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Prof. Msc. Araré de Carvalho Júnior

Sociologia do poder

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Introdução ao conceito de Poder a partir de vários autores da sociologia.

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Prof. Msc. Araré de Carvalho Júnior

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Em sentido genérico poder é a capacidade de produzir ou contribuir para resultados, fazer com que algo ocorra.

Na vida social, poder é a capacidade de fazer isso através de relações sociais: é a capacidade de produzir ou contribuir para resultados que afetem significativamente um outro ou outros.

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O exercício do poder é um processo social na medida em que indivíduos ou grupos detêm condições de influenciar ou alterar o comportamento de outros indivíduos ou grupos.

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O exercício do poder está diretamente vinculado à cultura dos grupos sociais que estabelecem aquilo que tem ou não valor naquela sociedade em particular.

Caso a força física seja valorizada, então ela é que se tornará o principal componente do poder.

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Se for a capacidade dos indivíduos em se relacionar com divindades, os sacerdotes terão mais valor, e, desse modo, exercerão mais poder.

Em grupos menores, por exemplo, entre amigos, terá mais poder aquele que detiver os elementos mais valorizados por todos.

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A maior parte dos cientistas sociais compartilha a idéia de que poder é a capacidade para afetar o comportamento dos outros. O poder pode ser considerado como um meio que o grupo ou indivíduo tem de fazer com que as coisas sejam realizadas por outros.

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Essas amplas definições gerais oferecem um quadro de referência para caracterizar algumas das principais diferenças no modo como o poder tem sido visto em debates do século XX e XXI.

Focalizando o Poder Social, podemos formular várias questões.

Quem ou o que possui poder? Muitos viram o poder como uma

capacidade de agentes, individuais ou coletivos, embora haja quem o considere uma propriedade impessoal:

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É a capacidade dos sistemas sociais de realizar objetivos coletivamente vinculatórios (Talcott Parsons). Para Parsons, poder não é uma questão de coerção ou dominação social, mas, sim, se origina do potencial dos sistemas sociais de coordenar atividades humanas e recursos, a fim de atingir objetivos.

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Ou dos mecanismos sociais de “disciplinar” indivíduos, modelando seu discurso, seus desejos, a bem dizer, a sua própria “subjetividade” (Michel Foucault).

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Em segundo lugar, que resultados contam como efeitos do poder? Muitos concordam com Bertrand Russel e Max Weber, que insistiram em que os resultados sejam intencionais.

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Para Russel, o poder é “a produção de efeitos pretendidos” (1938. p.25).

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Para Weber, é “a probabilidade de que um ator em uma relação social esteja em posição de levar a efeito a sua vontade, independentemente da base em que essa probabilidade se assenta” (1921, p.02)

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Em terceiro lugar, que distingue as relações de poder? De que maneiras podem os poderosos afetar significativamente outros para produzir ou contribuir para resultados?

Alguns como Weber, concentram-se na relações de dominação – no poder sobre um outro ou outros, na garantia de submissão por meios que podem ir desde a VIOLÊNCIA e a força, passando pela manipulação, até a AUTORIDADE e a persuasão racional .

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Outros, como Hannah Arendt, vêem as relações de poder como essencialmente cooperativas, definindo poder como “a capacidade humana de atuar em harmonia”, em contraste com a violência e a força, e com a relação “comando-obediência”. O poder nessa concepção pertence a um grupo e continua a existir somente enquanto o grupo se mantiver coeso

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Poder é um conceito sociológico fundamental, com vários significados, em torno dos quais há grande divergência. Vejamos como os clássicos conceituam o ‘poder’ dentro da sua teoria.

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Karl Marx utilizou o conceito de poder em relação às classes sociais, e não a indivíduos. Marx argumentava que o poder tem origem em uma posição de classe social na RELAÇÕES DE PRODUÇÃO, como na posse e controle dos meios de produção pela classe capitalista. Dessa perspectiva, a importância do poder reside não nas relações individuais, mas na dominação e subordinação de classes sociais, baseadas nas relações de produção.

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A posse dos meios de produção, segundo Marx, conferem a classe dominante não somente o controle da ESTRUTURA, mas também da SUPERESTRUTURA, onde a manutenção do poder é garantida.

O Poder para Marx se origina na posse dos meios de produção mas se perpetua com a difusão da IDEOLOGIA dominante. Em última instância, em Marx, podemos conceber como poder o PODER DA IDEOLOGIA.

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Diferentemente da coerção direta, a dominação ideológica é mais efetiva, e se mantêm com o apoio do dominado.

Segundo Marx, a consciência está ligada às condições materiais de vida, ao intercâmbio entre os homens. Porém, a consciência que os homens têm dessas relações, não condiz com as relações materiais reais que de fato vivem.

Por exemplo, ao trabalhador, parece natural que certas pessoas tenham que trabalhar em troca de um salário para viver, como se isso sempre houvesse existido e, mais ainda, como se tivesse que continuar existindo pra sempre.

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Marx mostra que o caráter de poder, de dominação, não se manifesta igualmente por toda parte da sociedade em geral sobre todos os homens indistintamente, mas sim de uma parte da sociedade sobre outra, ou melhor, de uma classe social que assume o papel de dominante sobre as outras, que se tornam dominadas.

O Poder que se estrutura na relação de classes, se perpetua através da ideologia. A ideologia é aquele sistema ordenado de idéias, de concepções, de normas e de regras que obriga os homens a se comportarem segundo a vontade do sistema, mas como se estivessem se comportando segundo sua própria vontade.

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Durkheim vê a sociedade como resultado direto da coerção exercida pelos fatos sociais.

A liberdade é a liberdade consentida, a liberdade dentro dos limites possíveis, imposta pela coerção.