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Resenha do livro Safári de Estratégia por Tiago Bartz Schneider Logo no capítulo de introdução ao livro, é encontrada uma fábula, os cegos e o elefante, onde fica entendido que o todo não é somente formado por uma parte, uma única visão, nem pela simples soma das partes, pois é muito mais complexo que isso. Entretanto, para ver o todo, é necessário saber as partes que o compõem. No livro Safari de Estratégia, o todo que foi citado acima se refere à estratégia, e as partes se referem às “Escolas de Pensamento”, ao todo dez escolas, que são os dez pontos de vista distintos, a maioria dos quais se reflete na prática gerencial. Estes pontos, por sua vez, têm perspectivas únicas e focalizam um aspecto importante do processo de formulação de estratégia, todas com certa dose de exagero. Portanto, no livro, são salientados tanto as limitações das escolas quanto suas contribuições, sempre fazendo analogia a um elefante (estratégia), por isso do nome safari do título, e as partes do elefante com as visões percebidas pelas diferentes escolas de pensamento. As escolas são divididas em três grandes grupos, no qual o primeiro grupo é o das escolas de natureza prescritiva, que estão mais preocupadas em como as estratégias devem ser formuladas do que em como são efetivamente formuladas. O grupo de escolas de natureza prescritiva é formado pelas escolas de design, planejamento e posicionamento. O segundo grupo é composto por seis escolas de natureza descritiva. Elas consideram aspectos específicos do processo de formulação de estratégias e preocupam-se menos com a prescrição do comportamento estratégico ideal e mais com a descrição de como as estratégias são, de fato, e como se desdobram. O terceiro e último grupo é composto por uma única escola (de configuração) onde é descrito os estados da organização e dos contextos que a cercam, e o processo de geração de estratégias. A primeira parte é chamada de configuração, a segunda de transformação.

Resenha do livro Safári de Estratégia

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Safári de Estratégia - Henry Mintzberg Editora: Bookman Assunto: Administração e Negócios

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Page 1: Resenha do livro Safári de Estratégia

Resenha do livro Safári de Estratégia

por Tiago Bartz Schneider

Logo no capítulo de introdução ao livro, é encontrada uma fábula, os cegos

e o elefante, onde fica entendido que o todo não é somente formado por uma

parte, uma única visão, nem pela simples soma das partes, pois é muito mais

complexo que isso. Entretanto, para ver o todo, é necessário saber as partes que

o compõem.

No livro Safari de Estratégia, o todo que foi citado acima se refere à

estratégia, e as partes se referem às “Escolas de Pensamento”, ao todo dez

escolas, que são os dez pontos de vista distintos, a maioria dos quais se reflete

na prática gerencial. Estes pontos, por sua vez, têm perspectivas únicas e

focalizam um aspecto importante do processo de formulação de estratégia, todas

com certa dose de exagero. Portanto, no livro, são salientados tanto as limitações

das escolas quanto suas contribuições, sempre fazendo analogia a um elefante

(estratégia), por isso do nome safari do título, e as partes do elefante com as

visões percebidas pelas diferentes escolas de pensamento.

As escolas são divididas em três grandes grupos, no qual o primeiro grupo

é o das escolas de natureza prescritiva, que estão mais preocupadas em como as

estratégias devem ser formuladas do que em como são efetivamente formuladas.

O grupo de escolas de natureza prescritiva é formado pelas escolas de design,

planejamento e posicionamento. O segundo grupo é composto por seis escolas

de natureza descritiva. Elas consideram aspectos específicos do processo de

formulação de estratégias e preocupam-se menos com a prescrição do

comportamento estratégico ideal e mais com a descrição de como as estratégias

são, de fato, e como se desdobram. O terceiro e último grupo é composto por

uma única escola (de configuração) onde é descrito os estados da organização e

dos contextos que a cercam, e o processo de geração de estratégias. A primeira

parte é chamada de configuração, a segunda de transformação.

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O autor conceitua estratégia segundo Wright, como sendo os planos da

alta administração para atingir resultados consistentes com as missões e

objetivos da organização, mas diz que estratégia requer uma série de definições,

ao menos cinco em particular, com base em Mintzberg:

1. Estratégia entendida como plano (curso pretendido); idéia de futuro.

2. Estratégia entendida como padrão (comportamento ao longo do tempo);

idéia de olhar voltado para o passado.

3. Estratégia é uma posição (posição de uma empresa no mercado).

4. Estratégia é uma perspectiva (uma forma específica de fazer as coisas).

5. Estratégia é um truque: uma manobra para enganar oponentes.

São apresentados áreas gerais de concordância à respeito da natureza da

estratégia, em quadros resumos, e um breve relato da administração estratégica

como disciplina acadêmica (Sun Tzu e A Arte da Guerra são citados nessa

parte).

O lado “bacana” do livro está não só em suas analogias (gostaria que

existisse alguma voltada ao futebol ou games), mas nos exemplos práticos que

são citados e na linguagem simplicista utilizada, atrelado a citações de autores

discutidos durante o curso de administração. As figuras e desenhos presentes no

livro ajudam a ilustrar as situações e mesmo os conceitos, sendo de fácil

entendimento para a maior parte das pessoas.

O livro se afasta da visão tradicional tentando prover uma avaliação mais

ampla e equilibrada do campo da estratégia, mostrando suas contradições e

controvérsias, o que chama muito a atenção.