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Robson Josué Molgaro [email protected]
Em 1879 D. Pedro II concedeu a Thomas Edison o privilégio de exploração da iluminação pública, inaugurando a iluminação elétrica na estação Central do Brasil.
A instalação compreendia um locomóvel de 7 CV, dois dínamos e seis lâmpadas de arco, que substituíram os 46 bicos de gás que até então iluminavam o local.
Em junho de 1883, D. Pedro II inaugurou o primeiro serviço de iluminação pública municipal da América do Sul que contava com energia elétrica, em Campos (RJ).
Com 52 kW de capacidade, a unidade era movida a vapor gerado em caldeira a lenha, e tinha capacidade para alimentar 39 lâmpadas.
No mesmo ano, o Brasil construiu sua primeira hidrelétrica, em Diamantina (MG), iniciando um modelo de geração limpa que predomina em sua matriz energética até hoje.
Entre 1883 e 1900, a capacidade energética instalada no país aumentou 178 vezes, passando de 61 kW para 10.850 kW, dos quais 53% eram de origem hidrelétrica.
Logo o Brasil começou a chamar atenção do capital estrangeiro.
Em 1904, investidores canadenses e americanos criaram a Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company – que viria a ser a empresa Light.
A empresa teve a proposta de oferecer um amplo leque de serviços urbanos: transporte (bondes e ônibus), iluminação pública, produção e distribuição de eletricidade, distribuição de gás canalizado e até telefonia.
Assumindo uma postura intervencionista na gestão de águas e energia, o governo federal criou o Código de Águas (Decreto 24.643, de 10 de julho de 1934).
Esta foi a primeira regulação do setor, determinando a exigência de concessões e autorizações para a exploração da energia hidráulica, além dos serviços complementares de geração, transmissão e distribuição.
Ao longo dos anos 40, seguindo a tendência de outros setores estratégicos, o Estado começou a atuar diretamente na produção de energia. O primeiro investimento nesse sentido foi a inauguração, em 1945, da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).
Em 1951, o governo desenvolveu iniciativas para financiar e estimular a expansão do parque gerador brasileiro. Entre elas, se destaca a criação da Empresa Mista Centrais Elétricas Brasileiras S/A (Eletrobrás).
A Lei 5.655, de 1971, estabeleceu a garantia de 10% a 12% de retorno
sobre o capital investido, a ser computada na tarifa de energia. No período, havia ainda a facilidade de obter recursos junto à
Eletrobrás e por meio de empréstimos externos. Foi um período em que o setor desenvolveu sólidas bases financeiras.
Foi adotada a equalização tarifária, instituída em 1974. Por esse
sistema, empresas superavitárias transferiam recursos para as deficitárias, como forma de reduzir essas diferenças.
A década de 1990 foi um período de mudanças profundas no setor elétrico brasileiro. O primeiro passo se deu em 1993, quando a Lei 8.631 revogou o regime de remuneração garantida e o mecanismo de equalização tarifária. Este determinava o mesmo nível de tarifa para diferentes regiões do país, de acordo com a classe de consumo.
Ou seja, com a mudança, as distribuidoras passaram a ter reajustes e
tarifas diferenciadas em função de seus custos. A lei também criou contratos de suprimento entre geradores e distribuidores, começando a preparar o mercado para a desestatização.
A partir daí, o governo promoveu licitações para novos empreendimentos de geração; criou a figura do Produtor Independente de Energia; determinou o livre acesso aos sistemas de transmissão e distribuição, além da liberdade para os grandes consumidores escolherem onde adquirir seus suprimentos de energia.
O Programa Nacional de Desestatização foi lançado e, no ano seguinte, o Ministério das Minas e Energia implantou o Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro (Projeto RE-SEB).
Uma das principais consequências foi a desverticalização da cadeia produtiva: geração, transmissão, distribuição e comercialização se tornaram áreas de negócio (empresas) independentes.
A geração e a comercialização passaram por um
processo de desregulamentação destinado a incentivar a competição.
Já as atividades de transmissão e distribuição – continuaram como serviços públicos regulados.
Ainda em 1996, o governo federal criou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a fim de regular as atividades empresariais.
Em maio de 2001, um longo período de chuvas escassas baixou os níveis dos reservatórios das hidrelétricas, obrigando o Brasil a adotar medidas emergenciais para evitar o colapso na oferta de energia. O país entrou, então, em um período de racionamento que atrasou o crescimento do setor.
O Estado passou a investir nas termelétricas, que operam a
partir de combustíveis como a biomassa (bagaço de cana) e o gás natural.
Também começou a apoiar o desenvolvimento de projetos de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), fontes não-convencionais e conservação de energia.
Entre 2003 e 2004, foram criados órgãos de apoio: Empresa de Pesquisa Energética (EPE), com a
função de planejar o setor a longo prazo;
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), responsável por avaliar a segurança do suprimento;
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), para organizar as atividades de comercialização no sistema interligado.
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Diretrizes
Índices de
Monitoramento
Plano de
expansão G&T
CNPE
CMSE Ministério de Minas e Energia
Congresso Nacional
PRESIDÊNCIA
EPE
Regulamentos
Regulamentos Tarifas
ONS Produtor Independente CCEE Consumidor
Livre Agentes
G, T, D e C
ANEEL
Política
Energética
Política
Energética
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Política
Energética
As empresas de geração vendem energia principalmente para empresas distribuidoras, mas concorrem com estas e com as comercializadoras nas vendas para consumidores livres (consumidores com demanda igual ou superior a 3 MW).
R$
• O serviço de transporte de grandes quantidades de energia elétrica por longas distâncias, no Brasil, é feito através de linhas de transmissão e subestações em tensão igual ou superior a 230 kV, denominada Rede Básica.
• Qualquer Agente do setor elétrico, que produza ou consuma
energia elétrica tem direito à utilização desta Rede Básica, como também o consumidor livre, uma vez atendidas certas exigências técnicas e legais. Este é o chamado Livre Acesso, garantido pela ANEEL.
• A operação e administração da Rede Básica é atribuição do ONS.
• A prestação de serviço público de distribuição se dá mediante concessão ou permissão.
• A concessionária ou permissionária explora o serviço de distribuição em uma área geográfica bem delimitada, em regime de monopólio, ou seja, concentra toda a prestação do serviço de rede aos acessantes daquela região, responsabilizando-se pela operação, manutenção e expansão dessa rede.
• O sistema de distribuição está submetido ao controle de
qualidade baseado nas normas técnicas e nos regulamentos e procedimentos de rede aprovados pela ANEEL, tendo como contrapartida a receita proveniente da venda de energia.