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Perfuração, Completação e Recuperação de Petróleo e Gás

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Produção de Petróleo e Gás: Perfuração, Completação, Elevação e Recuperação.

Anderson Pontes

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Perfuração

A perfuração de um poço de petróleo é realizada através de umasonda, chamada de sonda de perfuração;

1. Perfuração

Na perfuração rotativa, as rochas são perfuradas pela ação darotação e peso aplicados sobre a broca existente naextremidade de uma coluna de perfuração;

A coluna de perfuração consiste basicamente de comandos(tubos de paredes espessas) e tubos de perfuração (tubos deparedes finas);

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Os fragmentos da rocha são removidos continuamente através deum fluido de perfuração ou lama;

O fluido é injetado por bombas para o interior da coluna deperfuração através da cabeça de injeção, ou swivel, e retorna àsuperfície através do espaço anular formado pelas paredes dopoço e a coluna;

Ao atingir uma determinada profundidade, a coluna deperfuração é retirada do poço e uma coluna de revestimentode aço, de diâmetro inferior ao da broca, é descida no poço;

Perfuração

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O anular entre os tubos do revestimento e as paredes do poço écimentado;

Após a operação de cimentação, a coluna de perfuração énovamente descida no poço, tendo na sua extremidade uma novabroca de diâmetro menor do que a do revestimento para oprosseguimento da perfuração;

Do exposto, percebe-se que um poço é perfurado em diversasfases, caracterizadas pelos diferentes diâmetros de brocas.

Perfuração

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Figura 01. Diagrama esquemático de uma sonda de perfuração.

Perfuração

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Perfuração e Completação

Figura 02. Sonda de perfuração e seus acessórios.

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1.1. Equipamentos da Sonda de Perfuração

1.1.1. Sistema de Sustentação de Cargas

O sistema de sustentação de cargas é constituído do mastro outorre, da subestrutura e do estaleiro;

Uma vez desgastada, a broca é retirada até a superfície esubstituída por outra nova, numa operação chamada demanobra;

A torre ou mastro é uma estrutura de aço especial, com formapiramidal, de modo a prover o espaço necessário a manobra;

Perfuração

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Figura 03. Esquema de uma torre.

Perfuração

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Figura 04. Mastro em operação onshore.

Perfuração

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Figura 04. Mastro em operação onshore na amazônia.

Perfuração

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A subestrutura é constituída de vigas de aço especial montadassobre a fundação ou base da sonda, de modo a criar um espaçode trabalho sob plataforma;

Figura 05. Identificação da subestrutura.

Perfuração

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O estaleiro é uma estrutura metálica constituída de diversasvigas apoiadas acima do solo por pilares. O estaleiro permitemanter todas as tubulações (comando, tubos de perfuração,revestimento, etc.).

Figura 06. Estaleiro.

Perfuração

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1.1.2. Sistema de Geração e Transmissão de Energia

A energia necessária para acionamento dos equipamentos deuma sonda de perfuração é normalmente fornecida pormotores diesel;

Nas sondas marítimas em que exista produção de gás é comum eeconômica a utilização de turbinas a gás para geração de energiapara toda a sonda;

A depender do modo de transmissão de energia para osequipamentos, as sondas de perfuração são classificadas emsondas mecânicas ou diesel-elétricas;

Perfuração

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Perfuração

Nas sondas mecânicas, a energia gerada nos motores diesel élevada a uma transmissão principal (compound). Ocompound é constituído de diversos eixos, rodas dentadas ecorrentes que distribuem a energia a todos os sistemas da sonda;

Figura 07. Sistema de geração e transmissão de energia de uma sonda mecânica.

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Perfuração

As sondas diesel-elétricas geralmente são do tipo AC/DC, noqual a geração de energia é feita em corrente alternada e autilização é em corrente contínua.

Figura 08. Sistema de geração e transmissão de energia de uma sonda diesel-elétrica.

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Perfuração

1.1.3. Sistema de Movimentação de Cargas

O sistema de movimentação de carga permite movimentar ascolunas de perfuração, de revestimento e outros equipamento;

Figura 09. Guincho.

O guincho recebe energiamecânica do sistema degeração e transmissão deenergia necessária para amovimentação das cargas;

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Perfuração

O bloco de coroamento é um conjunto estacionário de 4 a 7polias em linha num eixo suportado por dois mancais dedeslizamento, localizado na parte superior do mastro ou torre;

Figura 10. Bloco de coroamento.

O bloco suporta todas ascargas que lhe sãotransmitidas pelo cabo deperfuração;

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Perfuração

A catarina é um conjunto de 3 a 6 polias móveis montadas emum eixo que se apoia nas paredes externas da própria estruturada catarina;

A catarina fica suspensa pelocabo de perfuração quepassa alternadamente pelaspolias do bloco decoroamento e polias dacatarina, formando umsistema com 8 a 12 linhaspassadas.

Figura 10. Catarina.

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Perfuração

Figura 10. Detalhes da catarina.

Polias

Alça

Guincho

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Perfuração

Figura 11. Sistema de movimentação de cargas.

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Perfuração

1.1.4. Sistema de Rotação

Nas sondas convencionais, a coluna de perfuração é girada pelamesa rotativa localizada na plataforma da sonda;

A rotação é transmitida a um tubo de parede externa poligonal, okelly, que fica enroscado no topo da coluna de perfuração;

Nas sondas equipadas com top drive a rotação é transmitidadiretamente ao topo da coluna de perfuração por um motoracoplado a catarina;

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Perfuração

A mesa rotativa é o equipamento que transmite rotação àcoluna de perfuração e permite o livre deslizamento do kelly noseu interior;

Figura 12. Mesa rotativa.

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Perfuração

O kelly é o elemento que transmite a rotação proveniente damesa rotativa à coluna de perfuração;

Figura 13. Kelly.

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Perfuração

Figura 14. Mesa rotativa e kelly.

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Perfuração

A cabeça de injeção ou swivel é o equipamento que separa oselementos rotativos daqueles estacionários na sonda deperfuração;

Figura 15. Cabeça de injeção ou swivel.

O fluido de perfuração éinjetado no interior da colunaatravés da cabeça de injeção;

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Perfuração

A perfuração com um motor deconectado no topo da coluna(top drive) elimina o uso damesa rotativa e do kelly.

Figura 16. Sistema com Top Drive.

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Perfuração

Figura 17. Sistema com Top Drive.

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1.1.5. Sistema de Circulação de Fluido

São os equipamentos que permitem a circulação e o tratamentodo fluido de perfuração;

Durante a fase de injeção, ofluido perfuração é injetado dostanques de lama na coluna deperfuração por intermédio dasbombas de lama.

Figura 17. Bombas de lamas.

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Perfuração

Durante a fase de retorno, o fluido de perfuração nos jatos dabroca percorre o espaço anular entre a coluna de perfuração e aparede do poço ou o revestimento;

O fluido de retorno e direcionado então para a fase detratamento ou condicionamento, que consiste na eliminaçãode sólidos ou gás que se incorporam a ele durante a perfuração;

Quando necessário, devem ser adicionados produtos químicospara ajustes de suas propriedade físicas e químicas;

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Figura 18. Sistema de tratamento de lama.

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1.1.6. Sistema de Segurança do Poço

O sistema de segurança é constituído dos Equipamentos deSegurança de Cabeça de Poço (ESCP) e de equipamentoscomplementares que possibilitam o fechamento e controle dopoço;

O mais importante deles é o Blowout Preventer (BOP), que éum conjunto de válvulas que permite fechar o poço ;

Os preventores são acionados sempre que houver um kick, fluxoindesejável do fluido contido numa formação para dentro dopoço;

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Perfuração

Se este fluxo não for controlado eficientemente, poderá setransformar num blowout, ou seja, poço fluido totalmente semcontrole, e criar sérias consequências, tais como dano aosequipamentos da sonda, acidentes pessoais, perda parcial outotal do reservatório, poluição e dano ao meio ambiente, etc.

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Figura 19. Sistema de Blowout Preventer.

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1.1.7. Sistema de Monitoramento

São equipamentos necessáriosao controle da perfuração:manômetros, indicador depeso sobre a broca, indicadorde torque, tacômetro, pressãode bombeio de lama, vazão dabombas, etc.

Figura 20. Painel do sondador.

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1.2. Colunas de Perfuração

1.2.1. Comandos

Os comandos (Drill Collars – DC) são elementos tubularesfabricados em aço forjado, usinados e que possuem alto pesolinear à grande espessura de parede;

Suas principais funções são fornecer peso sobre a broca e proverrigidez à coluna, permitindo o controle da trajetória do poço.

Figura 21. Comando espiralado e com ressalto para elevador.

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1.2.2. Tubos Pesados

Os tubos pesados (Heavy – Weight Drill Pipes – HWDP)são elementos tubulares de aço forjado e usinados que têm comofunção principal promover uma transição de rigidez entre oscomandos e os tubos de perfuração, diminuindo a possibilidadede falha por fadiga.

Figura 22. Tubo pesado com reforço estrutural.

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1.2.3. Tubos de Perfuração

Os tubos de perfuração (Drill Pipes – DP) são tubos de açosem costura, tratados internamente com aplicação de resinaspara diminuição do desgaste interno e corrosão, possuindo nassuas extremidades as conexões cônicas conhecidas como tooljoints, que são soldadas no seu corpo. O Comprimento nominalpode variar de 5,49 m à 16,50 m.

Figura 23. Tubos de perfuração.

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1.2.4. Acessórios da Coluna de Perfuração

Os substitutos (Subs) são pequenos tubos que desempenhamvárias funções, de acordo com suas características;

Figura 24. Substitutos.

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Os principais substitutos são:

(1) Sub de içamento: que é utilizado para movimentação decomandos;

(2) Sub broca: serve para conectar a broca, cujo elemento deunião é pino, ao primeiro comando, cuja conexão inferior tambémé pino;

(3) Sub de cruzamento: tem a função de permitir a conexão detubos com tipos diferentes de roscas e diâmetros.

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Perfuração e Completação

Os estabilizadores são ferramentas que dão maior rigidez àcoluna, e por terem diâmetro igual ao da broca, auxiliam amanter o diâmetro (calibre) do poço;

Figura 25. Estabilizadores.

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Perfuração

Os escareadores são ferramentas com as mesmas funções dosestabilizadores, mas utilizados em rochas duras e abrasivas;

Os alargadores são ferramentas que permitem aumentar odiâmetro de um trecho do poço já perfurado, desde a superfícieou a partir de uma certa profundidade de subsuperfície;

Os amortecedores de vibração são ferramentas que absorvemas vibrações verticais da coluna de perfuração induzidas pelabroca, principalmente quando perfurando rochas duras. Seu usoé comum quando se utilizam brocas com insertos de carbureto detungstênio.

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1.2.5. Ferramentas de Manuseio da Coluna

Chaves flutuantes são equipamentos mantidos suspensos naplataforma através de um sistema formado por cabo, polia epolia de contrapeso;

A chave flutuante tem a função defornecer o torque necessário aoaperto e desaperto das uniõescônicas da coluna;

Figura 26. Chave flutuante.

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Perfuração e Completação

Cunhas são equipamentos que mantêm a coluna de perfuraçãototalmente suspensa na mesa rotativa;

São utilizadas durante asconexões dos tubos deperfuração e comandos.Possuem mordentes que seadaptam e prendem à parededos tubos;

Figura 27. Cunhas.

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Perfuração

Figura 28. Cunha.

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O colar de segurança é um equipamento de segurançacolocado próximo ao topo da coluna de comandos quandosuspensa pela sua cunha na mesa rotativa;

O colar de segurança evita aqueda da coluna no poço emcaso de deslizamento pelascunhas.

Figura 29. Colar de segurança.

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1.3. Brocas

1.3.1. Brocas sem Partes Móveis

A inexistência de partes móveis e rolamentos diminui apossibilidade de falhas destas brocas;

Os principais tipos são: integral de lâminas de aço,diamantes naturais e diamantes artificiais;

(1) Integrais de lâminas de aço: conhecidas como brocas rabode peixe (FishTail) foram as primeiras a serem utilizadas. Noentanto, a vida útil de sua estrutura cortante é muito curta;

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Figura 30. Broca tipo integral de lâminas de aço.

Estrutura

Cortante

Jatos da Broca

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(2) Brocas de diamantes naturais:

Figura 31. Brocas de diamantes naturais.

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Perfuração

As brocas de diamantes naturais são usadas principalmente emduas ocasiões;

Perfurações em formações duras

Testemunhagem Core

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(3) Brocas de diamantes sintéticos:

Figura 31. Brocas de diamantes sintéticos.

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1.3.2. Brocas com Partes Móveis

As brocas com partes móveis podem ter um a quatro cones,sendo as mais utilizadas as brocas tricônicas pela suaeficiência e menor custo inicial em relação as demais;

Os elementos que compõem a estrutura cortante das brocastricônicas são fileiras de dentes montados sobre o cone queinterpõem entre as fileiras dos dentes dos cones adjacentes;

Quanto a estrutura cortante, as brocas tricônicas são divididasem: brocas dentes de aço e brocas de insertos.

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Perfuração

Figura 32. Broca tricônica de dentes de aço.

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Perfuração

Figura 32. Broca tricônica de dentes de aço.

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Perfuração

Drill Bits Tutorial-Oil and Gas Drilling From Planning to Production

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1.4. Fluidos de Perfuração

Os fluidos de perfuração são misturas complexas de sólidos,líquidos, produtos químicos e, por vezes, até gases;

Os fluidos de perfuração devem ser especificados de forma agarantir uma perfuração rápida e segura. Assim, é desejável queo fluido apresente as seguintes características;

(1) Ser estável quimicamente;

(2) Estabilizar as paredes do poço, mecânica e quimicamente;

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Perfuração

(3) Facilitar a separação dos cascalhos na superfície;

(4) Aceitar qualquer tratamento, físico e químico;

(5) Ser bombeável;

(6) Apresentar baixo grau de corrosão e de abrasão em relação àcoluna de perfuração e demais equipamentos do sistema decirculação;

(7) Apresentar custo compatível com a perfuração.

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Perfuração

O fluido de perfuração possui, basicamente, as seguintes funções:

(1) Limpar o fundo da broca e carrear o cascalho formado até asuperfície;

(2) Resfrias e lubrificar a coluna de perfuração e a broca;

(3) Exercer pressão hidrostática sobre as formações, de modo aevitar o influxo de fluidos indesejáveis (kick) e estabilizar asparedes do poço.

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1.4.1. Propriedades dos Fluidos de Perfuração

(1) Densidade;

(2) Parâmetros reológicos;

(3) Teor de sólidos;

(4) Acidez;

(4) Alcalinidade; (5) Teor de cloretos e salinidade;

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1.4.2. Classificação dos Fluidos de Perfuração

(1) Fluidos a base água;

Onde a água é o fluido dispersante;

(2) Fluidos a base óleo;

Os fluidos a base usa um dispersante composto dehidrocarbonetos líquidos;

(3) Fluidos a base ar.

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Perfuração

1.5. Operações Normais de Perfuração

1.5.1. Alargamento e Repassamento

Durante a perfuração de um poço, que se caracteriza pelaaplicação de peso e rotação na broca enquanto circular o fluidode perfuração, uma série de operações desempenham papelimportante no processo;

O alargamento consiste em se reperfurar o poço com umabroca de diâmetro maior que a utilizada para sua perfuração;

Quando o poço por algum motivo se estreita, é necessáriorepassar o poço no trecho descalibrado;

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Perfuração

1.5.2. Conexão, Manobra e Circulação

Quando o topo do kelly (ou motor, no caso de top drive) atingea mesa rotativa, é necessário acrescentar um novo tudo deperfuração à coluna. Esta operação e chamada de conexão, sendorealizada do seguinte modo;

(1) O tubo a ser acrescentado é colocado em local apropriado juntoà mesa rotativa;

(2) Eleva-se o kelly até o primeiro tubo de perfuração aparecer ecoloca-se a cunha na coluna para que o seu peso fique sustentadopela mesa rotativa;

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Perfuração

(3) Desconecta-se o kelly da coluna e o conecta ao tubo deperfuração a ser adicionado;

(4) Eleva-se o conjunto kelly-tubo de perfuração e o conectanovamente a coluna;

(5) Retira-se a cunha e desce-se a coluna até o kelly encaixar namesa rotativa e volta-se a perfuração.

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Perfuração

A manobra consiste na retirada e descida de toda a coluna deperfuração para substituição da broca;

(1) A retirada da coluna se faz elevando-se a coluna e colocando-sea cunha para o peso desta ser sustentado pela mesa rotativa;

(2) Desconecta, em seguida, a seção, geralmente composta portrês tubos, e estaleira no mastro;

(3) A descida é uma operação idêntica, na sequência inversa.

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1.5.3. Revestimento de um Poço de Petróleo

Um poço de petróleo (ou gás) é perfurado em fases, cujo númerodepende das características das zonas a serem perfuradas e daprofundidade final prevista;

Geralmente o número de fases de um poço é de três ou quatro,podendo chegar a oito, em certos casos;

Cada uma das fases é concluída com descida de uma coluna derevestimento e sua cimentação;

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Perfuração

Figura 33. Esquema do revestimento de poços com 3 (direita) e 5 (esquerda) fases.

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Perfuração

As funções das colunas de revestimento são as seguintes:

(1) Prevenir o desmoronamento das paredes do poço;

(2) Evitar a contaminação da água potável dos lençóis freáticosmais próximos a superfície;

(3) Impedir a migração de fluidos da formações;

(4) Sustentar os equipamentos de segurança do poço;

(5) Sustentar outras colunas de revestimento.

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As características essenciais das colunas de revestimento são:

(1) Se estanque;

(2) Ter resistência compatível com as solicitações;

(3) Ser resistente à corrosão e à abrasão;

(4) Apresentar facilidade de conexão;

(5) Ter o menor custo possível.

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Perfuração

O revestimento condutor é o primeiro revestimento do poço,assentado a pequena profundidade (10 a 50 m), com finalidadede sustentar sedimentos superficiais não consolidados;

O revestimento de superfície, com comprimento variando nafaixa de 100 a 600 m, visa prevenir desmoronamento deformações inconsolidadas. Serve ainda como base de apoio paraequipamentos de segurança de cabeça de poço, sendo cimentadoem toda sua extensão;

O revestimento de produção é descido com a finalidade depermitir a produção do poço;

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Perfuração

Figura 34. Revestimentos de um poço com 3 fases.

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O revestimento intermediário possui sua faixa deprofundidade na faixa de 1000 a 4000 m. É cimentado na parteinferior ou, em alguns casos, num trecho intermediário;

O liner é uma coluna de revestimento que é descida e cimentadano poço visando cobrir apenas a parte inferior deste, o poçoaberto. Seu topo fica ancorado um pouco acima da extremidadeinferior do revestimento anterior e é independente do sistema decabeça de poço.

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Perfuração

Figura 35. Revestimentos de um poço com 5 fases.

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Perfuração

1.5.4. Cimentação de Poços de Petróleo

A cimentação do espaço anular entre o poço e o revestimentovisa fixar a tubulação e evitar a migração de fluidos entrediversas zonas permeáveis atravessadas pelo poço;

A cimentação do espaço anular é realizada, basicamente,mediante o bombeio de pasta de cimento e água, que é deslocadaatravés da própria tubulação de revestimento;

A cimentação é classificada como cimentação principal ecimentação secundária;

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Perfuração

(1) A cimentação primária é a cimentação principal, realizadalogo após a descida de cada coluna de revestimento no poço;

(2) A cimentação secundária destina-se a corrigir a cimentaçãoprimária, quando há necessidade. Se por alguma razão, o topo docimento não alcançar a altura prevista no espaço anular, pode-seefetuar uma recimentação, fazendo-se circular pasta de cimentopor trás do revestimento, através dos canhoneios (perfuraçõesrealizadas no revestimento).

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Perfuração

A sapata é colocada na extremidade da coluna, e serve para aintrodução do revestimento no poço, podendo dispor de ummecanismo de vedação para evitar que a pasta, por ser maispesada que o fluido de perfuração, retorne ao interior dorevestimento após seu deslocamento;

Durante a descida do revestimento este é preenchido com fluidode perfuração, de modo a evitar diferencial de pressão excessivo,que possa colapsar a tubulação;

Existem dois tipo de sapatas: a sapata guia e a sapataflutuante. A sapata flutuante possui uma válvula que impede orefluxo da pasta de cimento para o interior da coluna;

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Perfuração

Figura 36. Sapata guia (esquerda) e sapata flutuante (direita).

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Perfuração

O colar é posicionado de 2 a três tubos acima da sapata,servindo para reter os tampões de cimentação;

Figura 37. Colar guia (direita) e colar flutuante (esquerda).

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Perfuração

Os tampões são feitos de borracha e auxiliam na cimentação.Normalmente são lançados dois tampões, o de fundo e o de topo,com o objetivo de evitar a contaminação da pasta de cimento;

O tampão de fundo tem uma membrana de borracha de baixaresistência em sua parte central. Ao ser lançado na coluna, àfrente da pasta de cimento, é por esta deslocado até encontrar ocolar (retentor ou flutuante), quando a membrana se rompe epermite a passagem da pasta;

O tampão de topo é rígido, sendo lançado após a pasta parasepará-la do fluido de perfuração que a desloca;

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Perfuração

Ao completar o bombeio do fluido de deslocamento, o tampão detopo é retido pelo colar, verificando-se um aumento depressão que indica o final da operação.

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Perfuração

Figura 38. Esquema de cimentação.

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Perfuração

1.6. Operações Especiais de Perfuração

1.6.1. Controle de Kicks

Uma formação é dita de pressão normal quando a sua pressãode poro for equivalente à pressão hidrostática exercida por umacoluna de água doce ou salgada que se estende desde a formaçãoaté a superfície;

O gradiente de pressão do fluido contido em seus poros poderáter uma valor compreendido entre o da água doce (9,807 kPa) e oda água salgada (10,49 kPa);

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Perfuração

Quando o gradiente de pressão da formação estiver fora desteslimites, diz-se que a pressão é anormal;

De modo geral, as formações são de pressão normal devido àacumulação de água doce ou salgada nos seus poros;

Diversos fatores estão associados a formações de pressãoanormal, como por exemplo: compactação, movimentostectônicos, intercomunicação de zonas de pressõesdiferentes, movimento ascendente das rochas, etc.;

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Perfuração

Uma das principais funções do fluido de perfuração é exercerpressão hidrostática sobre as formações a serem perfuradaspela broca;

Quando esta pressão for menor que a pressão dos fluidosconfinados nos poros das formações e a formação forpermeável, ocorrerá influxo destes fluidos para o poço, ouseja, o kick;

Dentre as causas comuns da ocorrência do kick são citados: pesode lama insuficiente e abastecimento incorreto do poço durante amanobra;

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Perfuração

(1) Pistoneio: quando se retira a coluna de perfuração do poçosão criadas pressões negativas, chamadas de pistoneio, quereduzem a pressão hidrostática efetiva abaixo da broca;

(2) Lama cortada por gás: o gás contido nos poros de umaformação normalmente se libera dos cascalhos cortados pela brocae se incorpora ao fluido de perfuração. Este gás, aos ser deslocadoaté a superfície juntamente com o fluido de perfuração, sofregrande expansão e diminui a densidade da mistura;

(3) Perda de circulação: o decréscimo de pressão hidrostáticacriado por perda de circulação com o abaixamento do nível dofluido no poço pode permitir a entrada de fluido da formação;

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Perfuração

(1) Outras causas: algumas operações durante a perfuração têmlevado poços a entrarem em kick, como por exemplo, a realizaçãode teste de formação.

Há vários indícios que identificam uma potencial situação dekick. Os principais são:

(1) Aumento de volume nos tanques de lama;

(2) Aumento de vazão de retorno;

(3) Poço em fluxo com as bombas desligadas;

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Perfuração

(4) Poço aceitando menos lama que o volume de aço retirado;

(5) Poço devolvendo mais lama que o volume de aço descido noseu interior;

(6) Corte da lama por gás, óleo ou água.

As principais informações do kick são as pressões lidas nosmanômetros quando o poço é fechado, e o volume ganho nostanques.

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Perfuração

1.6.2. Pescaria

O termo “peixe” é utilizado na indústria do petróleo paradesignar qualquer objeto estranho que tenha caído, partido ouficado preso no poço, impedindo o prosseguimento dasoperações normais de perfuração;

Prisão ou ruptura da coluna de perfuração, ruptura da broca ouqueda de seus cones, queda de acessórios de perfuração ou deoutro equipamento no poço são casos típicos que requeremoperações de pescaria;

A melhor técnica de pescaria é evita-la

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Perfuração

Pequenos objetos como mordentes de chave flutuante, cones erolamentos de brocas, pequenas ferramentas, parafusos, porcas,etc. podem cair no poço;

(1) Magneto: consta de um imã permanente que aprisiona osfragmentos ferrosos. Pode ser descido a cabo ou conectado naextremidade da coluna;

(1) Subcesta: é semelhante a um substituto, com compartimentopara retenção de pequenos fragmentos metálicos, removidos dofundo do poço por circulação do fluido de perfuração, quesedimentam devido à redução da velocidade de ascensão. Éposicionada logo acima da broca;