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Universidade Federal de Santa CatarinaCentro de Ciências Físicas e MatemáticasDepartamento de QuímicaCurso: Licenciatura em QuímicaDisciplina: MEN7007- Metodologia para o Ensino de QuímicaTurma: 05205 – 2013/1Professor: Carlos Alberto MarquesAluna: Marília Isabel Tarnowski Correia
Resenha: Epistemologia e Pedagogia. (MARQUES, C.A.; Apostila de Metodologia do Ensino de Química. EaD – UFSC/Projeto Bahia, 2000.)
Neste texto o autor faz um estudo epistemológico sobre as origens do
conhecimento científico, leis, teorias, métodos e práticas e suas implicações
pedagógicas no ensino de ciências, especificamente no ensino de química.
Sobre o conhecimento científico e suas implicações pedagógicas, o autor
descreve primeiramente a escola tecnicista, com seu método tradicional e suas
concepções de que o conhecimento se origina na observação dos fatos para a
formulação de hipóteses sobre os problemas e na realização de experimentos para que
as leis e teorias sejam comprovadas e/ou rejeitadas e aperfeiçoadas. A partir disso, traça
de acordo com Paulo Freire a concepção de que atualmente a formação científica em
âmbito escolar, em sua maioria, enxerga o aluno como uma mente vazia que recebe as
informações e as armazena, considerando assim que os alunos mais inteligentes e
capazes são os que têm altos desempenhos nos testes aplicados. Ou seja, o ensino é
baseado na capacidade de armazenamento e memorização de informações.
Porém, essas concepções de ensino vêm sido contestadas pelo empirismo
epistemológico e também pelo construtivismo. Do ponto de vista epistemológico o
conhecimento é construído pelo indivíduo e pela socialização, sendo que as concepções
prévias influenciam na observação e na experimentação. Já para o construtivismo, o
conhecimento está em constante transformação, considerando as concepções prévias, os
fatores sociais, políticos, econômicos e históricos inerentes àquele conhecimento. Para
Paulo Freire, o conhecimento novo é recriado, em outro contexto, a partir do
conhecimento pré-existente e para Gaston Bachelard o conhecimento é um processo e
não um produto, sendo necessária a problematização dos conhecimentos.
No mesmo texto o autor trata de um trabalho de pesquisa realizado por Otávio
Aloísio Maldaner no ano 2000 com professoras de química de escolas médias de Ijuí/RS
para verificar o que professores de química entendem por química. Partindo disso,
explica que para pesquisadores das ciências humanas, a ciência é uma atividade humana
que busca uma relação entre um objeto e a representação que fazemos sobre ele. Porém
na concepção dessa relação sujeito-objeto existe uma grande divergência, assim como
para professores de química existe diferentes concepções a respeito do que é química e a
dificuldade em relacionar a teoria com a prática.
No entanto, para o autor, a maioria dos professores acredita que a ciência está de
certa forma “escondida” na natureza esperando por alguém que a descubra,
permanecendo a ideia de que a ciência se faz apenas a partir da observação cuidadosa
do objeto de estudo. Assim no ensino de ciências e especificamente de química é
preciso compreender a diferença entre os objetos concretos e os objetos teóricos, ou
seja, a produção do conhecimento refere-se ao estudo, modificação, criação e recriação
do concreto mediado pelo teórico.