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1 RELATÓRIO DE PORTFÓLIO DE FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. INTRODUÇÃO Em qualquer seguimento educacional o planejamento é fundamental, e na educação a distância não é diferente; o aprendizado é planejado, exibindo sua comunicação por vias tecnológicas e com organização precisa. No Brasil a partir de 1904 foram implantadas várias iniciativas de programas educacionais com diversos suportes. O presente relatório de portfólio foi selecionado com base na página 112 do livro Prática Pedagógica, aprendizagem e avaliação em Educação a Distância, e foi selecionado a iniciativa em EAD “Projeto Ipê”, descrevendo a seguir: Iniciativa em educação a distância: Projeto Ipê, seu inicio, metodologias e avaliações; Descrição de sua trajetória e considerações finais

Portfolio fundamentos da educação a distância

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RELATÓRIO DE PORTFÓLIO DE

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. INTRODUÇÃO

Em qualquer seguimento educacional o planejamento é fundamental, e na

educação a distância não é diferente; o aprendizado é planejado, exibindo sua

comunicação por vias tecnológicas e com organização precisa. No Brasil a partir de

1904 foram implantadas várias iniciativas de programas educacionais com diversos

suportes. O presente relatório de portfólio foi selecionado com base na página 112

do livro Prática Pedagógica, aprendizagem e avaliação em Educação a Distância, e

foi selecionado a iniciativa em EAD “Projeto Ipê”, descrevendo a seguir:

Iniciativa em educação a distância: Projeto Ipê, seu inicio, metodologias

e avaliações;

Descrição de sua trajetória e considerações finais

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2. DESENVOLVIMENTO

O Projeto Ipê foi um programa de ensino a distância criado em 1984 com a

parceria entre a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e a Fundação

Padre Anchieta com o objetivo de atualizar e aperfeiçoar professores e especialistas

em educação por multimeios, produção e distribuição de cursos de atualização de

professores de 1º e 2º graus através de programas na TV Cultura de São Paulo,

utilizando-se de recursos impressos e de vídeo veiculados.

Criado com a finalidade de propiciar ampla discussão sobre o ciclo básico

com os professores e especialistas de educação, o projeto envolveu um sistema de

multimeios: TV e material impresso. No ano de 1984, utilizou-se a Rádio Cultura

como apoio. Segundo Palma Filho (1989), em 1984, foram levados ao ar vários

programas dirigidos aos professores de ciclo básico, atingindo 74.679 profissionais.

Em 1985, o foco do projeto foi direcionado para a atualização e aperfeiçoamento de

professores especialistas em educação, envolvendo debates sobre temas

educacionais em geral. Também nesse ano, foram organizados oito mil telepostos

(postos de recepção organizados), atendendo 80 mil professores do ensino público.

Na opinião de Palma Filho, os textos preparados para o Projeto Ipê/1985 já traziam

a discussão inicial sobre a reforma curricular, preparando o caminho para a

discussão das propostas curriculares a partir de 1986.

Exibido duas vezes por semana, com reprise aos sábados pela manhã, o Ipê

foi concebido pela Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP) -

órgão da Secretaria da Educação - com o objetivo inicial de capacitar professores

alfabetizadores em serviço, sendo uma das experiências que serviram de modelo

para a criação da TV Escola, em 1996.

Um dos coordenadores do projeto Ipê, o professor Pedro Paulo Demartini, por

parte da CENP, relata: “O Ipê tentava transmitir a ideia de uma alfabetização criativa

e, para tanto, nosso trabalho envolvia um reestudo da alfabetização e os textos

básicos, que depois resultaram nos primeiros vídeos produzidos pela professora

Emília Ferreira, conteudista da CENP. Os programas eram veiculados em sinal

aberto pela TV Cultura para todo o estado de São Paulo. As escolas da rede que

desejassem participar do projeto inscreviam-se através das delegacias regionais de

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educação. A recepção era organizada em telepostos com monitores treinados pelos

técnicos da CENP. Os monitores eram escolhidos entre os professores da área de

conhecimentos dos programas que exibíamos. Se o programa enfocava a área de

ciências, por exemplo, então o monitor era escolhido entre os professores da área.

Muitas vezes o próprio diretor da escola assumia o papel de monitor. A experiência

dos telepostos era muito rica, pois, logo após os professores assistirem aos

programas acabavam discutindo questões relevantes sobre temas da escola que

não discutiam em outros momentos. A ideia era fomentar a discussão de forma

organizada”.

Para Pedro Demartini, o sucesso do projeto deveu-se a vários fatores. Entre

eles a qualidade dos conteúdos dos programas exibidos, da entrega antecipada dos

textos impressos para acompanhamento das aulas televisivas e o sinal da televisão.

A estrutura dos telepostos baseava-se nos monitores e nos textos impressos

enviados com antecedência pela CENP, através das delegacias de ensino. Aos

sábados, os professores podiam sanar dúvidas durante as exibições através de

telefone e fax. No primeiro ano de funcionamento do projeto, em 1984, recebeu 83

mil inscrições de professores para participar. O sucesso foi tão grande que no ano

seguinte inscreveram-se 230 mil professores. Essa intensa procura pelos cursos de

capacitação tem uma explicação segundo Pedro Demartini: ”Os professores inscritos

para capacitação no primeiro ano do projeto receberam certificados que valiam

pontos para concurso de ingresso e remoção. No ano seguinte houve uma explosão

de matrículas” O projeto, que sobreviveu parte de dois governos estaduais, esteve

no ar durante quase 8 anos e capacitou mais de 400 mil alfabetizadores do Estado

de São Paulo, de 1984 a 1992, e foi um dos precursores do TV Escola.

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos perceber que a intencionalidade do Projeto Ipê foi lançado e

alcançado: a atualização de professores. Sua linguagem e mídias utilizadas foram

amplamente aceitas pelos professores/estudantes, aliado à sua qualidade de

transmissão e dos materiais. O sucesso do programa em seus oito anos de

existência trouxe melhores oportunidades e solucionou a grande demanda de

profissionais que necessitavam de reciclagem. Segundo o comentário de Pedro

Demartini, parte da grande procura do curso se deu pela contagem de pontos em

concursos; o que apesar de ser motivador para os profissionais na ocasião, foi um

ponto negativo a meu ver, já que a formação profissional e o conteúdo passaram a

ser um segundo plano. Qualquer projeto que visa atualização tem de ser visto pelos

professores com um olhar futurista, e não apenas mercadológico. A educação é

convocada a revisar-se, a instituir novas práticas e consolidar boas experiências e

os professores são os principais atores mobilizados a apresentar respostas a esses

processos de mudanças. não importando se está inserido no ensino presencial, a

distância ou em contextos híbridos, apesar de sua dinâmica e abordagem serem

diferentes. As novas propostas pedagógicas e o constante avanço da sociedade

tecnológica precisa de profissionais dedicados com a qualidade do que ensinam e

seus valores.

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4. REFERÊNCIAS

OZORES, Marcus Vinícius Pasini. - Tecnologa e educação : um estudo sobre a TV

Escola no estado do Amazonas / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de

Campinas, Faculdade de Educação. 2001.

MENEZES, Ebenezer Takuno de; Santos, Thais Helena dos."Projeto Ipê" (verbete).

Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix

Editora, 2002.

DEMARTINI, Pedro Paulo. Projeto Ipê: uma experiência de atualizaçäo e

aperfeiçoamento de professores alfabetizadores por multimeios Tecnologia

Educacional, v.19, n.95/96, jul./out. 1990

DE SOUZA, Rosa Fátima - Política Curricular no Estado de São Paulo nos Anos

1980 e 1990 - Departamento de Ciências da Educação e Programa de Pós-

Graduação em Educação - Universidade Estadual Paulista – Araraquara/SP

MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão / Newton Duarte - Universidade Estadual Paulista

(UNESP – Araraquara) - Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar -

Grupo de Pesquisa “Estudos Marxistas em Educação”

Introdução à Educação a Distância - Secretaria de Educação a Distância (SEAD/UECE), 2010.