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Práticase modelos A.A. das BE - DRELVT - T1 Sessão 3 Tarefa 2. 1ª Parte da Tarefa: Faça uma análise crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, tendo em conta os seguintes aspectos: 2.1. O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos implicados. O Modelo traçado/elaborado para auto-avaliação das Bibliotecas Escolares é fruto de um enormetrabalho e saberacumulado, resultado das experiênciasdesenvolvidas noutros países. Surge-nos aqui a possibilidade de apanhar um comboio já no seu trajecto e, assim, ganhar tempo precioso que podemos aplicar directamente no objecto de trabalho, sem voltar à casa de partida: a formação completa dos nossos alunos, futuros cidadãos da sociedade a que pertencemos. É nossaresponsabilidade fazer com que essaformação seja de âmbito alargado, a mais completa possível, contribuindo para o desenvolvimento das competências que permitem aos alunos conseguir responder aos desafios colocados pela sociedade global e tornarem-se cidadãosautónomos, mais participativos, assertivos e responsáveis. Podemos, utilizando estes saberesmelhorar os processos, inflectindo as práticas, de acordo com a informaçãoobtida atravésdos indicadorestraçados.Falamos, assim num modelo de auto- avaliação dirigido para uma gestãode qualidade. O Modelo de Auto-Avaliação pode, assim, ser considerado um processo que permite identificar os melhores caminhos para cumprir a missão da Biblioteca Escolar (o que verdadeiramente se pretendeda Biblioteca escolar). Desta forma através dele é possível avaliar o trabalho da Biblioteca Escolar e seu o impacto no funcionamento global da escola/agrupamento de escolas e nas aprendizagens dos alunos. Desta avaliação identificam-se pontos fortes (áreasde sucesso) e pontos fracos (áreasde menoresresultados). Resulta, assim, a melhoria das práticaspois ficamosa conheceros caminhos a seguir e a prementenecessidadede ajustamentodessasmesmaspráticas. O professor bibliotecário surge como o aquele que gere e estimula as potencialidades dos outros, aquele ajuda a criar novas oportunidadespara a aprendizagem. Os conceitos apresentados neste modelo são o de construtivismo, o da utilização de novas estratégias de abordagemdo conhecimento baseadasno questionamento e inquirição contínuas, de eficácia mais do que eficiência, noção de valor, de literacia a diversos níveis (incluindo uma nova vertente, as TIC), de melhoria contínua e da necessidadede fazer a Auto-Avaliação.

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Sessão 3

Tarefa 2.

1ª Parte da Tarefa: Faça uma análise crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, tendo em conta os seguintes aspectos:

2.1. O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos implicados.

O Modelo traçado/elaborado para auto-avaliação das Bibliotecas Escolares é fruto de um enorme trabalho e saber acumulado, resultado das experiências desenvolvidas noutros países.

Surge-nos aqui a possibilidade de apanhar um comboio já no seu trajecto e, assim, ganhar tempo precioso que podemos aplicar directamente no objecto de trabalho, sem voltar à casa de partida: a formação completa dos nossos alunos, futuros cidadãos da sociedade a que pertencemos. É nossa responsabilidade fazer com que essa formação seja de âmbito alargado, a mais completa possível, contribuindo para o desenvolvimento das competências que permitem aos alunos conseguir responder aos desafios colocados pela sociedade global e tornarem-se cidadãos autónomos, mais participativos, assertivos e responsáveis.

Podemos, utilizando estes saberes melhorar os processos, inflectindo as práticas, de acordo com a informação obtida através dos indicadores traçados. Falamos, assim num modelo de auto-avaliação dirigido para uma gestão de qualidade.

O Modelo de Auto-Avaliação pode, assim, ser considerado um processo que permite identificar os melhores caminhos para cumprir a missão da Biblioteca Escolar (o que verdadeiramente se pretende da Biblioteca escolar). Desta forma através dele é possível avaliar o trabalho da Biblioteca Escolar e seu o impacto no funcionamento global da escola/agrupamento de escolas e nas aprendizagens dos alunos. Desta avaliação identificam-se pontos fortes (áreas de sucesso) e pontos fracos (áreas de menores resultados). Resulta, assim, a melhoria das práticas pois ficamos a conhecer os caminhos a seguir e a premente necessidade de ajustamento dessas mesmas práticas.

O professor bibliotecário surge como o aquele que gere e estimula as potencialidades dos outros, aquele ajuda a criar novas oportunidades para a aprendizagem.

Os conceitos apresentados neste modelo são o de construtivismo, o da utilização de novas estratégias de abordagem do conhecimento baseadas no questionamento e inquirição contínuas, de eficácia mais do que eficiência, noção de valor, de literacia a diversos níveis (incluindo uma nova vertente, as TIC), de melhoria contínua e da necessidade de fazer a Auto-Avaliação.

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2.2. Pertinęncia da existęncia de um Modelo de Avaliação para as Bibliotecas Escolares.

Anteriormente à existência deste modelo, as bibliotecas escolares ou o que estas representavam, em muitos casos com bem menor importância que aquela que actualmente se lhe atribui, apenas elaboravam um pequeno relatório, muitas vezes pouco maior que uma página, onde descreviam muito sucintamente o que fizeram durante o ano lectivo, um documento vazio de conteúdo, uma vez que pouco ou nada servia de indicador para o ano lectivo seguinte, cujo relatório era muito semelhante senão mesmo uma cópia do anterior.

Com o “apanhar o comboio numa estação, durante o seu percurso”, não caímos na necessidade de iniciar todo um trabalho que já foi gerado. A existência deste modelo de auto-avaliação vem, assim, preencher o vazio citado, obrigando-nos a reflectir e a dialogar com a comunidade escolar, a ser-mos proactivos. A sua existência permite:

• uma gestão de qualidade

• avaliar a eficácia da biblioteca escolar;

• estabelecer metas a atingir por todos os coordenadores de bibliotecas e de escola;

• à biblioteca saber onde se encontra e para onde quer ir;

• identificar pontos fortes e fracos, de forma a determinar as prioridades de melhorias para apoiar , de forma mais eficaz, o ensino e a aprendizagem;

• estabelecer metodologias de trabalho mais adequadas aos desafios colocados pela sociedade;

• uma planificação estratégica de modo a servir a escola;

• mostrar as evidências do valor da biblioteca, do trabalho do coordenador e dos resultados obtidos.

• Avaliar em domínios distintos

Para além do citado a Auto-Avaliação da Biblioteca escolar deverá sempre considerar-se como parte integrante da auto-avaliação da escola, de forma que seja verificado do seu valor aquando da avaliação externa.

“A criação de um Modelo para avaliação das bibliotecas escolares permite dotar as escolas/bibliotecas de um quadro de referência que lhes permite a melhoria contínua da qualidade, a busca de uma perspectiva de inovação. “

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2.3. Organização estrutural e funcional. Adequação e constrangimentos.

Apesar de já ter desempenhado o papel de professor bibliotecário há alguns anos não pude, nesse momento, contar com os instrumentos de apoio/avaliação que hoje existem, mais especificamente com o modelo aqui em estudo, pelo que a análise que efectuarei, do documento, será expressa no campo da teoria, nunca o apliquei na prática. Juntando a experiência que possuo e contextualizando, julgo que o valor da biblioteca no apoio pedagógico à aprendizagem não está a ser devidamente apreciado e reconhecido, esta é ainda hoje tida como apenas mais um espaço que pode ser rentabilizado por acções de diverso âmbito e finalidade, pelo que a sua avaliação deve ser encarada como parte integrante de toda a escola e comunicada aos diversos participantes/intervenientes da estrutura pedagógica escolar, para divulgação.

A análise cuidada do modelo, pelo qual me tentei guiar na elaboração do plano estratégico de actividades para este ano lectivo para a “minha biblioteca” encontra uma organização funcional em 4 os domínios fundamentais que uma biblioteca deve contemplar, cada um com diversos subdomínios. Estes levaram-me a alguma reflexão no enquadramento das actividades planificadas mas, ainda não passei à sua concretização.

Esta organização em áreas nucleares em que se deverá processar o trabalho da/com a biblioteca obriga à definição de estratégias estritas para cada uma dessas áreas. Com a sujeição a uma avaliação, cada caminho traçado vai ser avaliado quanto à sua real eficácia, o que permite identificar pontos fortes e fracos e apostar na qualidade e eficácia da BE, definindo, assim, acções para a melhoria e recolha de evidências, contribuindo em alguns casos para “uma inflexão das práticas.”

Um constrangimento julgo ser a implementação de novas práticas/metodologias de trabalho para as quais não estamos direccionados como por exemplo a prática sistemática de recolha de evidências (Evidence-Based Pratice) que não integra os nossos hábitos quotidianos e que nos obriga ser mais rigorosos no registo de todas as acções desenvolvidas na/pela na BE.

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2.4. Integração/Aplicação à realidade da escola.

Sendo este ano, pela primeira vez Coordenador a tempo inteiro, e de um ciclo onde nunca trabalhei tenho ainda um grande percurso de aprendizagem pela frente com uma faixa etária onde a única experiência que possuo é como pai, a nível pessoal.

No entanto, com a experiência de já ter sido professor bibliotecário na escola do 2º e 3º ciclos, sede do agrupamento onde actualmente me encontro como professor bibliotecário no 1º ciclo, conhecendo a realidade envolvente às três escolas do agrupamento (muito próximas entre si), de ter tentado elaborar o plano anual de actividades de acordo com os 4 os domínios fundamentais que uma biblioteca deve contemplar e após leitura atenta dos documentos orientadores penso que é necessário equacionar qual a melhor metodologia para apresentar o modelo aos diversos intervenientes nas estruturas pedagógicas da organização escolar, como forma de dar a conhecer a biblioteca ao que se propõe e qual a nova visão e missão das bibliotecas escolares. A metodologia escolhida deverá transmitir a ideia de que este modelo de avaliação foi criado como um processo que conduzirá a uma reflexão e melhoria constantes, obrigando ao retorno eficaz da informação para que possa ser trabalhada e, assim, processar-se, caso necessário mudanças nas práticas.

Do meu conhecimento das estruturas escolares é provável que existam obstáculos/barreiras ao modelo, por este poder ser encarado como mais um trabalho, uma sobrecarga de uma classe de profissionais já por si exausta e, possivelmente, não existirá sucesso total (só parcial) no retorno da informação, recolhida no âmbito de evidências (por exemplo inquéritos).

O professor bibliotecário (neste caso particular os dois professores bibliotecários do agrupamento) deverá colocar-se ao dispor da comunidade educativa, esclarecendo da importância da sua participação na melhoria do desempenho da biblioteca evidenciando os campos em que esta melhoria caminha a par com a “Escola”.

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2.5. Competęncias do Professor Bibliotecário e estratégias implicadas na sua aplicação.

Apesar da Portaria n.º 756/2009 de 14 de Julho de 2009 regulamentar a designação de professores bibliotecários a partir do ano 2009-2010, as competências que um professor bibliotecário deve possuir estão contempladas em legislação, no Ponto 3 do artigo 8º do Despacho 13 599/2006 (2ªsérie) de 28 de Junho, com novas redacção em despachos posteriores, de 2007 e 2008, define as competências do professor bibliotecário do seguinte modo:

“Ao coordenador da BE compete o desenvolvimento das seguintes funções, sem prejuízo de outras definidas em regulamento interno:

a) Promover a integração da biblioteca na escola

b) Assegurar a gestão da biblioteca e dos recursos humanos e materiais a ela afectos

c) Definir e operacionalizar, em articulação com a direcção executiva, as estratégias e actividades de política documental da escola

d) Coordenar uma equipa previamente definida com o conselho executivo

e) Favorecer o desenvolvimento das literacias, designadamente da leitura e da informação e apoiar o desenvolvimento curricular

f) Promover o uso da biblioteca e dos seus recursos dentro e fora da escola

g) Representar a BE no conselho pedagógico”

A grande questão que se levanta é: Será que o legislado revela na íntegra o papel desempenhado pelo professor bibliotecário, os seus direitos e os seus deveres? É óbvio que não, como já citado anteriormente, em resposta a pontos anteriores, cabe ao professor bibliotecário ser organizado, proactivo, comunicador, etc., todo um conjunto de vertentes de um papel principal que se encontra intimamente associado à máxima de que a biblioteca serve a escola e esta realidade será tanto mais visível, quanto maior for a miscigenação desta com a escola e respectiva comunidade.

Em suma, poderemos adicionar ao legislado que cabe ainda ao professor bibliotecário, de acordo com o modelo aqui em estudo:

- dar a conhecer à direcção da escola da forma de implementação deste modelo, as suas vantagems/benefícios para a escola e agendando os momentos de passagem da informação à escola;

- dinamizar os processos da aplicação do modelo (construindo, recolhendo e analisando evidências e comunicando os resultados à comunidade escolar);

- articular com os diversos actores da aprendizagem e as estruturas pedagógicas da escola, assumindo a liderança de todo o processo;

- estar sempre receptivo para a constante actualização, a diversos níveis, exigência da sociedade actual, reflectiva na população com que vai trabalhar.