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Tatilidades

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Palestra ministrada em 23/05, por Ana Erthal, no Interact em Belo Horizonte, abordando Tatilidades, a presença dos sentidos na cultura, na mídia e na tecnologia, pesquisas experimentais sobre o tato, aparatos tecnologicos que utilizam interface touch screen.

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TATILIDADES

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Marshall McLuhan

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contato. S.m. 1. Ato de

exercer o sentido do tato; toque.

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“A associação das mídias para efetivar as práticas de

comunicação, ou os arranjos midiáticos e os espaços, sejam híbridos, físicos ou virtuais, ou ambientes midiáticos, estaria

promovendo a hiperestimulação dos sentidos e a especialização das

sensorialidades ao criar novas linguagens corporais e novos códigos de comunicação”.

VINICIUS PEREIRA

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Minority Report

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Minority Report

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Minority ReportMinority Report

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Minority ReportMinority Report

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Tridimensionalização dos sentidos

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Backyardigans

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Backyardigans

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É preciso recuperar as sensorialidades em uma

linha do tempo que retorna à sociedade oral pré-letrada, a cultura ocidental - a cultura grega -, que mesmo depois

da criação do alfabeto fonético, foi sustentada por

uma base oral.

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Toda memorização da tradição poetizada dependia da recitação constante. As palavras e

frases deviam ser passíveis de repetição. O treinamento da técnica verbal usava

cadenciamento e métricas intercambiáveis que facilitavam a memorização da densa massa

informacional. Os poetas jovens eram solicitados a repetir e comparar suas memórias entre si e

com as dos mais velhos. Essa técnica era estruturada oralmente sobre uma diretriz

auditiva e não visual. A experiência sensorial que forjava a

produção narrativa era acompanhada por re!exos físicos ritmicos executados pelos dedos, ou

com o auxílio de um instrumento de cordas e  movimentos do pulmão, laringe, língua e

dentes. O movimento das pernas e pés funcionam como a marcação de um compasso,

que se assemelha a uma dança e auxilia na representação da recitação. Esse processo

reverbera então no público, que pode acompanhar a seqüência memorizada com ref!exos corporais involuntários, seguindo o ritmo com movimentos imperceptíveis. A narrativa

poética suscitava um processo imagético coletivo e todo um contingente emocional quase

hipnótico que em nenhum momento, sob nenhuma hipótese poderia ser interrompido.

ERIC HAVELOCK

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Toda memorização da tradição poetizada dependia da recitação constante. As palavras e frases deviam ser passíveis de repetição. O treinamento da técnica

verbal usava cadenciamento e métricas intercambiáveis que facilitavam a memorização da densa massa informacional. Os poetas jovens eram

solicitados a repetir e comparar suas memórias entre si e com as dos mais velhos. Essa técnica era estruturada oralmente sobre uma diretriz auditiva e

não visual. A experiência sensorial que forjava aprodução narrativa era acompanhada por re!exos físicos ritmicos executados

pelos dedos, ou com o auxílio de um instrumento de cordas e  movimentos do pulmão, laringe, língua e dentes. O movimento das pernas e pés funcionam

como a marcação de um compasso, que se assemelha a uma dança e auxilia na representação da recitação. Esse processo reverbera então no público, que

pode acompanhar a seqüência memorizada com ref!exos corporais involuntários, seguindo o ritmo com movimentos imperceptíveis. A narrativa

poética suscitava um processo imagético coletivo e todo um contingente emocional quase hipnótico que em nenhum momento, sob nenhuma hipótese

poderia ser interrompido.

ERIC HAVELOCK

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Em primeiro lugar, todo discurso falado é obviamente produzido por movimentos físicos

executados na garganta e na boca.

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Em segundo, numa cultura oral, todo

discurso falado deve igualmente ser produzido

dessa maneira.

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Em terceiro, ele somente pode ser

conservado quando lembrado e repetido.

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Em quarto, para garantir a facilidade

na repetição, os movimentos físicos

da boca e da garganta devem ser organizados de uma maneira especial.

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Em quinto, essa organização consiste em construir padrões

de movimentos altamente econômicos

(isto é, rítmicos).

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Em sexto, esses padrões transformam-se em seguida, em reflexos

automáticos.

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Em sétimo, o comportamento automático numa parte do corpo (os órgãos vocais) é

então reforçado pelo comportamento em outras partes do corpo (ouvidos,

pernas e braços).

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O sistema nervoso como um todo, em suma, é atrelado ao

trabalho de memorização.

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Fim da cultura oral, início da cultura visual

Fim do eu-coletivo, início do eu-indivíduo

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880 milhões de analfabetos no

planeta

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A tecnologia abstrata do alfabeto fonético e o esforço da alfabetização na cultura

decretaram fim ao contato corporal, às narrativas e à experiência sensorial acústica.

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Reprogramação Sensorial

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“Três dedos seguram a pena, os olhos vêem as palavras, a língua pronuncia-as à medida que são

escritas e o corpo têm cãibras de estar debruçado sobre uma escrivaninha. O escriba é

obviamente incapaz de evitar a necessidade de pronunciar cada

palavra, à medida que as decifra”.

WATTENBACH

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Quando a criança é capaz de ler mais depressa do que falar, a pronúncia torna-se um

murmúrio e "nalmente cessa por completo. Atingindo esse estágio, a criança substituiu a

imagem acústica pela visual e enquanto continuar dependente do material impresso, como quase todos nós, essa condição nunca mudará. Quando lemos, a imagem visual da palavra converte-se instantaneamente numa imagem acústica; as imagens cinestésicas

acompanham-na e, se não estivermos lendo em voz alta, a combinação das duas produz a “fala

íntima”, a qual, no caso da maioria das pessoas, inclui uma “articulação verbal íntima”

e uma “audição íntima”.

CHAYTOR

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Quando a criança é capaz de ler mais depressa do que falar, a pronúncia torna-se um murmúrio e "nalmente cessa por completo. Atingindo esse estágio, a criança substituiu a imagem acústica pela visual e enquanto

continuar dependente do material impresso, como quase todos nós, essa condição nunca mudará. Quando lemos, a imagem visual da palavra converte-se instantaneamente

numa imagem acústica; as imagens cinestésicas acompanham-na e, se não estivermos lendo em voz alta, a

combinação das duas produz a “fala íntima”, a qual, no caso da maioria das pessoas, inclui uma “articulação

verbal íntima” e uma “audição íntima”.

CHAYTOR

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Deterioração do tato e supervalorização da

visão

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EVA tocou a maçã

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“O tato é uma vergonha, está vinculado as formas mais carnais de amor, em

contraste com o amor superior e espiritual associado à visão”.

Maimônides – Guia dos PerplexosMarsílio Ficino – HumanistaMoses Isserles – TalmudistaAbraham ben Schemtov Bibago – doutor

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Tocar era invasãoSexo era pecado

Comer com as mãos era primitivoDiagnóstico era pelo pulso

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“Exercícios em Sentir”: objetivo era aprender e

aprimorar o sentido do tato e para tanto, as crianças imitavam a sensibilidade tátil dos portadores de de"ciências visuais.

Johann Christoph Gutsmuth (1759 - 1839)

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Pesquisas com órfãos da Segunda Guerra Mundial, recém-nascidos prematuros, revelaram que os bebês que receberam massagens durante 15 minutos pelo menos

três vezes ao dia ganharam 47% a mais de peso em relação aos que foram deixados sozinhos em suas

incubadoras. Num controle de retorno, depois de oito meses, os prematuros massageados eram geralmente

maiores e apresentaram poucos problemas físicos, além de apresentarem melhores respostas no teste mental e

motor.

Diane Ackerman

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Estamos prontos para tocar o que antes só poderia ser visto.

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Toque é básico para a geração da TV, “eles foram radiografados pela imagem

da TV desde a pequena infância, agora eles sentem

a necessidade de tocar todas as coisas em profundidade…”

McLuhan

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“Carregado de signi"cados e limitado por regras, o tato tem o que pode ser chamado de um vocabulário e uma

gramática”

Constance Classen

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Na visão há o toque da imagem nos cones e

bastonetes das retinas;

Na audição as ondas sonoras tocam as

células capilares e são transformadas em

impulsos nervosos que o cérebro codi"ca e

reconhece como sons;

No olfato, os odores tocam os sensores

olfativos

No paladar basta o toque dos alimentos com

os poros das papilas gustativas, para que as

moléculas do sabor enviem sinais elétricos

para o cérebro;

Tato fecunda outros sentidos:

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“A mão é a parte visível do cérebro, ela tem uma história dela mesma, ela tem inclusive sua própria civilização, sua

beleza especial, seu próprio desenvolvimento, seus desejos,

sentimentos e ocupações favoritas.”

Immanuel Kant

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Até a chegada do touch screen nós manipulávamos circuitos, agora

manipulamos substâncias.

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Marcos na cultura contemporânea:

iPhone pra tatilidade

Nintendo Wii pra retorno

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HTC Touch Diamond - Teeter and accelerometer/haptic feedback

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HTC Touch Diamond - Teeter and accelerometer/haptic feedback

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Filme do Reactable

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Filme do Reactable

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Bubbleshow

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Agradecimentos:Midiaweb Inteligência Interativa

Videolog

Créditos:www.kdugama.com.br – Ilustração

@maurivan

www.anaerthal.com.brConsultora da Midiaweb - Inteligência Interativa

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