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JONAS R. SANCHES Nas Asas da Poesia 1ª Edição Jonas Rogerio Sanches Catanduva São Paulo Brasil 2012

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JONAS R. SANCHES

Nas Asas da Poesia

1ª Edição

Jonas Rogerio Sanches

Catanduva – São Paulo – Brasil

2012

Jonas R. Sanches

2

D 149p SANCHES, Jonas Rogerio

Nas Asas da Poesia/ Jonas Rogerio Sanches –

Catanduva: Sanches, 2012

ISBN: 978-85-914088-2-5

1.Poesia Brasileira

CDD B 869.1

Nas Asas da Poesia

3

Dedico esta obra aos meus guias espirituais que estão sempre me

dispensando a proteção e instrução necessárias para eu poder

continuar em minha jornada.

Jonas R. Sanches

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Nas Asas da Poesia

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente ao Cósmico que me disponibiliza as

ferramentas necessárias para eu poder manifestar minhas

inspirações, agradeço a todos os poetas e poetisas que me dão força

e me incentivam sempre com a atenção que dispensam a mim,

agradeço a minha família e ao meu eterno amor, Elsy Myriam

Pantoja que está sempre ao meu lado me apoiando, me ensinando e

me fazendo muito feliz.

Jonas R. Sanches

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Nas Asas da Poesia

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Introdução

Amigos Leitores

Este livro reúne uma vasta gama de poesias sobre diversos assuntos,

dentre eles o amor, a esperança, a natureza e a busca espiritual...

Todo o conteúdo foi elaborado com toda a dedicação, amor e

inspiração possíveis.

Espero que apreciem e reflitam sobre cada verso que vocês se

depararão nas próximas páginas, pois esses versos são a minha

maneira de contribuir para um porvir de luz e união entre as pessoas.

Boa leitura e Paz Profunda a todos!

Jonas R. Sanches

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Nas Asas da Poesia

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Índice

Agradecimentos............................................................... 5 Introdução........................................................................7 Índice................................................................................9 Nas Asas da Poesia.........................................................13 Ciclos...............................................................................14 Hipóteses........................................................................15 Espreita...........................................................................16 Destemido.......................................................................17 Eu e a Poesia...................................................................18 Geração de Anjos............................................................19 Sopro de Vida.................................................................20 Nas Entranhas de Ser.....................................................21 Sintonia Perfeita............................................................22 Grandioso Eterno...........................................................23 Noites sem Poesia..........................................................24 Pérolas............................................................................25 Através do Amor............................................................26 Superar...........................................................................27 Peregrino........................................................................28 Velocidade da Luz..........................................................29 Insurreição.....................................................................30 Panacéia..........................................................................31 Movido a Poesia.............................................................32 Sonhos Mensageiros......................................................33 Tarde Chuvosa...............................................................34 Indignação......................................................................35 Humanidade Renascida.................................................36 Pintando Sentimentos....................................................37 Bom Dia a Poesia...........................................................38 Cicatrizes da História.....................................................39 Canções..........................................................................40 Eterno Caminhar............................................................41 Amor Real......................................................................42 Fragmentos....................................................................43 Ieschuah.........................................................................44

Jonas R. Sanches

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Coração...........................................................................45 Nefertiti..........................................................................46 Inquietude......................................................................47 Aurora Sertaneja............................................................48 Escolhas.........................................................................49 Recomeçando.................................................................50 Ano Novo... Amor Eterno...............................................51 Poesia ao Ano Novo.......................................................52 Dissonante......................................................................53 Em Equilíbrio.................................................................54 Resgate da Alma.............................................................55 Poeta Triste....................................................................56 Impávido........................................................................57 Buscando Palavras.........................................................58 Aurora Poética...............................................................59 Arrebol de Saudade.......................................................60 Anjo Profeta....................................................................61 Olhando pra Frente........................................................62 Transpassando a Realidade...........................................63 Sensatez..........................................................................64 Tortuosa Espera.............................................................65 Alma Flamejante............................................................66 Mutações........................................................................67 Um Universo..................................................................68 Viajor..............................................................................69 Morte..............................................................................70 Boas Lembranças............................................................71 Brisas do Pensamento....................................................72 Tantas Coisas..................................................................73 Escala Cromática............................................................74 Necessidades..................................................................75 Poeta...............................................................................76 Singelo Presente.............................................................77 Entrelaçados...................................................................78 Meus Atos.......................................................................79 Levado Pelos Anjos........................................................80 O Que Restou..................................................................81 Sua Falta........................................................................82 Escrevendo.....................................................................83

Nas Asas da Poesia

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Linhas.............................................................................84 Poesia do Amanhecer.....................................................85 Cachorro de Rua............................................................86 Equinócio na Alma.........................................................87 Vago Conteúdo...............................................................88 Poesia nas Estrelas.........................................................89 Florescer........................................................................90 Sem Clichê......................................................................91 Luz da Vida.....................................................................92 Primavera Renascida.....................................................93 Primeiro Passo...............................................................94 O Gato e a Lua................................................................95 Velho Índio.....................................................................96 Os Véus do Conhecimento.............................................97 Profecias.........................................................................98 Dádiva Divina.................................................................99 Faces do Jogo...............................................................100 Amor e Karma...............................................................101 Fadigas.........................................................................102 Contínuo.......................................................................103 Restrições.....................................................................104 Sutil..............................................................................105 Poesia à Machu Pichu..................................................106 Serenidade....................................................................108 Travessias da Evolução................................................109 Transição......................................................................110 Caminhada....................................................................111 Intrépido.......................................................................112 Viagem das Rimas.........................................................113 Porto Seguro.................................................................114 Chama Renovada..........................................................115 Filhos da Eternidade.....................................................116 Solstício.........................................................................117 Venha Vento..................................................................118 Nuvens..........................................................................119 Alquimia.......................................................................120 Presente do Dia dos Namorados..................................121 Poeta em Desalinho......................................................122 Esse Amor.....................................................................123

Jonas R. Sanches

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Um Novo Dia................................................................124 Doce Silêncio................................................................125 Buscador.......................................................................126 Calor do Amor..............................................................127 Tarde Bela.....................................................................128 Depois do Vale..............................................................129 Incansável.....................................................................130 Palavras Secretas..........................................................131 Mãe...............................................................................132 Dança da Vida...............................................................133 Espera...........................................................................134 Veredas.........................................................................135 Ventos da Alma............................................................136 Povo Nobre...................................................................137 Olhar no Horizonte......................................................138 Limiar...........................................................................139 Amigável.......................................................................140 Seu Perfume..................................................................141 Meus Prazeres..............................................................142 Meu Rito.......................................................................143 Presente do Destino.....................................................144 Tempos Novos... Velhos Caminhos..............................145 Uma Cura......................................................................146 Amor Afinado...............................................................147 O Tempo.......................................................................148

Nas Asas da Poesia

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Nas Asas da Poesia

Nas asas da poesia apoiei-me Deixei-me plainar pela imensidão

Em suas penas cintilantes banhei-me Lavando o corpo, a alma e o coração

Com as asas da poesia voei

Pelos céus límpidos da minha mente Os mais belos versos, ali encontrei Num jardim de cósmicas sementes

Voe junto aos meus pensamentos poesia

E não se amedronte diante do infinito Com suas asas viaje por noites e dias E descreva o que ha de mais bonito

Por onde passar espalhe o amor

Em rimas de luz e esperança Leve contigo todo o esplendor

E nunca se apague das minhas lembranças

Jonas R. Sanches

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Ciclos

Todas aquelas flores murcharam No sol escaldante do verão

Mas novos botões se manifestaram Dando seqüência a criação

Todos os ventos já cessaram

Mas deixaram folhas pelo chão Árvores que a pouco se envergaram

Agora impávidas se levantam aos céus

Todas as estrelas que brilharam Adormeceram com a chegada da manhã

Restou apenas esse cenário E a doce voz de Iansã

Também restou o meu amor por você

Que inquebrantável segue forte Aspirações e sonhos do meu viver Que superam até a dança da morte

Nas Asas da Poesia

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Hipóteses

Vasculhei a mente de infinitos pensamentos Encontrei ali indescritíveis sentimentos Uns escondidos e outros em arrebento

Guardei alguns no coração e livrei-me do tormento

Vasculhei também o livro das possibilidades Onde registro os meus sonhos desde tenra idade

Encontrei ali uma vasta gama de amizades E também muitos caminhos repletos de felicidade

Para eu poder contar detalhada essa empreitada

Só escrevendo poesias até alta madrugada Mas faltarão palavras de teor e vivacidade

Pois meus versos são escritos com minha simplicidade

Jonas R. Sanches

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Espreita

Senti a morte espreitando Revirando-se junto a mim no lençol

Foi um sonho ou real? Acordei me sentindo mal

Não que tema a morte de repente

Mas temo o sofrimento alheio Mas será que iriam notar?

Logo não precisariam mais lembrar

Ficaria a alguns saudade Mas isso é passageiro

O tempo cura com a idade Restariam só os olhos vermelhos

Mas continuo aqui inteiro

Tudo não passou de devaneio Pois a morte é a mim gentil E a vida em meu ser luziu

Nas Asas da Poesia

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Destemido

Tudo se elevando diante a dor Que forja o espírito em ascensão

Como uma esfinge na mente do buscador E o mercúrio no cadinho do seu coração

Em cada tombo nessa escalada Levanta-se com mais coragem

Desconhece a distância da caminhada Mas vê sua alma no espelho refletida

Pois há muito tempo tem aprendido E mesmo assim ainda não sabe nada

Mas tem a garra dos destemidos E uma aura grande e iluminada

Jonas R. Sanches

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Eu e a Poesia

O que eu seria sem tu poesia? Que me acompanha na tristeza e na alegria Que me dá abrigo nas nevascas da sensação

E embala meus sonhos em realização

O que seria eu então? Seria estrela sem brilho sem você Uma noite eterna sem amanhecer

Ou caminhada no deserto sem anoitecer

Poesia serena encante minha pena Dirijam minha mente... Seja meu emblema

Poesia de amor perfume minha dor Me leve até ela... À vida dê cor

Faça morada em minh’alma poesia Acompanhe-me por noites e dias

E seja bela e terna em manifestação Para que meus dizeres toquem o coração

Nas Asas da Poesia

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Geração de Anjos

A nova luz do mundo são nossas crianças Vejo em seus olhos uma nova esperança

Bondade suprema em seus corações O grande futuro de todas as nações

Devemos cuidar, amar e educar

As pequenas sementes de um mundo melhor Ensinando-as a natureza preservar

E aos seus semelhantes sempre respeitar

Senão toda luta pela liberdade Será uma utopia criada em vão

Todas as batalhas pela igualdade Nos rastros da história se perderão

São anjos e estrelas... A benção dos homens

Das almas luzentes... Nova geração Pequenos salvadores enviados a nós

Para dar continuidade a nossa missão

Jonas R. Sanches

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Sopro de Vida

A pluralidade da vida Refletida nas cores e no suspiro De um corpo cansado no leito Respiração final de um peito

Despido de arrependimentos Descansará o espírito eterno

Ansioso por renovar-se E vestir-se de luz e alvura

A pluralidade da vida

Dispersa em cada caule seivoso Em cada pétala perfumada

Onde habita o perfeito e o belo

Guardado na semente os genes Do sublime... Do perene

Enterrado no seio fértil da terra Aguardando o sopro divino

Nas Asas da Poesia

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Nas Entranhas do Ser

Das entranhas do meu ser invoco a luz Que às vezes se ofusca diante as trevas do mundo

Mas que permanece acesa constantemente Mesmo que a iluminar somente o coração

Das entranhas do meu ser invoco a paz

Que às vezes se estremece diante os problemas Mas que reina eterna em minha vida

Mesmo que seja no momento de oração

Das entranhas do universo invoco o saber Que às vezes é grande diante minha ignorância

Mas é o archote a guiar meus passos E o alicerce de toda minha senda

Das entranhas do meu coração invoco o amor Que sinto pela mulher que me foi destinada

Um amor puro que me encoraja A continuar a lutar pela felicidade

Jonas R. Sanches

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Sintonia Perfeita

Manhã de segunda-feira e o poeta inicia A semana alegremente, compondo poesia Pois a vida é para ser vivida intensamente

A tristeza e a solidão são criações da mente

Falo isso por que mesmo você estando distante No meu peito cresce esse amor a cada instante

Alimentando de esperança todo meu ser Mostrando ao coração que é a razão do meu viver

Sei que está comigo em sua essência Do mesmo modo que estou contigo

Nossas almas sintonizadas Tendo o universo como abrigo

Nas Asas da Poesia

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Grandioso Eterno

Por detrás daquele pôr do sol Sei que há uma força maior

Que vai além da compreensão Que marca o ritmo da evolução

Cósmico ou Deus são alguns de seus nomes

De perfeição inigualável é o seu verbo De onde o equilíbrio se faz visível

Mesmo agindo de maneira invisível

Belezas e pinturas vivas criadas a todo instante A vida, a morte e o sorriso sincero As águas límpidas de uma cascata

E o movimento do mar carregando a fragata

Essência pura e semente das almas Esculpindo galáxias na imensidão

Enfeitando de estrelas a noite dos apaixonados Dando força aos homens cumprirem sua missão

Jonas R. Sanches

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Noites Sem Poesia

Nas noites sem poesia Não brilham estrelas no céu

Não ouço a música dos ventos E a lua tímida deixa saudade

Nas noites sem poesia

Não ha sonhos em meu sono Os coiotes não uivam na colina

Se escondendo em meio à neblina

Nas noites sem poesia Não ha mais noite

Somente um breu trevoso Onde o coração fica temeroso

Por isso guardo poesias no meu baú Para não faltar luz em minha vida

E ter amor transbordando para você Junto às estrelas até amanhecer

E novamente já não ha mais noite

Pois o sol raiou repleto de calor e letras Despertando o voo delicado da borboleta E germinando os novos botões poéticos

Nas Asas da Poesia

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Pérolas

Pérolas e espinhos pelo caminho D’onde arranco risos e lágrimas Jóias raras em um pergaminho

A desvendar-se num copo de vinho

Pérolas e pássaros embriagados De um licor de vida longa

Amores distantes sempre ligados Numa sinfonia... Emaranhados

Pérolas e sangue nas mãos do rei Que desvaneceu em sua ganância Ideais escassos de perseverança De uma palidez sem esperança

Pérolas de luz em meu coração Refratadas no prisma incolor

Levadas pelos ventos noroeste Até os lábios do meu amor

Jonas R. Sanches

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Através do Amor

Através do amor cresci Saí do berço aonde nasci

Para encontrar-te e ser feliz Tu és a minha força motriz

Através do astral caminhei

Em sua direção mirei Para segurar a sua mão E te dar meu coração

Através da luz voei Pra estrelas te levei

Mostrando-te a minha alma E essa sensação que me acalma

Através das letras criei Para você essa poesia Sabendo que vencerei

Até as forças mais sombrias

Para estar sempre contigo Tornei-me dos anjos grande amigo Que ao nosso amor dão proteção

Abençoando a nossa união

Nas Asas da Poesia

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Superar

Sim a dor

eu venci

Fui calei

meditei

Por querer superar

O

medo que senti

Jonas R. Sanches

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Peregrino

Sou peregrino e de bagagem Carrego a pena e a caderneta

À tarde paro na estalagem Pra dispersar as minhas letras

Sou peregrino e poeta

Minha vontade é minha coragem O pensamento é a flecha A indicar minha viagem

Sou peregrino incansável

Caminho as vias da existência Meu coração sempre implacável

Ensina-me a paciência

Sou peregrino apaixonado Elevo o nome dela aos astros Juntos andamos pela areia

Ondas apagam os nossos rastros

Nas Asas da Poesia

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Velocidade da Luz

O pensamento que na mente reluz Distorcendo a percepção comum Levando-nos a velocidade da luz

Concepção do superior que conduz

Viagens repletas de contemplação Cosmicamente anexadas na alma

Cristais que refletem longínquas recordações E nos carregam ao zênite da calma

Movimentos em um simples segundo de vida

Registrado nos diários da eternidade Movimentando o éter que permeia tudo

Dando formas aos devaneios mudos

Jonas R. Sanches

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Insurreição

Decretos incorretos comandando as ações Frutos de movimentos em prol de destruições

E aonde se refugiará a população? Nesse declínio que se espalha de nação em nação

Futuros brilhantes comprometidos por essa pobreza Aonde o homem honesto tem medo de sua grandeza

E onde fica o lugar da honra e do brio? Escondidos pelo insano e cruel sistema

A coragem é a arma do renascimento

Munidos de amor próprio, vontade e sentimento Movimento imbatível do desenvolvimento

Erga a cabeça e siga em frente... Abandone seus lamentos

Nas Asas da Poesia

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Panacéia

Panacéia curandeira mitológica De Asclépio herdou sua sabedoria

Deusa da cura de reputação histórica A medicina trouxe curas e melodias

Neta de Apolo teve por irmã Hígia

Figura amada foi citada por Hipócrates Em juramento dito até nossos dias

Cure minhas chagas e me liberte da agonia

Seja eterna a lembrança do teu nome E inspiração para os doutores atuais

Que a compaixão e o amor pelo ser vivo Liberte os homens e também os animais

Jonas R. Sanches

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Movido a Poesia

Enxergo os versos em qualquer canto Na flor, na cor e até no pranto

A poesia que voa igual passarinho Letras enroscadas na roda do moinho

Malabarismo de rimas e encantamentos

Palhaçadas no circo dos inventos Redemoinhos de cordéis ao vento

Todos repletos de poéticos sentimentos

Palavreados de muitas culturas Desde o nordeste ao sul do Brasil

Estrofes de rara formosura Todas misturadas ao olor primaveril

Nas Asas da Poesia

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Sonhos Mensageiros

Manhã estranha de sensações Desperto de sonhos épicos Aonde fui rei de uma nação

E vivi entre os povos helênicos

Travei batalhas pela coroa E dei a vida pelo grande amor

Que pra alegria do meu coração Era você Violeta Flor

Fui transportado de um sonho a outro

E deparei-me agora entre ciganos Aonde novamente lutas ferrenhas

Foram necessárias para meus planos

Lutei com reis e saqueadores Para proteger-te minha querida

Mais os ferimentos trouxeram dores E padeci em mãos assassinas

Como uma sina ou recordações

Entre piratas conheci nações Em uma busca que teve parada

Quando te reencontrei oh minha amada

Foram três sonhos bem diferentes Mas em todos eles a mesmo recado Dizendo que para eu viver contente Somente estando vivo ao seu lado

Jonas R. Sanches

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Tarde Chuvosa

Entre dores e sorrisos Grandes amores e corações partidos Momentos bons e às vezes insanos

A vida passa deixando de herança os anos

Saudade aumenta nesses dias chuvosos Nessa espera que parece interminável

Tardes onde o coração fica choroso E o pensamento que vaga insaciável

Nas minhas lembranças o calor dos seus abraços

Lá nas estrelas está escrito os nossos passos Como o universo são eternos os nossos laços

Nossas histórias que em unidade se entrelaçam

Nas Asas da Poesia

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Indignação

O céu em nuances de cinza As plantações castigadas pelo vento

Solo encharcado e a chuva que não cessa Vidas ceifadas e um grito de tormento

Infelizmente todo ano se repete

Cheia dos rios degradados pelo homem A natureza manifesta-se de repente

Castigando a nossa linda e nobre gente

E lá sentados em palácio e regalias Alto escalão fica de braços cruzados

Como é que pode os governantes nesses dias Só se importarem em ter riquezas em demasia

Enquanto isso as verbas da reconstrução Acham guarida bem no bolso do ladrão

Eu me revolto vendo tanta injustiça Pois certamente isso é caso de polícia

O meu respeito deixo as vitimas cariocas

E aos mineiros minha humilde oração Povo aguerrido acostumado ao sofrimento

Que a braço forte construiu essa nação

Jonas R. Sanches

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Humanidade Renascida

Percebo a alma do mundo manifestar-se Nutrindo e lapidando os seres

Demonstrando verdades pessoais e únicas Destrancando as fechaduras da vida

Olhe-se e veja o amor que o habita

Deixe sua alma direcionar-te E fundir-se a alma do mundo

E juntos viverem nessa mônada universal

Mas já é novamente hora de acordar E as aspirações se renovaram

Novos passos e novas sensações Com os olhos livres das ilusões

O caos cessou e reinou o equilíbrio

Dentro desse silêncio contínuo E os homens tornaram-se um É o início de um novo katún

Nas Asas da Poesia

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Pintando Sentimentos

Vou colorir os pensamentos com aquarela Misturando as cores... Criando os tons

Surgirá em minha mente uma nova tela Com o formato exato das sensações

Tentarei dar forma aos sentimentos

O carvão e a sombra misturados no papel Pintarei com a alma dos elementos

De ponto de fuga utilizarei o céu

Misturarei o meu sangue com as águas do mar Criando a tinta com a minha assinatura

Pra pintar em meus versos as formas de amar Demonstrando o sublime sem conjecturas

Jonas R. Sanches

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Bom Dia a Poesia

Bom dia ao sol e a poesia Casal perfeito ao raiar do dia

Bom dia as flores que colhi na madrugada Presente da natureza para minha namorada

Bom dia aos passarinhos a cantar na laranjeira E aos pequenos animais a beber da cachoeira

Mais um dia que desperto para a vida preparado Seria belo e perfeito se estivesse ao seu lado

Encho de ar os meus pulmões

Sentindo o frescor dessa manhã Com esperança enfeito os sonhos

Temperados com hortelã

Bom dia as formiguinhas a trafegar na minha janela Se puderem levem meus versos carinhosos para ela

Cada palavra aqui escrita possui sua própria cor Cada fibra do meu ser vibra pelo meu amor

Nas Asas da Poesia

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Cicatrizes da História

Nas guerras histórias escritas Com o sangue dos inocentes

Nas ruínas dos tempos antigos Épocas gravadas em símbolos

Muita coisa foi testemunhada

Registrada e reproduzida Pelos inventos modernos

Que evoluíram com a tecnologia

Mesmo assim como que um karma Os combates espalham a fome

O inimigo ostenta sua arma E a ganância deflagra o homem

Sonho com o dia final

Dessas regras mal distribuídas Um dia que brilhará o sorriso

E a desigualdade estará de partida

Jonas R. Sanches

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Canções

Embalado por canções antigas Ou simplesmente por uma cantiga

Recordo infâncias entre outras vidas E as manhãs com suas cores lindas

As melodias guardam sentimentos Vivenciados em breves momentos

Que são levados às musicas dos ventos Intercalados entre tristeza e contento

Até os sinos com seu badalar

Nas procissões marcam o caminhar Acompanhando as harpas dos anjos

Ou completando o alegre som do banjo

E nas guitarras notas distorcidas No futebol as vozes das torcidas

Nos livros raros notas escondidas Que desvendei só para minha querida

Nas Asas da Poesia

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Eterno Caminhar

Procuro por uma paz transcendente Sei que ela habita os recônditos da mente

Mas o caminho a percorrer é árduo Nessa busca que não é intermitente

Procuro a chave das minhas memórias Juntando os fragmentos de minh’alma

Medito os passos dados minuciosamente Para não me surpreender com os obstáculos à frente

Procuro explicações com o Divino

Às vezes numa espera tortuosa Mas as respostas chegam ao seu tempo Sendo-me trazidas por lufadas de vento

Procuro entender-me para explicar-me

Em poesias bucólicas elucidar-me Conquistando em cada breve pensamento

Uma fagulha de luz e discernimento

Procuro o equilíbrio entre a vida e a morte Libertando-me do sofrimento das perdas Interagindo em corpo e alma com o Todo Galgando degraus de existências inteiras

Jonas R. Sanches

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Amor Real

Tenho guardado nossos momentos A sete chaves no baú do coração Nossos sorrisos e entendimento

Pura sintonia nossa interação

Uma grande mulher em minha vida Que me mostrou o que é felicidade

Sublime amor em meu peito fez guarida Uma relação real de cumplicidade

Sou grato ao Cósmico por tão belo presente

Sou grato a ela por ter me encontrado Minh’alma gêmea o meu ser assim pressente Eternamente meu amor a você será dedicado

Nas Asas da Poesia

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Fragmentos

Mergulhado nesse mar de fragmentos De mistérios, amor e conhecimento Banhando-me nas águas diáfanas

Proferindo contra o mal o meu anátema

Fortalecendo essa vontade parca Que impede de deixar minha marca

Também não quero me tornar um monarca Quero reinar somente sobre meu ser

Assim poderei caminhar com alegria

Tendo você meu grande amor de companhia Viver o agora sem mais lamentos e agonias

Fundindo-me a você... Abandonando essa vida arredia

Jonas R. Sanches

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Ieschuah

Sinto um calafrio percorrer-me a espinha Percebo a presença da espiritualidade

Um longo zumbido bem ao pé do ouvido Tirando meu ser dessa realidade

Pergunto o motivo de ilustre visita

De pronto a resposta... Temos uma mensagem Pegue sua pena e escreva o que digo Falarei do amor pela humanidade

De um ser que se vestiu de carne e osso Pra humilde caminhar entre os povos

Deixando palavras de sabedoria Que são sempre lembradas até esses dias

O Filho de Deus, o profeta ou messias

Ficou conhecido como Ieschuah Deixou um legado de amor e bondade

Jesus e os mistérios da eternidade

Nas Asas da Poesia

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Coração

Um coração que pulsa incessante Alimentando os caudalosos rios da vida Que fluem com suas águas cintilantes

Fazendo dos homens sua guarida

Um coração colecionador De pequenos momentos de felicidade

A maioria deles juntos com você A maior razão do meu viver

Um coração que ama viver

Que palpita e sorri quando te vê Coração que se dilacera de saudade

Órgão que me dá sensibilidade

Esse é o meu coração Que indica por onde tenho que caminhar

Mostrou-me o verdadeiro amar Somente com você ele deseja estar

Jonas R. Sanches

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Nefertiti

De origens misteriosas no Egito surgiu Uma rainha de beleza estonteante

Que no coração do faraó o amor infringiu E uma história gloriosa dessa união floriu

Seus nomes são Nefertiti e Akhenaton

Honraram com uma cidade o grande Aton Nova capital foi denominada Akhetaton

Amarna foi conhecida como O horizonte de Aton

Nefertiti foi a mãe de seis filhas do faraó Meritaton e Meketaton

Ankhesenpaaton e Neferneferuaton Também Neferneferuré e Setepenré

Após a morte de seu marido

Por todo Egito ela reinou Para Ankhetkheperuré Semenkharé

O seu nome ela transmutou

Da sua história ficaram lendas E o seu busto foi encontrado

Dos seus caprichos restaram às ruínas Legado de uma rainha e o seu rei amado

Nas Asas da Poesia

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Inquietude

Inquietude em minh’alma E nos pássaros na janela

Até as abelhas lá na palma E a chama lá na vela

Tento entender esse tormento Essa minha falta de contento

Vou ao meu âmago questionar Pergunto ao vento, ao sol e ao mar

Eles me dizem isso é saudade Dos doces dias de companhia

Pois quando se ama de verdade Segundos tornam-se eternidades

Então reflito que realmente

Essa distância que me deprime Pois quando estou presente ao seu lado

A nossa luz torna-se sublime

Jonas R. Sanches

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Aurora Sertaneja

Acordei na manhã com os pássaros Bem-te-vi puxando a sinfonia Beija-flor em voo pra enfeitar

O céu azul em um dueto com a andorinha

Os pardais inquietos gorjeando As maritacas em algazarra festejando

Bênçãos divinas... Reino de supremacia Mãe natureza iluminando o meu dia

Lá na mangueira o sabiá da o ar da graça

Em melodias transcendentes em perfeição A coleirinha acompanha e da o ritmo

E o pica-pau é o rei da percussão

O sol revela-me as cores entre as folhas Galo de campina em seus tons de rara beleza O tié-sangue espalhando suas notas rubras

Pra colorir essa aurora sertaneja

Nas Asas da Poesia

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Escolhas

Estou cansado de bandeiras e fronteiras Separando as raças da humanidade

Tantas insígnias e estandartes Artifícios que semeiam a maldade

Estou cansado de tanta desigualdade Desunião e covardias se espalhando

Vamos gritar pelos direitos de igualdade E dar valor a esperança e amizade

Trabalharei de sol a sol com as palavras Espalharei uma mensagem de bondade

Mas a escolha dos caminhos a seguir Será você em sua individualidade

Jonas R. Sanches

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Recomeçando

Bom começar o ano com poesia mágica E também com determinação

Colocando todos os planos em prática Com certeza de realização

Bom começar o ano sorrindo

Indo em frente... Saltando os obstáculos Sendo feliz nesse universo infindo

Manifestando-se com seu vernáculo

Bom começar o ano sabendo Que um verdadeiro amor espera-te

Com coração rubro e enaltecido Felicidade é ter você comigo

Vou caminhando e plantando sementes

Para colher os frutos da jornada Dedicar-te-ei o meu amor pra sempre

Violeta Flor tu és a minha amada

Nas Asas da Poesia

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Ano Novo... Amor Eterno

Momento primeiro perfeito Do ano que se inicia

Sua voz mesmo ao telefone Inspira-me bela poesia

Um amor que rompe barreiras

Dois seres unificados Dois sóis ao raiar do dia

Amantes e aliados

Dois seres que de saudade Buscam-se em sono profundo

Onde se encontram em sintonia E juntos fundem-se ao mundo

Amo-te e sei que me ama

Fortalecemo-nos com esse amor Que caminha na eternidade

Rumando à felicidade

Jonas R. Sanches

52

Poesia ao Ano Novo

Para o ano que se inicia Alimento a minha esperança De espalhar minhas poesias

Ou voltar a ser criança

Também disperso em versos essa oração Que nasce em meu coração

Onde peço um mundo pacífico Repleto de amor e união

Que a fome seja extirpada

E brilhe a luz nessa escuridão Que a mãe terra seja mais respeitada

E os inimigos sejam novamente irmãos

Um sonho distante de um mundo perfeito Onde os males sejam rarefeitos

A bondade seja a maior lei E a caridade o maior conceito

Deixo um feliz ano novo

Pedindo ao Cósmico proteção Aos Anjos peço os conselhos E bênçãos aos meus irmãos

Nas Asas da Poesia

53

Dissonante

Tenho como sagrado A minha alma e minha pena

A alma eternizada E a pena sempre ao meu lado

Dos risos copio as cores Do mundo o sofrimento

Transcrevendo em poesias Os corações e seus tormentos

Sinto a mão que me protege

Direcionando minhas palavras Sei que é tu meu benfazejo

Sagrado anjo da guarda

E no meu peito o amor é vivo No pensamento a sua presença

A sintonia que eu preciso Estou contigo mesmo em ausência

Jonas R. Sanches

54

Em Equilíbrio

Perfeição da natureza Demonstrada nos detalhes Cada qual com sua beleza Cada flor em seu entalhe

Luz e trevas de mãos atadas Em equilíbrio ordem e caos Forças cósmicas são aliadas Primeira estrela no arrebol

Forças supremas em atividade

Emancipando a vida pelo universo Um grito da voz da verdade

E o verbo se faz incontroverso

Na sua paz o poeta contempla Todas as letras da criação

No seu microcosmo ele enfrenta Momentos de introspecção

Nas Asas da Poesia

55

Resgate da Alma

Se escolhi já não recordo As agruras dessa existência

Mas acredito ter valor O sofrimento e a penitência

Combaterei o bom combate

Contra meus medos mais profundos Meu coração vivo e escarlate

Que ama as provas deste mundo

Renascerei se for preciso Pra resgatar as minhas dívidas

No meu destino indeciso Minha vontade é muito vívida

Jonas R. Sanches

56

Poeta Triste

Poeta triste ao pôr do sol Confusas luzes no arrebol

Coração triste e calado Lágrimas em meu lençol

A distância do amor

Somente me faz sofrer No peito reina a dor

Saudade de te ver

Sou nada este momento Palavras jogo ao vento

Homem dilacerado Momento de tormento

Espólios dessa vida

Batalhas dos sentimentos O que eu mais queria

É seu abraço e meu alento

Nas Asas da Poesia

57

Impávido

Impávido caminhante solitário Que enfrenta as provas com brocardo

Para tornar-se da luz um emissário E soar os sinos lá do campanário

Sua cruz carrega com ufania

Sem se queixar da dor e da clausura Seu coração zela uma epifania

E seu olhar ostenta brilho e doçura

Grande missão que com grande alegria Ele registra em forma de poesia

Tendo a certeza de que vai valer à pena Pois fez da paz seu galardão e seu emblema

Jonas R. Sanches

58

Buscando Palavras

Onde está a inspiração? Olho o céu repleto de estrelas

Sinto o olor da flor E o palpitar do meu coração

Traga-me de volta as palavras vento

Não carregue meu alento Balbucie rimas no meu ouvido

Renove minha alma de destemido

Traga também em sua leveza O canto distante do rouxinol

Das delicadas borboletas eu quero a beleza E a lua brilhante como um farol

Só assim encontrarei novamente

Os minutos de luz que chegam de repente As palavras corretas que colorem as rimas Sendas de um poeta que nunca desanima

Nas Asas da Poesia

59

Aurora Poética

Vejo o sol surgir na aurora E pelo mar espalhar seu brilho

O seu vívido calor vem sem demora E toca a delicada pétala do lírio

Astro rei de beleza estonteante

Que aquece a alma do solitário poeta Ilumine o amor que se encontra tão distante Levando a ela minha poesia que é discreta

Sol encorpado em mil tons de amarelo

E a brisa morna que sussurra em meu ouvido Levem pra ela o que eu tenho de mais belo

Então me traga o seu beijo que preciso

É nas manhãs que o coração bate calado E os pensamentos a buscam pelo infinito

Meu sentimento guardo a ela com cuidado Pois esse amor é do universo o mais bonito

Jonas R. Sanches

60

Arrebol de Saudade

À poesia inspira-me o arrebol Em suas cores mágicas... Travessias Encanto misto de laranja... No atol

Marcando o fim de mais um dia

A brisa fresca no meu rosto Anunciando o vento minuano

À noite chegando a contragosto Magia das luzes vai se apagando

Mais um crepúsculo a beira-mar Nos pensamentos somente a ti

Saudade viva a me torturar Minh’alma deixa até de sorrir

Nas Asas da Poesia

61

Anjo Profeta

Aquele anjo profeta Novamente em meus sonhos Anunciando em suas letras

Poesias para o futuro

Falou de rimas de Deus Compondo a criação

De um sol que explodiu em trovas Espalhando a inspiração

Mostrou-me a pena da vida Que tênue carrega a morte

E numa ação evasiva Deixou-me a minha sorte

Jonas R. Sanches

62

Olhando pra Frente

Dos pensamentos mais abstratos Surgem idéias e clarividência Do eu mais intimo e profundo

Nasce nos atos amor e clemência

Buscas através do mistério de ser Morada de paz e de revelação

Busco nas entranhas tentar entender Todo movimento pleno de viver

Quebrei a ampulheta e esqueci-me do tempo

Que resta pra alma compreender De onde ela veio e pra onde caminha Eterna existência para amadurecer

Delicada é a linha entre o certo e o errado

Falhamos nas coisas que temos que aprender Por isso se caio levanto e persisto

Assim reconheço o porquê que eu existo

Nas Asas da Poesia

63

Transpassando a Realidade

Pra transcrever meu sentir Quebrarei suas regras

Pois vou além do existir Fundindo-me as estrelas

Minhas verdades egoísticas

São mostradas em doutrinas De forma ritualística Alquimia das rimas

Bem pra lá desses véus

Que me ocultam mistérios Pelas nuvens no céu Como cego eu tateio

Santo graal de um poeta

Liberdade suprema Imortal em suas letras

Transportando o seu lema

E depois da passagem Restarão seus rabiscos Na morte reencontro União com o infinito

Jonas R. Sanches

64

Sensatez

Sensatos pensamentos Que rondam minha mente

Nessa eterna busca por entendimento Nesse longo karma em procedimento

Sensatos atos que causam-me tédio

Acho as vezes que a loucura é o remédio Pra convivência nesse mundo insano

Onde já não se pode mais fazer planos

Sensatez, insensatez e conflitos Internos, externos, surgidos no âmago

De um ser vibrante em busca de liberdade Caminhando só nesse labirinto de possibilidades

Sua esperança é um sol que já brilhou Mas hoje eclipsado turvou sua visão

O próximo passo... Um abismo ou o chão? O último som foi do seu coração

Nas Asas da Poesia

65

Tortuosa Espera

Tão triste como a chegada do outono Foram os últimos fins de tarde Nas noites já não existe o sono

Sinto apenas falta de minha metade

Os pensamentos levam-me somente a você Minha alma gélida buscando seu afago Sem seu abraço já não posso adormecer

Todo meu ser sente-se dilacerado

O meu consolo é saber que mesmo longe Estamos ligados por força inquebrantável

O sorriso em meu rosto discreto se esconde O meu semblante torna-se menos amável

Resta-me lembrar sua presença ao meu lado

Vivo em meu peito crepita o amor Coração que espera em ritmo alterado

Estar junto de ti minha Violeta Flor

Jonas R. Sanches

66

Alma Flamejante

Despertei do sono oculto E mergulhei no fogo do sol

Perseguindo de perto aquele vulto Que se escondia em meu lençol

Tornei-me forte e invulnerável

Meu eu divino despertou Numa velocidade insuperável

Minha vontade ressucitou

Senti-me desperto e fragmentado Mas consciente e esclarecido O meu corpo foi dilacerado

Restando somente meu espírito

Assim fundi-me ao universo Tornei-me luz do infinito

Livrei-me do escuro perverso O que deixei foi esse escrito

Nas Asas da Poesia

67

Mutações

Quem sou eu realmente? Ou o que? Somente isso eu sou Essa centelha de luz que vaga

Nessa longa jornada em meio à escuridão

E você meu amigo? Caminhará junto de mim?

Trilhando por essa via de duas mãos Determinando o próximo passo

Seja o que for ou o que foi

Continuarei minha jornada Tenho a perfeita companhia ao lado

Um grande amor... Incomparável

E por onde quer que eu ande Minha luz estará brilhando

Em uma palavra de conforto Ou somente em meu olhar

Tudo é passageiro... Mutações

Mas mesmo assim é eterno O amor, a transformação e a vida

Momentos doloridos... Ou um simples sorriso

Jonas R. Sanches

68

Um Universo

Um universo que de tão belo é tenebroso Com sua música de equilíbrio majestoso

Ecoada num vazio pelos quadrantes Preenchendo tudo nesse acorde flamejante

Um universo infinito e insondável

Onde se encontram retidos meus pensamentos Entre estrelas de grandeza incalculável

Nessa ciranda de ritmo inabalável

A compreensão de tudo isso é muito vaga Pra nossa mente de força tão limitada Mas para a alma é apenas um começo

Da descoberta das verdades emaranhadas

Um universo... Macrocosmos de um poeta Onde habitam os seus sonhos mais secretos

Eterno e denso movimento criadouro De luz e trevas... Ou então de amor repleto

Nas Asas da Poesia

69

Viajor

Mil cores e flores, um rastro de amor Esse é o meu caminho imune a dor

Estranhos momentos que ouso transpor Rascunhos escritos por um trovador

Num vôo alegórico nessa via de luz

Decolo com minhas asas flamejantes Minh’alma liberta que um anjo conduz

Entre sóis e estrelas tão inebriantes

Igual ao viajor do tempo e espaço Por eras remotas construindo laços

Deixando na história minhas marcas eternas Gravadas nas rochas dentro das cavernas

Jonas R. Sanches

70

Morte

Quem és tu Senhora Morte? É meu revés ou minha sorte? Mais um mistério a desvelar

Mesmo que contigo eu não me importe

Quem és tu Sinistra Morte? É o real ou o imaginário?

Pra alguns é cruel... Pra outros é hilário Matas somente o refratário

És tu que causas muitas dores

É o motivo de vários dissabores Mas mesmo assim me causa encanto Sempre me guardando em seu manto

Não me preparo para o nosso encontro

Pois vai tirar-me somente o corpo Proporcionando-me até conforto Pois em liberdade plena viverei

Nas Asas da Poesia

71

Boas Lembranças

Vejo hoje aqueles campos E lembro-me dos velhos tempos Onde eu desconhecia o pranto E passava as noites ao relento

Já não há mais aquela ponte D’onde saltávamos no riacho

Vidas que passam em um instante Boas lembranças e um abraço

Ali plantei uma semente

Deixando a marca de uma história Dela nasceu ipê frondoso

Vestindo um manto majestoso

Quem dera tivesse a chance De reviver tão bons momentos

Saudade viva em meu semblante Eons levados aos sete ventos

Jonas R. Sanches

72

Brisas do Pensamento

Na brisa fresca da manhã Abraço o sol... Contemplo o mundo Não tenho planos para o amanhã

Vivo somente esse segundo

Presente é o tempo em que eu existo Cuido meus passos e não hesito

Se eu cair... Levanto e insisto Se escrever errado eu passo um risco

Do que passou tirei lições

Com fé eu cumpro minhas missões Num bosque verde e perfumado Vou pra compor minhas canções

Tantas riquezas nessa vida O amor, a flor e a ventania

Tanta alegria em minha alma Em renascer pra um novo dia

Nas Asas da Poesia

73

Tantas Coisas

Tantas coisas pra falar em poesia O dia, a noite, a vida e a energia

Mas há momentos que me falta inspiração Então procuro escutar meu coração

Falar de amor embeleza os meus versos

Mas as palavras escorregam de minhas mãos Se espalhando às vezes desordenadas

Formando frases escondidas pelo chão

Mas o poeta possui a pena da criação E da desordem ele anuncia a perfeição

Em sua alma ele vê além do destino Enxuga o pranto e deixas versos a serem lidos

Jonas R. Sanches

74

Escala Cromática

Muitos mistérios entrelaçados Entre a noite e o poeta

Entrecortados pelos acordes Do violão de um velho asceta

Palavras vagas que descrevem

O som das notas proibidas Na escala onde nascem anjos

Onde o poeta se eterniza

E na floresta reverberam O som dos passos de um mago

Que em harmonia ao som do mundo Com a natureza troca afagos

Mas o poeta tão distante Sendo levado à melodia

Reflete a noite em seu semblante Pra comungar com o novo dia

Nas Asas da Poesia

75

Necessidades

Nessas veredas eu conto os passos Que me levaram até você

Minh’alma viaja até o espaço Para consciência se esclarecer

Ao fim das tardes sinto saudade Da sua presença e cumplicidade

Nas madrugadas a solidão Faz sua morada no meu coração

Mas tudo isso passará

É a forja de nossos laços Nesse planeta onde sou passageiro Qualquer obstáculo eu ultrapasso

Aguarde então minha chegada

Está próximo o dia da consumação Até visualizo você na sacada

Num momento perfeito de unificação

Jonas R. Sanches

76

Poeta

Sou poeta de corpo e alma A rima é o remédio que me acalma

Soluciono nos versos a minha equação Escutando o que diz o meu coração

Sou poeta do Sol e da Lua

Espalho minhas letras na tua rua Brindo às estrelas o mistério noturno

E busco pra ti os anéis de Saturno

Sou poeta que canta ao meu Amor No meu jardim ela é a mais bela flor

É a minha metade... É mulher poetisa O archote e o guia que minh’alma precisa

Nas Asas da Poesia

77

Singelo Presente

Nessa data tão bela Arcanjos fazem festa

Harpas, coros e serestas Em homenagem à você

Chego bem de mansinho

Peço a eles baixinho Flores e bençãos eternas

Pra Elsy meu amor

Numa pronta resposta Me fita com ternura

Cobre-a com as flores mais puras E luzes sem igual

Logo após nobre ato

De um ser tão sensato Confiou-me pequeno frasco

Com a essência pura do amor

Explicou paciente Esse raro presente

Não brotou de semente E sim da vossa união

Um presente singelo

De origem divina É o que tenho de belo

Pra te dar Minha Menina

Essa poesia é o meu singelo presente para Meu Grande Amor, "Elsy Myrian Pantoja".

Jonas R. Sanches

78

Entrelaçados

Vozes na minha mente Falando de coisas do coração

Eu escutando atentamente Para compor essa canção

Transcrevendo o meu desejo

De estar junto de você Entrelaçados em nossos beijos

Pelo resto do nosso viver

E a cada aurora renascer Felizes para um novo dia

Sentindo o perfume das montanhas Olores repletos de magia

Nas Asas da Poesia

79

Meus Atos

Cultivo plantas... E o seu amor Superando assim a minha dor

Olho as estrelas... E os seus olhos Acumulando com Deus muitos espólios

Amo meus versos... E estar contigo Sou seu namorado e melhor amigo

Adoro a luz... E os seus abraços Inquebrantáveis nossos laços

Canto com os pássaros... E para você

Pois é o motivo do meu viver Poeto a ti... Violeta flor Sou seu eterno protetor

Jonas R. Sanches

80

Levado Pelos Anjos

Essa noite tive um sonho Bem mais que espetacular Vários anjos me buscaram

E levaram-me pra voar

Sobrevoamos uma floresta Entre impávidos e altos picos O sol surgia entre as arestas

Em meio aos galhos mais longínquos

Pousamos no centro de uma clareira E em minhas costas surgiram asas Conheci intocáveis vales distantes

Até a mais alta madrugada

Acordei então estupefato Com tal beleza que assisti

Questionei-me... Foi sonho ou fato? Mais um mistério do existir

Nas Asas da Poesia

81

O Que Restou

Da dor ficaram as lições Das alegrias, recordações

De importante restou o amor Que tenho por ti minha Violeta Flor

Da busca ficou o aprendizado

De companheira eu tenho a luz Anjos e mestres sempre ao meu lado

E meu fiel amigo Jesus

Da vida resta uma eternidade De experiências e evolução

No meu coração sinto muita saudade De adormecer segurando sua mão

Jonas R. Sanches

82

Sua Falta

Madrugadas inteiras a fio Solidão é o que reina em mim

Sua presença ao meu lado aquece meu frio Sem ela meu mundo é vazio

Seu perfume é vivo em meus pensamentos O sorriso em meu rosto já beira à extinção Por você tenho os mais nobres sentimentos

O mais puro é o amor em manifestação

Da minha vida tu és o bem mais precioso Aguardando o retorno me sinto ansioso Mas o reino do amor está próximo eu sei

Pois tão longe de ti sei que padecerei

Nas Asas da Poesia

83

Escrevendo

Escrever pra mim é encanto É nos versos enxugar o pranto É transmitir nas letras alegria

Fazer brilhar meu sol no seu dia

Escrever é mais que falar Meus sentimentos nas linhas derramar

É deixar sair da alma poesia Fazendo versos, rimas, melodia

Escrever é o ofício da minha vida O que me faz crescer e iluminar

Escrever é mais do que um simples ato É a expressão sincera do meu amar

Por isso deixarei minhas letras gravadas

Lá no fundo do seu coração Para sempre ler e se lembrar

Que de ti não irei me distanciar

Jonas R. Sanches

84

Linhas

Análogas as linhas que vão e vem Paralelos os trilhos da linha do trem

Nas linhas do caderno eu escrevo poesia Há uma linha que divide a noite e o dia

Nas construções mais refinadas

As linhas da arquitetura Na mente de Pitágoras A linha da geometria

Retas, curvas e sinuosas Linhas de verso e prosa

Reis, Rainhas, linhagem nobre Nos degraus dessa hierarquia

Linhas perfeitas das pirâmides

Refletindo as constelações Luzes no pensamento do poeta Tão fluorescentes nessas linhas

Nas Asas da Poesia

85

Poesia do Amanhecer

Deixo escorrer as letras pelo tempo E o que fica é somente um esboço Sentado à luz noturna ao relento

Ao lado desse antigo poço

Um brilho surge no céu E na penumbra me faz companhia

Ao vento sussurros de Ravel Natureza, pureza e mestria

Ao leste a primeira certeza

De um dia que nasce na aurora O sol vem reinar em beleza E a lua chorosa vai embora

Jonas R. Sanches

86

Cachorro de Rua

Sou pequeno cão sem dono Mas meu sangue é pura raça Minha casa é todo o mundo Minha cama é lá na praça

Tenho o pelo embaraçado

Calda longa e muitas pulgas Patas ágeis e bem fortes

Pra ajudar em minhas fugas

Sou feliz mais do que muitos Pois sou livre em minha vida Tenho muitos bons amigos Que eu saúdo com latidos

Nas Asas da Poesia

87

Equinócio na Alma

O céu nublou-se Dentro dessa meditação

O equinócio prognosticado Fruto da ação e reação

Interiorizando-se vejo muito

E vejo pouco... Mas o bastante Muitas árvores e poucos frutos

Uma espera em vão... Intrigante

E o ciclo segue o rumo Incondicionalmente... Sem limitações

A vida terrestre... Simples resumo Dentre todas as encarnações

Mas infinito é o pensamento De vitórias e complementos

A luz insubstituível... Da mente é o alimento Mas a humanidade padece... Em seus lamentos

Sementes e frutos colhidos da alma

Somente os fortes têm nobres colheitas Nascidos nos homens honestos e de honra

Alicerces de todas nossas veredas

Jonas R. Sanches

88

Vago Conteúdo

Tudo nascido do vazio Dentro do vácuo do existir

Onde reverberam todos os sons Divididos em dimensões

E os ecos vagam pelos eons

Procurando as casas da harmonia No residencial privado das escalas Onde moram os reis da maestria

Mas ficaram intactas as criações Da sinfonia cósmica de cada um

Adormecidas voluntárias e conscientes Nos projetos do Dr. Nenhum

Nas Asas da Poesia

89

Poesia nas Estrelas

Hoje vou viajar De carona em um cometa E pelo universo espalhar A tinta da minha caneta

Na extasiante nebulosa

Deixarei gravada uma prosa E no fundo do buraco negro

Eu buscarei meu enredo

Lá no mais profundo céu Espalharei os versos de um cordel

E na face da lua prateada Escreverei poesia encantada

E no sol falarei do calor

Que me causa a sua presença O meu rastro será de amor

Para iluminar sua vida... Minha flor

Jonas R. Sanches

90

Florescer

Floresça cor na flor encanto Traga sorrisos e enxugue o pranto Perfumes doces de mil fragrâncias E os beija-flores em suas danças

Jardins corados, olor das rosas Em terra fértil, broto e semente Todos unidos em verso e prosa

Para animar a vida da gente

Mágica bela da natureza Inigualável sua beleza

Ipês floridos e borboletas São poesias para minhas letras

Nas Asas da Poesia

91

Sem Clichê

Penso na poesia nua Em composições sem clichê

Palavras da alma... Tão cruas Que me chegam ao alvorecer

Sem dúvidas ou medos... Componho

As travessias de um ser sem fim Somente um semblante risonho

Daquilo que resta de mim

Nas estrelas traço os caminhos Que me levam de volta ao lar

Mas no retorno não estou sozinho Junto a ti olhando as ondas do mar

Jonas R. Sanches

92

Luz da Vida

É nessa luz suprema Que brilha minha alegria

Esse é o sol que habita meu peito Minha paz reservada no leito

Sinto o amor escondido na flor

Vejo as cores espalhadas nos bosques Nobre vôo do grande condor

Muitas letras em poucas estrofes

Poesias... Imagens da mente Sentimentos descritos e inocentes

Quantas vozes gritaram caladas Com olhares que nos davam asas

E voamos por todos os céus Pelos mares e pelas estrelas Provamos da doçura do mel

Embalados nessa brincadeira

Nas Asas da Poesia

93

Primavera Renascida

A primavera vem chegando Os jardins vão se colorindo

O ar se perfumando E as borboletas estão sorrindo

Floresce a dama da noite

Com seu olor dos mais refinados O manacá com sua fina cor

Sua beleza deixa-me embriagado

Surgem botões de todas as espécies Aguardando o momento de seu despertar

Os beija-flores aguardam festejando O momento perfeito do desabrochar

É tudo esplêndido e inimitável

A natureza vestindo-se de cor e luz Estando ao seu lado torna-se mais belo

Pois tu és a flor que meu coração conduz

Jonas R. Sanches

94

Primeiro Passo

Lancei-me ao abismo do desconhecido E plainei com minhas asas luminosas À medida que clareava meu caminho

Fui conhecendo verdades maravilhosas

Figuras nobres me explicavam Os segredos de toda criação

Anjos e Arcanjos a minha frente Unidos nessa coroação

Mergulhei depois no mar da sabedoria Foi então que meus olhos se abriram

Para o que me aguarda no porvir Reconhecendo os primórdios do existir

Foi o início... Meus primeiros passos Meu alicerce... Fortalecendo os laços

Caminhando continuei a viver A maior recompensa foi te conhecer

Nas Asas da Poesia

95

O Gato e a Lua

Penumbra noturna é o cenário Lua cheia prateando o firmamento

Gato no telhado... Solitário Pairando no ar a mágica dos elementos

Belezas, mistérios e contemplação O brilho da estrela... Interiorização

O gato observa... Calado e atento Melodia que ouve... É o canto do vento

O gato e a lua brindando

Num céu negro de setembro Eu aqui só... Poetando

E a primavera renascendo

Jonas R. Sanches

96

Velho Índio

Vi num sonho aquele índio Logo adiante em minha trilha

Com semblante contorcido Preparando sua armadilha

Curioso, fui chegando

Observando os movimentos Executados com destreza

Com rapidez e certa leveza

Com um sinal pediu silêncio Aquele gesto eu compreendi Com outro gesto me pediu

Pra me aconchegar ali

Obedeci sem pestanejo Para aprender de sua arte

Conhecimento é o meu desejo Nos pensamentos baluarte

Ali eu vi grande equilíbrio

Daquele Ser com a natureza Homem humilde e exímio Que desconhece a avareza

Nobre tal qual escrita rara

Que se perdeu em nossa era Com o homem branco se equipara

E com amor cuida da terra

Nas Asas da Poesia

97

Os Véus do Conhecimento

Das inconcebíveis memórias cósmicas Somos apenas fragmentos

Em mudanças às vezes catastróficas Análogos a grãos de areia ao vento

Mas mesmo nessa pequenez

Somos capazes de atos heróicos Musicas, artes e histórias de reis Até a bela doutrina dos estóicos

O conhecimento é velado, mas muitos o buscam

Direito dos homens a essência de Deus Os tolos padecem, pois eles se exaltam

O sábio que cala adentra seus véus

Jonas R. Sanches

98

Profecias

Nas profecias dos meus sonhos Vejo do sol surgir em sua graça

Grande anjo empunhando trombetas E um som que na mente transpassa

Desce o véu diante dos meus olhos

E as cores dissolvem-se em mim Surgem sete águias flamejantes

E quatro leões de marfim

Nove anjos em coro entoam Idiomas de todas as eras

Descrevendo aos homens do mundo Que se foram os tempos de guerra

E vejo um templo coberto de luzes No frontispício os olhos de Deus Hierofantes ao tempo, imunes

Os guardiões do grande caduceu

Nas Asas da Poesia

99

Dádiva Divina

Dentre as dádivas que Deus me deu Seu amor é a mais valiosa

Conexão Eclésia que me aconteceu De beleza sublime e formosa

Canções ecoam em minh’alma

Quando seguro sua mão Até as tempestades se acalmam Sintonia perfeita dessa equação

Detenho o sol no céu pra ti

Pra multiplicar sua claridade Por todo o orbe te carregarei

E desconhecerei o que é a saudade

Jonas R. Sanches

100

Faces do Jogo

Altruístas ou egoístas Futuristas ou conservadores Várias faces e personagens

Generosos e pensadores

Muitas facetas do mesmo cubo Várias hipóteses em cada jogada

Trinta e um dias do mês de outubro Dias sinistros na encruzilhada

Tudo contido no mesmo frasco Alegria, tristeza, desejo e asco

Organismo perfeito e universal Onde um pensamento pode gerar um sol

Mas pouco é contido no nosso caminho Vontade privada... Pássaros no ninho

Caminho distante para percorrer Compondo a música do nosso viver

Nas Asas da Poesia

101

Amor e Karma

A saudade é tanta em meu peito Que traduz-se em poesia Tanta falta sua presença

Que causa-me agonia

Tento então manifestar-me Nesses versos que me aprazem

Sem você perco meu charme Minhas palavras se desfazem

Deito então eu só no leito Mas a mente sempre em ti Espero o sono que liberta

Nosso encontro em hora certa

Nossos corpos mesmo longes Estão sempre em sintonia

As ligações de nossos karmas São além da letargia

Almas gêmeas em reencontro

Um brinde cósmico abençoando Anjos luzentes ao nosso encontro Amém foi dito, está consumado

Jonas R. Sanches

102

Fadigas

Hoje eu não farei nada Não escreverei poesia Nem sairei na calçada

Também não verei a luz do dia

O cantar dos pássaros Deixarei de lado

Todos os problemas Já terão passado

Hoje eu não farei nada

Pois minha alma está lavada Não terá nem soneto nem prosa

Todos os perfumes impregnaram as rosas

Eu nem dormirei Ou olharei o arrebol

Não acordarei E não vou embora

Ficarei aqui de cara pro vento

Ainda nem nasci... Desconheço o tempo Também não vivi... Não tenho lamentos

Mas estou aqui... Um breve momento

Nas Asas da Poesia

103

Contínuo

Me pego sentado ao meio-fio Olhando o caminhar dos transeuntes

Pensamentos dispersos... Ao léu Reunidos novamente em um instante

Fictícios os papéis de cada um Ou serão reais e verdadeiros

No teatro da vida eu sou mais um Com meus instintos e desejos derradeiros

Mas no semblante fica o mistério

O íntimo e perigoso do ser Repousarei meu corpo... Na campa

Enquanto minh’alma continua viver

Jonas R. Sanches

104

Restrições

Essa tal gravidade Que nos prende ao chão E priva-nos de liberdade

Do passeio das consciências

Como pregos na madeira Existimos aqui estagnados

Mas o real vai além E supera as insanidades

Tudo é luz, tudo é tudo

E o conhecimento é vago Muitas lacunas a serem preenchidas

Mas o homem é pouco e vazio

Contudo é contínuo o movimento Perpétuo e imutável Regente e perspicaz Exemplar e eficaz

Nas Asas da Poesia

105

Sutil

Muito sutil os pensamentos Suaves como brumas ou bolhas

E o ser flutua e pousa Em campos de possibilidades

A mente em cumplicidade

Determina o próximo passo Seguindo a maciez desse blues

Que disfarça e encanta

Coragem e consciência irmãs Trabalhando aliadas a essa transmutação

Das complicações e esclarecimentos Que fazem o fruto dos tempos

Mas antes que o galo cante

O encanto se completa E a amargura se desfaz

Restando a doçura da paz

Jonas R. Sanches

106

Poesia à Machu Pichu

Prodigiosos e magníficos tempos Tempos em que tu foste construída

Mágica e resplandecente terra dos ventos Onde a verdadeira magia foi vivida

Nos degraus de sua evolução Criastes mitos sobre a vida

Dentre todas as experiências que vivi Sua crença foi a mais querida

Na sua existência biocósmica Homens-Deuses construíram Verdadeiras e falsas estruturas

Onde apoiram-se e ruíram

Mas de sua história Ficaram profecias e lendas

Pirâmides de labirintos Entre suas emendas

Construída no limite

Entre a superfície e o zênite A magia arquitetônica

Das florestas amazônicas

Descoberta centenária e intrigante Tua história foi escrita sob véus

Interpretações já vi... Hilariantes Dessa terra que divide os céus

Nas Asas da Poesia

107

A energia definia a hierarquia O sangue humano era o preço dos pecados

As costas do caimão era todo o alicerce As raízes da árvore gigante ali eram enterradas

Sob a sombra dessas árvores Jaziam todos os sacerdotes Os guerreiros destemidos

E as mulheres de mais dotes

A mais perfeita harmonia Por tempos ali reinou

Mas as profecias do katum Seu futuro direcionou

Restou ali

Somente ruínas Mas os espíritos que ali habitam São os portadores da doutrina

O mor arquiteto dessa terra

Foi denominado deus Itzmaná era seu nome

E sua escrita ali prevaleceu

Dentre todas as culturas Essa é a que mais admiro

Paisagens feitas em molduras Aspirações das almas em retiro

Tanta saudade de um lugar

Que nessa vida não vivi Tanta grandeza desse mar Lugar primórdio do existir

Jonas R. Sanches

108

Serenidade

Serenidade é o que resume Meus sentimentos neste momento

Ao meu redor mil vaga-lumes Se misturando com o vento

E os pensamentos se mesclam

Com o farfalhar das folhas A brisa fresca em meu rosto

E as mariposas em mim pousam

Tal qual fosse transportado Daqui pra outra dimensão

Levado por seres alados A viajar pela imensidão

Nas Asas da Poesia

109

Travessias da Evolução

Buscando paz e felicidade

Para superar as enfermidades Voar o vôo da liberdade

Alcançando a iluminação

Travessias pelo purgatório Dos seus pecados esse é o espólio

Necessidade de purificação De lapidar o seu coração

Tanta dureza nas travessias

Só a coragem arde em seu peito A alma vaga buscando luz

Enquanto o corpo está no leito

Será real ou imaginário Toda essa luta que travo em mim

Desde os momentos lá no berçário Até os dias perto do fim

Jonas R. Sanches

110

Transição

Todas as emoções distorcidas

Nos acordes da guitarra do universo Translúcidos os sentimentos da vida Resumidos em versos e compassos

De aparência tranqüila e serena Pensando na evolução das eras

Contrariando as vontades do Criador Fazendo paz através das guerras

Mas profundamente, a vontade predomina

E renasce para um novo dia E incandescentes de verdades os olhos brilham

Acreditando nas ilusões que eles viam

E o ser solitário conduzido à cegueira À insensatez atroz da falta de sentidos

Despertou a essência verdadeira Adentrando aos auspícios dos destemidos

Nas Asas da Poesia

111

Caminhada

Caminhadas em busca de inspiração De um poeta cheio de saudade

Concatenando palavras dentro do coração Encontrando rimas de veracidade

No sol vê a aurora e o arrebol Na lua os mistérios e a beleza

Nas batalhas vitórias de heróis No caminho encontra a fortaleza

Mas sua busca ainda incompleta

Longe de seu grandioso amor A vontade no seu peito é repleta

De saudá-la e presenteá-la com uma flor

Jonas R. Sanches

112

Intrépido

Intrépido, sigo em frente Os desafios estão na mente

Não traço plano, sigo meus passos As minhas vontades... Direciono e faço

Leio os poetas admirados

Que trazem luzes e inspiração Mas os meus versos são alinhados

Na minha cabeça e no coração

Por muitas vezes fico calado Escutando a voz de Deus em mim Trombetas soam... Anjos alados

Uma grande festa no meu jardim

Nas Asas da Poesia

113

Viagem das Rimas

Respiro oxigênio repleto de versos Raciocínio... Pensamentos às vezes dispersos

No céu brilha o sol cor de poesia Cabível em mais um belo dia

Pássaros cantarolam nas árvores... Suas rimas

Diversidade de cores, de notas, de plumas Nos riachos os peixes... Brilhos de purpurina No céu belas nuvens... Vagando como brumas

Natureza, ciranda, visão, perfeição Ao meu lado caminha meu fiel cão

Viagens da mente me elevam do chão Calado contemplo essa imensidão

Jonas R. Sanches

114

Porto Seguro

Uma flor, um amor, um perfume No fim do meu túnel você é o lume

O porto seguro onde eu ancoro Até em meus sonhos eu te namoro

Olhando as estrelas te vejo nelas O seu olhar... As duas mais belas O céu noturno reflete a saudade Amor maior do que a amizade

Sinto a falta de seu carinho

Do seu chamego e do seu colo Guardo seu cheiro no colarinho

Amor me espere é o que eu imploro

Chegarei logo para os seus braços Para o calor de seus abraços

Sentir seus lábios, olhar seus traços História nossa... Eternos laços

Nas Asas da Poesia

115

Chama Renovada

Quando esse emaranhado de células Dissipar-se e fundir-se ao universo

Restarão os versos das minhas poesias Filhos de meus devaneios e alegrias

Mas o fim é apenas mais um ato

Ação vindoura após o nó que desato Luzes ou trevas... O que será de fato?

Colherei aquilo que plantei aqui

Mas certamente será revelado Alguns mistérios que me apoquentam Jogarei os erros nas águas de um lago

E viverei nas bênçãos que me alimentam

Rotinas do ciclo da evolução Experiências sentidas no coração

Retorno certeiro em busca do perdão Na senda bela e longa da transformação

Jonas R. Sanches

116

Filhos da Eternidade

Somos os filhos da eternidade Seres repletos de divindade

Luzes de estrelas... Diversidade Num movimento de evolução

Temos nas mãos todas as ferramentas

Para vencermos muitas tormentas Elevações de múltiplas existências

Sol leão ruge paz e clemência

E nos degraus dessa cavalgada Um belo cavalo portador de asas

Carrega os segredos de almas amadas A se encontrar para voltar pra casa

Nas Asas da Poesia

117

Solstício

Solstício de inverno eu adormeço em meditação Vejo-me vagando por outra dimensão Um misto de minha mente e coração Momento de profunda contemplação

Ao redor densa névoa turva minha visão

A dúvida se dissipa e sinto-me em elevação Somente o agora e o Eu Sou, não existe céu nem chão

Ao lado um anjo digno de veneração

Sem tempo, sem trevas, sem preocupação Um êxtase envolve essa coroação

Imagens que surgem na imaginação Tão logo percebido o efeito de ação e reação

Jonas R. Sanches

118

Venha Vento

Venha vento e traga o olor das rosas Traga o cheiro do meu amor

Refresque com paz minha alma Com a brisa disforme e incolor

Venha vento varrer a tristeza pra longe

Mostre-me aonde você se esconde Para eu lhe chamar

E voar com você para ver o mar

Venha vento e traga pétalas coloridas Das flores dos jardins da vida Pra eu enfeitar minha querida

Nos lençóis do nosso ninho de amor

Nas Asas da Poesia

119

Nuvens

As nuvens que vagam no céu E se perdem no horizonte Umas em forma de baleia

Outras parecendo elefantes

Belas nuvens todas feitas de algodão Imagino-me pisando nesse chão

Onde os anjos mais belos fazem morada E um dia levarei minha namorada

Nuvens cinza que carregam nossa chuva Temerosas nuvens que trazem temporais

Tantas formas e tamanhos diferentes As mais belas se parecem com animais

Estou nas nuvens escrevendo poesia

Procurando o castelo de Merlin Vou vagando pelos céus em pensamento

Viajando pelo mundo e seus confins

Jonas R. Sanches

120

Alquimia

Pergaminhos, cadinhos, transmutação O laboratório do mago é o coração

Na vida sua busca é o elixir Pra satisfazer sua ânsia de existir

No seio da terra busca a essência

O mercúrio e o sal da transformação As asperezas da vida são sua penitência Experiências adquiridas com dedicação

Nos sóis do universo ele encontra a paz Um lume de ouro mudando sua alma

Alquimia de um homem num rastro de luz Brilhante, sereno em teor que acalma

Nas Asas da Poesia

121

Presente do Dia dos Namorados

O presente para minha namorada É uma poesia toda enfeitada

Escrita na madrugada Com letras todas perfumadas

Maior presente que Deus me deu

É essa mulher de muita fibra e garra Que me entende com sua doçura

Meu anjo eu nunca deixarei de amá-la

Elsy Myrian você é flor do meu jardim És mais bela que todos os jasmins

Tens o brilho das mais lindas estrelas Cuidarei de ti e você cuidará de mim

Eu te amo minha eterna namorada

Com todas as forças que eu consigo reunir Impossível viver de ti distante

Somente em seus braços eu consigo dormir

Jonas R. Sanches

122

Poeta em Desalinho

As palavras de um poeta em desalinho Que descrevem paz, amor e perfeição As lembranças ele trata com carinho

Da mulher que ele tem no coração

A distância não impede que ele ame A cada dia sua donzela um pouco mais Nas noites frias ele só clama seu nome Eternos laços de uma flor e um rapaz

Sensórias rimas debulhadas num caderno

Um fim de tarde do início do inverno É o que aquece doce e terno pensamento Fortalecido no Grande Deus Sempiterno

Nas Asas da Poesia

123

Esse Amor

Complacentes são meus versos à ela Pois o amor que sinto é surreal

É labareda que consome o coração Sinto-me planar mesmo com os pés no chão

Sem esse amor

Sou planta sem água e sol Sou céu nublado

No momento do arrebol

Eterno seja sentimento meu tão puro Brilhante e claro como as luzes da manhã

Tão belo e vivo, confortante e transparente Pois ele preenche de ternura minha mente

Jonas R. Sanches

124

Um Novo Dia

Entardecendo

E eu calado olho o horizonte O meu rumo determinando

Tempo que passa em um instante

O sol se vai E me deixa o crepúsculo Minha mente esvazia-se

Relaxando os meus músculos

Penetro na luz da estrela que brilhou Solitária nessa penumbra

A força de antes se desgastou Restou-me a busca de minha alma

E o pranto já ficou pra trás

Substituído pela alegria Sóbrio a noite, encontro a paz

Esperando a aurora de um novo dia

Nas Asas da Poesia

125

Doce Silêncio

Silêncio total em minh’alma O corpo como que adormecido

Ao longe o barulho da fauna Em mim estou me fundindo

Uma luz suave envolve-me Sinto no corpo leve torpor

Sensação doce que me acalma Meu ser transparente irradia amor

Liberto, percebo-me fora de mim

Cercado de pássaros num belo jardim No ar um olor de puro alecrim

Que força é essa que me leva além De tudo que vivo... De tudo que sei

Tão longe do reino, onde não há mais rei

Jonas R. Sanches

126

Buscador

Vejo um brilho no olhar do buscador Toda garra resumida em seu semblante

Nessa luta de alegria e dor Onde a vitória não se encontra tão distante

É o mesmo olhar que eu vejo no espelho

Quando avalio o caminho percorrido Mil pensamentos, aspirações e devaneios

Num peito jovem, lutador e destemido

Esta é a senda que eu trilho com amor Sem me encolher diante do perigo

Essa é minha vida tão serena como a flor Esse sou eu, vejo em mim um grande amigo

Nas Asas da Poesia

127

Calor do Amor

Quando empunho a caneta sou poeta De versos mil... Imaginação repleta

Transformo em letras os pensamentos E em versos os sentimentos

Quando medito sou vento

Que varre a imensidão Longe do mundo... Fora do tempo

Sou microcosmo na vastidão

Quando eu caminho sou água Que com destreza contorna os obstáculos

Pensamentos que correm límpidos Nessa vida de espetáculos

Mas quando amo sou fogo

Que queima e transforma a alma Dirige-me em direção ao meu amor

E nos consumimos em chamas... Em calor

Jonas R. Sanches

128

Tarde Bela

Uma tarde majestosa Na natureza em uma prosa Em flor jasmim, lírio e rosa

Entre as árvores mais frondosas

Entre elas a oliveira Com suas folhas tão brilhantes

Cajueiro e macaxeira Com seus frutos exuberantes

Na bica, fresca água Lambari lá na lagoa

Varandão de chão de tábua Respingado da garoa

Numa poça um joão-de-barro

Construtor a trabalhar Vai fazendo seu abrigo

Para a esposa acomodar

Tarde bela com certeza Em minha contemplação Tudo feito com destreza

Na dança da criação

Nas Asas da Poesia

129

Depois do Vale

Lá depois do vale encantado Existe uma fonte mágica e cristalina

Aonde bebem cavalos dourados E as águias de purpurina

As borboletas formam tapetes Coloridos, vistosos e voadores

Em uma dança de outras esferas A perfumarem-se nas flores

Toda a pureza da natureza

Enfeita e guia tal lugar E os ventos trazem a certeza Que falo de um reino estelar

Onde a poesia é cantada e bela

E o sol brilha cor de anil Iluminando as rosas amarelas

Dos jardins reais da Imperatriz

Jonas R. Sanches

130

Incansável

Lutarei sempre... Incansavelmente Por meus sonhos... Anseios da mente

Caminharei pelas sendas da vida Pronto a estender a mão amiga

Lutarei sempre... Minhas batalhas E as dos meus... Constantemente

Enfrentarei os obstáculos... Sem falhas Voando alto e livremente

Caminhos, batalhas e sonhos

Movem-me para dentro de mim Longe dos sentimentos medonhos

Lugar onde não sou estranho

Sabendo da lei de causa e efeito Cautela em meus passos... Caminho perfeito Mas puro eu não sou... Tenho meus defeitos

Procuro agir com amor e respeito

Nas Asas da Poesia

131

Palavras Secretas

Uma luz que surge na cabeça do poeta São palavras de uma rima discreta

Com significados em frases secretas De teor e sabedoria repleta

Lúcido usa de muitas analogias

Consciente em sua busca de magia Seguindo os passos com coragem todo dia

Vivendo sempre com amor e alegria

Num lar distante tem à espera sua amada Que fortalece e inspira seu coração

Mulher de fibra e de alma iluminada Que ao poeta sempre estende sua mão

Jonas R. Sanches

132

Mãe

Mulher de fibra Me gerou em seu ventre

Deu-me a vida Me fez contente

Concebeu-me às dores do parto

Dores que lhe deram alegria Com minha chegada aquele dia Protegido pela Santa Mãe Maria

Mãe que amo sem medidas

Que muitas vezes causei feridas Estás ao meu lado no riso ou na dor O que sentes por mim é o puro amor

Parabéns a todas as mães

Nesse dia maravilhoso Às mães que vivem... Às mães que partiram

Às mães que seus filhos perderam

Mulher sagrada é a nossa mãe Que sempre sorri com nossas vitórias

Mulher amada... Minha bela mãe Eternamente será parte da minha história

Nas Asas da Poesia

133

Dança da Vida

Na dança do tempo e das horas... Memórias Encravadas nas serenas mentes

Do músico, do poeta e do presidente Do mendigo, do padre, de toda gente

Na dança das eras... Evolução

Demonstradas na vida Na personalidade destemida Ou no calçamento do chão

Na dança das flores... Perfumes

Misturados ao orvalho... As cores Ou no leito da amada

Pétalas vermelhas espalhadas

São tantas as danças... Na vida De luta e esperança constantes Cirandas de agora ou de antes

A dança mais bela... Dos amantes

Jonas R. Sanches

134

Espera

Nas linhas de uma poesia Ou nas águas mansas de um regato

Vejo seu rosto todos os dias Saudades em um peito sensato

Ouço uma música ou cheiro uma flor

Vem nas lembranças o meu grande amor Que por um tempo ficará distante

Mesmo tão presente em minha mente

Por sintonia estamos ligados Laços que não serão quebrados Pois somos almas entrelaçadas

Trilhando juntos nossas jornadas

Amor seu beijo ficou marcado O seu perfume tenho nas roupas

Presença sua sempre ao meu lado Eternamente seu namorado

Nas Asas da Poesia

135

Veredas

Entre provações e felicidades Tornei-me um pouco melhor

Um novo dia... Uma nova idade Mais um capítulo a transpor

Uma lágrima de alegria Após o choro de tristeza

Sempre em frente... Todavia Nas lembranças somente a beleza

Longa estrada percorrida

Com um bom trecho a vencer Enriquecendo minha vida

Adquirindo novo saber

Perseverança a cada passo Indestrutível minha vontade

Um grande amor... Um forte abraço Fortalecido na saudade

Jonas R. Sanches

136

Ventos da Alma

Dos ventos transcendentes da alma Ecoam melodias surreais e pitorescas

Aonde nascem imagens dantescas Fluorescentes como as luzes do arrebol

No ressoar do acorde doce da harpa

Acendem muitos pensamentos luminosos Banhados nas águas dos rios caudalosos

E nos levando à grande paz experimentar

São refrescantes esses ventos lá na alma Renovadores como nova encarnação

São transparentes e às vezes avassaladores Sempre varrendo para longe nossas dores

Nas Asas da Poesia

137

Povo Nobre

Orgulhei-me sempre Dessa gente iluminada

Nação indígena De cocar e pele dourada

Colhe da terra o sustento de seus filhos

Aipim, batata, carne de caça e milho Xamã que cura com remédios da natureza

E com as plantas demonstra muita destreza

Minha gente nobre Guarani... Tupinambá

Muita beleza Seu pajé... Sua realeza

Salve esse povo

Que canta, dança e encanta Salve essa gente

Índios queridos de almas incandescentes

Jonas R. Sanches

138

Olhar no Horizonte

Olhar distante no horizonte Pensamentos focados no amor

O amor pela sabedoria e o semelhante Sentimentos imunes a dor

Olhar distante no horizonte A minha frente o chão verde

Superfície do imenso mar Que só fortalece o meu amar

Olhar introspecto em mim

Refletido na espuma das ondas Contemplando o espelho da mente

Onde o amor brotou da semente

Brilha o sol em meu olhar Refletindo nas pupilas o mar

Reverbero nos versos Que vivo só pra te amar

Nas Asas da Poesia

139

Limiar

No limiar da noite Um desabrochar perfumado Preenchendo o ar de olores Deixando-me deslumbrado

No limiar de uma era

Mudanças e transmutações Tempos de paz sem mais guerras

Amor puro nos corações

No limiar de uma vida Nascedoura esperança

Todas as bênçãos divinas Iluminando a criança

No limiar desse amor

Uniram-se dois corações Cúmplices no companheirismo

E perpetuados na paixão

Dueto composto por Jonas Rogerio Sanches e Elsy Myrian Pantoja

Jonas R. Sanches

140

Amigável

Uma conversa amigável Entre eu, uma amiga e meu amor Entrelinhas, sorrisos e desabafos

Escuto e transcrevo versos de louvor

Uma conversa amigável Sobre amor, política e luta

Cada um com seu ponto de vista Cada um com seu lado artista

Entre lagrimas e sorrisos

Achados e perdidos Numa contínua desanuviação

Mais um dia certeiro

De amores e devaneios Mas sem estar em pedaços... Por inteiro

Nas Asas da Poesia

141

Seu Perfume

Uma chama incendeia meu coração Invade-me e preenche meu ser

Definindo... É amor com exatidão Que sinto por ela... Pra esclarecer

Mesmo estando distante sinto seu perfume

Impregnado em minhas mãos... No meu corpo inteiro Aí vem a saudade, pois ela é meu lume

Minha flor, minha musa, o meu candeeiro

Espero-te sempre com ansiedade De ver-te, tocar-te e dar-te meu amor

Venha iluminar minha noite com seu esplendor

De amor estou repleto minha doce querida Nos meus braços sempre serás acolhida

Hoje, amanhã e por toda minha vida

Jonas R. Sanches

142

Meus Prazeres

Eu gosto de escrever em verso e rima Falar de amor, falar da minha menina Eu gosto de cantar aos quatro ventos

Cantar a melodia dos meus sentimentos

Eu gosto de agradar minha donzela Por isso encho de flores sua janela

Eu gosto de abraçá-la apertado E sempre tê-la sorrindo ao meu lado

São tantos gostos nessa minha poesia

Pra descrevê-los levaria vários dias É tanto amor que sinto por essa mulher Por ela estou pronto para tudo que vier

Nas Asas da Poesia

143

Meu Rito

Rogo proteção a Deus E empunho minha espada Com ela traço um círculo

De uma chama azul-dourada

Ao meu lado me acompanha Figura poderosa e armada

Com vestes majestosas E de aura iluminada

Lá do leste vem sorrindo

O Arcanjo Rafael Assistir-me em meu rito

Trazendo a cura para os meus

Do sul vem imponente Poderoso Arcanjo Miguel Com sua espada azulada E seus olhos cor do céu

Do oeste o mensageiro Santo Arcanjo Gabriel

Vem trazendo boas-novas Abençoar a minha obra

E por fim vindo do norte

O Arcanjo Uriel Vem proteger-me de todo mal

Com suas asas cor de mel

Jonas R. Sanches

144

Presente do Destino

Estou contigo... Sempre contigo Presente do destino

Que uniu-nos no infinito Deu-me sorriso de menino

Sorriso de alegria em meu rosto resplandecente

Quando sua mão me acaricia Sentados na varanda olhando o céu plúmbeo

Contemplando o fim do dia

Segure minha mão bem forte E voe comigo em meus sonhos Como dois pássaros risonhos

E me desperte quando chegar a aurora Enlace-me em seus braços sem demora

Para juntos ouvir o canto do vento... Lá fora

Nas Asas da Poesia

145

Tempos Novos... Velhos Caminhos

Um novo ano começa Tempos de renovação

Mas vivo hoje... Não tenho pressa Escuto a voz do meu coração

A cada passo seguramente Adquirindo conhecimento

Fortalecendo meu corpo e mente Em minha busca que é transcendente

Não sou mais tolo... Fui instruído Pelo meu Mestre Jesus... Amigo

Que me dá forças a todo o momento E caminha junto comigo

Sem medo trilho minha jornada

Auxiliando almas afins Sempre sorrindo e confiante Sendo feliz a todo instante

Jonas R. Sanches

146

Uma Cura

Volto o olhar para dentro de mim Num momento de introspecção

Minha imagem no espelho Minha alma em reflexão

Uma busca incessante

Em direção a paz Com meus guias me esclarecendo

Vou eliminando os meus tormentos

Espírito apaziguado Por esse amor fulgurante

Tempos longínquos... Nós dois distantes Agora juntos a todo instante

Curado de todos os ferimentos

Adquiridos nessa vereda Que teve tombos e muito espinho

Agora não estou mais sozinho... Sigo feliz o meu caminho

Nas Asas da Poesia

147

Amor Afinado

Na escala desse amor Os acordes soam afinados

Melodia erudita De dois corações iluminados

Oh canção harmônica

Entoada a nós... Pelos anjos Amor de potência atômica Concerto de mil arranjos

Juntos... Rasgaremos o céu feito cometa

Unidos como nota em partitura Planaremos como as nuvens no planeta

Solidificaremos esse sentimento como a rocha mais dura

Jonas R. Sanches

148

O Tempo

O tempo vai passando Trazendo e guardando Na essência do vento

Lembrança desse momento

O tempo vai levando Na sua ação tão constante Todos os maus momentos

Em direção ao esquecimento

O tempo tem seu tempo De agir ao meu contento

Sua constância vai contando Quantos dias vão se passando

Mas vivo no meu tempo

Pois ele é relativo Se for ruim demora muito

Se for bom é mais ativo

Mas a gente não escolhe O tempo da nossa vida Às vezes a vida é longa E a morte é repentina

Mas tempo não me acolha Pois vivo minha escolha Do tempo eu me liberto

Pra trilhar caminho certo

Nas Asas da Poesia

149

1ª Edição 5.000 Exemplares