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SIMBOLISMO Jairjlnascimento.blogspot.co m.br Colégio Estadual Dr. Quintiliano da Silva

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  • 1. Jairjlnascimento.blogspot.com.brColgio Estadual Dr. Quintiliano daSilva

2. Em uma poca que, sob o pretexto naturalista, a arte foi reduzida somentea uma imitao do contorno exterior das coisas, os simbolistas voltam aensinar aos jovens que as coisas tambm tm alma, alma da qual os olhoshumanos no captam mais do que o invlucro, o vu, a mscara.O Simbolismo define-se assim pelo anti-intelectualismo. Prope a poesiapura, no racionalizada, que use imagens e no conceitos. uma poesiadifcil, hermtica, misteriosa, que destri a potica tradicional. 3. O Simbolismo tem origem na Frana, no final do sculoXIX, com a publicao dos poemas As flores do mal, de CharlesBaurdelaire. Os poetas dessa corrente literria foram chamadosfinesseculares ou decandentistas, por desprezarem os valorespositivos da sociedade burguesa e industrializada em ascenso.O mundo, na verdade, mostrava-se fugaz e fora de controle, arazo de controle e a tcnica no conseguiam explicar nemamenizar os medos e as angstias humanas. Os simbolistas se opem a esse mundo racionalizado. Emboraadotem dos parnasianos a preocupao com a forma, buscam umsentido maior para sua produo. E por meio de uma linguagemindireta que procuram mergulhar num universo mais profundo, pararecuperar a unio entre partes da sociedade em ebulio e umtodo, um sentido original, verdadeiro. Da o carter sugestivo emuitas vezes mstico de seus poemas. 4. Inimiga do ensinamento, da declamao, da falsa sensibilidade, dadescrio objetiva, a poesia simbolista procura vestir a Idea de umaforma sensvel. 5. Tanto o simbolismo francs quanto o brasileiro foramfortemente influenciados pela obra de Charles Bauderlaire(1821-1867), poeta ps-romntico francs consideradoprecursor no apenas do Simbolismo, mas de toda a poesiamoderna. Inserido no momento de transio entre os sculos XIX e XX,o Simbolismo convive com o perodo que antecede a PrimeiraGuerra Mundial (1914-1918) e com o Pr-Modernismo, que seanunciava em 1902. O Simbolismo uma reao ao esprito positivista ematerialista que prima na civilizao industrial, interessada emnovos mercados, sedenta por estender os seus domnios aomundo africano e asitico (interesses que acabaram por gerara Primeira Guerra Mundial). 6. Os simbolistas retomam a subjetividade da arte romntica com outrosentido. Os romnticos desvendavam apenas a primeira camada da vidainterior, onde se localizavam vivncias quase sempre de ordemsentimental. Os simbolistas vo mais longe, descendo at os limites dosubconsciente e mesmo do inconsciente. Este fato explica o carterilgico ou o clima de delrio de grande parte de sues poemas, como nofragmento de Cruz e Sousa: Cristais diludos de clares lacres, Desejos, vibraes, nsias, alentos, Fulvas vitrias, triunfamentos acres, Os mais estranhos estremecimentos 7. Preocupao com a essncia do universo Os poetas simbolistas, em geral, desprezavam a realidade que oscercava, composta de uma sociedade burguesa apoiada cada vezmais na razo e na tcnica. Interessava-lhes o mundo subjetivo, irracional. Buscavam o quese oculta sob o aparente, ou seja, interessavam-se pela essnciado universo, desejavam resgatar o sentimento de totalidade,perdido aps o Romantismo. E o caminho para chegar a esseponto lhes parecia ser a poesia. Assim, no escreviam poemaspara a sociedade, mas para tentar recuperar essa essncia outotalidade. Abre-se o caminho para a aproximao entre artes, comoliteratura e msica, ou literatura e pintura. Existindo umapreocupao em associar o que se diz maneira como se diz.So vlidos, nesse sentido, os jogos de palavras que associemsignificantes e significados, como ensina o poeta Francs PaulVerlaine. 8. Sem o Romantismo, com sua oposio ao uso desmedido daRazo, o Simbolismo no existiria, pois ele se apropriados princpios romnticos e os aprofunda de tal forma quenem o romntico mais contagiado pelas razes desta Escola ofaria. Os simbolistas percorrem, assim, caminhos maisousados e irracionais, recorrendo ao uso extremo dossmbolos e do misticismo, empreendendo rumo aoinconsciente uma jornada alm dos limites extremos da razo,um mergulho nos recantos mais ocultos do inconsciente. Os simbolistas adotavam uma viso pessoal e individualistada realidade, sem se ater muito aos princpios estticos entovigentes. Isto lhes valeu o pejorativo apelido dedecadentistas. Em 1886, porm, a publicao deum importante manifesto O Sculo XX, do terico destemovimento, Jean Moras deu ao movimento seu nomedefinitivo simbolismo. Na Frana, esta escola estintimamente ligada s conseqncias da RevoluoFrancesa, que marcaram sua natureza scio-cultural, e steorias elaboradas pelo Romantismo e pelo Liberalismo. 9. Para os adeptos do Simbolismo, no basta sentir as emoes,mas necessrio levar em conta tambm a sua dimensocognitiva. Esta a real postura potica, segundo seusseguidores. Este movimento se reveste igualmente de ummarcante subjetivismo, ou seja, de um teor individualista, emdetrimento da viso geral dos fatos. A musicalidade um deseus atributos que mais se destaca; assim, os simbolistasusam ferramentas como a aliterao e a assonncia. Almdisso, o Simbolismo revela-se um movimento de cartertranscendental, sempre resvalando para a imaginao e afantasia, privilegiando a intuio para interpretar os dados doreal, desprezando a razo ou a lgica. Os sonhos so para os discpulos do Simbolismo ferramentasfundamentais para compreender experincias ancestrais dohomem, em pocas nas quais prevaleciam sensaescaticas e anrquicas, que hoje so relembradas pelo sujeitoapenas em suas experincias onricas ou nas sessespsicanalticas. Esta escola essencialmente literria, poisrealiza no mbito da Literatura uma completa renovao. 10. Caractersticas na forma: No se descreve um objeto; sugere-se a existncia dele. Emprego de letras maisculas no verso. Uso de um vocabulrio bblico, litrgico, esotrico e arcaico nosentido de revitaliz-lo. Musicalidade A impreciso no sentido de certos vocbulos para caracterizar oindefinvel e o indizvel. Como pode-se notar em Antfona, d-se importncia s frasesnominais. Embora tenham dado importncia ao verso livre, os simbolistasainda estavam presos a poemas bem elaboradosformalmente, como os parnasianos. Caractersticas no contedo: Religiosidade, misticismo, espiritualismo, esoterismo. Expresso de estados da alma profundos e complexos. Sonho; no o sonho sentimental dos Romnticos, mas os sonhosmais escondidos do ser humano. Presena do inconsciente e do subconsciente. 11. O simbolismo portugus teve incio com a publicao daobra Oaristos, de Eugnio de Castro, em 1890.Oaristos um termo de origem grega que significadilogo ntimo. Alm de tratar de um amor ardente eleapresenta um prefcio que traz um verdadeiro programade esttica simbolista, com base nas ideias de JeanMoras. O trmino do simbolismo portugus deu-se em 1915, jem meio Primeira Guerra Mundial. 12. Eugnio de Castro (Coimbra 1869 1944) Formadoem Letras pela Faculdade de Coimbra por volta de 1889,o poeta se envolveu com a publicao de duas revistasacadmicas: Os insubordinados e Bomia Nova, ambasseguidoras do simbolismo Francs. Camilo Pessanha (Coimbra 1867 Macau, 1926) Omaior e mais autntico poeta simbolista portugus foi umgrande inovador, e seu trabalho influenciou modernistaposteriores, como Fernando Pessoa. Incorporouprocedimentos muito semelhantes ao do FrancsVerlaine no que se refere aproximao entre poesia emsica. 13. A trajetria do Simbolismo brasileiro foi paralela doPr-modernismo. Comeou com a publicao de Missale Broquis, ambos de Cruz e Souza, em 1893.Projetando-se no Sculo XX, estendeu-se at 1922, datada Semana de Arte Moderna de So Paulo. O Simbolismo no Brasil caracterizou-se por seguir duasorientaes bem distintas entre si: Orientao Humanstico-Social Linha adotada porCruz e Souza, que se preocupava com os problemastranscendentais do ser humano; Orientao mstico-religiosa Linha adotada porAlphonsus de Guimaraens, que se preocupava comtemas religiosos. 14. CRUZ E SOUZAOBRAS PRINCIPAIS: Broquis (1893) -Missal (1893) - Evocaes (1899) - Faris(1900) ltimos sonetos (1905)A obra de Cruz e Sousa a mais brasileirade um movimento que foi, entre ns,essencialmente europeu. Nela opera-se umatentativa de sntese entre formas deexpresso prestigiadas na Europa e o dramaespiritual de um homem atormentado sociale filosoficamente. O resultado passa, svezes, por poemas obscuros e verborrgicosmas, na maioria dos casos, a densidadelrica e dramtica do "Cisne Negro" atingeum nvel s comparvel ao dos grandessimbolistas franceses. O primeiro aspectoque percebemos em sua potica alinguagem renovadora. 15. Cruz e Souza foi especialista na utilizao de imagens ousadas comefeito de sugesto. Angstia sexual e erotismo misturam-se naexaltao de uma mulher que parece devorar os homens:Crton* selvagem, tinhoro* lascivo,Planta mortal, carnvora, sangrenta, De tua carne bquica* rebentaA vermelha exploso de um sangue vivo*Crton - arbusto ornamental*Tinhoro - erva ornamental*Bquica - relativo a Baco, deus grego do vinho e da dissipao 16. No seus poemas, abundam substantivos comuns com iniciais maisculase palavras raras. A linguagem denotativa quase desaparece na quantidadede smbolos, aliteraes*, sinestesias*, esquisitas harmonias sonoras. Aocontrrio do texto parnasiano, o simbolista exige do leitor um esforo dedecifrao, de "traduo" da realidade sugerida para a realidade concreta.A todo momento, o poeta apela para a linguagem metafrica: "O demnio sangrento da luxria...""Punhais de frgidos sarcasmos..."" negra Monja triste, grande soberana." (A lua)"As luas virgens dos teus seios brancos...""O chicote eltrico do vento..."A musicalidade se d atravs de aliteraes. Sejam em v:Vozes veladas, veludosas vozes, volpias dos violes, vozes veladas vagam nos velhos vrtices* velozesdos ventos, vivas, vs, vulcanizadas*...*Sinestesias: correspondncia entre as diversas sensaes, sons, olhares e cheiros. *Aliteraes: repetio defonemas no incio, meio ou fim das palavras. *Vrtices: redemoinho, turbilho. *Vulcanizadas: ardentes,exaltadas. 17. "A msica antes de qualquer coisa."A msica obrigatria, como nesta espcie de receita potica deCruz e Sousa: Derrama luz e cnticos e poemasNo verso e torna-o musical e doce Como se o corao, nessas supremasEstrofes, puro e diludo fosse.Mesmo a morte, na obra do simbolista brasileiro, possui umaterrvel musicalidade:A msica da Morte, a nebulosa, Estranha, imensa msica sombria,Passa a tremer pela minhalma e fria Gela, fica a tremer, maravilhosa... 18. ALPHONSUS DE GUIMARAENS (1870-1921)Mineiro, passado quase toda a sua vida nascidades barrocas e decadentes da regioaurfera, Alphonsus de Guimares sofreu asinfluncias ambientais dessas cidades, povoadasapenas, no dizer de Roger Bastide, "de sons esinos, de velhas deslizando pelos becossilenciosos, de vultos que se escondem sombradas muralhas. Cidades de brumas, conhecendo asmesmas existncias cinzentas e os mesmosfantasmas noturnos: donzelas solitrias, vestidasde luar." Sua poesia gira em torno de poucoassuntos:a morte da amadaa religiosidade litrgica 19. Quando Ismlia enlouqueceu, E como um anjo pendeuPs-se na torre a sonhar... As asas para voar...Viu uma lua no cu, Queria a lua do cu,Viu outra lua no mar. Queria a lua do mar...No sonho em que se perdeu As asas que Deus lhe deuBanhou-se toda em luar... Ruflaram de par em par...Queria subir ao cu,Sua alma subiu ao cu,Queria descer ao mar... Seu corpo desceu ao marE, no desvario seuNa torre ps-se a cantar...Estava perto do cu,Estava longe do mar... 20. www.google.com.br Portugus Linguagens: Volume 2/ William RobertoCereja, Thereza Coachar Magalhes. 7. ed. reform. So Paulo: Saraiva, 2010. Portugus Literatura Produes de Textos e Gramtica:Volume nico/ Samira Yousseff Campedelli, JsusBarbosa Souza. 3 Edio, So Paulo: Saraiva, 2000.