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Maria Cristina Amarante – RA 125479 Curso: Redefor – Língua Portuguesa Disciplina: LP003 – Linguística Textual: Tipologias, Agrupamentos e Textualidade Atividade Dissertativa Individual 2 O agrupamento de gêneros argumentativos em diferentes proposta O Estudo do presente tópico nos mostra que os gêneros são produzidos em diferentes contextos sociais ou domínios sociais de comunicação e que esse pertencimento a diferentes domínios causa impactos em sua forma composicional. Por exemplo, vimos que cada gênero analisado (posts, reportagens jornalísticas, relatos de experiência pessoal, contos etc.) apresenta diferenças de textualização em função de os textos serem caracterizados por um determinado aspecto tipológico, que é o predominante. Aprendemos também que os aspectos tipológicos dos gêneros estão relacionados a ações gerais predominantes de textualização (narrar, relatar, argumentar, expor, descrever e regular ações alheias (injunção)). São essas ações que organizam os textos, exemplares do gênero. Os textos que lemos apesar de pertencerem ao gênero "reportagem", eles apresentam diferentes textualidades e isto ocorre em função de eles se inserirem em diferentes domínios sociais de comunicação, apresentando diferentes

O agrupamento de gêneros argumentativos em diferentes proposta

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Page 1: O agrupamento de gêneros argumentativos em diferentes proposta

Maria Cristina Amarante – RA 125479

Curso: Redefor – Língua Portuguesa

Disciplina: LP003 – Linguística Textual: Tipologias, Agrupamentos e Textualidade

Atividade Dissertativa Individual 2

O agrupamento de gêneros argumentativos em diferentes proposta

O Estudo do presente tópico nos mostra que os gêneros são produzidos em

diferentes contextos sociais ou domínios sociais de comunicação e que esse

pertencimento a diferentes domínios causa impactos em sua forma composicional. Por

exemplo, vimos que cada gênero analisado (posts, reportagens jornalísticas, relatos de

experiência pessoal, contos etc.) apresenta diferenças de textualização em função de os

textos serem caracterizados por um determinado aspecto tipológico, que é o

predominante. Aprendemos também que os aspectos tipológicos dos gêneros estão

relacionados a ações gerais predominantes de textualização (narrar, relatar, argumentar,

expor, descrever e regular ações alheias (injunção)). São essas ações  que organizam os

textos, exemplares do gênero.

Os textos que lemos apesar de pertencerem ao gênero "reportagem", eles

apresentam diferentes textualidades e isto ocorre em função de eles se inserirem em

diferentes domínios sociais de comunicação, apresentando  diferentes aspectos

tipológicos predominantes. Vimos também que os critérios estabelecidos por Dolz e

Schneuwly (2004[1996]) são realmente muito úteis para o trabalho com os gêneros e

com os seus exemplares (os textos singulares) em sala de aula. Os textos em geral são

compostos de uma combinação de sequências; sendo assim, um texto sempre traz em

sua composição várias sequências.

Os gêneros textuais estão cada vez mais presente na educação atual. Essa

tendência foi oficializada com a publicação da Proposta Curricular do Estado de São

Paulo (PCESP), em 2008, baseada na proposta dos genebrinos Dolz e Schneuwly

(1996). A proposta didática organizada pelo agrupamento por gêneros, visando uma

progressão no ensino, na qual diferentes capacidades leitoras e escritoras fossem

paulatinamente construídas. Para os autores, Dolz e Schneuwly, deve-se trabalhar todos

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os agrupamentos e não simplesmente privilegiar uns em detrimento de outros. Sempre

abordando crescentes níveis de complexidade, em todos os anos escolares.

Segundo Dolz e Schneuwly, os critérios utilizados para organizar os

agrupamentos de gêneros são o contexto, ou domínio social de comunicação, onde os

gêneros são produzidos e circulam, considerando que um mesmo gênero pode ser

produzido e circular em domínios sociais de comunicação diversos, além dos processos

de textualização, como o vocabulário e as sequências textuais.

Já a proposta genebrina separa o agrupamento em oral e escrita, ciclos 1 e 2 e se

resume às práticas orais. Nas atividades propostas o aluno deverá opinar e debater

desenvolvendo assim a habilidade de argumentar. As atividades vão evoluindo e

aumentando gradativamente o grau de complicação. Na escrita, exigi-se que o aluno

domine os diferentes gêneros textuais. Faz uso ainda dos recursos de leitura e produção

de textos argumentativos, como o artigo de opinião, a partir do qual também propõe

leitura e produção de textos deste gênero.

Portanto, ao focarmos no agrupamento argumentar e compararmos as propostas

genebrina e PCESP podemos perceber que ambas fazem uso de uma progressão no

nível de dificuldade e exigência em relação ao conteúdo abordado. Confrontando as

propostas, em relação à progressão didática e a diversidade de gêneros a serem

trabalhados em cada ano/série, a proposta genebrina parece apresentar vantagens,

porque dá prioridade a um aprendizado progressivo, além de fazer uso de maior

variedade de gêneros textuais relativos a cada agrupamento.

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Referências Bibliográficas:

DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita -

Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: ROJO, R. H.

R.;  CORDEIRO, G. S. (Orgs./Trads.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas:

Mercado de Letras, 2004[1996]

ROJO, R. H. R. Gêneros do discurso/texto como objeto de ensino de línguas: Um

retorno aotrivium? In: SIGNORINI, I. (Org.) (Re) Discutir texto, gênero e discurso. São

Paulo: Parábola Editorial, 2008

WESTON, A.  A construção do argumento. São Paulo: Martins Fontes, 2009.