12
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM FOTOGRAFIA LABORATORIO PRETO E BRANCO PROFº FERNANDO PIRES DANIELA PIRES RESENHA: SISTEMA DE ZONAS 2014/1

Resenha: Sistema de Zonas

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Resenha: Sistema de Zonas

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM

FOTOGRAFIA

LABORATORIO PRETO E BRANCO

PROFº FERNANDO PIRES

DANIELA PIRES

RESENHA: SISTEMA DE ZONAS

2014/1

Page 2: Resenha: Sistema de Zonas

Sistema de zonas

No início dos anos 1940, Ansel Adams em

cooperação com Fred Archer, também

fotógrafo, desenvolveu uma técnica para

otimizar a exposição e revelação de chapas

de filme preto e branco. Foi na década de

1930 que os fotômetros se tornaram

amplamente difundidos e disponíveis para os

fotógrafos, então uma técnica para combinar

seu uso com a obtenção de negativos bem

expostos e, posteriormente, bem revelados

em papel fotográfico, fazia bastante sentido, especialmente na fotografia de

paisagem, bastante rigorosa com os padrões de captura e apresentação das

imagens.

Ansel Adams via o processo fotográfico como sendo constituído, basicamente,

de três passos:

1) A visualização da imagem, quando o fotógrafo deveria antecipar

mentalmente a imagem desejada, tanto do ponto de vista da composição como

das necessidades técnicas para sua execução, especialmente a exposição da

cena no negativo e o controle da profundidade de campo;

2) Execução da exposição, quando o fotógrafo deveria decidir que regiões

da cena deveriam ser privilegiadas para exposição na chapa de filme, visando

aumentar a probabilidade de obter negativos bem expostos;

3) A revelação do negativo, quando o fotógrafo deveria tomar decisões sobre

os parâmetros técnicos de revelação do negativo de modo a obter,

posteriormente, impressões em papel com controle preciso dos tons de cada

região da cena fotografada, tal como visualizada mentalmente.

Como Funciona:

Page 3: Resenha: Sistema de Zonas

O sistema de zonas funciona da seguinte forma: divide-se uma imagem em

onze zonas, desde o preto profundo ao branco absoluto, passando por todos

os tons de cinza. Depois compara-se os tons na tabela de zonas. Os objetos

que estiverem na zona 5 (equivalente à reflexão de 18%) são registados

conforme a leitura do fotómetro. Se o fotógrafo pretender fidelidade às

tonalidades de zonas mais claras, deve abrir o diafragma ou aumentar o tempo

de exposição. Se quiser optar pelo registo preciso de tons mais escuros, tem

que fechar o diafragma proporcionalmente à faixa em que está. Em geral, a

distância entre cada zona corresponde a um ponto no diafragma ou no

obturador. Conscientemente, ou não, a maior parte dos fotógrafos utiliza este

sistema. Eles analisam a luz e as cenas com alguma atenção para os

contrastes das cores e conforme a sua leitura, fazem compensações na leitura

do fotómetro para garantir que a imagem fique perfeita. Existem ainda alguns

fotógrafos que recorrem a técnica do Bracketing.

O Fotómetro

Para se entender o sistema de zonas, é preciso compreender o funcionamento

do fotómetro, instrumento que permite combinar a abertura de diafragma e

velocidade do obturador. Embora sejam considerados precisos estes

dispositivos baseiam-se na quantidade média de luz que existe numa cena. Por

isso, quando um quadro possui tonalidades de contraste muito claras ou muito

escuras, a fotografia corre o risco de ficar escura ou “super clara”. Estudos

concluíram que a maioria dos objetos fotografados refletem 18% da luz que

recebem. Assim, uma escala de tons que vai do preto profundo ao branco

máximo apresenta, no meio, um tom de cinza que representa esses 18% de luz

refletida. Do mesmo modo, os outros tons ou cores possuem também tons

correspondentes (no que se refere à emissão de luz). Essas tonalidades são

ferramentas básicas do sistema de zona.

O conceito dos Tons.

A definição de zonas foi estabelecida de uma maneira sistemática, já que o

filme reproduz uma infinidade de tons de forma linear. O espectro tonal do filme

Page 4: Resenha: Sistema de Zonas

foi dividido em dez zonas e para cada uma destas zonas foi atribuída uma

definição de como ela deveria ser representada na ampliação final.

Vamos simplificar o conceito original de Adams:

Zona Tons Observações:

0/- 5.0 – Preto máximo do papel fotográfico. Preto puro.

I /-4.0 – Tom percebido com o preto, levemente diferenciado do –3.0.

II/- 3.0 – Cinza escuro, limite entre o visível e invisível de texturas.

III/- 2.0 – Primeiro tom de cinza escuro.

IV /-1.0 Cinza Intermediário.

V 0 Cinza médio padrão. Índice de reflexão 18%.

VI/ +1.0 Cinza claro.

VII/ +2.0 Tom de cinza mais claro, com percepção definida das texturas.

VIII/ +3.0 Último tom de cinza claro, onde as texturas não são mais

reconhecidas.

IX/ +4.0 Branco máximo do papel fotográfico. Branco puro.

Podemos ainda subdividir esta escala em 0.5 ou até 0.3 pontos, limite de

percepção dos filmes profissionais ou das câmaras digitais DSLR.

Inicie, fotografando uma placa de isopor branca, com luz difusa, sem sombras.

Fotometre, procurando sempre manter o fotômetro em 5.6 e variando a

velocidade. Exponha corretamente, seguindo fielmente a leitura do fotômetro.

Obteremos assim valor “0”, Zona V (Cinza médio 18%).

A partir disto vamos abrir +1 ponto (f4). Assim, obteremos o cinza claro Zona

VI.

Agora vamos abrir mais um ponto (f2.8), obtendo +2.0, l ao cinza mais claro,

Zona VII.

Abrindo mais um ponto (f2), teremos +3.0, ou seja, último tom de cinza, Zona

VIII.

Por fim, abrindo o último ponto (f1.4), + 4.0, atingiremos o branco puro, sem

textura, Zona XIX.

Partindo da leitura normal do fotômetro f/ 5.6 (cinza médio), proceda do modo

inverso, fechando de um em um ponto até atingir – 5 ou Zona 0 e pronto!

Page 5: Resenha: Sistema de Zonas

Teremos toda a escala real de tons que o filme negativo preto e branco ou

colorido profissional consegue registrar.

Sempre que expomos o filme com a fotometria em 0, teremos o padrão cinza

médio, também utilizado pelos fabricantes para aferirem seus respectivos

fotômetros e a vasta gama de sensibilidade dos filmes.

Page 6: Resenha: Sistema de Zonas
Page 7: Resenha: Sistema de Zonas

Zona Tons Observações

0 5.0 Preto máximo do papel fotográfico. Preto puro.

I 4.0 Tom percebido com o preto, levemente diferenciado do –3.0.

II 3.0 Cinza escuro, limite entre o visível e invisível de texturas.

III 2.0 Primeiro tom de cinza escuro.

IV 1.0 Cinza Intermediário.

V 0 Cinza médio padrão. Índice de reflexão 18%.

VI +1.0 Cinza claro.

VII +2.0 Tom de cinza mais claro, com percepção definida das texturas.

VIII +3.0 Último tom de cinza claro, onde as texturas não são mais reconhecidas.

IX +4.0 Branco máximo do papel fotográfico. Branco puro.

Page 8: Resenha: Sistema de Zonas

A Zona 5 correspondia à zona do cinza médio, o mesmo usado nos cartões

cinza de refletância 18%, popularmente usados para decidir os valores dos

parâmetros fotométricos necessários para obtenção de imagens bem expostas.

Assim, a Zona 5 correspondia aos tons médios da cena, de forma que uma

região um ponto de luz (um stop de luz) mais escura cairia na Zona 4,

enquanto uma região um ponto de luz mais clara cairia na Zona 6, e assim por

diante. Uma região na Zona 1 seria provavelmente escura demais para mostrar

detalhe, assim como uma parte da cena que caísse na Zona 9 seria clara

demais para que sua textura pudesse ser percebida. Dessa forma, as zonas de

maior interesse seriam aquelas desde a Zona 2 até a Zona 8, sendo essa faixa

chamada de intervalo textural por Ansel Adams (a faixa compreendendo

as Zonas 1 até 9 era chamada de intervalo dinâmico).

Antes de descrever um procedimento típico para a utilização do Sistema de

Zonas, é importante observar que os filmes preto e branco usados por Ansel

Adams e seus contemporâneos tinham tendência a apresentar subexposição

Page 9: Resenha: Sistema de Zonas

severa, ou seja, registravam zonas de sombra com pouco ou nenhum detalhe

textural com facilidade. Por isso, era necessário expor para as sombras, isto é,

determinar os parâmetros da fotometria para expor adequadamente as zonas

de sombra de interesse.

Por exemplo, uma decisão usual era colocar as regiões de sombra densas

na Zona 2 (na zona de sombras densas, mas com detalhes). Assim, um

procedimento possível era, usando um fotômetro pontual, realizar a fotometria

para a região de sombra de interesse, o que a colocaria na Zona 5 (pois o

fotômetro, por força de sua calibração, procura sempre registrar qualquer cena

como cinza médio).

A seguir, para as sombras ficarem registradas com a tonalidade correta

(na Zona 5, essa região de sombras seria registrada como cinza médio), o

fotógrafo deveria alterar a exposição, diminuindo três pontos de luz, de modo a

forçar que essa parte da cena caísse na Zona 2, de sombras densas, mas com

textura (ver exemplo na Figura 2).

Naturalmente, ao forçar uma região de sombras a cair na Zona 2, regiões da

cena com outros valores de luminância cairiam nas demais zonas do sistema.

Não havia uma preocupação crítica com as regiões de luzes mais altas, uma

vez que, nas palavras do próprio Ansel Adams, a maioria dos filmes poderia

manter separação e detalhe através das zonas 9 e 10, ou mesmo além dessas,

e esse detalhe poderia ser impresso se modificássemos a revelação do

negativo através de manipulação durante sua impressão. Daí o mantra popular

para filmes preto e branco: expor para as sombras e revelar para as luzes

altas.

Teste de Zonas

O teste descrito abaixo é uma das maneiras de se testar um filme. Neste teste

visamos determinar o tempo de revelação normal com sua respectiva agitação

e a "ISO" do filme.Determinar a "ISO" do filme é simplesmente fazer uma

Page 10: Resenha: Sistema de Zonas

correção de exposição para obter duas coisas: (1) Cinza médio padrão usado

pelos fabricantes no fotograma da zona V e (2) que apareça a imagem descrita

para esta zona no fotograma destinado à zona III.

O teste deve ser feito utilizando um objeto branco que possua uma textura e se

possível algum volume tal como uma toalha branca felpuda. Esta toalha deve

ser colocada em um lugar que receba uma luminosidade constante, pode ser

um dia ensolarado sem nuvens ou uma iluminação artificial uniforme com

correção de temperatura de cor para luz do dia caso o seu teste seja para fazer

fotos externas. Caso vá utilizar este método sob luz de tungstênio faça o teste

com esta luz, pois os filmes respondem de maneira diferente para diferentes

espectros de luz.

Após posicionar a câmera e as luzes faça uma medição e ache a velocidade

para a abertura que se encontra no meio da escala da sua objetiva, ou seja,

caso sua objetiva vá de f/2 a f/16 ache a velocidade para f/5.6. Esta medida

representa a zona V e a partir desta zona construa uma escala para expor os

outros fotogramas variando a velocidade somente nos extremos da escala. A

escala abaixo é um exemplo tomando como base uma velocidade 60:

No caso do teste temos que expor cada zona com o valor de abertura e

velocidade correspondente a cada uma para que tenhamos as diferenças de

densidade. É aconselhável colocar um cartão com o número da zona

correspondente para facilitar a identificação após a ampliação e expor os

fotogramas em ordem.

Com um filme de 36 poses expor três séries considerando para cada uma

delas uma ISO diferente (sugestão: 160/ 200 /250) e deixar uma ponta virgem

para a determinação do tempo padrão de exposição.

Após a exposição revelar o filme escolhendo um revelador que geralmente

diluído proporciona um tempo de revelação recomendado pelo fabricante maior

que 10 min. Este tempo recomendado pode ser um ponto de partida para a

primeira revelação, no entanto, como sugestão diminua este tempo em 20%

Page 11: Resenha: Sistema de Zonas

para poupar algum tempo e material. A agitação e a temperatura influenciam

diretamente no tempo de revelação, portanto devem ser padronizadas para que

só o tempo de revelação permaneça como variável a ser determinada.

Depois do filme pronto é necessário fazer um teste com a ponta virgem do filme

para determinarmos o tempo padrão para todas as exposições. Com o filme

virgem no ampliador fazer uma tira de teste com intervalos de 1 min. A faixa

que devemos escolher é a primeira faixa que apresenta um preto total, esta

faixa apresenta uma divisão para faixa anterior mas não apresenta qualquer

diferença para a posterior.

Cuidado na escolha, pois as diferenças são muito sutis. Observe as tiras de

teste devidamente secas em lugar bem iluminado .

Assim que achar o tempo de exposição exponha todas os demais fotogramas

sem mexer no ampliador.

Quando estiver tudo seco coloque as tiras em ordem e observe se conseguiu

produzir uma escala que corresponda a descrição de cada zona. Caso a zona

VI se apresente com as características descritas para a zona VII o filme foi

revelado demais, neste caso o tempo desta revelação corresponde a N+1. Nas

zonas escuras deve-se observar a zona III que deve apresentar as

características descritas para ela, caso apresente características da zona II o

filme foi pouco exposto (a ISO escolhida foi alta), caso apresente da IV a ISO

escolhida foi baixa.

Referências Bibliográficas

www.focusfoto.com.br

www.fotoegrafia.com.br

Page 12: Resenha: Sistema de Zonas

www.digiforum.com.br

http://www.forumfotografia.net/topic/42410-sistema-das-zonas-vs-

exposi%C3%A7%C3%A3o-%C3%A1-direita-raw/

http://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/viewFile/1394/1181

http://escoladeimagem.files.wordpress.com/2009/09/sistemas_de_zona2.pdf