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0 LINGUAGEM, LEITURA E POESIA: VOZES DO SABER DEMOCRATIZANDO A CIDADANIA Maria Luisa Nunes das Neves Este projeto foi elaborado e apresentado em duas escolas públicas no estado de Santa Catarina. 1 INTRODUÇÃO Trata-se de um projeto de leitura, totalmente voluntário, que visa à valorização do educando e do seu contexto sociocultural como um ser pensante e formador de uma opinião crítica, por intermédio de leitura e vivências cotidianas. 1.1 TEMA: PROJETO DE LEITURA 1.1.2 Delimitação do tema: Linguagem, leitura e poesia: vozes do saber democratizando a cidadania.

Projeto de leitura

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LINGUAGEM, LEITURA E POESIA: VOZES DO SABER

DEMOCRATIZANDO A CIDADANIA

Maria Luisa Nunes das Neves

Este projeto foi elaborado e apresentado em duas escolas públicas no estado de

Santa Catarina.

1 INTRODUÇÃO

 

Trata-se de um projeto de leitura, totalmente voluntário, que visa à valorização do

educando e do seu contexto sociocultural como um ser pensante e formador de uma

opinião crítica, por intermédio de leitura e vivências cotidianas.

 

1.1  TEMA: PROJETO DE LEITURA

 

1.1.2  Delimitação do tema: Linguagem, leitura e poesia: vozes do

saber democratizando a cidadania.

 

1.3 OBJETIVO GERAL

 

analisar a bagagem/contexto sociocultural dos educandos e, a partir disso,

formular uma prática de leitura dinâmica para, paulatinamente, buscar inseri-

la na realidade dos mesmos.

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1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

observar as dificuldades encontradas pelos professores de instigar seus

alunos ao gosto pela leitura;

criar um ambiente que seja atrativo à leitura;

conscientizar para a importância desta;

explicar a diferença entre leitura da palavra e a leitura de mundo (FREIRE,

1982);

debater sobre a relevância da linguagem e poesia para se extrair o máximo

da leitura;

conduzir os encontros, de forma interativa, que possibilite o diálogo e,

consequentemente, um educando ativo na produção de ideias críticas sobre o

conteúdo estudado e o ambiente em que vive.

 

1.5      PROBLEMA

Por que os alunos, na maioria das vezes, não se sentem interessados e/ou

motivados pela leitura?

1.6     HIPÓTESE

 

Experiências de leituras num espaço apropriado e planejado podem contribuir para

que os discentes encontrem respostas dentro e ao redor de si mesmos para elucidar

a falta de interesse e/ou motivação.

 

1.7      JUSTIFICATIVA

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Partindo-se do pressuposto que o professor tem um tempo hábil para ministrar o

conteúdo de suas aulas, preparar o material didático e de apoio, fazer registros no

diário de classe, torna-se cansativo, com o passar do tempo, dedicar-se, ainda mais,

em criar novas situações de abordagens que possam despertar o interesse de seus

alunos no processo de ensino-aprendizagem.

Aí é que está a relevância deste projeto. O mesmo procura buscar maneiras de

auxiliar o profissional da educação a otimizar as habilidades de seus educandos

através de encontros semanais na própria sala de aula ou em um ambiente propício.

Nesses encontros, o professor voluntário fará uso de uma metodologia diferente da

tradicional, passando a usar uma linguagem teatral e dinamizada, que atrairá a

atenção do educando. Trabalhar-se-á, ainda, com a afetividade para convencer o

aluno das práticas pedagógicas e nunca forçá-lo a algo que não queira fazer.

 

Então, não devemos apenas fazer a diferença, mas personificarmos a diferença para que não passemos despercebidos pelas histórias de vida dos nossos alunos, mas, isto sim, para que deixemos nessas histórias as marcas mais belas, as pegadas mais firmes, os sinais mais vivos. E essa aludida diferença, no processo educativo, tramita pelos campos afetivo e criativo da natureza humana (MIRANDA, 2006, p. 19). 

O afeto e o respeito são atributos eficazes para instigar as crianças nas atividades

escolares, principalmente em se tratando do processo de ensino-aprendizagem.

Para Miranda (2006, p. 23), “o afeto, com seu alto poder de contágio, é o principal

combustível que faz movimentar o mecanismo da autoestima, e no plano

pedagógico pode ser o definidor do sucesso ou do fracasso escolar ou acadêmico”.

Dessa forma, é possível ajudar tanto o educador quanto os seus educandos a

encontrarem alternativas pedagógicas que se traduzam em aulas dinâmicas e

motivadoras para ambos.

 

1.8     METODOLOGIA

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O presente trabalho será desenvolvido na sala de aula, biblioteca e/ou espaço

propício à leitura através de aulas interativas, debates, dramatização, dinâmica de

grupo e estudo dirigido por meio de textos e vídeos.

1.9      RECURSOS UTILIZADOS

 

• TV e DVD player;

• textos e imagens;

• quadro negro e giz;

• exercícios;

• livros de histórias.

 

1.10      CRONOGRAMA

 

Os encontros para as explanações sobre linguagem, leitura e poesia serão

ministrados às segundas-feiras, no período matutino, com duração prevista de

quarenta e cinco minutos, podendo ser alterados conforme o interesse do educando.

2           REFERENCIAL TEÓRICO

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2.1  O TERMO “LEITURA DE MUNDO” SOB A ÓTICA DE PAULO

FREIRE

 

Freire (1982) fala de um tipo especial de leitura, que deve vir antes da leitura da

palavra. Trata-se da leitura de mundo, ou seja, algo que a criança deve vivenciar

dentro ou ao redor de si própria: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra,

daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura

daquele” (FREIRE, 1982, p. 11). Em outras palavras, o ambiente sociocultural da

pessoa é fator imprescindível nesse processo para que ela se situe dentro da

realidade que a cerca, e possa contribuir de forma ativa e/ou crítica o seu papel de

cidadã dentro e fora do ambiente escolar.

Faz-se necessário ressaltar que as idéias mencionadas no parágrafo anterior

também são partilhadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais:

A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem, etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas (PCN apud KOCH, 2006, p 11). 

Aliadas a esses aspectos, acima ressaltados, estão a família e a escola pública, as

quais exercem papéis relevantes. Soares (2002) alerta que a escola pública é uma

vagarosa conquista do povo pela democratização do saber, não uma doação do

Estado às camadas populares como acreditam alguns.

A autora também enfatiza a participação da família no processo de linguagem:

“Argumenta-se que o desenvolvimento da linguagem da criança depende,

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fundamentalmente, da quantidade e da qualidade das situações de interação verbal

entre ela e os adultos, particularmente entre ela e a mãe” (SOARES, 2002, p.21).

Portanto, se a primeira está de alguma forma impossibilitada de interagir com a

criança, cabe a segunda esse desafio, que poderá (ou não) recorrer a alternativas,

como por exemplo, a ajuda voluntária dos “amigos da escola”, bem como a total

aceitação deste projeto.

Figura 1 - Caixa Figura 2 – Capa livro Fonte: Elaboração própria (2008) Fonte: Elaboração própria (2008)

Figura 3 - Caixa de sapato Figura 4 - Espelho Fonte: Elaboração própria (2008) Fonte: Elaboração própria (2008)

SUGESTÕES DE FILMES

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Gosto de assistir a filmes cuja temática é sobre liderança, persistência. Isso contribui

para a prática pedagógica e psicopedagógica. Sendo assim, recomendo os

seguintes filmes: “Coach Carter - Treino para a vida”, “Duelo de titãs”, “Mentes

perigosas”, “O resgate de um campeão” e “Vem dançar”.

Segue a sinopse dos filmes citados:

Coach Carter - Treino para a vida1

A história real e inspiradora de um treinador que decide mostrar os diversos

aspectos dos valores de uma vida ao suspender seu time campeão por causa do

desempenho acadêmico dos atletas. Dessa forma, Ken Carter recebe elogios e

críticas, além de muita pressão para levar o time de volta às quadras. É aí que ele

deve superar os obstáculos de seu ambiente e mostrar aos jovens um futuro que vai

além de gangues, prisão e até mesmo do basquete.

Duelo de titãs2

Baseado numa história real, este filme seguido de acontecimentos dramáticos

ocorreu em Alexandria, no Estado da Virgínia em 1971. Herman, um técnico negro

de futebol americano, é contratado para trabalhar com um time integrado de duas

escolas colegiais, os “Titãs”. Herman tem que enfrentar a indiferença dos jogadores

e um frio relacionamento com seu assistente Bill Yoast, um técnico branco que

1 Disponível em: http://interfilmes.com/filme_15628_Coach.Carter.Treino.para.a.Vida-(Coach.Carter).html

2 Disponível em: http://www.webcine.com.br/filmessi/rememtit.htm

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perdeu a vaga para ele. É bem claro que a hostilidade de Bill é por estar

subordinado a um homem negro. Os dois aprendem que têm muito em comum e se

concentram em fazer do time um campeão.

Carismático, porém determinado, Herman resolve levar os jogadores para acampar

por duas semanas. Lá eles são treinados rigorosamente, tanto fisicamente como em

unidade do time, forçando-os a viver e trabalhar juntos.

Mentes perigosas3

O filme conta a história de uma ex-oficial da marinha que passa a lecionar em uma

escola de subúrbio nos Estados Unidos onde alunos americanos e mexicanos vivem

juntos. O filme se baseia em uma professora em seu primeiro trabalho, tendo que

enfrentar uma sala de alunos rebeldes, cheios de problemas sociais envolvendo

família, drogas e preconceito. No começo a professora LouAnne Johnson (Michelle

Pfeiffer) sente-se desafiada e pensa por alguns instantes que não é capaz de dar

aulas para aquela turma, e um outro professor lhe diz em uma conversa que ela

precisa de algo para prender-lhes a atenção. A professora coloca a responsabilidade

para os alunos, dá a todos nota A, afirmando que manter essa nota alta é mais difícil

que tirá-la uma vez só. Em uma das cenas do filme, em que é ensinada uma série

de verbos, uma das alunas diz que o verbo mais importante falado foi o verbo

“escolher”, isso demonstra que aqueles alunos queriam escolhas, e estavam ali por

não tê-las [...].

3 Disponível em: http://www.portalcmc.com.br/filme04.htm

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O resgate de um campeão4

O repórter esportivo Erik (Josh Hartnett), salva um sem-teto e acredita que ele seja

Bob Satterfield (Samuel L. Jackson), uma lenda do boxe, que todos acreditavam

estar morto. Assim, surge para o jovem a oportunidade de uma grande matéria,

resgatando a história de um campeão. Esta jornada do ambicioso repórter

transforma-se em uma viagem pessoal, na qual ele reexaminará sua própria vida e

seu relacionamento com a família.

Vem dançar5

O dramático filme "Vem Dançar" inspirado na história real de Pierre Dulaine, conta a

trama do professor e competidor que ensina dança de salão como voluntário a um

grupo variado de alunos do ensino médio de uma área carente do centro de Nova

York, mantidos de castigo.

A princípio, os alunos estão desconfiados quanto a Dulaine, principalmente quando

descobrem que ele está ali para ensiná-los a dançar, mas seu comprometimento e

dedicação inabaláveis pouco a pouco os inspiram a abraçar o programa. Na

verdade, eles chegam a levar a idéia um passo adiante, combinando a dança

clássica de Dulaine com o estilo e a música hip hop, criando uma fusão única e

cheia de energia. Quando Dulaine se torna um mentor para seus alunos, muitos dos

quais não tiveram muito pelo que lutar em suas vidas, ele os motiva a aprimorar

suas habilidades para uma competição de dança de salão de muito prestígio da

cidade e, em troca, eles compartilham valiosas lições sobre orgulho, respeito e

honra.

4 Disponível em: http://www.interfilmes.com/filme_19494_O.Resgate.de.Um.Campeao-(Resurrecting.the.Champ).html5 Disponível em: http://www.cranik.com/vemdancar.html

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“Vem Dançar" que, não parece ser apenas "mais" um filme de dança, e sim um

filme que conta uma história real, dramática, emocionante e "apaixonante", além de

mostrar a força de vontade de um homem que luta por uma sociedade melhor como

voluntário em uma área carente de Nova York. 

REFERÊNCIAS

KOCH, Ingedore G. Villaça & ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006.

MIRANDA, Simão de. Professor, não deixe a peteca cair! 63 idéias para aulas criativas. 3 ed. São Paulo: Papirus, 2006.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 14 ed. São Paulo: Cortez, 1982.

SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 17 ed. São Paulo: Ática, 2002.