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A essência dos afrodescendentes, hoje e sempre abril 2015 NEGRO UNIVERSO AfroEscola Itinerante especial 1

Revista NEGRO UNIVERSO - AfroEscola Itinerante especial 1, abr 2015

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A essência dos afrodescendentes,

hoje e sempre

abril 2015

NEGROUNIVERSO

AfroEscola Itineranteespecial 1

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Revista

NEGRO UNIVERSO

AfroEscola Itinerantenúmero especial 1, abril 2015

Editor: Carlos Rogerio

AfroEscolaLaboratório UrbanoAvenida Atlântica, 904Valparaíso, Santo André, SPCEP 09060 001(11) 4425 4458

www.oficinativa.org

[email protected] (e-mail, msn)

carlos rogerio amorim (facebook, skype)

oficinativa (twitter)

Projeto realizado com apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura –

Programa de Ação Cultural – Proteção e Promoçãodas Culturas Negras

Mesmo quando não estamos publicando – em formatos impressos ou virtuais – com a

periodicidade que gostaríamos,seguimos com as ações na prática.

Aliás, é justamente a grande quantidade de vivências que não nos permite uma maior presença com nossos fanzines / revistas,

áudios e vídeos. A vida tem estado bem intensa...

Mas logicamente queremos e precisamos continuar registrando e compartilhando tudo o que

vamos investigando e descobrindo.E agora que a AfroEscola tem recebido alguns

reconhecimentos, ainda mais.É hora de mostrá-la a outros públicos e ocupar os

espaços historicamente privilegiados.

E aqui vamos nós!!!

Conteúdo

Em itinerância.....................................................3AfroEscola Radiofônica.....................................4AfroNarrativas.....................................................410 anos rodando.................................................5Enfim, a afrodécada............................................6Enlaces, Afro e Solidários..................................7AfroCineDebateS................................................7AfroRegistros................................................8 e 9

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Em itinerância...Começamos em muito alto astral esse novo período intitulado AfroEscola Itinerante. Primeiro porque poderemos seguir desenvolvendo ideias e ações que já realizamos há cerca de 2 anos em nosso Laboratório Urbano, localizado aqui na cidade de Santo André, com base nos estudos, reflexões, articulações e práticas sociais contra os ainda vigentes preconceitos, discriminações e racismos. E depois, porque vamos circular bastante pelo ABC paulista – e também por outras regiões – e isso sempre nos dá um friozinho bom na barriga e nos enche de brilho os olhos...

E para nós, boas itinerâncias só fazem sentido se compartilhadas com potentes companheiros e companheiras e quando aguçam a curiosidade para grandes investigações e descobertas. Nesses pontos, não temos qualquer dúvida que estaremos rodeados por criativos e sensíveis exemplares humanos e que cada experiência será única, profunda e inesquecível.

Assim, damos início a nossa caminhada artística, cultural e pedagógica, que vai durar de fevereiro a setembro com o apoio do PROAC Proteção e Promoção das Culturas Negras. Atividades programadas em nosso espaço sociocultural, em nosso município e nos vizinhos (São Bernardo do Campo, São

Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), além de algumas extensões que vão surgindo a partir de oportunidades, encontros e parceiras “inevitáveis”: Festival Nacional de Contadores de Histórias em Ponta Grossa, Paraná, Festival Hablalapalabra na Patagônia Argentina, edições do Revelando São Paulo pelo interior, entre outras tantas.

A AfroEscola, que já projeta sua “abertura oficial” para o ano de 2018 – ou seja, início dos trabalhos efetivamente com as crianças – intensifica nessa etapa sua crença na autoeducação, na autocapacitação, na autoformação: todas as vivências elencadas na proposta servem como indicações da rotina que desejamos implementar e assumir quando do contato direto com os estudantes do ensino infantil.

No mais, nos colocamos dispostos e disponíveis para as mais inusitadas trocas pois, sinceramente, dessa forma idealizamos o mundo para os próximos anos:pleno de solidariedade criativa e inovações que estimulem curiosidades ediversidades.

10ª Feijoada das MariasFazenda Roseira, Campinas

Ilú na Estrada, março de 2015

Maria Dias(Comida de Quintal)

no Rodas deCulturas Populares

+ Sarau SambadoSão Bernardo do Campo

abril 2015

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AfroEscola Radiofônica

Em março passado conseguimos concretizar

o antigo desejo de retomar nossa atuação

de comunicação comunitária. Assim,

voltamos aos 87,5 FM da Pérola da Serra, emissora localizada na cidade de Ribeirão Pires, com 13 anos de atuação social.

Anteriormente estivemos próximos, nos anos de 2004 a 2006, quando

mensalmente falávamos sobre as programações

que realizávamos. A AfroEscola nem existia...Agora estamos todas as semanas no ar, às sextas

das 12 às 13 horas, e também

estimulando outros meios alternativos informativos

da região.4

AfroNarrativas

“Sem Histórias não há vida”...

Esse é um dos inúmeros escritos que surgiram durante nossas já incontáveis vivências para compartilhar e fortalecer as oralidades, e que guardamos em nossos arquivos físicos e afetivos pois tem grande significado.

Desde que iniciamos essa empreitada humana de busca por uma essência filosófica que nos preencha de dignidades e de sensibilidades, as mais notáveis descobertas vem em forma de relatos, redigidos ou pronunciados, fazendo elos ainda não totalmente compreendidos entre passado, presente e futuro. Assim, adotamos a lentidão, a paciência como aliada estética nesse processo de evolução.

Dentro do projeto AfroEscola Itinerante, acreditamos que a narrativa, em suas mais diversas possibilidades, é o fio condutor que estimula as ações e, sem dúvida, que estabelece uma unidade plural. Por isso, dedicamos um módulo especial para ampliar nossas percepções e conversar com outros interessados no tema. Ocorreu no mês de abril no Centro Cultural Vladimir Herzog em Diadema, numa série de 4 encontros, e antecedeu o HADITHI NJOO, festival que criamos em 2012 para vivenciar contemporaneamente as ancestralidades afro.

“A oralidade é uma atitude diante da realidadee não a ausência de uma habilidade”

Além da materialidade necessária nesse assunto, mantemos um canal virtual para outras experimentações - www.festivalhadithinjoo.blogspot.com.br.

Pela internet pode ser acessada em www.radioperoladaserrafm.com.br

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A brincadeira era bem simples: convocar gente que gostava de tocar, dançar, comer, cantar, contar histórias para passar uma noite juntos, aprendendo e ensinando sobre o Folclore brasileiro. Quase sempre o fogo estava presente, em forma de fogueira improvisada, que aquecia as relações interpessoais e dizimava apartheids assimilados. Época bacana pois o trauma teórico imposto pela escola se desfazia na prática calorosa com inúmeros grupos e indivíduos de carne e osso – e muito suor! – que nos traziam, de todas as regiões do país, maravilhas de cores, sons e sabores diversos. Final dos 90, começo dos anos 2000 – novo século, novo milênio, novos vislumbres...

Então nos animamos e começamos também a construir instrumentos, a costurar roupas, a compor músicas, a arriscar receitas, a escrever nossas próprias histórias, inspiradas nas agora muitas Culturas Populares desvendadas, que davam sentido a costumes familiares e sociais antes até renegados.

Nas muitas andanças, conhecemos e nos encantamos por Paranapiacaba, sua gente e suas experiências. Era o diferente bem ao lado. Logo estávamos realizando coisas juntos também. E foram tantas...

E aí surgiu o Rodas de Culturas Populares em fevereiro de 2015, durante o Carnaval. Para celebrar essa década “de tantos batuques e de tantas umbigadas”, faremos 3 edições especiais, aproveitando o momento para fortalecer amizades e afinidades:

- dia 28 de março, no Centro Cultural Dona Leonor, Mauá, juntamente com o 2º Encontro Afro Popular;- dia 25 de abril, no Estúdio Fanfarras / Academia Nova Geração de Angola, São Bernardo do Campo, juntamente com o Sarau Sambado;- dia 21 de junho, no Largo dos Padeiros, Paranapiacaba, como parte da Festa Junina comunitária.

10 anosrodando...

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Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), por meio de sua Resolução nº 68/237, de 23 de dezembro de 2013, proclamou a Década Internacional de Afrodescendentes, com início em 1º de janeiro de 2015 e fim em 31 de dezembro de 2024, e com o tema: “Afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”.

O principal objetivo da Década Internacional consiste em promover o respeito, a proteção e a realização de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais de afrodescendentes, como reconhecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A Década será uma oportunidade para se reconhecer a contribuição significativa feita pelos afrodescendentes às nossas sociedades, bem como propor medidas concretas para promover sua inclusão total e combater todas as formas de racismo, discriminação racial, xenofobia e qualquer tipo de intolerância relacionada.

A Década terá como foco os seguintes objetivos:

- Fortalecer a cooperação e as ações nacionais, regionais e internacionais relativas ao pleno gozo dos direitos econômicos, sociais, culturais. civis e políticos pelos afrodescendentes, bem como sua participação plena e igualitária em todos os aspectos da sociedade;

- Promover um maior conhecimento e um maior respeito aos diversos patrimônios, culturas e contribuições de afrodescendentes para o desenvolvimento das sociedades;

- Adotar e fortalecer marcos legais nos âmbitos nacional, regional e internacional, de acordo com a Declaração e Plano de Ação de Durban, e com a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, bem como garantir a sua implementação total e efetiva.

A Década Internacional permitirá que as Nações Unidas, Estados-membros, sociedade civil e outros atores relevantes se juntem aos afrodescendentes e tomem medidas efetivas para a implementação do programa de atividades, com o espírito de reconhecimento, justiça e desenvolvimento.

Enfim,a afrodécada

E como podemos dialogar e fazer valer essas propostas?

- Divulgando ao maior número de pessoas essas informações;

- Juntando grupos / comunidades e realizando debates e outras atividades com base nos princípios da Década Internacional;

- Elaborando e encaminhando demandas aos órgãos administrativos de decisões locais e / ou regionais, para que possam ser apreciadas, avaliadas e apresentadas como políticas públicas.

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AfroCineDebateS

Já são 8 anos de atuação do CineClube Itinerante

CIDADÃOS ARTISTAS pela região do ABC paulista,

utilizando recursos audiovisuais, clássicos e

alternativos, para fomentar discussões e estudos sobre temáticas sociais diversas.

No início, seguíamos o modelo das pequenas salas mas logo percebemos que a ação tinha de ser mais direta

e efetiva. Então fomos às ruas, praças, terminais...

A programação pensada para o projeto AfroEscola

Itinerante tem como base o acervo que está sendo

montado / adquirido pela AfroEscola. Produções independentes em sua

maioria, realizadas pelos próprios agentes culturais,

também muitas vezes financiadas por recursos

públicos (editais).

- 7 - 7

ENLACES Afro e

Solidários

“Quando compreendi que viajando podia aprender muito mais que sentado numa cadeira,

dentro de uma sala de aula, minha vida simplesmente mudou.

E para melhor”...

De verdade não sabemos o autor dessa frase / pensamento, mas ela se encaixa perfeitamente ao sentimento que temos nos últimos anos. E que vai crescendo e crescendo a cada nova circulação, a cada novo encontro com algo / alguém que anteriormente poderia nos causar temor. Dessa certeza, nasceu o Enlaces Solidários, um programa de intercâmbios interculturais independente, no ano de 2006.

Ele se caracteriza por uma construção coletiva, horizontalizada, na qual as partes envolvidas expõem seus recursos e seus desejos. O resultado final tem de ser a satisfação de todos e a ampliação das redes.

Para o AfroEscola Itinerante reservamos algumas novas e instigantes possibilidades:

- estaremos abrindo finalmente nosso espaço sociocultural para receber pessoas que desenvolvam trabalhos relacionados ao tema afro; serão 2 convocatórias durante os meses de execução do projeto para ideias externas;

- teremos também apoio para os parceiros da AfroEscola investigarem seus temas específicos e / ou participarem de atividades para as quais tenham sido convidados.

Mariana Aguiar, primeira participante

do AfroENLACES

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AfroRegistros

AfroEscola Radiofônica,Rádio Pérola da Serra, Ribeirão PiresCarlos Rogerio e Fabi Menassi

AfroEscola de RuaEstação CPTM Santo André

AfroENLACES SOLIDÁRIOS10ª Feijoada Marias do Jongo, Campinas

Rodas de Culturas PopularesCC Dona Leonor, Mauá

AfroENLACES SOLIDÁRIOSMariana Aguiar

na Rádio Pérola da Serra

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AfroRegistros

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AfroENLACES SOLIDÁRIOSMariana Aguiar

Biblioteca CEU 3 Pontes, São Paulo

Rodas de Culturas PopularesSarau Sambado,

São Bernardo do Campo

AfroCineDebateEstação Jovem, São Caetano do Sul

AfroNarrativasCC Vladimir Herzog, Diadema

AfroENLACES SOLIDÁRIOSMariana Aguiar

Sarau na Quebrada, Santo André

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Se você tiver interesse em participar como colaborador da Revista NEGRO UNIVERSO, faça contato. Você pode também sugerir temas,

fazer entrevistas, reportagens, divulgar seu trabalho e tudo mais o que puder imaginar relacionado ao universo negro.

ACÃO / AXÉ!!!

Além do caráter informativo, histórico e cultural que desejamos imprimir nas páginas da singela revista NEGRO UNIVERSO, também queremos que ela se

torne uma mídia popular, integrativa e interativa. Para tanto, estaremos propondo várias ações paralelas.

Então, fiquem atentos!!!

Concurso visual “AfroCorpoBrasileiro”

Estaremos recebendo em tempo indeterminado fotos e desenhos para compor nossas próximas edições.As imagens podem vir acompanhadas de pequenos poemas, frases ou textos. Com o material recebido

organizaremos também algumasexposições itinerantes.

Não deixem de participar!!!

fragmento de um mural daCasa da Lagartixa Preta Malagueña Salerosa,

Santo André

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apoio: