvindo o conselho das estrelas
8
5- Amor
Jaiza - 8º 4
Encontrar um amor é como escrever um texto
Esperar inspiração é como esperar a pessoa certa
O primeiro parágrafo é o início do namoro
Quando tudo é confuso e maravilhoso.
O meio do texto sempre tem uma crise
Como todo relacionamento
O fim do texto é o fim do namoro
Ou o fim de uma fase ou de uma frase
Que permite recomeçar uma nova escrita.
9
6- Ironia
Jhenifer-7º 1
Elize gosta de borboletas
Maísa prefere hamsters
Fernando adora cães
Camila gosta de gatos
Daniel admira peixes no aquário
Alisson não gosta de bichos.
Elize tornou-se professora
Maísa virou médica
Fernando, um grande policial.
Camila, engenheira.
Daniel é um empresário de sucesso
Alisson é fundador de uma ONG
Para animais abandonados.
10
7- Saudades
Grazielle Barros-8º 3
Olho e vejo o tempo que passou
E a saudade vem e aperta o coração
Quando me lembro
Dos tempos de criança
Saudades de brincar de casinha
Eu era mamãe, as primas eram minhas filhinhas.
Assim o tempo caminhava
Sem nuvens de preocupação
Saudades de ir pra escolinha
Brincar no parquinho
Com meus amiguinhos
Sob os olhares da tia
Saudades de entrar na mata
E de pisar no formigueiro
Chorar o dia inteiro, de pés inchados,
Mesmo assim querer voltar à mata11
Saudades de brincar de futebol
Sempre ganhando por ser a maior
Arrancando a tampa do dedão
E fazendo parte do time campeão
Um dia vai
E o outro vem
E a vida vai passando
E as pessoas se afastando
Agora o que me restam são só lembranças
Da minha querida infância
Doces tempos de criança
Lugar de sonhos, cores e inocência.
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8- Com o passar do tempo
Jenifer Goularte -8º 2
Recordo ainda... E nada mais me importa
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixaram sempre na lembrança
Todos os meus brinquedos de criança
Às vezes me lembro
De como inocente eu era
Eu queria voltar no tempo
Para ter essa inocência bela
Era tão bom brincar na areia
E falar coisas sem pensar
Eu queria ter um dia
Para apenas retornar
Os pensamentos de criança
Contém muita fantasia
Mas com o passar o tempo
A gente só tem filosofia
Quando se é criança
A gente só tem esperança
Mas com o caminhar da vida
Só tem desespero por dentro. 13
9- As cores da infância
Izadora S. Ferreira
Ainda hoje me lembro
Dos dias frios e suaves,
Da chuva comprida dos sábados
Que acompanhavam meu sorriso
Estampado na pequena varandinha...
Lembro-me também
Das flores sorridentes
Das nuvens dançarinas
Esvoaçantes como véu de noiva.
Vejo como se fosse agora
As expressões desenhadas nos rostos
Da correria do dia a dia...
E lá estava eu!
Voando no alto das estrelas
E dialogando com o vento.
Mas esse vento, com tanta agilidade,
Encarregou-se de afastar de mim,
De maneira impiedosa,
A doçura e a ternura que jamais irão voltar.
14
10- Pensamentos
Íris Vieira- 8º 2
Recordo-me com saudades
Minha vida de criança
Tão livre para pensar o que quisesse
Pois era pessoinha inocente
Como eram doces os brinquedos
Nas tardes de folguedos
Correndo atrás de borboletas
Que voaram com o tempo
Sinto falta das bonecas
Que preenchiam minha vida
Que me enchiam de sonhos
E me contavam histórias
Sinto falta da infância
Sei que não posso voltar no tempo
E para consolar o meu peito
Guardei dentro de mim a criança.
15
11-Aniversariar
Sabrina-7º 3
No aniversário se comemora
Mais um ano que vira história
Um ano que você viveu
Um ano que você experimentou.
Não pense na velhice que está chegando
Nem no oxigênio que está gastando
E sim no amor que compartilhou
E nos ensinamentos que acumulou
Esqueça as tragédias que vivenciou
E o tempo de sofrimento...
Pense no que vai marcar no calendário:
Dias de luz, esperança e recomeço!
16
12- Criancices
Sabrina – 7º 03
Ser criança
É não perder a esperança
É ser inocente
E acreditar na fada do dente
E quando chegar o Natal
Escrever para Papai Noel
Uma cartinha caprichada
Pedindo um brinquedo ou um anel
É sentir- se nas nuvens
Ao ver a Branca de Neve
Debruçar-se na janela
Sonhando ser Cinderela.
Queria ser novamente
Aquela menina inocente
Que esperava a Fada do Dente
Sob as estrelas do céu.
17
13- Crescer
Thalyta- 8º 2
Olhando agora o mundo em que vivo
Com um pouco mais de maturidade
Percebo quão bobo era o meu desejo
De querer crescer rapidamente...
Descobri tanta maldade e falsidade
Que encobre o mundo dos adultos.
Eu que achava que o faz de conta
Era coisa de criança
Vejo que esse é o universo das pessoas.
Como disse o poeta, é vasto o mundo
E não é fácil nele viver.
E como é a lei da vida
Já que tive que crescer
Peço a Deus sabedoria para menos sofrer.
18
14- Palavras... Palavras...
Ana Beatriz- 7º 3
Palavras são a base da comunicação
Mas evite dizer bobeiras
Desperdiçar preciosidades
Com uma enxurrada de asneiras.
Tem pessoas que atiram palavras ao vento
Como pedras de atiradeira
Não sabem que se mal faladas
Podem abrir feridas eternas.
Palavras têm poder
De um mundo transformar
E para outro universo nos levar...
Com elas podemos até voar...
Aqueles que têm imaginação
E sabem brincar com palavras
Tornam seu canto suave
E mais feliz seu coração.
19
15- Poesia e sonho
Mauro-7º 3
Numa cidadezinha qualquer
Vejo um sol amarelo
Duas casas e uma igreja
Que parece um castelo.
Quando a chuva bate
Loucamente no telhado
Logo imagino uma orquestra
Fazendo festa no céu.
Sol e lua, amor e magia
São só restos de poesia
Vagando livres no ar
E levando a paz aonde vão...
E as janelas exibem os rostos
Das mulheres da cidade,
Tricotando e fofocando
Dia e noite, noite e dia.
E quando menos se espera
Lá vem Deus, todo sorridente,
Vigiar meu sono e meu sonho
No meu quarto de luar...
E assim eu vou embora
(Não para Pasárgada)
Porque poesia e sonho
Eu encontro em qualquer lugar!
20
16- InfânciaYasmin Freitas-7º 2
Como queria voltar no tempo
De quando eu era criança!
Ter nas mãos aquele dia
Em que ganhei minha primeira boneca!
Era bom acreditar
Que quem deixava presentes
Ao pé da árvore de Natal
Era o Papai Noel...
E quando eu colocava o dente
Debaixo do travesseiro
A moeda que ficava lá
Era da Fada do Dente.
Na infância tudo é magia
Um mundo de conto de fadas.
Por que não criaram a máquina do tempo
Para eu buscar os meus sonhos?
21
17- Escrevendo o amor
Júlio César - 8º 4
Encontrar um amor é parecido com escrever:
No primeiro momento tudo parece perfeito,
Nada de ruim poderá acontecer.
Mas, fazendo uma revisão,
Começam aparecer os defeitos.
Vejamos:
A saudade é um vácuo em seu texto
Que precisa ser preenchido.
O ciúme é interrogação em excesso.
E a coragem de se declarar
É o caça-palavras profundo...
A pontuação são os freios de uma relação
Para não confundir o caminho
E andar sempre nos trilhos
Respeitando a sinalização.
-- Dá-se um tempo—
22
Encontrar um amor verdadeiro
É tão difícil quanto redigir um texto perfeito:
É preciso lapidar como pedra preciosa,
Ter paciência para consertar os erros
E saber amar para vencer as dificuldades.
E nessa busca constante
As reticências têm papel fundamental:
Vão lhe ensinar com o tempo
Que as histórias, mesmo as mais absurdas,
Guardam no fundo da alma
O personagem e o enredo dos seus sonhos.
23
18- Escrever e amar
Ayra Kelen- 8º 1
Escrever é demonstrar emoção
Passando para o papel
O que está guardado no coração
Escolhendo palavras certas
Que transformem seu conhecimento
Em versos de pura dedicação.
Escrever é como escolher um namorado,
Onde tudo acontece suavemente,
Passando de um simples olhar
Para sorrisos e canto de estrelas...
Mas tanto o escrever quanto o amar
Exigem comprometimento
Sabedoria e boas intenções.
Caso contrário, tudo se transforma
Em simples obrigação.
24
19- Amor escrito
Udson-8º 4
O amor é um parágrafo
Onde uma história tem seu começo,
Uma troca de olhares
Entre palavras desconhecidas.
Escrever é um jeito de amar.
Tentar expressar o amor
Juntando mil palavras em uma só.
Amor maior não há
Como esse amor de escrever!
Ou seria descrever?
25
20- Escrever ou amar?
Fillipi- 8º 1
Escrever é igual amar?
Amar é como escrever?
Difícil para os dois lados
Quando não sabemos palavras
Para uma história começar.
Quero aprender escrever
E também aprender amar
Navegando em um barquinho
No mar da ilusão.
Pensando bem
Escrever pode ser um jeito de amar.
E viver um amor
Como será?
26
21- Assim deve ser
Yan Lucas- 8º 4
O ato de encontrar o amor
É como beijar uma flor.
O ato de ser leve como palha
É usar uma camisa de malha.
O ato de usar um sapato bonito
É deslizar em um navio...
O ato de estar na liderança
É sempre ter confiança.
O ato de encontrar um amor
É como escrever um poema
Nas páginas da paixão!
27
22- O mundo o que tem?
Arthur- 7º 1
O mundo tem ricos e pobres,
Muita diferença social.
O mundo podia ser feliz,
Mas, às vezes, é muito triste.
Alguns amam só por amar
Outros ficam devendo isso.
E, na maioria dos casos,
O amor é só por dinheiro.
Tem países, cidades, estados,
Casas, avenidas, bairros e ruas.
E a minha frente tem um quadro
Matemática: a geometria do mundo...
Termos algébricos... Multiplicação...
A me confundir a razão.
Viro a página... Quero deixar de lado
As quatro operações.
Minha cabeça é um amontoado de ideias
Que chego a ficar perdido.
Desisto! Estão me vendendo caro
Um mundo de ilusões!28
23- Escolha
Fernanda Araújo- 8º 3
Para escolher um namorado
É preciso atenção e cuidado...
É como uma escrita
Se não tiver segurança
Vai ficar muito ruim.
Amar e escrever
Sempre andam de mãos dadas.
Querem saber por quê?
Porque é preciso paciência,
Carinho, dedicação e habilidade.
29
24- Vida de gato
Thayme -8º 4
Anda, anda, anda, para!
Respira, corre, brinca!
Cansa, deita, dorme...
Acorda, come e volta!
Ah, como eu queria
Ter essa vida fácil de gato!
30
25- Amor estranho
Marcos- 7º 2
O amor é viver
E sempre crer
Que não dá pra esquecer
A flor que dá prazer...
Se morre a flor
Morre com ela o amor.
Ou será que nunca existiu?
Dilema, doce dilema!
Esse amor estrangeiro,
Vindo de um país distante,
Que fez morada em meu peito
E nem me pediu licença...
31
Um Pouco de Prosa
1- O menino que pintava quadros
(Gabriel- 7º 1)
Oscar, um menino de dez anos, menino de rua, estava passeando com seu cachorro Baby, quando encontrou um pote de tinta velha. Começou a pintar as paredes da cidade. Suas pinturas eram lindas.
Um dia, Oscar fez um coração no muro de uma casa onde morava uma bela garota chamada Anabelle. Sempre olhava essa menina sem que ela percebesse. Era apaixonado por ela.
Quando Anabelle chegou a casa, ficou entusiasmada e começou procurar pelo autor de tão bela obra. O pai dela era um pntor famoso, e possuía em casa um vasto material de artes plásticas.
Depois de muita procura, conseguiu encontrar Oscar. Ficaram amigos. Ele sempre frequentava a casa dela.
Contando com a colaboração do pai, Anabelle deu-lhe tintas e telas para que ele pudesse expressar a arte que trazia no coração.
E Oscar, aproveitando a oportunidade que atravessou seu caminho, cada vez mais foi aperfeiçoando seu talento. Passou a vender os quadros que fazia em uma feirinha do bairro, assim podia ajudar sua mãe no sustento da casa. Deixou de pedir esmolas pelas ruas.
Sua vida foi mudando, graças a uma amizade, sem preconceito,
de alguém que acreditou no seu talento.
32
2- A menina de cabelo embolado
(Bianca- 7º 1)
Em uma tarde ensolarada, na cidade que nunca chovia e, que por coincidência, chamava-se Solirândia, nasceu na maternidade de um pequeno hospital uma garotinha, cujo nome era Maria Cláudia.
Sua pele era escura, e seu cabelinho todinho enrolado. Era amada por toda a família. Era o retrato de uma princesinha.
Quando ela cresceu e foi para a escola, sofreu muito bullying por causa de seu cabelo e da cor de sua pele, mas ela não se importava, ou fingia que não ligava. Havia muitas colegas iguais a ela lá na escola, e ela tinha muitos amigos bons. Ela tinha um apelido: Mariclau, e adorava ser chamada assim.
Certa vez ela teve que mudar de escola. Seus pais foram transferidos de emprego. Era preciso partir para outra cidade, enfrentar outra escola, e encarar outro recomeço. Levaria na sua memória todos os momentos bons, e os de dificuldades também.
Nessa nova escola, a vida também foi difícil. Não se livrou das brincadeiras de mau gosto por causa do cabelo. Mariclau tinha o dom de superar e conquistar as pessoas pelo seu valor e força de menina guerreira. O bullying acabou e, mesmo com a lembrança desses momentos difíceis, porque isso marca muito, ela cresceu, tornou-se psicóloga, e trabalha em um centro de psicologia que ajuda crianças e jovens que sofrem com o preconceito.
33
3- A princesa de Aslan
Alice- 7º 1
Era inverno. Ouviu-se um choro. Não era um choro qualquer, era alto, era glorioso. Ela havia nascido um alívio para seu povo. Não nasceu do homem, não nasceu da mulher. Mas é filha da Terra e do Céu, nasceu porque havia um povo desesperado que necessitava de sua presença. Seu nome era Rhana. Princesa Rhana.
Quando nasceu, foi criada pelos tigres Matheus e Ana. Aos cinco anos já sabia julgar e liderar. Aos dez anos conheceu seu melhor amigo: Jack. Jack Fross. Tinha por ele uma grande paixão.
Quinta feira, 16, dia da Celebração de Aslan, início da primavera. Lá estava ela, com seus longos cabelos brancos, olhos azuis, e lábios cor de cereja, vestindo um longo vestido azul. O povo de Aslan curvou-se diante dela. Iniciou-se a comemoração na praça da natureza. Com seus poderes mágicos, ela fez brotar uma fonte de onde jorravam águas cristalinas. E o povo festejou com cantos e danças ao redor do palácio.
Assim que acabaram as comemorações, ela se recolheu. No seu quarto, a olhar pela janela, imaginava o dia em que seu príncipe chegaria para que pudessem reinar juntos. Ah, Jack! Lembrou-se do dia em que fez quinze anos, e ele a levara para um passeio. Sentaram-se no tapete feito de pétalas de rosas que ele mesmo fizera. Ali ele tocara seu rosto, e surgiu o primeiro beijo. Ele e ela. Jack e Rhana. Ela chorava pela ausência dele, e torcia para que em algum lugar ele sentisse o mesmo por ela.
No dia seguinte, ao acordar, chegou-lhe a notícia de que Laissa, seu oposto, havia devastado o campo de Vestíncia, onde eram feitas todas as roupas do reino. Vendo aquilo, Rhana ficou chocada; era uma cena horrível. Mas Rhana recriou o lugar. Decidiu colocar vigias ao redor de Aslan. Fez um muro de força composta por sua energia, o que era impenetrável.
E foi aí que Laissa voltou. Chegou cavalgando em um cavalo de fogo, criado por ela. Fingindo não saber que estava as terras de Rhana mostrou surpresa:
- Você aqui, rainha? Que saudades! Não lhe vejo há anos...34
Não caio na sua armadilha, Laissa!
- Ora essa! Não quer me receber? Pensei eu quisesse saber do seu amigo!
-O que você fez dessa vez?
-Lembra-se dele? Pois é, agora é meu namorado!
E Laissa se foi... Rhana entrou em fraqueza, seu campo de força se quebrou. Ele, Jack, colaborando com sua inimiga. Impossível!
Assim que o dia amanheceu, chamou Alex, o jovem soldado de sua confiança. Pediu-lhe que tomasse conta do reino. Aproximou- se dele, encostou o seu corpo no corpo dele, transferindo sua energia a ele. Era a primeira vez que alguém a tocava daquele jeito.
Rhana partiria sozinha, porém, Matheus pediu para acompanhá-la. Assim foi feito. Após horas cavalgando, chegaram a um castelo de plantas venenosas. Entraram em um grande salão, onde estavam deitados Laissa e Jack Fross.
Matheus estava do lado dela, o que lhe deu confiança. Rhana se fortaleceu. Laissa revestiu-se de um vermelho, e seus olhos ardiam de raiva. As duas já haviam se confrontado quando crianças. Mas, agora, aos dezoito anos, Rhana estava preparada.
-Eis minha proposta, Rhana, se você conseguir convencer Jack, ele é seu. Caso contrário, você é minha, e morre!
-Eu aceito! Eu morreria por ele quantas vezes necessitasse!
Seguiu até ele, e percebeu que ele estava sob controle mágico, e ela estava sem energia.
-Jack! Sou eu, Rhana, sua melhor amiga! Lembra-se de mim? Nós nos beijamos!
-A única Rhana que eu conheço é a que eu nunca esqueci. E jamais esquecerei!
-Ele não me esqueceu!
Laissa, com raiva, enquanto os dois se abraçavam, pegou toda sua energia maléfica e criou um raio, capaz de matar Rhana e ela. Matheus
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entrou na frente, e caiu sem vida. O castelo começou a desmoronar, e Laissa foi atingida mortalmente.
Jack, ainda fraco, arrastou Rhana para fora do castelo, montaram os cavalos e foram para casa, no reino de Aslan.
Com o tempo, Rhana recuperou sua energia. Ela e Jack se casaram, tiveram uma linda filha: a princesa Melissa. Hoje a paz, a justiça e a felicidade reinam em Aslan, graças à coragem de Rhana.
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