JOSÉ DE ANCHIETAsua história e sua vida

OS JESUÍTAS

OS JESUÍTAS

A Companhia de Jesus ou Ordem dos Jesuítas é uma ordem religiosa católica. Fundada por Santo Inácio de Loyola, o principal objetivo da congregação passou a ser o de disseminar o Evangelho.

A Companhia de Jesus foi a ordem religiosa escolhida pela Igreja como ordem missionária para levar o catolicismo para o Novo Mundo, que estava sendo colonizado.

O objetivo da Igreja era converter os infiéis (não-cristãos) para contrapor-se à expansão do movimento protestante pelo mundo.

Símbolo da Companhia de Jesus

Inácio de Loiola – Fundador da Companhia de Jesus

OS JESUÍTAS

Os primeiros jesuítas, liderados pelo padre Manoel da Nóbrega, vieram para o Brasil com o Governador-Geral Tomé de Souza.

As atividades dos jesuítas eram a realização de missas, casamentos, batismos e a educação dos filhos dos colonos.

Outro objetivo era a catequização dos indígenas, fazendo-os adotar a fé cristã e obedecer às orientações da Igreja.

Educação Jesuítica

Função religiosa de celebração de missas,

casamentos, batismos etc.

Função missionária – a catequização do indígena.

PADRE ANCHIETA

PADRE ANCHIETA

Padre José de Anchieta era de origem espanhola. Nasceu em 19 de março de 1534 em San Cristóbal de la Laguna, nas Ilhas Canárias.

Em 1551, José de Anchieta é aceito como noviço no Colégio jesuíta de Coimbra, em Portugal.

Anchieta sofria de violenta dor nas costas. A fim de amenizar as dores, mudou-se para o Brasil em 1553, já que aqui encontraria clima mais ameno.

PADRE ANCHIETA Anchieta era extremamente talentoso. Cantava,

compunha músicas, poesias e autos. Seu talento extraordinário rendeu-lhe o apelido de Canário de Coimbra.

No Brasil, Padre Anchieta empenhou-se na catequização dos índios. Dedicava-se principalmente aos curumins (crianças), através de peças e músicas, que foram utilizados em toda a colônia.

O padre aprendeu a língua tupi e chegou a escrever “Arte da Gramática da Língua Mais Falada na Costa do Brasil”, usada em todas as missões jesuítas.

PADRE ANCHIETA Padre Anchieta participou da fundação do Colégio Jesuíta,

instituição que deu origem à cidade de São Paulo.

Por ser o mais culto entre os jesuítas, foi responsável por ensinar a gramática latina para os padres e os noviços que aqui estavam. Escreveu, entre outras obras “Os feitos de Mem de Sá”, o “Poema à Virgem Maria”, com 4172 versos.

Em 1577 tornou-se provincial do Brasil. O mais alto cargo da Companhia de Jesus na colônia.

Anchieta foi beatificado em Junho 1980 pelo Papa João Paulo II. Em abril de 2014 foi canonizado pelo Papa Francisco.

ALGUMAS REPRESENTAÇÕES DE ANCHIETA

A CIDADE DE ANCHIETA OU RERITIBA

A CIDADE DE ANCHIETA OU RERITIBA

Para realizar a catequese, os jesuítas fundavam aldeias, também conhecidas como missões. Ali, os padres organizavam a vida e os trabalhos dos índios e ensinava-lhes o catolicismo.

Uma delas foi Reritiba, Rerigtiba ou Iriritiba, que em tupi significa “lugar de muitas conchas”.

A aldeia deu origem à cidade de Anchieta, na foz do rio Benevente. Antes de receber o nome de Anchieta, a cidade chegou a chamar-se Benevente.

Objetos do museu Padre Anchieta – Santuário Nacional de Anchieta

Santuário Nacional de Anchieta – Igreja Nossa Senhora da Assunção

OS ÍNDIOS QUE AQUI VIVIAM

OS ÍNDIOS QUE AQUI VIVIAM

Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram aqui aproximadamente cinco milhões de índios, que se dividiam em diversos povos e nações. Cada povo tinha um modo próprio de viver, de se organizar, de se relacionar com os outros.

É possível porém organizar os povos que viviam no Brasil em dois grupos pelas semelhanças que apresentavam em relação à língua falada e à organização social: o Macro-Tupi e o Macro-Jê.

OS ÍNDIOS QUE AQUI VIVIAM

O Macro-Tupi era formado por duas nações que ocupavam o litoral brasileiro, os Tupi e os Guarani.

Os Tupi viviam no litoral brasileiro, numa faixa que se ia desde o Ceará até São Paulo. Os Guarani viviam no Sul do Brasil.

No Espírito Santo habitavam índios de outros grupos, como os Jê-Botocudo, os Puri-Coroado e os Pataxó. Em Anchieta, porém, predominavam os índios Tupi.

COMO VIVIAM OS TUPI Tanto os Tupi, quanto os Guarani organizavam-se em

aldeias de 500 a 600 pessoas formadas por várias ocas ou malocas. As ocas eram habitações coletivas, sem divisão de cômodos, feitas de madeira e cipó e recobertas de sapé.

Os Tupi viviam da caça e da pesca e praticavam o cultivo do milho e da mandioca. Os homens organizavam os trabalhos mais pesados, como o preparo da terra para o cultivo, a caça, a construção de habitações e a guerra. As mulheres cuidavam da semeadura da terra e da colheita, preparavam os alimentos e produziam potes e vasos de barro.

A sociedade tinha um chefe (morubixaba), um conselho de taba, formado pelos líderes das grandes famílias; e um pajé (ou xamã) que cuidava dos rituais religiosos.

Oca ou Maloca indígena Tupi Índio Jê-botocudo

Representação de grupo Tupi do século XVI

CONSEQUÊNCIAS DA AÇÃO JESUÍTICA

É inegável a importância dos jesuítas na consolidação da colônia portuguesa. Porém, o trabalho dos jesuítas e, principalmente de Anchieta e Nóbrega também teve um resultado negativo para os indígenas. A catequese jesuítica levou à destruição de sua cultura: os padres destruíam a influência dos pajés, combatiam a antropofagia e a poligamia, faziam as crianças duvidarem dos próprios pais e desmontavam as sedes tribais. A consequência disso foi a destribalização. Os indígenas do litoral tornaram-se escravos, perdendo sua identidade, ou abandonaram suas terras e partiram para o interior do país.

BIBLIOGRAFIA CIVITA, Vitor. Enciclopédia Novo Conhecer Brasil. Verbete:

Anchieta, Missionário e Diplomata. São Paulo SP. Abril S.A., 1977

Grande Enciclopédia Barsa – 3ª edição. Verbete “Anchieta, José de”. São Paulo SP. Barsa Planeta Internacional Ltda, 2005

HEES, Regina Rodrigues: História do Espírito Santo / Ensino Fundamental. São Paulo SP. Scipione, 2011.

SANTOS NEVES, Luiz Guilherme: Anchieta: Nosso Município. Vitória ES. Editora Formar, 2011

SILVA FILHO, Augusto Gomes da: História do Espírito Santo. São Paulo SP. FTD, 2008