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O LARGO DA PALMAA
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[O ADONIAS]
[1915] NASCIMENTO EM ITAJUÍPEESTUDOU EM SUA TERRA NATAL E EM SALVADORINICIA SUA VIDA JORNALÍSTICA EM SALVADOR[1936] – MUDA-SE PARA O RIO DE JANEIROCOLABORADOR E CRÍTICO LITERÁRIO NOS JORNAIS [A MANHÃ] [DIÁRIO DE NOTÍCIAS] [JORNAL DE LETRAS][1946] [OS SERVOS DA MORTE][1952] [MEMÓRIAS DE LÁZARO][1954-1955] DIRETOR DO INSTITUTO NACIONAL DO LIVRO[1954-1956] DIRETOR DO SERVIÇO NACIONAL DE TEATRO[1961] DIRETOR DA BIBLIOTECA NACIONAL[1962] [CORPO VIVO][1964] DIRETOR DA AGÊNCIA NACIONAL[1964] ELEITO PARA A CADEIRA Nº 21 DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS[1965] [O FORTE][1971] PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA[1977-1990] PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE CULTURA[1981] [O LARGO DA PALMA][1990] MORTE EM INEMA, ILHÉUS
[MADE IN BAHIA]
“As vanguardas européias do início do século vinte, mormente osmovimentos futuristas e dadaístas, exerceram forte influência nosartistas e intelectuais brasileiros, notadamente Mário de Andradee Oswaldo de Andrade, o que culminou com a Semana de ArteModerna em 28 de fevereiro de 1922 em São Paulo. Arepercussão do movimento modernista, rapidamente se espalhoupelo País, exceto na Bahia, que ainda estava fortemente arraigadaao parnasianismo-simbolismo.[...]Só a partir de 1928, depois de consolidado o modernismo noBrasil, foi que a Bahia abriu suas portas para saudar o movimentorenovador das artes e das letras da Boa Terra. Três grandesrevistas (e grupos) se destacaram na luta pelo modernismo naTerra de Todos os Santos. Ei-los: SAMBA, que girava em torno doGuarda Civil 85 e do alfaiate Bráulio de Abreu; ACADEMIA DOSREBELDES liderada por Pinheiro Viegas e ARCO & FLEXA, aprincipal revista de vanguarda local, e que teve como expoente, ointelectual Carlos Chiachio. Este estudo visa a verificar como sedeu o processo de implantação do movimento no Estado.
[MODERNISMO NA BAHIA: ASPECTOS DA SUA IMPLANTAÇÃO, MONOGRAFIA DE DURVAL CARVALHAL, UFBA, PG.
7]
[MADE IN BAHIA]
“Demoraram-se quase duas décadas para a essência dasvanguardas européias serem absorvidas pelos modernistasbrasileiros e produzirem efeito na Semana de Arte Moderna deSão Paulo. O modernismo baiano também padecerá desse fossocronológico. Somente seis anos depois do sucesso da Semana deArte Moderna de 1922, a Bahia falará a mesma linguagemmodernista. Afinal, a relação centro-periferia dá-se também noâmbito interno de um país; no caso brasileiro, São Paulo era ocentro; e a Bahia, a periferia.”
[MODERNISMO NA BAHIA: ASPECTOS DA SUA IMPLANTAÇÃO, MONOGRAFIA DE DURVAL CARVALHAL, UFBA, PG.
19]
“Foi a partir da implantação do modernismo na Terra de Todos osSantos, que as artes locais adquiriram a aura de grandesfeitos, projetando nacionalmente nomes como o de JorgeAmado, Adonias Filho, João Ubaldo, além do próprio Estado daBahia.Outros reflexos do movimento modernista localocorreram, posteriormente, nas artes plásticas, no cinema(novo), no teatro e na música popular. É sintomático que a BossaNova tenha sido capitaneada por um juazeirense, João Gilberto; eque a Tropicália tenha tido o sabor do azeite e da pimenta.”
[MODERNISMO NA BAHIA: ASPECTOS DA SUA IMPLANTAÇÃO, MONOGRAFIA DE DURVAL CARVALHAL, UFBA, PG.
11]
CONTEXTUALIZANDO[81]
Luiz Inácio Lula da Silva e outros
sindicalistas são condenados a três
anos de prisão por incitamento à
desordem coletiva
Bombas explodem em um carro no
Pavilhão Riocentro, no Rio de
Janeiro, durante um show
comemorativo do Dia do
Trabalhador, matando o sargento
Guilherme Pereira do Rosário e
ferindo o capitão Wilson Dias
Machado, ambos do Exército
Brasileiro, no chamado Atentado do
Riocentro.
Pelé recebe o título de Atleta do
Século, eleito pelo jornal
francês L'Equipe
Presidente João Figueiredo sanciona
a lei, que cria o Estado de Rondônia
[HORA DA
NOVELA
MODERNISTA]
[A MOÇA DOS
PÃEZINHOS
DE QUEIJO]
[A MOÇA DOS PÃEZINHOS DE QUEIJO]• A narrativa é em terceira pessoa, com um
narrador onisciente.
• Os aspectos psicológicos são tão intensos que torna extremamente subjetiva a percepção do mundo exterior.
• Embora a narração dos fatos enfatize sempre os aspectos psicológicos, interiores, o decurso temporal é cronológico, com pequenos flashes de volta ao passado (por exemplo: a morte do pai de Célia, a doença da mãe de Gustavo).
• A narrativa é bastante lírica, embora aqui e ali se percebam aspectos críticos como quando fala de Largo “sempre mal-iluminado que parece em penumbra” ou quando fala da postura capitalista do pai de Gustavo em sua “decepção de ter um filho, quando não inválido, praticamente inútil”
[A MOÇA DOS PÃEZINHOS DE QUEIJO]
- Não quero que você escreva mais! Quero que você fale!
Gustavo ouve e sente que o amor e o beijo de Célia podem gerar o milagre. (…) As bocas se afastam, as mãos mais se apertam, as lágrimas nos olhos que parecem sangrar. Tudo, agora, é nele angústia e dor. (…) é como num parto, a voz está nascendo. (…) E ele a rir e a chorar ao mesmo tempo, exclama, em tom ainda fraco, mas exclama:
- Amor!
[O LARGO
DE BRANCO]
[O LARGO DE BRANCO]• A narrativa é em terceira pessoa, embora centrada
no personagem Eliane.
• É como se Eliane estivesse fazendo uma revisão de suas vivências: a vida com Geraldo e a vida com Odilon.
• Não raras vezes se fundem presente – fatos que estão sendo vividos, e passado – fatos recordados, pois vividos no passado.
• Mudam, então, os tempos verbais (imperfeito, perfeito, mais que perfeito, ressaltando a idéia de fatos já ocorridos.) Inclusive, em longos trechos, utilizam-se as aspas, para indicar que esses trechos são “narrados” pela memória da própria Eliane, como em um longo discurso indireto livre, dentro do qual aparecem formas do discurso direto.
• O narrador, além de marcar o tempo, usando verbos no presente e no passado, usa os advérbios “agora” e “lá” que ressaltam o tempo presente e o lugar. Eliane no Largo da Palma, à espera de Odilon.
[O LARGO DE BRANCO]O mundo interior traz uma percepção subjetiva do mundo exterior: (...) a rua não era a mesma e certamente não era a mesma por causa dela própria.
Gasto é o vestido que usa, fora da moda, o melhor dos que restaram. Os cabelos agora brancos, sempre sedosos, não melhoram o rosto cansado. Olhos sem brilho, boca um pouco murcha, as rugas. Este é o lado, o lado de fora, que Odilon verá. Sabe que o Odilon – e se não mudou inteiramente –examinar-lhe-á o rosto com atenção a observar todos os detalhes. Não poderá ver, porém, o lado de dentro, precisamente o lado da consciência e do coração.
[UM AVÔ
MUITO VELHO]
[UM AVÔ MUITO VELHO]
• Tema central: eutanásia. Abordagem lírica de um tema polêmico: amor extremado x sofrimento da amada.
• O presente narrativo é o momento posterior a todos os fatos narrados:
O velho, quando aquilo aconteceu, trancou-se em si mesmo. (...) Sempre calado em seu canto... No quarto e no quintal, a tocar sua sanfona, como a esperar a morte e que todos o esquecessem.
O narrador desenvolve dois núcleos narrativos:
1- Núcleo Central: O Negro Loio e sua neta Pintinha.
2- Núcleo secundário: A vida do negro Loio.
[UM AVÔ MUITO VELHO]
• Linguagem bem trabalhada, concisa, períodos curtos, incisivos. Tratamento lírico dado à narrativa e aos conflitos humanos abordados. Inversão como forma de enfatizar sentido do termo invertido "Companhias, se teve, foram duas: a sanfona e a saudade de Aparecida". Observe a junção do concreto (sanfona) com o abstrato (saudade de Aparecida).
[UM CORPO
SEM NOME]
[UM CORPO SEM NOME]• O narrador é onipresente. A narrativa do
conto está na primeira pessoa, o narrador
fala dos fatos, e, embora faça parte da
história, ele não se identifica: “quem
sou, isto não importa”. “Ontem, quando
reencontrei o inspetor na Rua Chile, quase
dois meses após o meu depoimento na
Delegacia da Polícia...”
• Mulher que morre nos braços do narrador e
o faz lembrar-se de fatos que se passaram
em sua vida aos 18 anos.
• Uso indiscriminado de drogas e uma crítica
social a respeito do abandono das
prostitutas por parte dos donos de bordel
quando chegavam a uma idade avançada sem
condições para se manter em atividade.
[UM CORPO SEM NOME]• Refere-se à vida de sacrifícios das “mulheres
de vida fácil” daquela época que usavam seu
próprio corpo para se manter, por acreditarem
não existir outro meio de subsistência, viviam
na insegurança por não terem nenhum vinculo
empregatício. No desespero de não ter um amparo
na velhice, muitas vezes faziam uso de drogas e
bebidas alcoólicas, por não acreditarem que
outras portas pudessem abrir-se. Eram
consumidas pelo vício e enterradas como
indigentes.
• O amigo que o levou ao bordel, a dona do
bordel, a mulher que foi tirada de lá por ele
há 40 anos; o padre, todos os curiosos que
estavam ao redor do corpo, o médico legista e
os gatos que simbolicamente está relacionado
com o mistério da vida e da morte, de acordo
com a tradição oriental, está encarregado de
transportar as almas para o outro mundo.
[O ENFORCADO]
[O ENFORCADO]
• Embasamento histórico: Revolução dos Alfaiates (1798)
• Crítica sócio-histórica - “o governo e os graúdos”, a opressão, o terror, o medo, a insegurança.
• Inversão (explorando o valor expressivo do adjetivo): Inúmeros os que passavam por ele, todos apressados, alguns como que corriam.” “E porque grande era o silêncio e ouviu o barulho dos grilhões de ferro, soube que se arrastavam os que caminhavam para a morte.”
[A PEDRA]
[A PEDRA]
• Aspectos regionais: garimpo, Jacobina.
• O enriquecimento gera a migração para a capital.
• E no largo, ao ver a igreja bem defronte, (Cícero) pôs-se a andar, cabisbaixo, como perdido em profunda meditação. A ingratidão de Zefa, o desprezo de Flor, chô, o mundo era mesmo uma boa merda”.
• “Grandes, porém, eram os olhos de Deus. Todos pagariam semelhante na própria terra.”
FIMSLIDES BY
THIAGO OLIVEIRA