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PALAVRAS QUE AMAM

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Se ao menos pudesse tirar a máscara.

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Ao meu pai.

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Parte I - PALAVRAS SEM SENTIDO

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Sou alegre voz d’ ouvido surdoSou palavra viva em boca mortaSou onda alta em maré baixaSou pomba branca em grade escuraSou raio de luz em cego olharSou fresca flor de seca gotaSou intempérie em manhã soalheiraSou ninguém…

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Não sei se é sonho ou realidade.

Saio de mimpara não mais voltar.

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O silêncio ensurdece a bocado vazio que beija o olharque fala do tempo da dorque esconde o rosto das mãosque choram o nada.

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À maré alta a calmaria.Nos grãos de areiaa maresia.

Eu e tuE os nossos dedos.

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No mar da minha angústia o sol foge do horizonte paranão doirar as velas da eternasaudade da agitação das ondasna areia da praia no prazerda água à minha beira.

E nada mais.

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Aberta a mão pede outra mãoE há tantas mãosNem uma Duas em cada Homem De mãos dadas consigo mesmo.

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Ante a pequenez sombria da MorteA mão grandiosa da VidaAcena à eterna cumplicidadeEntre dedos sequiosos de Liberdade.

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O corpo na vã esperança de ser amadomergulha no prazer ilusóriode uma paixão lúdica.E volta arrependidoà alma fiel ao Amor.

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Ela navega no alto mar dos múltiplos desejos rumo à imortalidade.E ele fica em terra.

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A mulher-criançabusca a magia perdidana espiral do tempo.

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Queria entrar no teu olhar e repousar na tua boca.Queria descobrir o teu cheiro e invadir o teu corpo.Queria desafiar o prazer e ser cúmplice no desejo.Queria voar.

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Queria ver-tepor um minuto apenastalveza dor de te quererparasse.

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Nada souNada fuiNada sereiSem ti.

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Para quê voar Se não tenho asas?

Para quê sonhar Se tenho de acordar?

Para quê amarSe amar é sofrer?

Para quê quererSe não posso ter?

Para quê mentirSe conheço a verdade?

Para quê gritarSe ninguém me ouve?

Para quê morrerSe quero viver?

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Quando é que páro de perseguir a perfeição?Quando já não admirar a lua.

Quando é que páro de sonhar acordada?Quando já não olhar para o céu.

Quando é que páro de desejar o impossível?Quando já não ambicionar as estrelas.

Quando é que páro de te amar?Quando já não viver.

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Não quero ser HomemCala-teNão quero ser HomemCala-te Não quero ser HomemCala-te.

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Ser livre é viver e deixar viver sem medo

Ser livre é sonhar e partilhar os sonhos sem limites

Ser livre é amar e ser amado sem tabus

Ser livre é ser pela igualdade sem fronteiras

Ser livre é opinar e respeitar opiniões sem barreiras

Ser livre é defender o que se acredita sem desistir

Ser livre é rir de si próprio sem maneiras

Ser livre é construir o amanhã com esperança.

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Sonho que da guerra brotou paz.Sonho que da indiferença nasceu solidariedade.Sonho que da fome se fez pão.Sonho que do silêncio cresceram vozes.Sonho que de mim se acendeu a esperança.

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Dá-me a tua mão.Vem comigo ver as estrelasCorrer atrás dos sonhosVem comigo dançar à luz da luaDescobrir o segredo do meu corpoVem comigo e fica para sempre.Não digas que não.Dá-me a tua mão.

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Faltou-me o sonho para ser poetaFaltou-me o azul para ser céuFaltou-me o chão para ser terraFaltou-me a leveza para ser arFaltou-me a sede para ser águaFaltou-me a fome para ser pãoFaltou-me acreditar.

Quase fui poeta quando sonhei acordadaQuase fui céu quando me vesti de azulQuase fui terra quando pisei o chãoQuase fui ar quando tentei voarQuase fui água quando derramei lágrimasQuase fui pão quando saciei a vontadeQuase acreditei.

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Volto agora ao realVolto agora à lutaVolto agora aonde não pertençoVolto à minha vida.

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Parte II - PALAVRAS COM ALMA

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Enterrei as palavras.Não há nada para dizer. Já foi tudo dito.Só o silêncio das palavras ausentes.

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Tenho saudades de ti comigoTenho saudades de mim contigoTenho saudades de nós Agora posso dizer que fomos felizes.

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Se um dia soubesses o quanto pensei em tiSe um dia soubesses o quanto sofri por ti

Se um dia soubesses o quanto te desejeiTalvez acreditasses que te amei.

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Foste meu um diaMas perdi-te Pura ilusãoNão se perdeQuem não se tem.Prefiro a ilusão De te ter perdido um dia Do que a certeza De nunca teres sido meu.

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Vai valer a penaEsperar uma vida Para te ouvir dizer Palavras de Amor.

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Sem ti não vivoSonho E enquanto sonho, vivo.

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Sem ti sou água, não sou marSem ti sou pétala, não sou florSem ti sou asa, não sou pássaroSem ti sou verso, não sou poema.Sem ti não chego a ser.

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Como é que o céuBrilha sem estrelas?

Como é que a sementeGermina sem água?

Como é que a árvoreCresce sem terra?

Como é que euVivo sem ti?

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O amor não se explica, o amor sente-se.O amor não se aprende, o amor acontece.O amor não se lamenta, o amor vive-se.O amor não se esconde, o amor enaltece.

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Quem não derramou uma lágrima não sofreuQuem não sofreu nunca amou

Quem nunca amou nem sequer viveu.

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Olho a ondulação do mar, na boca sinto ainda o sal dos nossos beijos, a voz da saudade fala-me das nossas carícias na areia molhada…fazes-me falta.

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Vem saciar a minha fome Não aceito migalhasQuero-teSó para mim.

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Não me peças para te esquecer.Abandona tu o meu sentirSai tu do meu pensamentoDesiste tu de mim.Eu não sou capaz de te apagar.

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Quero caminhar em frenteJá que não vens comigoDeixa-me caminhar Sem olhar para trás.

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Ó meu amorNeste lamentoDe te quererEste pecadoLoucura de estarTodo o momentoPerto de ti.

Ó meu amorQuero amar-tePara além do sonhoVem aninhar-teNos meus braçosE sente o calorDos meus beijos.

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As palavras têm o poder de ferirE o condão de curar.As palavras têm o poder de seduzirE a capacidade de trair.As palavras têm força Mesmo quando estão caladas.

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Para mim o amor éLiberdadeEsperança

PazSofrimento

Para mim o amor és tu.

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Porquê que te amo?Não sei explicar.Sinto que te amoE que não importa a razão.

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Dizem que o amor tudo venceTambém acrediteiMas a mimO amor venceu-me.

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O Amor resiste a tudo, até à saudadeO Amor alimenta-se de verdadeO Amor permanece Para além do tempo e do espaço.

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O nosso amor vive na memória do meu corpo e da minha almaDeixou em mim marcas profundas de felicidade e também de dor.

A amargura de não te ter e a mágoa por não ser tuaNão desvanecem com o tempo.

Porquê que o nosso amor não envelhece?

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Sou água e queria tanto ser nuvemSou vento e queria tanto ser tempestadeSou verso e queria tanto ser sonetoSou sombra e queria tanto ser eu.

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Porquê esta absurda vontade de ser lua?Porquê esta fantasia delirante de ser tua?Tudo é decepção.

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Inventei-te mas não és meu.

Semeei perfeiçãoE colhi desilusão.

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Vãs quimerasSonhos desfeitosDelírios sem sentido

Nada é real, só a miragem de ti.

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Devolve-me a magia que outrora senti. Devolve-me a felicidade que já esqueci. Devolve-me a esperança que entretanto perdi.Dei-te tudo e tu nada me deste.

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Acende a luzTeima em estar apagada cá dentro.Não quero mais escuridãoAcende a luz da esperançaNão quero mais solidão.

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No cemitério de palavrasBusco a alma das palavras perdidas.O que está por detrás de cada palavra enterrada?Dita ou nunca pronunciada A marca da palavra Perdura no tempoComo uma pegada na areia.

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Parte III - PALAVRAS SOFRIDAS

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Se eu fosse uma palavra seria Amor

Se eu fosse uma palavra seria AmorPara resgatar da noite os adormecidosE dar alento aos que se sentem sós e perdidos.

Se eu fosse uma palavra seria AmorPara ser vivida com intensidadeE revelar toda a verdadeEscondida no choro da saudade.

Se eu fosse uma palavra seria AmorPara ser a eleita dos apaixonadosE influenciar todos os fados.Para ser a musa dos poetasE despertar a inspiração dos profetas.

Se eu fosse uma palavra seria AmorPara derrubar as certezasE despoletar os sonhos.

Se eu fosse uma palavra seria AmorPara provocar desassossegoPara perturbar o silêncioE inquietar a alma.

Se eu fosse uma palavra seria AmorPara desafiar a morte e vencer.

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Palavra de poeta

O poeta vive de palavrasAs palavras são o alimento do poeta.

O poeta dá corpo às palavrasAs palavras são a alma do poeta.

O poeta atribui sentido às palavrasAs palavras ganham vida nas mãos do poeta.

O poeta reinventa as palavrasAs palavras são as musas do poeta.

O poeta sente-se órfão sem palavrasAs palavras nascem do poeta.

O poeta ilumina as palavrasAs palavras são o sol do poeta.

O poeta faz amor com as palavrasAs palavras são as amantes do poeta.

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Os Outros

Não compreendem a ternura por detrás do olhar que ficou por trocarOs outros não sabem quem souNão alcançam a verdade da lágrima que ficou por chorarOs outros não sabem quem souNão imaginam a tristeza encerrada no sorriso por esboçarOs outros não sabem quem souNão descortinam a desilusão do sonho que não chegou a serOs outros não sabem quem souNão adivinham a emoção contida na palavra que ficou por dizerOs outros não sabem quem souNão vêem a beleza escondida no gesto que não chegou a acontecerOs outros não sabem quem souPorque não queremE nem desconfiamQue eu também não.

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Ser criança

Ser criança é ser genuínoÉ ser espontaneamente verdadeiroSer criança é ser puroÉ descobrir inocentemente cada emoçãoSer criança é ser alegreÉ rir naturalmente de tudoSer criança é ser esperançaÉ trazer no olhar um novo mundoSer criança é ser livreÉ brincar ao faz de contaSer criança é ser futuroÉ ser hoje o amanhã.

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Quando o poema abana as asas, soltam-se melodias de luz.

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Amar-te em segredo não é fácil

Reprimir o desejo de tiAfastar-te do pensamentoDespir-me da tua pele

Amar-te em segredo não é fácil

Silenciar o eco da tua vozApagar-te da memória do meu corpoArrancar-te dos meus sonhos

Amar-te em segredo não é fácil

Sofrer rindo da dor de não te terAmar negando o sentimentoSufocar o grito da saudade

Amar-te em segredo não é fácil

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Quando a vida desiludeÉ a ti que regressoÀ procura de paz.

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Não há amor

Não há amorNa frieza do olhar escondidoPor mãos vaziasNão há amorNa dureza da palavra perdidaNa memória esquecidaNão há amorNa delicadeza do beijo libertoPor um coração distanteNão há amorNa pureza do gesto disfarçadoPela ausência de emoçãoNão há amorNa beleza triste mergulhadaNo canto da sereiaNão há amorNa leveza da carícia soltaPela indiferença do desejo.

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Eu e tu

Entre o mar e o céuNum lugar incertoAs ondas vieram beijar-nos os pésO sol inundou-nos de luzEstás aqui amorPerto de mim.

Entre o mar e o céuNum lugar incertoA lua nos nossos olhosAs estrelas a iluminar o nosso caminhoEstou aqui amorJunto a ti.

Entre o mar e o céuNum lugar incertoA água murmura poesiaAs nuvens cobrem-nos de sonhosTu e eu aquiEntre o mar e o céuNum lugar incertoTrocamos rosas de fogo.

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Trago-te comigoNos meus olhos.E tu nem sabesQue és o meu olhar.

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Falar de amor

Olhos que teimam em falarDo amorQue os lábios silenciam.

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Esculpido na areia

O nosso amor esculpido na areiaFoi levado pelas ondasQuando o mar se apaixonou pela areiaE o céu ficou mais perto da terra.

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Sombra de luz

És luz e sombraSombra de luz.

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A outra

Olhas para mim mas não sou euEu sou a outraAquela que não vês por mais que olhes.

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A solidão da alma dói mais que a do corpo.

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O Amor está para além das palavras, no silêncio.

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Não digas nadaDe ti, não quero palavrasSó o som do silêncio.

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Quero ser silêncioApenas silêncio.Do silêncio nasce a voz da palavra.

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O império da palavra

Do império do silêncioNasceu a palavra AmorQuem escuta a palavraOuve o silêncio que a criouE vive o Amor.

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O Amor existe

És a provaQue o Amor resisteAo desgaste do tempoÀ distância de um olhar.

És a provaQue o Amor existeSem nós.