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INTERAÇÃO MEDIADA POR COMPUTADOR: a comunicação e a educação a distância segundo uma perspecBva sistêmicorelacional Tese de Doutorado em InformáBca na Educação na UFRGS, 2003. Alex Fernando Teixeira Primo Tese resultou em um livro: INTERAÇÃO MEDIADA POR COMPUTADOR: comunicação, cibercultura e cognição. Porto Alegre: Editora Sulina, 2007.

O conceito de Interação

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Palestra da professora Isabella Muniz na disciplina de Design de Interação da Pós-graduação em Ergodesign e Arquitetura de Informação da PUC-Rio.

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Page 1: O conceito de Interação

INTERAÇÃO  MEDIADA  POR  COMPUTADOR:    a  comunicação  e  a  educação  a  distância  segundo  uma  perspecBva  sistêmico-­‐relacional  Tese  de  Doutorado  em  InformáBca  na  Educação  na  UFRGS,  2003.  

Alex  Fernando  Teixeira  Primo  

Tese  resultou  em  um  livro:  

INTERAÇÃO  MEDIADA  POR  COMPUTADOR:    comunicação,  cibercultura  e  cognição.  Porto  Alegre:  Editora  Sulina,  2007.  

Page 2: O conceito de Interação

Questões  abordadas    

PolíBca  

O  caso  da  TV  interaBva  

Conceitos  importantes  O  diálogo  

Interação  ou  reação  

Tecnicismo  Ênfase  na  performance  do  computador  

Ênfase  nas  caracterísBcas  do  meio  

Formas  de  interação  

ParBcipação,  diálogo  e  bidirecionalidade  

Interação  com  a  máquina  como  um  diálogo  Proposta  de  Primo  

Minhas  conclusões  

14/7/12   2  Interação  mediada  por  computador  

Page 3: O conceito de Interação

Questões  abordadas    

INTERAÇÃO  

Indústria  da  informáBca  e  campanhas  de  markeBng  

Excesso  de  definições  e  Bpologias  sobre    interação  mediada  por  computador.  

Carência  por  um  arcabouço  teórico-­‐conceitual    para  a  avaliação  de  processos  interaBvos  e  educacionais  mediados  pelo  computador.    

14/7/12   3  Interação  mediada  por  computador  

Page 4: O conceito de Interação

PolíBca  

A  QUESTÃO  POLÍTICA  DA  INTERAÇÃO  

“o  ouvinte  não  se  limitasse  a  escutar,  mas  também  falasse,  não  ficasse  isolado,  mas  relacionado”  

14/7/12   4  Interação  mediada  por  computador  

Page 5: O conceito de Interação

O  caso  da  TV  interaBva  

TV  INTERATIVA  Grande  detonador  da  discussão  sobre  interação  mediada  tecnologicamente.  

TV  em  preto  e  branco  >  controle  remoto  >  videocassete  >  canais  por  assinatura  >  sistemas  de  video-­‐on-­‐demand.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   5  

Page 6: O conceito de Interação

O  caso  da  TV  interaBva  

TV  INTERATIVA  Grande  detonador  da  discussão  sobre  interação  mediada  tecnologicamente.  

TV  em  preto  e  branco  >  controle  remoto  >  videocassete  >  canais  por  assinatura  >  sistemas  de  video-­‐on-­‐demand.  

  TV  a  cabo   escolha  do  canal  

  Discos  digitais     sempre  a  mesma  informação  

 Video-­‐on-­‐demand   prateleira  de  supermercado  

  Você  decide   tem  que  escolher,  não  pode  argumentar  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   6  

Page 7: O conceito de Interação

O  caso  da  TV  interaBva  

Não  se  trata  do  diálogo  problemaBzador    entre  interagentes  humanos.  

É  um  Pay-­‐per-­‐view,  um  canal  de  vendas.  

E  a  visão  políBca  democraBzante?  

E  a  educação?  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   7  

Page 8: O conceito de Interação

Conceitos  importantes  -­‐  o  diálogo    

THOMPSON  (1998)  Tipos  de  Interação  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   8  

Interação  face  a  face  (conversa)  

Interação  mediada  (telefone)  

Interação    quase  mediada  (TV)  

co-­‐presença   Separação  dos  contextos   Separação  dos  contextos  

Com  alguém  específico   Com  alguém  específico   Audiência  indefinida  

Dialógica   Dialógica   Monológica  

Page 9: O conceito de Interação

Conceitos  importantes  -­‐  o  diálogo  

THOMPSON  (1998)  Tipos  de  Interação  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   9  

A  análise  de  Thompson  aborda  o  diálogo,  e  não  apenas  os  meios.    

Interação  face  a  face   Interação  mediada   Interação    quase  mediada  

co-­‐presença   Separação  dos  contextos   Separação  dos  contextos  

Com  alguém  específico   Com  alguém  específico   Audiência  indefinida  

Dialógica   Dialógica   Monológica  

Page 10: O conceito de Interação

Conceitos  importantes  -­‐  Interação  ou  reação  

RAYMOND  WILLIAMS    sobre  os  sistemas  ditos  interaBvos  (1975).    

Sistema  interaBvo    total  autonomia  do  espectador  viabilizar  a  resposta  não  prevista  da  audiência.  

Sistema  reaBvo  interação  limitada    Leque  de  escolhas  pré-­‐definido    

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   10  

Page 11: O conceito de Interação

Tecnicismo  

Redução  a  aspectos  tecnicistas  Potencial  mulBmídia  do  computador    Capacidade  de  programação  e  automaBzação  de  processos.  

Precisamos  de  mais  que  transmissão  de  informações.  

A  interação  mediada  é  um  processo  complexo.  Não  é  somente  tecnológico.    

Não  é  só  interação  com  o  computador.    É  interação  através  da  máquina.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   11  

Page 12: O conceito de Interação

Ênfase  na  performance  do  computador  

LIPPMAN  (1988)  

Simulação  de  caracterísBcas  da  interação  humana:    

  Interruptabilidade    

  Granularidade       Degradação  graciosa  

  Previsão  limitada         Não-­‐default  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   12  

Page 13: O conceito de Interação

Ênfase  na  performance  do  computador  

LIPPMAN  (1988)  

Simulação  de  caracterísBcas  da  interação  humana:    

  Interruptabilidade    

  Granularidade       Degradação  graciosa  

  Previsão  limitada         Não-­‐default  

“Em  vez  de  trabalhar  com  a  idéia  de  relacionamento  entre  homens  e  máquinas,  considere  pessoas  com  pessoas”  

Fundador  do  Media  Lab  do  MIT  propôs  a  criação  de  “ambientes  sociais  globais”  –  uma  interação  recíproca  que  une  as  pessoas.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   13  

Page 14: O conceito de Interação

Ênfase  na  performance  do  computador  

VAUGHAN    (1995)  mulBmídia  -­‐  mulBmídia  interaBva  -­‐  hipermídia  

A  “interaBvidade”  dá  poder  ao  “usuário  final”  para  controlar  o  conteúdo    e  o  fluxo  da  informação.  

  Ramificação  simples    

  Ramificação  condicional    

  Linguagem  estruturada    

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   14  

Page 15: O conceito de Interação

Ênfase  na  performance  do  computador  

VAUGHAN    (1995)  mulBmídia  -­‐  mulBmídia  interaBva  -­‐  hipermídia  

A  “interaBvidade”  dá  poder  ao  “usuário  final”  para  controlar  o  conteúdo    e  o  fluxo  da  informação.  

  Ramificação  simples    

  Ramificação  condicional    

  Linguagem  estruturada    

Estrutura  previamente  definida.    

O  “usuário”  pode  apenas  tomar  algumas  decisões.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   15  

Page 16: O conceito de Interação

Ênfase  na  performance  do  computador  

STEUR  (1993)  

Sobre  realidade  virtual  

InteraBvidade    modificação  da  forma  e  do  conteúdo  do  ambiente  mediado  em  tempo  real.    

Velocidade    

Amplitude    

Mapeamento  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   16  

Page 17: O conceito de Interação

Ênfase  na  performance  do  computador  

STEUR  (1993)  

Sobre  realidade  virtual  

InteraBvidade    modificação  da  forma  e  do  conteúdo  do  ambiente  mediado  em  tempo  real.    

Velocidade    

Amplitude    

Mapeamento  

Interessado  apenas  nas    caracterísBcas  técnicas  do  sistemas.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   17  

Page 18: O conceito de Interação

Ênfase  nas  caracterísBcas  do  meio  

JENSEN  (1999)  Sobre  TV  digital  

Influência  do  usuário  no  conteúdo  e/ou  forma  da  comunicação  mediada  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   18  

Informação  produzida  por  um  fornecedor  central  

Informação  produzida  pelo  consumidor  

Distribuição  controlada  por  um  fornecedor  central  

TRANSMISSÃO  Ex.  televisão  

REGISTRO  Ex.  formulário  de  pesquisa  de  opinião  

Distribuição  controlada  pelo  consumidor  

CONSULTA  Ex.  visita  a  página  de  web    

CONVERSAÇÃO  Ex.  telefone  

Page 19: O conceito de Interação

Ênfase  nas  caracterísBcas  do  meio  

JENSEN  (1999)  Sobre  TV  digital  

Influência  do  usuário  no  conteúdo  e/ou  forma  da  comunicação  mediada  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   19  

Informação  produzida  por  um  fornecedor  central  

Informação  produzida  pelo  consumidor  

Distribuição  controlada  por  um  fornecedor  central  

TRANSMISSÃO  Ex.  televisão  

REGISTRO  Ex.  formulário  de  pesquisa  de  opinião  

Distribuição  controlada  pelo  consumidor  

CONSULTA  Ex.  visita  a  página  de  web    

CONVERSAÇÃO  Ex.  telefone  

Interação como uma característica do meio e não como processo construído pelos interagentes.

Page 20: O conceito de Interação

Formas  de  interação  

LOES  DE  VOS  (2000)  

  Humano-­‐humano:     comunicação  face  a  face  

 Humano-­‐meio-­‐humano:     comunicação  de  massa,  telecomunicações,  comunicação  mediada  por  computador  

  Humano-­‐meio:     interação  homem-­‐computador  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   20  

Page 21: O conceito de Interação

Formas  de  interação  

LOES  DE  VOS  (2000)  

  Humano-­‐humano:     comunicação  face  a  face  

 Humano-­‐meio-­‐humano:     comunicação  de  massa,  telecomunicações,  comunicação  mediada  por  computador  

  Humano-­‐meio:     interação  homem-­‐computador  

Os  estudos  citados  miram  apenas  a  úlBma  forma.    

É  preocupante    que  as  conclusões  sejam  generalizadas    para  outros  contextos  de  interação.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   21  

Page 22: O conceito de Interação

ParBcipação,  diálogo  e  bidirecionalidade  na  interação  mediada    

MARCO  SILVA  (2000)  

Três  aspectos  da  interação  mediada  

Binômio  par%cipação-­‐intervenção     PerspecBva  tecnológica  

  PerspecBva  políBca    

  PerspecBva  sensorial    

  PerspecBva  comunicacional   Mudança  no  modelo  emissor-­‐mensagem-­‐receptor.  

    Mensagem  passa  a  ter  conteúdos  manipuláveis    e  não  se  apresenta  mais  como  emissão.    

    O  emissor  muda  de  papel,  não  mais  emite  uma  mensagem,    mas  constrói  um  sistema.  

    A  mensagem  torna-­‐se  espaço  de  manipulação  por  parte  do    receptor  que  se  transforma  em  co-­‐autor.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   22  

Page 23: O conceito de Interação

ParBcipação,  diálogo  e  bidirecionalidade  na  interação  mediada  

Binômio  bidirecionalidade-­‐hibridação  

Bidirecionalidade  final  dos  anos  60  e  início  dos  70  engenheiros,  arBstas  e  teóricos    formas  de  ultrapassar  a  teledifusão  de  mão  única  reversibilidade  entre  emissão  e  recepção  

Hibridação    dissolução  de  fronteiras  mesBçagem  fusão  de  suportes,  linguagens  e  imagens  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   23  

Page 24: O conceito de Interação

ParBcipação,  diálogo  e  bidirecionalidade  na  interação  mediada  

Binômio  potencialidade-­‐permutabilidade  

O  sistema  permite:  o  armazenamento  de  grande  quanBdade  de  informações  ampla  liberdade  para  combiná-­‐las  (permutabilidade)  e  produzir  narraBvas  possíveis  (potencialidade).  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   24  

Page 25: O conceito de Interação

ParBcipação,  diálogo  e  bidirecionalidade  na  interação  mediada  

Binômio  potencialidade-­‐permutabilidade  

O  sistema  permite:  o  armazenamento  de  grande  quanBdade  de  informações  ampla  liberdade  para  combiná-­‐las  (permutabilidade)  e  produzir  narraBvas  possíveis  (potencialidade).  

Trata-­‐se  sim  de  uma  interação,  mas  que  guarda  limitações  não  igualáveis  a  interações,  por  exemplo,  em  um  Chat.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   25  

Page 26: O conceito de Interação

Interação  com  a  máquina  como  um  diálogo  

O  que  se  entende  por  “diálogo”?  uma  equiparação  ao  fenômeno  comunicaBvo  humano    ou  é  apenas  uma  figura  de  linguagem?  

O  “usuário”  de  fato  dialoga  com  o  sistema  informáBco?  

O  uso  frouxo  e  generalizado  de  “diálogo”  e  “inteligência”    desconsidera  as  diferenças  singulares  entre  o  funcionamento  da  máquina  e  o  comportamento  humano.    

Uma  generalização  achatadora  prejudica  uma  análise  teórica  mais  aprofundada,  que  procura  disBnguir  intensidades  diferenciadas.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   26  

Page 27: O conceito de Interação

Interação  com  a  máquina  como  um  diálogo  

RAFAELLI  (1988)  

“InteraBvidade”  deveria  basear-­‐se  na  natureza  da  resposta  (responsiveness).  

Seqüências  de  comunicação:  

Dupla-­‐via  (não-­‐interaBva)  

Troca  de  papéis  a  cada  mensagem  subseqüente.  

ReaBva  (quase-­‐interaBva)    

Os  comunicadores  se  respondem.    

InteraBva    

Uma  resposta  em  uma  seqüência  depende  das  transações  anteriores  e  do  conteúdo  intercambiado.    

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   27  

Page 28: O conceito de Interação

Interação  com  a  máquina  como  um  diálogo  

Rafaeli  (1988)  apresenta  as  seguintes  conclusões:  

Nem  toda  comunicação  é  interaBva.    

A  comunicação  não-­‐interaBva  pode  conter  respostas  coerentes  (exemplo  da  máquina  de  vendas).  

“InteraBvidade”  não  é  uma  caracterísBca  do  meio  (ou  canal).  

Boa  parte  do  uso  das  chamadas  “novas  tecnologias  de  comunicação”  é  não-­‐interaBva.  

“InteraBvidade”  é  um  feedback  que  se  relaciona  com  as  mensagens  anteriores  e  com  a  maneira  como  essas  mensagens  anteriores  relacionam-­‐se  com  aquelas  que  as  precederam.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   28  

Page 29: O conceito de Interação

Interação  com  a  máquina  como  um  diálogo  

  Roberta:    E  então,  sobre  o  que  vamos  falar  hoje?  

  Alex:    Vamos  falar  sobre  esportes.  

  Roberta:     Eu  acho  que  se  todo  mundo  praEcasse  algum  esporte,  ia  exisEr  mais  saúde,  Hsica  e  mental  também.  É,  Alex,  você  sabe  do  que  um  exercício  é  capaz  de  fazer  com  a  cabeça  da  gente?  Adeus  tensão,  dor,  preocupação,  stress.  Eu  queria  tanto  poder  correr  todos  os  dias.  Mas,  às  vezes,  simplesmente  não  dá  tempo!!!  Ou  será  só  desculpa  minha?  Que  esporte  você  gosta  mais,  Alex?  

  Alex:     Eu  gosto  de  futebol.  

  Roberta:    Hummm...  percebo,  então  que  você  é  fã  de  futebol.  E  qual  é  o  seu  Eme  do  coração,  hein?  

  Alex:   Eu  sou  internacional.  

  Roberta:     Você  gosta  do  Inter  de  Porto  Alegre,  então?  Pena  que  o  Inter  anda  numa  fase  ruim...pelo  menos  foi  o  que  um  amigo  me  disse.  Eu  não  acompanho  futebol,  para  ser  sincera.  

  Alex:     Você  parece  ser  bem  sincera  mesmo!  

  Roberta:     A  sinceridade  é  um  dos  valores  mais  fortes  em  minha  vida,  Alex.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   29  

Page 30: O conceito de Interação

Interação  com  a  máquina  como  um  diálogo  

  Roberta:    E  então,  sobre  o  que  vamos  falar  hoje?  

  Alex:    Vamos  falar  sobre  esportes.  

  Roberta:     Eu  acho  que  se  todo  mundo  praEcasse  algum  esporte,  ia  exisEr  mais  saúde,  Hsica  e  mental  também.  É,  Alex,  você  sabe  do  que  um  exercício  é  capaz  de  fazer  com  a  cabeça  da  gente?  Adeus  tensão,  dor,  preocupação,  stress.  Eu  queria  tanto  poder  correr  todos  os  dias.  Mas,  às  vezes,  simplesmente  não  dá  tempo!!!  Ou  será  só  desculpa  minha?  Que  esporte  você  gosta  mais,  Alex?  

  Alex:     Eu  gosto  de  futebol.  

  Roberta:    Hummm...  percebo,  então  que  você  é  fã  de  futebol.  E  qual  é  o  seu  Eme  do  coração,  hein?  

  Alex:   Eu  sou  internacional.  

  Roberta:     Você  gosta  do  Inter  de  Porto  Alegre,  então?  Pena  que  o  Inter  anda  numa  fase  ruim...pelo  menos  foi  o  que  um  amigo  me  disse.  Eu  não  acompanho  futebol,  para  ser  sincera.  

  Alex:     Você  parece  ser  bem  sincera  mesmo!  

  Roberta:     A  sinceridade  é  um  dos  valores  mais  fortes  em  minha  vida,  Alex.  

Como  diferenciar  a  interação  com  um  programa  do  diálogo  entre  duas  pessoas?  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   30  

Page 31: O conceito de Interação

Proposta  de  Primo  

Análise  críBca  de  diferentes  formas  de  interação  mediadas  por  computador.  

Foco  na  interação  propriamente  dita  (as  ações  entre  os  envolvidos  no  processo)  e  na  relação  que  se  constrói  durante  o  processo.  

Nem  todo  o  sistema  informáBco  entendido  como  bidirecional  permite  a  construção  de  um  diálogo.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   31  

Page 32: O conceito de Interação

Proposta  de  Primo  

INTERAÇÕES  MÚTUAS    

Os  interagentes  reúnem-­‐se  em  torno  de  con~nuas  problemaBzações.    

As  soluções  inventadas  são  apenas  momentâneas,  podendo  parBcipar  de  futuras  problemaBzações.    

A  própria  relação  entre  os  interagentes  é  um  problema  que  moBva  uma  constante  negociação.    

O  relacionamento  entre  os  parBcipantes  vai  definindo-­‐se  ao  mesmo  tempo  que  acontecem  os  eventos  interaBvos  (nunca  isentos  dos  impactos  contextuais).  

Devido  a  essa  dinâmica,  e  em  virtude  dos  sucessivos  desequilíbrios  que  impulsionam  a  transformação  do  sistema,  a  interação  mútua  é  um  constante  vir  a  ser,  que  se  atualiza  através  das  ações  de  um  interagente  em  relação  à(s)  do(s)  outro(s).  Ou  seja,  a  não  é  mera  somatória  de  ações  individuais.    

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   32  

Page 33: O conceito de Interação

Proposta  de  Primo  

INTERAÇÕES  REATIVAS  

São  marcadas  por  predeterminações  que  condicionam  as  trocas.    

Precisam  estabelecer-­‐se  segundo  determinam  as  condições  iniciais  (relações  potenciais  de  es~mulo-­‐resposta  impostas  por  pelo  menos  um  dos  envolvidos  na  interação)  

Se  forem  ultrapassadas,  o  sistema  interaBvo  pode  ser  bruscamente  interrompido.  Por  percorrerem  trilhas  previsíveis,  uma  mesma  troca  reaBva  pode  ser  repeBda  à  exaustão  (mesmo  que  os  contextos  tenham  variado).  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   33  

Page 34: O conceito de Interação

A  interação  é  mediada  por  computadores  é  um  tema  central  da  tecnologia  educacional,  parBcularmente  em  aplicações  para  Ensino  a  Distância.  

O  design  da  interação  deve  seguir  princípios  do  design  centrado  no  usuário.  

Para  isso  é  necessário  que  a  interação  seja  observada  como  um  fenômeno  humano  no  qual  o  papel  da  tecnologia  é  a  mediação.  

Para  que  a  mediação  seja  realizada  de  forma  saBsfatória  é  importante  o  projeto  tecnológico  leve  em  consideração  as  caracterísBcas  da  interação  enquanto  um  fenômeno  humano.  

14/7/12   Interação  mediada  por  computador   34  

Minhas  conclusões