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12/11/13 TEOLOGIA EM FOCO: AS CARACTERÍSTICAS DOS FARISEUS pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/06/as-caracteristicas-dos-fariseus.html 1/23 AS CARACTERÍSTICAS DOS FARISEUS Prometem liberdade, mas trazem escravidão (2ª Pe 2.19; Gl 2.4). A falsidade não satisfaz (Is 32.6). Ensinam heresias abomináveis (2ª Pe 1.21- 22), e as pessoas tem grande prazer nisto (Jr 5.31). Têm visões falsas e profecias falsas (Jr 14.14; Jr 23.25-32). Têm sonhos falsos (Jr 23.32; Zc 10.2). Fingem ser cristãos (ovelhas) (Mt 7.15; Gl 2.4; 2ª Pe 2.1-3). Observe a vida das pessoas e não somente a suas palavras (Mt 7.16-20). Às vezes fazem grandes sinais e milagres (Mt 24.24; Mc 13.22), Mas são falsos apóstolos, mestres e profetas. I. EGOCÊNTRICOS Egocentrismo, à luz da psicologia, diz respeito ao conjunto de atitudes ou comportamentos de um indivíduo que se refere essencialmente a si mesmo. Essa tendência é contrária a Palavra de Deus, que condena a soberba, o orgulho. Todos esses termos, com significações especificam, inter-relacionam-se, designando o culto ao “eu”, ou seja, é a tendência e atitude de quem revela pouca ou nenhuma solidariedade e busca viver exclusivamente para si; também associada a egolatria. Foi o Diabo o primeiro a cultuar o “eu”, tentando, inclusive, igualar-se a Deus (Is 14.12-15 e Ez 28.15-17). Um dos quadros mais pintados por Jesus está na sua parábola do fariseu e do publicano a orarem no templo. O fariseu se ufanava e exaltava-se de sua bondade e religião e seu egocentrismo, acusava o seu irmão e quanto o contrito publicano suplicava a misericórdia divina para si dizendo: “pobre pecador”. Jesus fez pouco caso das orações formalistas, dos jejuns, das dádivas, dos dízimos por obrigação, e louvou as atitudes apropriadas e naturais que procedem do coração. Ensinou Seus discípulos não ir além das prescrições da lei e dos profetas, e os ajudou a olhar mais para os motivos e intenções do que para os ritos exteriores (Lc 18.11-14). O fariseu e o publicano mostram duas atitudes diferentes acerca de pecado. O pecado do fariseu estava tão bem escondido atrás da sua justiça própria e religiosidade, que ele não o enxergava; mas o pecado do

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AS CARACTERÍSTICAS DOS FARISEUS

Prometem liberdade, mas trazem escravidão (2ª Pe 2.19; Gl 2.4). A

falsidade não satisfaz (Is 32.6). Ensinam heresias abomináveis (2ª Pe 1.21-

22), e as pessoas tem grande prazer nisto (Jr 5.31). Têm visões falsas e

profecias falsas (Jr 14.14; Jr 23.25-32). Têm sonhos falsos (Jr 23.32; Zc

10.2). Fingem ser cristãos (ovelhas) (Mt 7.15; Gl 2.4; 2ª Pe 2.1-3). Observe a

vida das pessoas e não somente a suas palavras (Mt 7.16-20). Às vezes

fazem grandes sinais e milagres (Mt 24.24; Mc 13.22), Mas são falsos

apóstolos, mestres e profetas.

I. EGOCÊNTRICOS

Egocentrismo, à luz da psicologia, diz respeito ao conjunto de atitudes ou

comportamentos de um indivíduo que se refere essencialmente a si

mesmo. Essa tendência é contrária a Palavra de Deus, que condena a

soberba, o orgulho. Todos esses termos, com significações especificam,

inter-relacionam-se, designando o culto ao “eu”, ou seja, é a tendência e

atitude de quem revela pouca ou nenhuma solidariedade e busca viver

exclusivamente para si; também associada a egolatria.

Foi o Diabo o primeiro a cultuar o “eu”, tentando, inclusive, igualar-se a

Deus (Is 14.12-15 e Ez 28.15-17).

Um dos quadros mais pintados por Jesus está na sua parábola do fariseu e

do publicano a orarem no templo. O fariseu se ufanava e exaltava-se de sua

bondade e religião e seu egocentrismo, acusava o seu irmão e quanto o

contrito publicano suplicava a misericórdia divina para si dizendo: “pobre

pecador”. Jesus fez pouco caso das orações formalistas, dos jejuns, das

dádivas, dos dízimos por obrigação, e louvou as atitudes apropriadas e

naturais que procedem do coração. Ensinou Seus discípulos não ir além

das prescrições da lei e dos profetas, e os ajudou a olhar mais para os

motivos e intenções do que para os ritos exteriores (Lc 18.11-14).

O fariseu e o publicano mostram duas atitudes diferentes acerca de

pecado. O pecado do fariseu estava tão bem escondido atrás da sua justiça

própria e religiosidade, que ele não o enxergava; mas o pecado do

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publicano, patente a si mesmo e a Deus, parecia tão negro e grande que ele

batia no peito, indicando tristeza de coração por ter pecado contra um Deus

Santo (v.13).

Aqueles que se escondem atrás do pretexto de ser um “líder

nato”,tiveram uma personalidade distorcida pelo egocentrismo.

Fazia-se necessário, portanto, positiva e dinamicamente o lado espiritual

da religião, para que o povo se sentisse suficientemente preparado para

enfrentar e solucionar os problemas da vida. E isso Jesus buscou fazer,

ensinando a verdadeira religião a seus discípulos.

II. LOUVAM A SI MESMO

“Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos

homens.... Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras

nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres

pelos homens” (Mt 23.5-7).

Os hipócritas gostam de ser glorificado pelos homens (Mt

6.2),pois dos homens buscam a glória. Jesus condena os que assim

procedem.

Buscar arrogantemente o poder não é atributo espiritual. É sinal de

egoísmo e orgulho. Todo aquele que deseja o poder para obter prestígio é

traiçoeiro. Têm prazer em chegar ao topo pela escada da adulação. Quando

um líder cristão caminha em busca do poder, ele nega a cruz de Cristo.

Os fariseus da época de Jesus faziam tudo para produzir falsas

aparências, buscavam a primazia nas sinagogas, faziam questão de ser

lisonjeados, procuravam honra e glória para si. Esquecem que a honra deve

vir do Senhor Deus, e não buscada para si. Os fariseus estavam

preocupados pela posição religiosa, e não com a salvação do pecador.

A primazia dos fariseus da atualidade é estar em um pedestal como se

fosse um rei, tomaram o lugar dos Reis dos reis e esqueceram-se das

Palavras do apóstolo Paulo na carta aos Romanos cap. 1.25 que diz: “...

honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito e

eterno”.

Existem “líderes” que todas as comemorações e festas da sua igreja

devem estar voltadas para si, ou seja, ele é o centro das atenções. É como

Jesus diz: “... e fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens”.

Jesus nem se quer é convidado.

O segredo da vitória do obreiro em geral é a humildade. A Bíblia diz que a

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humildade vai adiante da honra. Não estou me preocupando se serei

honrado ou como serei honrado, mas com a humildade diante do Senhor.

Infelizmente conhecemos alguns que quando ocupam lugar atrás dos

microfones deixam subir à cabeça. Os cooperadores da igreja se tornam

seus empregados particulares, e ainda acham que outros têm obrigações

para com eles. A humildade e a adoração a Deus são os pontos primordiais.

Por isso gosto de Davi; era um homem humilde segundo o coração de Deus

e gostava de adorar Seu Santo nome.

Na igreja de Corinto já existiam os tais, portanto, Paulo adverte a igreja

dizendo: “Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com

alguns que se louvam a si mesmo: mas eles, medindo-se consigo mesmo e

comparando-se consigo mesmo, revelam insensatez” (2ª Co 10.12).

“Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, e sim aquele a quem o

Senhor louva” (2ª Co 10.18). O que vale não é a auto-apreciação, mas a

recomendação de Deus.

Aquele que sendo motivado pela soberba busca a honra dos homens

perde a glória eterna. O senhor Deus diz no livro do profeta Isaías: “A minha

glória, não a dou a outrem” (Is 48.11). Os humildes serão sempre exaltados

e os exaltados serão humilhados (Mt 23.12). Portanto, deixe a honra vir de

Deus, mas não corra atrás para não cair. A honra deve ser conquistada,

mas não obrigada. Por isto o mestre Jesus diz: “Guardai-vos de exercer a

vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles;

doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste” (Mateus 6.1).

III. SÃO ARROGANTE

“E o que a si mesmo se exaltar será

humilhado; e o que a si mesmo se

humilhar será exaltado. Mas ai de vós,

escribas e fariseus, hipócritas! pois que

fechais aos homens o reino dos céus; e

nem vós entrais nem deixais entrar aos

que estão entrando” (Mt 23.12-13).

O que Jesus nos ensina nestes textos:

Não desejar honra dos homens (6-12). Não

há nada mais fatal. Nosso Senhor muitas

vezes referiu-se a isso: “Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns

dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único?” (Jo

5.44).

Que devemos amar, servir e fazer o bem, sem outro motivo a não ser o

empenho para que os homens sejam ajudados e abençoados, e Deus

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servido.

Os sinais dos fariseus (23.1-12). A sua hipocrisia (1-4) e a sua ostentação

(5.12). Devemos distinguir entre seu caráter e seu ofício. Jesus mandou

respeitar o oficio e ensino, mas não a conduta dos fariseus, isto é, se

aceitamos a tradução comum dos versículos 2 e 3.

Uma das características dos fariseus é que enganam o povo comum sobre

a verdade fundamental, especialmente a verdade de como obter a salvação

eterna; em vez disso mantêm essa verdade para si mesmo, como uma

forma de poder e de privilégio. Jesus falou diretamente sobre essa terrível

situação em Lucas 11.52: “Ai de vós, doutores da lei, que tirastes a chave da

ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam”.

“Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o mundo acha

que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que o

mundo acha fraco. Para destruir o que o mundo pensa que é importante,

Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz que não

tem valor. Isso quer dizer que ninguém pode ficar orgulhoso, pois sabe que

está sendo visto por Deus” (1ª Co 1.27-29NTLH).

Paulo não está dizendo que os cristãos não tinham do que se orgulhar.

Pelo contrário, disse-lhes que, ao gloriar-se das coisas que eram motivo de

orgulho para o mundo, estavam se gloriando das coisas erradas.

“Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1ª Co 1.31). É claro que isto não

é uma aprovação aos fanáticos religiosos e egoístas que vivem por aí e

reivindicam que todas as suas opiniões a respeito de tudo são corretas,

porque conhecem o Senhor. O principal ensino desta afirmação é que o

gloriar-se humano é maligno, pois eleva o ego ao lugar mais alto.

Infelizmente, é possível acontecer tanto no campo religioso como em

qualquer outro. Este tipo de gloriar é realizado com o propósito de enaltecer

a ponto de vangloriar-se do que se faz. Indica que estamos nos focalizando

no que é efêmero e não no espiritual.

A única coisa transcendente para o ser humano é o conhecimento de

Deus: “Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu

sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas

coisas me agrado, diz o SENHOR”.

IV. SÃO AVARENTOS

À luz das Escrituras, os fariseus têm sempre no seu perfil algumas

características especifica. Mas a Bíblia aponta como defeito principal do

falso profeta:

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“...que devoram as casas das viúvas,

fazendo, por pretexto, largas orações.

Estes receberão maior condenação” (Lc

20.45-47).

Apesar de sua falsa religiosidade, os

fariseus eram avarentos. Faziam longas

orações para lograr e devorar as casas das pobres viúvas. Eles tinham

como mandamento cuidar das viúvas, órfãos e necessitados, porém eles

agiam com um espírito cobiçoso.

Avareza, de acordo com o original, é ganância, e se aplica a alguém que

nunca esta contente com que tem; sempre querendo o que é dos outros.

Avareza na Bíblia é comparada com o pecado de idolatria (Cl 3.4), porque a

pessoa coloca toda sua concentração naquela coisa que está roubando a

posição de prioridade de Deus em sua vida.

Através de seu fervor religioso eles fariseus exploravam os mais pobres

e idosos. Não sabemos exatamente como eles “devoravam” as casas das

viúvas; talvez persuadindo-as a fazer grandes doações além de suas

condições. Certamente, pessoas de má fé no meio religioso hoje em dia

têm este mesmo procedimento. Alguns até ridicularizam as doações

pequenas e garantem bênçãos financeiras do Senhor em troca de enormes

ofertas.

Eram hipócritas fingidos, falsos. Faziam prolongadas orações para tirar

proveito das pobres viúvas; aquelas que eles deviam ajudar, pois é a

verdadeira religião (Tg 1.27), estavam devorando. Mas Jesus os advertia:

“vocês vão sofrer maior juízo seus fariseus”.

1. Pregam por ganância.

Hoje existem certos “lideres espirituais” que pregam sobre prosperidade

ensinam que Deus quer que todos os seus filhos sejam ricos e que uma

pessoa somente adoece por falta de fé. São mundanos e extremamente

interessados nos prazeres terreais.

Em nome da fé evangélica algumas denominações estão extrapolando no

zelo por arrecadar numerário para a manutenção da Casa do Senhor. Ora, o

compromisso de ajuda pecuniária do crente se restringe única as

contribuições voluntárias, se estas, examinados os motivos, forem

indispensáveis ao atendimento de alguma despesa extra.

Tem havido interpretações perversas acerca das contribuições para a

casa do Senhor. Os dízimos passaram a ser um meio de salvação, e não

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há limites na fixação das ofertas. O dinheiro tem sido a legalidade de

salvação e esqueceram que a base da nossa salvação é o precioso sangue

de Jesus. É preciso que os desavisados entendam que não podemos

comprar as bênçãos de Deus; que não asseguramos a salvação com as

obras de nossas mãos; que devemos buscar “primeiro o Reino de Deus e a

sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

Em segundo lugar devemos garantir a nossa salvação mediante sincero

arrependimento, confissão dos pecados, mudança de vida, aceitação de

Jesus como Senhor e Salvador. Na qualidade de salvos, de crentes em

Jesus, então cumpriremos seus mandamentos, inclusive o de contribuir e,

nessas condições, faremos jus a todas as bênçãos e promessas

catalogadas na Bíblia.

A grande maioria dos que buscam essas denominações que anunciam um

evangelho deturpado e viciado são almas frágeis, enfraquecidas pelos

embates da vida, e ali vão dispostas a fazer o sacrifício que for sugerido ou

determinado. Não têm o conhecimento bíblico para refutar as heresias.

Assim, acreditam que se venderem todos os seus bens e entregarem todo o

dinheiro “aos pés de Jesus” terão resposta imediata de Deus. A teoria do

TUDO OU NADA é anti-bíblica e, portanto, herética.

Os exemplos a seguir, pelo inusitado e extravagância teológica, sem

paralelo na história recente da Igreja, denotam uma situação de ambição

desenfreada, de loucura inteligente, de ânsia incontida, só comparável aos

tempos da diabólica Inquisição e da venda de indulgências.

Eles sabem, os promotores do mercantilismo religioso, que o povo

brasileiro traz consigo a herança maldita da idolatria, exemplo das imagens

dos santos falecidos, como algo tangível, visível, capaz de “auxiliar” na

comunhão com Deus. Sabedores disto procuram preencher a lacuna

substituindo os ícones por outras coisas, seja uma rosa, uma fitinha, um

cajado, um manto, um lenço, uma vassoura, um sabonete ungido etc. É

realmente uma jogada inteligente. É imperioso que o povo de Deus saiba

que coisas não transformam vidas, não trazem bênçãos, não afastam as

maldições, não purificam os lares. A finalidade da igreja não é arrecadar

dinheiro, e o principal compromisso dos crentes não é contribuir com somas

cada vez maiores.

Há casos em essas inovações desvirtuam o ensino da Palavra de Deus,

voltando às fábulas, exatamente como previsto por Paulo, em sua célebre

advertência a Timóteo. (2ª Tm 4.3-4).

O crente em Jesus deve estar atento quanto às distorções da Palavra de

Deus e enganos sutis do diabo no meio cristão. Confesso que estou muito

preocupado com o rumo que as igrejas evangélicas, principalmente as

renovadas, têm tomando. Muitas doutrinas estranhas ao cristianismo estão

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sendo sutilmente injetadas, doutrinas de anjos e técnicas para curar os

enfermos. Muitos pastores e líderes, na ânsia de verem suas igrejas

crescerem e serem avivadas, estão adotando métodos e técnicas

estranhas sem uma criteriosa investigação de seus aspectos, muitas vezes

ocultos.

O modismo é crescente e desenfreado e tem tomando lugar das reuniões

de oração e estudo da Palavra. Quase não se convida mais para reuniões

de estudos bíblicos e quando alguém se atreve, aparece apenas um

pequeno grupo. Nos ensinos de Jesus Ele atraía multidões para ouvi-lo, mas

os seguidores do “evangelho” mercantilista preferem freqüentar um culto

com nome extravagante, por exemplo: reunião para desencapetamento,

corredor de fogo, novena das nove fitas, sete quinta feira etc. Essas

inovações exibicionistas têm arrastado multidões atrás de um evangelho

fácil para alcançar a “prosperidade”. Ao contrário do que ensinou Jesus: “E

estes sinais acompanharão aos que crerem...” (Mc 16.17). Mas o que

vemos e ouvimos é o contrário. Os líderes com suas mensagens atraentes

têm levado as pessoas a correrem atrás dos sinais, usando a sutileza do

engano.

Hoje as pessoas numa grande maioria superlotam igrejas, mas não para

ouvirem sobre cair nas mãos do Deus que odeia o pecado, não para

ouvirem sobre santidade, não para ouvirem a respeito de viver como sal e

luz num mundo perdido, mas as pessoas enchem os templos para

participarem de cultos de bênçãos, de vitórias, de negociar com Deus, de

obter as bênçãos de Deus, desde que dinheiro esteja envolvido.

“Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo

que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas

vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da

cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a

glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas

terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos

o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fl 3.17.20).

[....] Ele transforma o Evangelho de Jesus em objeto de liquidação. Vende

às pessoas um lugar no céu; não tem nenhum escrúpulo de cobrar quantias

vultosas por uma oração de libertação e cura. Negociam com os carismas

de Deus, dizendo estarem incentivando a fé. De acordo com o apóstolo

Paulo, os que agem assim se tornam inimigos da cruz de Cristo, porquanto

o seu Deus é o ventre e a sua glória é a vergonha (Fp 3.18-19) [PAULO

CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, Pg.

90. Editora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

E o que dizer de Jesus Cristo ao chamar os fariseus de raça de víboras,

sepulcros caiados ou filhos do Diabo? Palavras torpes? Definitivamente não;

nem chamar os profetas da prosperidade de estelionatários da fé,

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enganadores, ladrões, mercenários, salafrários, lobos, falsos curandeiros,

etc, significa usar palavras torpes. São palavras qualificadoras precisas para

designar pessoas e práticas condenáveis.

A visão de Jesus a respeito do dinheiro é bastante realista,

principalmente, ao referir-se a este como um deus-pagão (Mt 6.24; Lc

16.13), revelando a insensatez daqueles que se fiam nos seus pertences

(Lc.16.1-13), indicando aonde devemos entesourar (Mt 6.19-21). Paulo

também admoesta os cristãos para que não se deixem levar pelo amor ao

dinheiro (1ª Tm 6.10) e Tiago chama a atenção para aqueles que são

controlados pela cobiça (Tg 4.2,3). O cristão pode buscar alcançar uma

condição favorável de vida em gratidão (1ª Tm 4.4; 6.17). Mas,

diferentemente da visão mundana, não vivemos ansiosos por coisa alguma,

fazemos a nossa parte, sem ansiedade (Mt 6.25-34), tendo o contentamento

como meta (1ª Tm 1.8), cientes, também, de que precisamos auxiliar aos

necessitados, viúvas e missionários (1ª Ts 1.11; Ef 4.28; 1ª Co 16.2-3).

Afinal, fomos chamados não para acumular riquezas, mas para o amor em

sacrifício (1ª Co 13; 1ª Jo 3.16).

Os fariseus além de trazer um ensino expressamente errado ao povo,

mas também em seus corações. A desonestidade com a mensagem do

evangelho vai criar a desonestidade na vida. As forças interiores que

produzem a mensagem desviada, a princípio (orgulho da vida, temor dos

homens, amor ao dinheiro, concupiscência da carne, a concupiscência dos

olhos e a soberba da vida (1ª Jo 2.16), inevitavelmente se manifestarão no

comportamento, ainda que sutilmente. Esta é a razão pela qual a

advertência de Jesus sobre os falsos profetas leva tão naturalmente a uma

discussão para testá-los pelo seu caráter, bem como pela sua mensagem.

Os ais da hipocrisia (Lc 13-39). “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!

Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas

orações; por isso, sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e

fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um

prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes

mais do que vós. Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer

que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo,

esse é devedor. Tolos e cegos! Qual é mais importante: o ouro ou o Templo

que santifica o ouro?” (Mt 23.14-17).

Notemos os pecados destes fariseus hipócritas: Fecham o reino dos céus;

não entravam, nem deixavam que os outros entrassem (v. 13). Contudo

tinham a certeza de que as suas doutrinas, que tiveram esse resultado,

eram corretas. Este longo discurso, em que Jesus censura os escribas e

fariseus, não se encontra completos nos outros evangelhos.

Tinham zelo de fazer prosélito (v.15), mas seus prosélitos não eram

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melhores do que eles. Diziam-se guias, mas levam os outros para a cova

(Lc 6.39).

Eram escrupulosos em pequenas observâncias, mas falhavam no juízo,

na misericórdia e na fé (v.23). Eram limpos exteriormente, mas impuros em

pensamentos e desejos (v. 27).

Professavam grande respeito pelos mártires do passado, mas não

entendiam às verdades que eles ensinavam, e perseguiam os atuais

profetas dessas verdades.

[...] O Dr. Scroggie chama a atenção para os oitos “ais” que Jesus

pronuncia sobre os fariseus: O Senhor reprova no primeiro uma perversa

obstrução; no segundo, uma capacidade cruel (v. 14); no terceiro, um zelo

fanático (v. 15); no quarto, uma discriminação casuística (16-22); no quinto,

uma escrupulosidade frívola (23-24); no sexto, uma devoção superficial (25-

26); no sétimo uma religiosidade pecaminosa (27-28); no oitavo, uma

reverência fingida (29-33), o tipo de reverência que zela os túmulos dos

profetas falecidos enquanto quer matar os profetas vivos [McNAIR P. 326].

“Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas

paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores

dos outros, por motivos interesseiros” (Jd 1.16).

E nesse sentido há muitas maneiras sutis de os dissimuladores propalarem

“grandes arrogâncias” sem perderem a imagem espiritual de “humildade” e

“santificação”.

Judas diz que tais pessoas são veementes barulhentas, ousadas e plenas

de histórias impressionantes sobre elas mesmas. Aliás, sempre que elas se

introduzem numa reunião cristã é através do alardeamento que fazem de

suas “experiências espirituais”.

É muito fácil propalar grandes coisas sobre si mesma sem perder o status

da espiritualidade. Eles impressionam por esses propaladores de grandes

coisas.

Judas diz que eles são arrogantes, porque sempre que se exaltam,

fazem isso na perspectiva de se colocarem como mais experientes do

grupo, ou como aqueles com os quais Deus fala mais diretamente. Por isso

é que eu digo a você.

Segundo a Bíblia é impossível servir a Deus e às riquezas ao mesmo

tempo (Mt 19.23-26; Pv 16.5), porque o senhorio de Mamom é contrário ao

de Cristo (Mt 6.24). Portanto, cada cristão deve examinar a si mesmo e

perguntar: “sou cobiçoso?” “Sou egoísta?” “Aflijo-me perdendo a paz e o

sono para ficar rico?” “Tenho intenso e incontido desejo de honrarias,

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prestígio, fama, poder e posição?” Já os que são ricos não devem julgar-se

como tal, e sim como administradores dos bens de Deus (Lc 12.31-34,

42,43). Os tais devem ser generosos e fartos em boas obras (Ef 2.10; 4.28;

1ª Tm 6.17-19).

Quando um crente é estimulado a só pensar em bênçãos, torna-se cada

vez mais egocêntrico e individualista. Ele não freqüenta as reuniões da igreja

a fim de cultuar a Deus, e sim para satisfazer as suas necessidades. A sua

fé é direcionada apenas à consecução de vitória, ignorando os heróis da fé

fecharam as bocas dos leões e escaparam da espada (Hb 11.33-34), mas

também pela mesma fé foram maltratados, torturados, apedrejados,

serrados e desamparados (Hb 11.25, 35-38).

Paulo advertiu a Igreja a não se imaginar numa redoma de prosperidade:

“E, tendo anunciado o Evangelho naquela cidade e feito muito discípulos,

voltaram... fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer

firmes na fé; e mostrando que, por meio de muitas tribulações, nos importa

entrar no reino de Deus” (Atos 14.21-22).

Jesus revelou à igreja de Esmirna, no Apocalipse, o teor de sua missão:

“Não temas as coisas que tens de sofrer” (Ap 2.10).

Quem se obriga verbalmente a dar tudo, se adorado, é o diabo, nunca

Deus (Mt 4.9). A espiritualidade judaico-cristã não se estabelece sobre

utilitarismos. Deus não quer adoração por aquilo que Ele dá, mas por quem

Ele é.

O triunfalismo afasta o cristão da sã doutrina sem que ele perceba,

levando-o a pensar que as aflições não são uma realidade da vida cristã (1ª

Pe 5.8-10; 2 Co 8.1-2; Rm 8.18; 2ª Co 1.6; 1ª Pe 2.19-21; 2ª Tm 3.12). A

nossa vitoriosa caminhada rumo ao céu deve ser caracterizado pela

renúncia do “eu” (Lc 9.23; Fl 3.13-14; 2ª Tm 2.3; 2ª Co 1.5; e 2.4). Portanto,

lembramo-nos das palavras de João Batista acerca de Jesus: “que ele

cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).

2. Ministros do rebanho de Deus.

Nas palavras finais da sua primeira carta, Pedro trata dos presbíteros,

pastores e líderes espirituais e suas atitudes ao cuidarem do rebanho de

Deus. Muitos abusam da autoridade, mesmo quando dada por Deus.

Existem aqueles que chegam até a pensar ser alguém muito especial e

mais importante do que o rebanho a que está servindo. Talvez tenham

esquecido que o rebanho é do SENHOR Jesus o sumo Pastor.

“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e

testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que

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há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por

constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida

ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram

confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o

Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória”

(1ª PE 5.1-4).

Ministros Pastores e dirigentes das igrejas devem acautelar-se de dois

pecados perigosos. 1) A ambição por dinheiro; 2) A sede de poder.

O pastor deve servir o rebanho de Deus:

Não por necessidade.... mas espontaneamente.

Não por ganância.... mas de boa vontade.

Não como um ditador... mas sendo modelo do rebanho.

Aqueles que são líderes precisam tomar cuidado com estas três atitudes

destrutivas e erradas ao servir o rebanho de Deus.

A admoestação do apóstolo Pedro aos ministros é para servirem ao

Senhor sem avareza, sem usar a força, mas voluntariamente e de ânimo

pronto e nem como dominadores, ou seja, donos da igreja, mas servindo de

exemplo ao rebanho. Não quero aqui estipular o ordenado de um ministro,

mas sim combater o comércio que algumas igrejas que se dizem

evangélicas estão fazendo com a obra de Deus.

A Igreja é do Senhor Jesus e não dos homens. Jesus demonstrou o maior

amor em dar a Sua vida por ela, não existe preço que pague a salvação de

uma alma. Os ministros são escolhidos para ensinarem a Palavra e cuidar o

rebanho do Senhor, mas não para fazer comércio.

Devemos contestar aquilo que julgamos ser contrário à Palavra de Deus.

Combater aquilo que consideramos estranho ao Evangelho, ou seja, o uso

de objetos para usufruir melhores bênçãos de Deus ou para afastar

maldições. Devemos alertar incessantemente o povo de Deus sobre

algumas heresias no meio evangélico. O cristão-evangélico necessita usar

alguma coisa tangível (cordões, anéis, pulseiras, vassouras, varinhas

mágicas, pedras, cajados, rosas, sal grosso, etc), que funcionariam como

amuletos, para receber ou aumentar as bênçãos divinas, garantir salvação,

aumentar a fé ou afastar demônios ou maldições? De maneira nenhuma

devemos usar estes tipos de amuleto, Jesus Cristo disse na sua Palavra:

“Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”.

Sabemos que a Bíblia diz que o anjo do Senhor acampa ao redor dos que

os teme e os livra; e Paulo diz aos Corinto que o Espírito Santo habitas em

nós, por isso não precisamos de amuletos como muitas igrejas estão

ensinando, a nossa fé deve ser fundamenta em Cristo Jesus e na sua

Palavra. A compra e venda de objetos para serem usados como amuletos,

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ainda que com o objetivo de cobrir despesas extras, não condiz com a vida

cristã. Devemos ensinar o povo contribuir de coração, mas não usar

artimanhas anti-bíblicas.

Lamentavelmente a indústria da fé tem substituído os sãos princípios que

emanam da Palavra de Deus. Com a adoção de práticas místicas e outros

elementos de sabor duvidoso, as correntes dos “milagres” há muito

perderam o fio da meada no que tange ao verdadeiro sentido do Evangelho

de Cristo. Como no romanismo, onde até o Senhor Jesus é substituído por

coisas, relíquias, ossos de santos, manto e por sua mãe, no meio dito

evangélico só mudam os ingredientes, permanecendo o mesmo sentido. A

finalidade é quase a mesma auferir lucros para manter a organização a

pleno vapor. Enquanto isso a verdade continua sendo ignorada pela multidão

em demanda do benefício. Uma verdadeira inversão de valores tem ocorrido

ultimamente com a adoção de medidas “profiláticas” visando libertar o corpo

em detrimento da alma que permanece tão maculada como uma fornalha a

expelir fuligem. Nota-se que o convite feito aos milhares é no sentido de

receberem benefícios físicos e prosperidade, nunca para que o ser humano

se reconheça pecador, arrependa-se e entregue-se a Jesus.

A Bíblia dá a receita para ficarmos livres das investidas do diabo e de seus

demônios: “Sujeitai-vos, pois, a Deus. Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.

Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós. Lavai as mãos, pecadores, e

vós de duplo ânimo, purificai os corações” (Tg 4.7-8). Para uma pessoa

livrar-se do mal basta aproximar-se de Deus com fé e obediência,

arrepender-se e afastar-se do pecado. A Bíblia diz: “Se o meu povo, que se

chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face, e se

converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei

os seus pecados, e sararei a sua terra” (2ª Cr 7.14). Não é preciso enxotar o

diabo. Ele fugirá diante de um crente fiel. Dispensáveis, pois, vassoura

santa, sabonete ungido, sal grosso, óleo de Jericó e tantas outras

inutilidades.

Não sei por qual razão os mercadores ainda não lançaram no mercado da

fé produtos de há muito conhecidos, tais como vela de sete dias, rosário,

imagens e chifre de boi. E por que não uma pirâmide ungida, uma cabeça

de bode, um tridente para ferrar o diabo? Ou uma corda para amarrar os

demônios? Por que não santificar e ungir todos os símbolos do Movimento

Nova Era e do ocultismo, e vendê-los? Poder-se-ia alegar que o sagrado

estava tomando o lugar do profano. Que tal a idéia da imagem ungida do

Senhor Jesus na Glória, ou o cristo redentor do Rio de Janeiro? Pois o seu

sangue e o seu manto já não estão nas prateleiras? Há realmente campo

para diversificação nessa área: o perfume de Madalena, já cantado em

hinos, poderia ser ungido para ser usado no dia-a-dia; os cabelos que

enxugaram os pés de Jesus; o jumentinho ungido, que carregou Jesus;

pedaços da cruz de Cristo; pequenas gotas do mar vermelho, por onde o

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povo passou; a capa milagrosa de Elias; fios da barba de Arão.

Estas inovações eu considero fogo estranho no meio da congregação.

V. TÊM APENAS VESTES DE SANTO

“...pois alargam seus filactérios e

alongam as suas franjas...” (Mt 23.5b).

Filactérios eram cápsulas, ou rolos de

couro, que os judeus usavam na testa,

perto do coração, e no braço esquerdo, que

continham quatro passagens bíblicas: (Êx

13.10, 11, 16; Dt 6.4-9; 11.13-21).

Franjas: são bordas descritas em Nm

15.37-41, usadas de maneira singular,

como lembrete visível da profissão religiosa

dos judeus. Os fariseus desenvolveram esse costume até sobrecarregá-lo

de minúcias, esquecendo-se, porém da sua singeleza mensagem espiritual.

Faziam tudo para produzir falsas aparências. Praticavam obras procuravam

ser diferentes apenas no exterior, mas seu interior estava corrompido.

a) Jesus pregou o evangelho do Reino e não sistema humano.

Não se trata de um reino físico ou político, mas espiritual, a saber, o

predomínio de Deus sobre um povo por Ele remido (Rm 14.17; 1ª Co 4.20;

2ª Ts 1.5). É o povo genuinamente cristão, remido por Cristo, que aceita as

condições do reino de Deus e se esforça por viver em obediência à sua

vontade. É, também, um reino invisível. Jesus declarou que o seu reino não

se pode ver fisicamente, porque não vem com aparência exterior. O reino

que Ele estava implantando situava-se a partir do coração dos seus

discípulos (Lc 17.20-21). É um reino que se manifesta no ser humano, de

dentro para fora. Por isso as ações do homem salvo por Cristo são a

expressão do Reino de Deus na sua presente manifestação através da

Igreja de Cristo.

“Cuidado com os mestres da lei, que gostam de usar capas compridas e

de ser cumprimentados com respeito nas praças. Eles escolhem os lugares

de honra nas sinagogas e os melhores lugares nos banquetes. Exploram as

viúvas e roubam os seus bens; e, para disfarçar, fazem orações compridas.

Portanto, o castigo que eles vão sofrer será pior ainda!” (NTLH).

Jesus refere-se aqueles que têm aparência exterior, mas por dentro estão

contaminadas pelo orgulho, ganância e a cobiça do poder. Existem

“cristãos” que exteriormente são belos, lindos, mas o seu interior está

contaminado, corrompido, cheio de rapina e hipocrisia, avareza,

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egocentrismo, por fora muito lindo, mas por dentro como um sepulcro

invisível. Jesus nos ensina primeiro limpar o interior, pois se aparência fosse

santidade, Jesus teria elogiado os fariseus, no entanto Ele repreendia-os

severamente. E quando os fariseus vieram ter com João Batista no rio

Jordão, ele cheio de coragem e poder replicou-os dizendo: “Raça de

víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos

dignos de arrependimento” (Mt 3.7, 8).

Nos dias de Jesus os fariseus não saudavam os samaritanos e nem

gentios, pois eles achavam-se mais santos do que todos. Mas nos dias de

hoje ainda existem estes tais que não cumprimentam irmãos de outras

denominações, e às vezes até de sua própria denominação, pois são

diferentes e mais santos. Um simples cumprimento poderá contaminá-los.

[...] Chegamos ao ponto em que o Senhor põe à prova a transparência da

vida cristã, deixando claro que nem tudo que reluz espiritualmente é

sinônimo de vida cristã autêntica. Assim, por mais que alguns tentam

esconder-se atrás da capa da falsa religiosidade, fica também claro que a

vida cristã é transparente. Os que agem de forma fraudulenta dentro da

casa de Deus não conseguem prolongar suas ações por muito tempo

porque a má qualidade de seus frutos será exposta pela ciência de Deus. O

Senhor não quer apenas folhas (cabelo, gravata, paletó etc), mas fruto.

Jesus conhece a árvore pelos frutos e não pelas folhas.

Jesus condena a hipocrisia e falsa religiosidade dos fariseus. Tinham

roupas de santos, mas eram falsos. Gostavam de fazer saudações

“Schalon”, ocupar os primeiros lugares nas sinagogas, mas eram avarentos

com pretexto de largas orações devoram as casas das pobres viúvas.

Fingiam amar a Deus e Sua Palavra, mas não amavam seus semelhantes.

Quando lemos o livro do profeta Jeremias, onde Deus ordenou o profeta

descer a casa do oleiro para ver como se faz um vaso. O artista que molda

o vaso começa de dentro para fora e não de fora para dentro. O vaso somos

nós, que também devemos ser moldado de dentro para fora no interior do

coração, de onde procede a saída para a vida. Mas, os fariseus nos tempos

de Jesus e também nos dias atuais se preocupavam apenas com exterior

do vaso, principalmente aqueles que ensinam que as mulheres devem usar

vestidões e cabelos compridos para diferenciar do mundo e esquecem o

interior.

“Não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão o que é

meramente exterior e física. Não! Judeu é quem o é interiormente, e

circuncisão é operada no coração, pelo Espírito, não pela lei escrita. Para

estes o louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Romanos 2.28-29).

Os expositores sectários preocupam-se com a aparência, pois costumam

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apresentar o seu movimento como um paraíso perfeito (2ª Tm 3.5).

Infelizmente, muitos são os que caem nessas armadilhas. Uma vez fisgado

por eles, dificilmente conseguem libertar-se, uns por causa da lavagem

cerebral que recebem, outros em razão do terrorismo psicológico e da

pressão que sofrem de seus líderes. Seus argumentos são recursos

retóricos bem elaborados e persuasivos, para convencer o povo a crer num

evangelho estranho ao Novo Testamento.

b) São filho do diabo ou de Deus.

“Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos.

Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque

nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio,

porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).

Aqui Jesus chama os fariseus de filho do diabo. Se a Igreja do Senhor

Jesus se deixa envolver com filosofias, sutilezas, tradições de homens (Mt

15.1-3; Cl 2.8), fica envolvida com a mentira, com o diabo, com os filhos do

diabo. Infelizmente pouca gente vive o evangelho verdadeiro porque seguem

a mentira ditas pelos filhos do diabo.

“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns

apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de

demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a

própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de

alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças,

pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade” (1ª Tm 4.1-3).

Existem igrejas que são abismo de mentiras. Não se prega a Bíblia e

nem os princípios elementares, muito menos se dá alimento sólido.

Percebemos que enganam o povo com sutilezas vãs, fábulas, tradições,

sofisma rudimento do mundo e não segundo Cristo.

Isso significa que para viver um cristianismo verdadeiro, tem que ser

segundo o evangelho segundo Cristo (Gl 1.6-9), pois se vivemos um

evangelho barato e segundo as tradições dos homens e vão

sutilezas,estamos seguindo um evangelho de mentiras. Por mais que se

repita uma mentira, nunca será uma verdade. Mas se ensinamos a mentira

então seremos filhos do Diabo e não de Deus.

c) Não sejamos levados pela aparência.

Muitos cristãos criam um molde na vestimenta assim como os fariseus

nos dias de Jesus e acham que este tipo de endromedária é sinal de

santidade. Os fariseus tinham apenas aparência, eram bonitos por fora,

mas por dentro estão contaminados, ou seja, sepulcro caiado. Jesus

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conhecendo sua hostilidade ordena primeiro limpar o interior:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do

copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade. Fariseu

cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o

exterior fique limpo” (Mt 23.25-26).

A crítica de Jesus a alguns costumes

dos fariseus faz nos lembrar as palavras

dos profetas de Israel que alertavam o povo

a cerca das tradições e rituais exteriores,

que só por si nada valem. O que conta,

diante de Deus, é a conversão interior, o

amor ao próximo e a vontade de Deus.

A maneira dos fariseus se portarem

diante dos homens desagradava a Deus. Pois, sua salvação era vista pelas

obras exteriores e não pela fé em Cristo. E, desta maneira, desagradam e

entristecem o Espírito Santo. Apesar das Escrituras Sagras ser anunciada

através dos meios de comunicações ainda existem centenas de pessoas

que pensam estar vivendo uma vida digna diante de Deus, mas estão como

os fariseus preocupados em usos e costumes assim desagradando

(entristecendo) a Deus pelas suas tradições.

Não se preocupe com a popularidade da parte dos homens. Um dia Deus

julgará o trabalho fiel do crente e o exaltará. Viva para Ele e para Sua honra,

procurando ser como Ele em todo o seu viver e em todo o seu ministério.

Um tema do livro de Juízes no capítulo 17.6 e 21.25 os israelitas seguiram

os seus próprios sentimentos e acabaram estragando a vida espiritual. Não

devemos seguir o que vemos, antes devemos seguir o que Deus

ordena:"Cada um fazia o que achava mais reto". Foram épocas

desastrosas na história do povo de Deus. Não há momentos piores do que

os eventos dos capítulos 17 a 21 de Juízes. Eles devem nos levar à

convicção de que seguir nossos sentimentos, nossas emoções, enfim, o

que parece certo para nós, leva ao desastre. A chave da vida sensata é viver

conforme os princípios e os mandamentos do Senhor. Sansão destruiu sua

vida deixando seus olhos determinarem sua conduta.

Em Mateus 7.15 Jesus nos ensina a ter acautela com os falsos profetas

vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Não

devemos nos impressionar com as vestes (práticas religiosas) dos falsos

pregadores, nem com aquilo que dizem, nem com aquilo que fazem. A

marca dos falsos profetas é o interesse egoísta, ao contrário do bom Pastor

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que ama as ovelhas. “Não julgueis segundo a

aparência, e sim pela reta justiça” (Jo 7.24).

Os herodianos nos tempos de Jesus reconheceram que Ele era o

messias dizendo: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas o

caminho de Deus, de acordo com a verdade, sem te importares com quer

que seja, porque não olhas a aparência dos homens” (Mt 22.16).

Enquanto que os fariseus baseavam sua salvação na aparência, os

herodianos reconheceram que Jesus era de fato o Filho de Deus e não se

observava o exterior dos homens, senão o coração. Jamais podemos julgar

as pessoas pelo seu exterior. Podemos cometer um pecado de acepção:

“Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem

para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o

homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração” (1ª Sm

16.7).

O homem vê o exterior, mas Deus vê o coração. Portanto não devemos

fazer um juízo temerário, pois aquele que julga está condenando a si

mesmo. Eliabe irmão de Davi poderia ter uma boa postura, uma boa

presença, mas não era um homem segundo o coração de Deus.

Samuel foi logo pensando: “Certamente, está perante o Senhor o seu

ungido” (v.6). Porém o homem não vê como Deus vê. A falha dos fariseus é

julgar segundo aparência. Por isso foram reprovados por Jesus.

O valor e o caráter do homem não devem ser julgados por sua aparência.

Só por ter boa aparência e magnetismo pessoal para atrair o povo, não quer

dizer que tal pessoa seja autêntico homem de Deus.

O povo corria para Jesus, porque ele alimentava com verdades que Seu

coração desejava ansiosamente. Não com ilusões e idéias e ensinamento

humano.

A intenção de Jesus era de levar o povo à conversão a Deus e essa

também deve ser a nossa. Jesus buscou criar e desenvolver virtudes

positivas, tais como a honestidade, a humildade, a pureza, o altruísmo, a

bondade, o sacrifício, que enobrecem o caráter, firmam a conduta e alegram

o viver. Desejou para seus discípulos uma vida o mais humanamente

possível, libertá-los do pecado.

VI. OS FARISEUS DESENVOLVERAM DUPLA PERSONALIDADE

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“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos

sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas interiormente estão

cheios de ossos de mortos, e de toda imundícia. Assim também vós

exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de

hipocrisia e de iniqüidade” (Mt 23.27-28).

Aqui Jesus está falando claramente da dupla personalidade dos fariseus e

de suas hipocrisias. Eram religiosos inteligentes e eficientes, mas não

podiam escondê-las dos olhos oniscientes de Jesus Cristo. Por fora,

simpatia, sorrisos e limpeza; por dentro, sujeira, mentira, ganância, roubo,

injustiça, podridão moral, promiscuidade, etc.

Devemos saber que o fermento da hipocrisia ainda existe. Proliferam-se

como o joio no meio do trigo. E tornam-se invulneráveis, ou seja, não

podemos arrancá-los.

Mas nem todos na Casa de Deus estão combatendo a sua hipocrisia,

como Jesus fez. Quem concorda com um hipócrita, mais cedo ou mais

tarde será hipócrita também. O vírus da hipocrisia se transmite mais

facilmente do que sarampo ou varíola.

Quem defende um hipócrita é tão hipócrita quanto ele. Quem bajula um

hipócrita é mais hipócrita que ele.

Os hipócritas usam simultaneamente as duas mãos. Com uma afagam.

Com a outra, apunhalam. Como morcegos, assopram uma suave brisa

enquanto chupam e sugam o sangue de suas vítimas.

Todo hipócrita tem duplicidade de palavras e de atos. Diz uma coisa,

enquanto está pensando noutra. Por isso Jesus lhe disse: “Bem profetizou

Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me

com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim”. (Mc 7.6).

VII. FARISEU TEM MENTE OBSCURA

“Se alguém ensina outra doutrina e não

concorda com as sãs Palavras de nosso

Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a

piedade, é soberbo, nada entende, mas tem

mania por questões e contenda de palavras, de

que nascem invejas, provocações, difamações,

suspeitas malignas. Altercações sem fim, por

homens cuja mente é pervertida e privados da

verdade, supondo que a piedade é fonte de

lucro” (1ª Tm 6.3-4).

Paulo escreve a Timóteo num sentido de advertência contra os falsos

mestres, cujo caráter é: entendimentos falsos, apesar de nada entenderem,

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estão enfatuados com a idéia de serem sábios, e têm em si uma piedade

falsa, e uma santidade falsa. Ele não está preocupado com a doutrina

bíblica que são os fundamentos da verdadeira Igreja, mas tem mania por

questões e contendas de palavras (usos e costumes radicais), que não leva

a nada a não ser provocações, invejas e suspeitas malignas.

As doutrinas bíblicas quase não são ensinadas, pois se arraigou no

farisaísmo e perdeu o brilho do Espírito.

Ele dá o nome de [logomaquias - questões de palavras]. São às disputas

contenciosas em torno de palavras, quando devia ser em torno do que é

real, as quais são sem conteúdo ou fundamento. Caso alguém investigue

atentamente o tipo de questões que ardentemente preocupam aos

sofismas, descobrirá que dali nada nasce que seja real, senão o que é

forjado do nada. Em suma, o propósito de Paulo era condenar todas as

questões que nos envolvem em acirradas disputa sobre assuntos dos quais

nada resulta.

“... homens cuja mente é pervertida e privados da verdade...” Aqui

Pauloestá censurando os sofistas que não se preocupavam com a

edificação da Igreja e convertiam a Palavra de Deus numa fonte de

controvérsias engenhosas. Paulo nos mostra que os tais mestre queriam

profanar a verdadeira doutrina e sua reprovação é muito mais pesada e

grave, pois ele mostra os males perniciosos e as pragas nocivas resultantes

disto. Devemos saber que o ensino sofista é nocivo à Igreja de Deus.

“....supondo que a piedade é fonte de lucro...”. Conforme já vimos os

fariseus eram avarentos e gananciosos. Aqui Paulo combate os falsos

mestres que procediam da mesma forma fazendo da piedade uma fonte de

lucro. Para esses homens, todo o cristianismo deve ser aquilatado pelos

lucros que ele gera. E como se os oráculos do Espírito Santo houvessem

sido transmitidos não com outro propósito, senão de servir à sua avareza;

negociam com eles como se fossem mercadoria à venda. Paulo proíbe aos

servos de Cristo qualquer gênero de transação com tais homens. Ele não

só proíbe a Timóteo de imitá-los, mas lhe diz que os evitasse como se

fossem peste maligna. Portanto, devemos empenhar-nos ardentemente por

levar as pessoas a entenderem que somos completamente diferentes deles,

e que nada temos em comum com eles.

VIII. OS FARISEUS SÃO CEGOS

“Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu

exterior fique limpo” (Mt 23.26).

Jesus expôs a cegueira de sua geração (Mt 13.13-15). Apesar de

examinarem as Escrituras diligentemente, os fariseus deixavam de ver o

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que elas estavam indicando (Jo 5.39-40).

Sua pesquisa exaustiva e horas

incansáveis de estudo não produziam para

eles discernimento da verdadeira

mensagem da Bíblia.

O que causava a cegueira deles? Eram

preconceituosos, permitindo que seus

desejos velassem o que as Escrituras ensinavam. Seu orgulho impedia-os

de se humilharem o suficiente para permitirem que o Senhor abrisse seus

olhos (Jo 7.45-52; 9.24-34). Eles deturpavam as palavras que Jesus dizia e

negavam seus milagres (Mt 12.22-24). Eles recorriam a desonestidade

absoluta (Mt 28.11-15). A questão penetrante é: somos cegos também? Ler

a Bíblia não nos imuniza. Somente um coração terno e um amor pelo

Senhor nos capacitarão a entender as Escrituras que lemos.

Jesus expôs a cegueira espiritual destes líderes, pois ela impedia de

conhecê-lo e que Jesus era o Messias.

No ensino de Jesus aos seus discípulos ele diz: “Não dizeis vós que ainda

há quatro meses até a ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os

campos, pois já estão branquejam para a ceifa” (Jo 4.35).

Os discípulos (aprendizes) de Jesus ainda não haviam recebido a visão

espiritual eram aprendizes. Mesmo andando com Ele. “Abriram-se-lhes,

então, os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes. E disseram um

para o outro: Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando, pelo

caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras? E, na mesma hora,

levantando-se, voltaram para Jerusalém e acharam congregados os onze e

os que estavam com eles” (Lc 24.31).

Para os discípulos receberem a visão espiritual era preciso aguardar a

promessa do Consolador. “E eis que sobre vós envio a promessa de meu

Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos

de poder” (Lc 2.49). “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito

Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a

Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).

Mas, no dia do Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os

discípulos aconteceu algo sobrenatural e suas visões espirituais se abriram:

(At 2.1-4).

Os fariseus jamais poderiam ter uma visão espiritual, uma visão

completa do Reino de Deus, pois não tinham a essência do Espírito Santo

nas suas vidas. E sem esta essência sobrenatural o homem não consegue

ver o amor de Deus derramado sobre os corações. Ele está cego, sem

comunhão, sem amor, sem misericórdia, sem fé, sem a verdadeira

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santidade e a obediência genuína das verdades bíblicas.

As palavras de Jesus em Mateus 23 se constituem na sua mais severa

denúncia contra os líderes e falsos mestres que rejeitavam em parte a

Palavra de Deus, substituindo a revelação divina por suas próprias idéias e

interpretações (vv. 23, 28; 15.3, 6, 9; Mc 7.6-9).

Cristo não era um pregador tímido, a tolerar o pecado. Ele foi fiel à Sua

missão de combater o mal (Mt 21.12-13; Jo 2.13-16), combater as tradições

e doutrinas de homens (Mt 15.1-3, 9) e denunciar o pecado de corrupção

entre os importantes (Mt 23.23-25).

O amor de Jesus pelas Escrituras inspiradas do Seu Pai, bem como

pelos que estavam sendo arruinados pela distorção delas (Mt 15.2-3; 18.6-7;

23.13-15), era tão grande que levou a usar palavras tais como: “hipócritas”

(v. 15), “filhos do inferno” (v. 15), condutores cegos (v. 16), insensatos (v.

17), cheios de rapinas e de iniqüidade (v. 25), limpa só no exterior (v.25),

sepulcros caiados (v. 27), imundícias (v. 27), iniqüidade (v. 28), serpentes

(v. 33), raça de víboras (v. 33) e assassinos (v. 34).

Estas palavras, embora severas e condenatórias, foram ditas com

profunda dor (v. 33), por aquele que morreu pelas almas a quem dirigiu

estas palavras (cf. Jo 3.16; Rm 5.6-8).

Jesus descreve o caráter dos falsos mestres e pregadores como os dos

ministros que buscavam popularidade, importância e atenção das pessoas

(v. 5), que amam honrarias (v. 6), e títulos (v. 7), e que, com o evangelho

distorcido que pregavam, impedem as pessoas de entrar no céu (v. 13). São

religiosos profissionais que, na aparência, são espirituais e santos, mas,

que na realidade, são iníquos, falsos e assassinos (vv. 14, 25-27). Falam

bem dos líderes espirituais piedosos do passado, mas não seguem as suas

práticas, nem sua dedicação a Deus e à sua Palavra e justiça (vv. 29-30).

Rodeiam a terra toda para fazer um prosélito (seguidor seu), mas

quando conseguem e trazem para dentro da igreja “fazei filho do inferno”.

Por quê? Porque eram religiosos muito duros, radicais, fanáticos. Traziam o

povo para a igreja, mas depois condenavam por coisas insignificantes como

fazem hoje e jogavam no inferno.

Você pode estar sendo tão “religiosos”, que nunca será espiritual. Não

importe o quanto ore. Mas você pode estar perdido, sem mesmo conhecer

Deus, apesar de manter uma vida de oração. Não importa quanto você

conheça a Bíblia, ou o que você sabe sobre Deus. Estou perguntando se

você já está liberto das tradições ou se você já tirou a venda de teus olhos

que impedem de conhecer a verdade.

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IX. SÃO ACÉTICOS E DOGMÁTICOS

No ceticismo dogmático o objetivo não é

investigar e obter conhecimento, mas unicamente

desacreditar alguma idéia que contrarie um

conjunto de crenças pré-estabelecidas. Na

vigência do ceticismo dogmático, nenhuma nova

idéia pode florescer. É o ceticismo conduzido às

fronteiras do cinismo, da hipocrisia, da ignorância.

É o “não querer saber” levado ao exagero insano

(por isso ignorante), disfarçado de “indagação e

exame” (por isso cínico e hipócrita). É o ceticismo

adotado pela Igreja nos tribunais de Inquisição.

Lembremos do exemplo de Galileu Galilei, que foi obrigado a negar a sua

descoberta de que a terra é que gira ao redor do Sol. Quando solicitou aos

inquisitores que olhassem pela luneta, estes simplesmente se negaram,

alegando que ela estaria adulterada ou que Satanás estivesse a produzir

ilusões de ótica para desvirtuar o homem do caminho da verdade.

O ceticismo, quando utilizado de forma inteligente e livre de dogmas,

permite que não nos contentemos com respostas mal dadas. Nos impele

para o sincero questionamento e nos direciona para as descobertas.

X. SÃO INSUBORDINADOS

“Porque existem muitos insubordinados, palradores, frívolos e

enganadores, especialmente os da circuncisão. É preciso fazê-los calar,

porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por

torpe ganância. Este testemunho é exato. Portanto, repreende-os

severamente, para que sejam sadios na fé. Não dando ouvido a fábulas

judaicas, e nem a mandamento de homens que se desviam da verdade” (Tt

1.10-14 – RC).

Paulo adverte a Tito mostrando as características dos hereges:

Sua atitude: Insubordinados contra a Palavra; Palradores frívolos; cabeças

vazias com discursos vãos, legalistas.

Sua ambição: Vigarista em matéria de religião, gananciosos.

Enganadores. Do grego frenapath phrenapates significa: impostores ou

sedutor.

Paulo demonstra novamente sua constante preocupação com os falsos

mestres e a saúde doutrinária das igrejas. Entre esses, estavam “os da

circuncisão” (1.10,14). Tal expressão designava os judaizantes, aqueles que

queriam impor a lei judaica sobre os gentios convertidos ao cristianismo.

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Paulo identifica três elementos nítidos em sua doutrina que provocam

falsidade. Primeiro: eles ensinavam aos novos convertidos a seguirem os

preceitos judaicos se quiserem ser salvos. Eles ensinavam que a salvação

pela graça não era suficiente. O crente que desejasse ser salvo teria que

obedecer as normas da lei, as tradições e filosofias dos rabinos. Segundo:

eles professavam conhecer a Deus, mas negavam a fé através de seus

atos. Terceiro: nas suas consciências corruptas, permitiam a perversão

daquilo que é puro.

“Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e

descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles

estão corrompidas. No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o

negam por suas obras; é por isso que são abomináveis, desobedientes e

reprovados para toda boa obra” (Tt 1.15-16).

O modo como uma pessoa pensa a respeito de si mesma é a chave de

como pensará sobre outros, e para a perspectiva geral de sua vida. Aquele

que vê pecado em tudo, também irá julgar seu irmão pelo o que ele vê e não

segundo um raciocínio lógico. Por esta razão o Apóstolo diz: “É preciso

fazer calar” (v.11). Calar no grego epistomizw epistomizo - calar a boca,

silenciar, no sentido de amordaçar cães. Paulo usa uma expressão forte,

porque são fariseus mentirosos que estavam se infiltrando no meio cristão

para corromper o evangelho tirando, assim, da simplicidade que há em

Cristo Jesus.

Os fariseus tinham suas mentes cauterizadas e ensinavam com engano

a Palavra do Senhor. “...para os impuros e descrentes, nada é puro”.

Tito estava habitando em meio a um povo corrupto na Ilha de Creta. Os

habitantes desta Ilha tinham reputação tão má diante do mundo antigo, que

os grego criam que a palavra KRETIZEN, significa mentir ou enganar.

Os fariseus não viam pecado na corrupção dos habitantes daquela ilha,

mas no descumprimento das regras judaicas.

Isto acontece hoje em muitas igrejas. A imoralidade, corrupção, roubo

ete, não é um pecado grave, mas desobedecer à regra dos usos e

costumes impostos pelo dirigente, você está sujeito à exclusão.