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Apresentação com base em tese de doutorado - Prof. Dr. Cezar Luiz De Mari, no mestrado em Educação (UFV)
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Lara Carlette Thiengo
O Conceito de Sociedade do
Conhecimento
•Caráter Polissêmico do conceito
•Mcluhan (1964) na obra Os meios de comunicação como
extensões do homem, faz uma revisão das teorias que vêem
as tecnologias como extensão do corpo humano, já visionando
a importância das tecnologias na sociedade que vinha se
formando no pós-segunda guerra mundial.
•* Peter Drucker (1970), na obra Uma era de
descontinuidade, anuncia a educação como o cerne de uma
nova era, a era da “sociedade do conhecimento”, em que o
conhecimento é focado como fator de produção, combinando e
suplantando os antigos fatores: trabalho, capital e terra.
Drucker é responsável pela cunhagem do termo “sociedade do
conhecimento”
Manuel Castells : Na obra A sociedade em
rede, enfatiza o surgimento de uma nova era
informacional cuja economia estaria ancorada no
conhecimento.
O autor expressa a constituição de uma sociedade
mais avançada em razão da revolução tecnológica da
informação e do conhecimento em redes de relações
globais, articulando os fios e os nós de uma
sociedade, ao mesmo tempo, horizontalizada pelas
redes e hierarquizada pela posição adquirida dentro
destas, enfatizando uma idéia de sociedade sem
classes.
Bell: “Sociedade Pós Industrial” vem anunciando uma
forma de organização social não mais baseada na
indústria, mas no conhecimento como eixo central, em
uma sociedade dividida em níveis, não em classes.
Nora e Minc (1981)” estudam a revolução tecnológica
mediante o desenvolvimento da informática. A
revolução tecnológica em capacidade inovadora é
tomada como possível condição para uma outra
sociedade.
Tofller (1995) em A terceira onda, vê nas mudanças
microeletrônicas e informacionais a revolução do
conhecimento, reconhecido como o novo ponto de
ordenamento dos poderes sociais pela
descentralização, divulgação e democratização do
conhecimento. Esta nova base técnica acarretaria o fim da
divisão do trabalho e a dissolução das classes sociais.
Perspectiva esta que também se estende aos valores de
conduta e comportamentos gerados por uma sociedade
democrática e do conhecimento.
Schaff (1995) pela obra A sociedade informática, na qual
estuda fenômenos sociais contemporâneos á luz da
revolução tecnológica, prevê, por meio desta
revolução, mudanças na estrutura das classes sociais e o
fim do trabalho como categoria social (como relação social
de classe, força de trabalho) e a possibilidade de maior
produção de riqueza.
Crítica à Sociedade do Conhecimento :
•de acordo com Marx na sociedade burguesa só
é revolucionária no sentido de dinamizar o
movimento do capital e não no sentido de
modificar o modo de produção.
•crítica dirigida às elaborações teóricas de
Castells e Bell que procuram ver nela a
substituição do trabalho e das classes sociais.
Por detrás da Sociedade do Conhecimento
Mascaramento
da Sociedade de
ClassesEstranhamento em
relação a tecnologia
(Fetiche)Cripto
positivismo
neoliberalismo
Sociedade do
Conhecimento
Neoliberalismo
•Direitos Fundamentais
Saúde
Segurança
Transporte
Habitação
Educação
•Crise do Capital/ Direitos como onerosos para o estado
/ necessidade de enxugamento nos gastos.
•Desregulamentação do Estado
•Abertura de Fronteiras
•Privatização
•Desregulamentação do mundo do trabalho
Contexto Neoliberal na Reforma educacional da
décad de 1990
•Minimização do Estado enquanto provedor da
educação, principalmente a superior.
•Flexibilização para o mercado
•Ampliação do ensino superior privado
•Orientação de políticas nesta lógica
•Discurso da Ineficiencia do setor
público, principalmente das IES.
•Desestruturação das ciências humanas
• a presença deste discurso nós documentos do
Banco Mundial (BM)
•A ideologia sociedade do Conhecimeto é utilizada
como prerrogativa para a atuação dos organismo
multilaterais, notadamente o BM.
•Função coercitiva e consensual do BM
• Atuação histórica e metaforseada do Banco
• “Humanização” das propostas do Banco - BM
como amigo dos pobres
•Banco do Conhecimento
Banco Mundial
Intelectual Coletivo:
*nocão de intelectuais em Gramisc ( Orgânicos/
Tradicionais)
“instituição que produz pensamento e
ação, práxis, que se articula em idéias-eixo como
globalização, mercado, mercadoria, mercado
financeiro, dívida externa, ajuste fiscal, países
centrais e em desenvolvimento, por aglutinar as
esferas subjetivas, isto é, por
organizar, sistematizar e executar os interesses
das classes dominantes globais, representados
pelos países centrais. “ (pag.92)
•Centralidade do Conhecimento
O conhecimento passa a ser capital na sociedade pós-
moderna, marcada pela globalização, pela produção de
saberes e prestação de serviços, chamada de
sociedade do conhecimento, ou ainda economia do
conhecimento. O acúmulo de conhecimento e sua
aplicação, tornaram-se fatores preponderantes no
desenvolvimento econômico, uma vez que dita a
vantagem competitiva de um país na economia global
•Dimensão econômica da educação / serviço
“fator chave do desenvolvimento”
“mola propulsora do desenvolvimento”
a educação é colocada como um fator determinante para
o desenvolvimento e a “construção de sociedades
democráticas com forte coesão social”, uma vez que é
entendida como promotora do capital social, em que
podemos perceber a idéia de educação salvífica, como
promotora do desenvolvimento econômico e social .
•Relevância do Ensino Superior
As universidades são consideradas os principais centros de
investigação aplicada e científica, principalmente a pós-
graduação, sendo ratificada a idéia de que países que
investem em educação podem alcançar maior produtividade.
Neste sentido o documento se embasa em produções
científicas de economistas que investigam o
fenômeno, como Porter (1990)* que entende que a
educação e a capacitação constituem as principais
vantagens individuais a longo prazo.
•Teoria do Capital Humano
•
•Ampliação do Ensino superior privado
•Minimização do papel do estado
•Necessidade de modernização do Ensino
Novas “modalidades” de ensino, mascaradas no ideário de
“ampliação das oportunidades”e “adequação das novas
potencialidades tecnológicas”, são colocadas como grandes
avanços no cenário econômico-social, uma vez que existe a
“necessidade de novos mecanismos de asseguramento da
qualidade do mercado global”.. Isso é acontece, de acordo
com o discurso do BM, porque existe uma necessidade de
adequação do ensino superior, uma vez que precisa-se de
“Novos programas educativos e novos clientes”. (pag.42)
* Diferenciação das instituições / Educação Terciária
•Deslocamento da produção de valores para a produção
de conhecimento rentável
•Idéia Salvífica da educação
•Papel do estado enquanto formulador de políticas e
“avaliador”do Sistema de Ensino
•Centralidade no desenvolvimento da tecnologia
•Desprestígio dos cursos de artes e humanidades
•universidade – empresa
•Desenvolvimento de Ciencia e tecnologia
“importância do desenvolvimento tecnológico para a
investigação e desenvolvimento de engenharias no setor
privado, centrando a inovação em pequenas e médias
empresas.
Incentiva o desenvolvimento de formas para racionalizar e
incentivar, com finanças públicas a investigação e
desenvolvimento, a utilização mais produtiva dos recursos
públicos científicos e tecnológicos, para aumentar e melhorar
o potencial de capital humano de alto nível, centrada nos
investimentos em investigação científica e capacitação de
egressos dentro do marco de procedimentos e políticas
melhoradas, incluindo mecanismos e incentivos, cuja
finalidade seja mudar o enfoque de cientistas e técnicos para
setores mais produtivos.
Enfatiza ainda o apoio financeiro ao setor com finalidade de
melhorar a eficiência da qualidade mediante um sistema de
ciência e tecnologia” (pag.130).
•Métodos pedagógicos (focados na aplicabilidade)
Educação continuada
Pedagogia das Competencias
Aprender a aprender
No Brasil
REFORMA DO ENSINO SUPERIOR DE
1990
* Contexto da implatanção Neoliberal
Redefinição do papel do estado na educação
“teria como objetivo criar as políticas adequadas para o
desenvolvimento do ensino público e privado para
satisfação das necessidades nacionais na educação
universitária. O êxito nas reformas educacionais
depende, fundamentalmente das políticas cujo centro
deve focar: a qualidade no ensino superior e na
pesquisa por meio de aumento dos insumos, como
redes de internet, serviços e intercâmbios sociais com
empresas; um forte sistema de avaliação da qualidade e
adaptabilidade às demandas do setor produtivo, e a
eqüidade.” (pag.159).
•Recursos do tesouro aplicados nas IFES em relação ao PIB. Valores em R$
milhões, a preço de janeiro de 1999.
Ano Recursos das IFES Produto Interno Bruto -PIB %
1995 6.627 831.496,4 0,79
1996 5.950 866.585,6 0,69
1997 5.897 890.503,35 0,66
1998 5.877 917.485,6 0,64
1999 5.478 906.475,8 0,61
Fonte: IGP-DI, FGV (2005)
• Abertura para a implantação de unidades de Ensino
Superior privadas
Instituições Cursos Matrículas
Ano Total Pública Privada Total Pública Privada Total Pública Privada
1998 973 209 764 6.950 2.970 3.980 2.125.958 804.729 1.321.229
1999 1.097 192 905 8.878 3.494 5.384 2.369.945 832.022 1.537.923.
2000 1.180 176 1.004 10.585 4.021 6.564 2.694.245 887.026 1.807.219
2001 1.391 183 1.208 12.155 4.401 7.754 3.030.754 939.225 2.091.529
2002 1.637 195 1.442 14.399 5.252 9.147 3.479.913 1.051.655 2.428..258
2003 1.859 207 1.652 16.453 5.662 10.791 3.887.771 1.137.119 2.750.652
Fonte: MEC/INEP (2004)
Número de instituições de educação superior, cursos e matrículas por categoria
administrativa - Brasil – 1998 - 2003
•Discurso da ineficiencia do público
•Flexibilização
•Educação como serviço
•Torna-se mais expressivo na segunda
metadade de 1990
•Criação da LDBEN
IES 1990 1995 1999 2002
Públicas 81,4 88,7 96,3 95,0
Privadas 80,8 81,5 78,8 62,6
Taxas de ocupação de vagas no ensino de graduação - Brasil - 1990 - 2002
Fonte: MEC/INEP (2004)
Ano Total Pública Privada
1993 3,7 6,6 2,4
1994 3,9 7,3 2,4
1995 4,3 7,9 2,9
1996 4,0 7,5 2,6
1997 3,9 7,4 2,6
1998 3,6 7,5 2,2
1999 3,5 8,0 2,2
2000 3,3 8,9 1,9
2001 3,0 8,7 1,8
2002 2,8 8,9 1,6
2003 2,4 8,4 1,5
Graduação Presencial. Evolução da relação candidatos/vaga nos processos seletivos, por
categoria administrativa - Brasil – 1993 – 2003)
Fonte:MEC/INEP/DAES (2004)
País
Tipo de Instituição
Pública Privada dependente do Governo Privada Independente
Argentina1 85,2 na 14,8
Brasil136,9 na 63,1
Chile1 33,0 23,3 43,7
Indonésia2 31,4 na 68,6
Peru1 62,3 na 37,7
Rússia2 90,3 na 9,7
Tailândia 88,3 na 11,7
Uruguai1 88,4 na 11,6
Zimbabue 76,0 24,0 na
Austrália 100,0 na na
Canadá 100,0 0,0 0,0
Alemanha 100,0 na na
Grécia 100,0 na na
Itália 93,8 na 6,2
Japão 27,3 na 72,7
Coréia 23,2 na 76,8
México 69,0 na 31,0
Portugal 64,3 na 35,7
Suécia 94,6 5,4 na
Turquia 95,7 na 4,3
Reino Unido na 100,0 0,0
Estados Unidos 68,7 na 31,3
Média OCDE 80,0 9,6 10,4
Distribuição das matrículas na educação superior por tipo de instituição – 2000
Fonte: OCDE/UIS WEL (2005)
Notas: (1) Ano de referência 1999
(2) Ano de Referência 2001
(3) na = nenhuma
•Críticas à LDBEN
Genérica
Aberta
permitiu um projeto de Educação
fragmentária
•Metas quantitativas e qualitativas
•Avaliação do Ensino Superior
Ministério da Ciência e Tecnologia na Sociedade do
Conhecimento
•Livro Verde
•Investimento em pesquisa e inovação como forma de
diminuir a pobreza e tornar o conhecimento riqueza
•Tecnologia como salvadora
•Identificação das tecnologias estratégicas para o
desenvolvimento industrial econômico.
•Erradicar a exclusão digital.