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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ/PARFOR INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA A afetividade e mediação do professor no processo de ensino e aprendizagem TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO LÚCIA MARIA MAIA PIMENTEL Santarém 2015

Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

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Page 1: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARAacutePARFOR

INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO PLANO NACIONAL DE FORMACcedilAtildeO DE PROFESSORES

LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e

aprendizagem

TRABALHO DE CONCLUSAtildeO DE CURSO

ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL

Santareacutem 2015

A AFETIVIDADE E MEDIACcedilAtildeO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE

ENSINO E APRENDIZAGEM

ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL

Monografia apresentada ao Curso de Graduaccedilatildeo em Licenciatura Plena em

Pedagogia do Instituto de Ciecircncias da Educaccedilatildeo da Universidade Federal

do Oeste do Paraacute- Parfor como requisito para obtenccedilatildeo de grau de

Licenciado em Pedagogia

Orientadora Profordf Msordf Daiane Pinheiro

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARAacutePARFOR INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO

PLANO NACIONAL DE FORMACcedilAtildeO DE PROFESSORES LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Monografia de

Graduaccedilatildeo

A AFETIVIDADE E MEDIACcedilAtildeO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE

ENSINO E APRENDIZAGEM

Elaborada por

ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO

LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL

Como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Licenciado em

Pedagogia

COMISSAtildeO EXAMINADORA

_______________________________

Profordf Ms Daiane Pinheiro Orientadora

Maria Gloacuteria Silva Vasconcelos 2ordm Avaliador(a)

Wilverson Rodrigo Silva de Melo 3ordm Avaliador(a)

Santareacutem 2015

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter dado discernimento e

sabedoria para realizarmos esse trabalho e concluirmos o curso Muitos obstaacuteculos

surgiram ao longo da jornada acadecircmica mas nada foi capaz de nos desanimar

Nosso carinho e agradecimentos aos familiares que sempre estiveram ao

nosso lado e entenderam que era preciso continuar para nossa realizaccedilatildeo

profissional e pessoal

Natildeo podemos deixar de agradecer ao apoio e bons momentos compartilhados

com os colegas da turma Pedagogia 2011 sem eles seria bem mais difiacutecil chegar ao

final do curso

A nossa orientadora Daiane Pinheiro estendemos os nossos agradecimentos

obrigada pelo apoio incentivo confianccedila e paciecircncia para nos direcionar na

pesquisa

RESUMO

A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e aprendizagem

Esse trabalho trata da importacircncia da afetividade e a mediaccedilatildeo do professor no

processo de ensino e aprendizagem Buscou-se analisar de que forma as relaccedilotildees

de afetividade satildeo inseridas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia

da afetividade como um fio condutor para a aprendizagem em quatro turmas e com

trecircs professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal

de SantareacutemPA No embasamento investigativo da pesquisa nos posicionamos no

campo da pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

tendo como instrumento um diaacuterio de campo preacute definido para anaacutelise de conteuacutedos

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala Essa relaccedilatildeo natildeo eacute aproveitada nos

momentos de ensino e assim natildeo haacute estiacutemulo que potencialize o aprendizado do

aluno Evidenciamos que outros professores envolvem relaccedilotildees de afeto respeito

muacutetuo e carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano

escolar potencializando o ensino Ainda observou- se a relevacircncia do planejamento

na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave afetividade considerados fatores

determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

PALAVRAS-CHAVE Afetividade Mediaccedilatildeo Aprendizagem

ABSTRAT

The affection and the teachers mediation in the process of teaching and

learning

The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This

work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the

teaching and learning process We sought to examine how the relationships of

affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence

of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year

of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the

investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research

considering cultural movements investigative subjective events and observations of

actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for

content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching

mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in

the teachable moments and so not the stimulus pot

Keywords Affectivity Mediation Learning

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM 11

CAPIacuteTULO II 15

2 METODOLOGIA 15

CAPIacuteTULO III 18

3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos

24

CONCLUSAtildeO 30

REFEREcircNCIAS 32

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37

8

INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator

fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere

que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo

em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de

aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo

enfim de afeto

O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na

cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma

comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas

apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade

excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar

mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel

entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas

crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da

escola

Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo

promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para

estimular a aprendizagem

Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas

emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees

no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007

p220) nos ajuda a entender esse processo

Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus

Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem

deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que

envolve a afetividade

A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e

envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que

9

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo

professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem

da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura

familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus

sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico

e responsaacutevel

Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica

deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas

nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino

fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as

relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem

observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos

estabelecidos nesse processo

Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade

e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A

partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes

objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas

atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da

praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece

o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade

Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite

uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala

de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para

orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm

ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA

A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata

de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa

O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo

10

apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por

fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica

abordada

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

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de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 2: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

A AFETIVIDADE E MEDIACcedilAtildeO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE

ENSINO E APRENDIZAGEM

ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL

Monografia apresentada ao Curso de Graduaccedilatildeo em Licenciatura Plena em

Pedagogia do Instituto de Ciecircncias da Educaccedilatildeo da Universidade Federal

do Oeste do Paraacute- Parfor como requisito para obtenccedilatildeo de grau de

Licenciado em Pedagogia

Orientadora Profordf Msordf Daiane Pinheiro

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARAacutePARFOR INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO

PLANO NACIONAL DE FORMACcedilAtildeO DE PROFESSORES LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Monografia de

Graduaccedilatildeo

A AFETIVIDADE E MEDIACcedilAtildeO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE

ENSINO E APRENDIZAGEM

Elaborada por

ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO

LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL

Como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Licenciado em

Pedagogia

COMISSAtildeO EXAMINADORA

_______________________________

Profordf Ms Daiane Pinheiro Orientadora

Maria Gloacuteria Silva Vasconcelos 2ordm Avaliador(a)

Wilverson Rodrigo Silva de Melo 3ordm Avaliador(a)

Santareacutem 2015

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter dado discernimento e

sabedoria para realizarmos esse trabalho e concluirmos o curso Muitos obstaacuteculos

surgiram ao longo da jornada acadecircmica mas nada foi capaz de nos desanimar

Nosso carinho e agradecimentos aos familiares que sempre estiveram ao

nosso lado e entenderam que era preciso continuar para nossa realizaccedilatildeo

profissional e pessoal

Natildeo podemos deixar de agradecer ao apoio e bons momentos compartilhados

com os colegas da turma Pedagogia 2011 sem eles seria bem mais difiacutecil chegar ao

final do curso

A nossa orientadora Daiane Pinheiro estendemos os nossos agradecimentos

obrigada pelo apoio incentivo confianccedila e paciecircncia para nos direcionar na

pesquisa

RESUMO

A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e aprendizagem

Esse trabalho trata da importacircncia da afetividade e a mediaccedilatildeo do professor no

processo de ensino e aprendizagem Buscou-se analisar de que forma as relaccedilotildees

de afetividade satildeo inseridas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia

da afetividade como um fio condutor para a aprendizagem em quatro turmas e com

trecircs professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal

de SantareacutemPA No embasamento investigativo da pesquisa nos posicionamos no

campo da pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

tendo como instrumento um diaacuterio de campo preacute definido para anaacutelise de conteuacutedos

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala Essa relaccedilatildeo natildeo eacute aproveitada nos

momentos de ensino e assim natildeo haacute estiacutemulo que potencialize o aprendizado do

aluno Evidenciamos que outros professores envolvem relaccedilotildees de afeto respeito

muacutetuo e carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano

escolar potencializando o ensino Ainda observou- se a relevacircncia do planejamento

na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave afetividade considerados fatores

determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

PALAVRAS-CHAVE Afetividade Mediaccedilatildeo Aprendizagem

ABSTRAT

The affection and the teachers mediation in the process of teaching and

learning

The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This

work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the

teaching and learning process We sought to examine how the relationships of

affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence

of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year

of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the

investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research

considering cultural movements investigative subjective events and observations of

actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for

content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching

mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in

the teachable moments and so not the stimulus pot

Keywords Affectivity Mediation Learning

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM 11

CAPIacuteTULO II 15

2 METODOLOGIA 15

CAPIacuteTULO III 18

3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos

24

CONCLUSAtildeO 30

REFEREcircNCIAS 32

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37

8

INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator

fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere

que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo

em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de

aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo

enfim de afeto

O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na

cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma

comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas

apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade

excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar

mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel

entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas

crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da

escola

Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo

promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para

estimular a aprendizagem

Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas

emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees

no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007

p220) nos ajuda a entender esse processo

Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus

Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem

deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que

envolve a afetividade

A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e

envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que

9

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo

professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem

da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura

familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus

sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico

e responsaacutevel

Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica

deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas

nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino

fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as

relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem

observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos

estabelecidos nesse processo

Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade

e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A

partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes

objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas

atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da

praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece

o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade

Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite

uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala

de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para

orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm

ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA

A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata

de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa

O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo

10

apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por

fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica

abordada

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 3: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARAacutePARFOR INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO

PLANO NACIONAL DE FORMACcedilAtildeO DE PROFESSORES LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Monografia de

Graduaccedilatildeo

A AFETIVIDADE E MEDIACcedilAtildeO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE

ENSINO E APRENDIZAGEM

Elaborada por

ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO

LUacuteCIA MARIA MAIA PIMENTEL

Como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Licenciado em

Pedagogia

COMISSAtildeO EXAMINADORA

_______________________________

Profordf Ms Daiane Pinheiro Orientadora

Maria Gloacuteria Silva Vasconcelos 2ordm Avaliador(a)

Wilverson Rodrigo Silva de Melo 3ordm Avaliador(a)

Santareacutem 2015

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter dado discernimento e

sabedoria para realizarmos esse trabalho e concluirmos o curso Muitos obstaacuteculos

surgiram ao longo da jornada acadecircmica mas nada foi capaz de nos desanimar

Nosso carinho e agradecimentos aos familiares que sempre estiveram ao

nosso lado e entenderam que era preciso continuar para nossa realizaccedilatildeo

profissional e pessoal

Natildeo podemos deixar de agradecer ao apoio e bons momentos compartilhados

com os colegas da turma Pedagogia 2011 sem eles seria bem mais difiacutecil chegar ao

final do curso

A nossa orientadora Daiane Pinheiro estendemos os nossos agradecimentos

obrigada pelo apoio incentivo confianccedila e paciecircncia para nos direcionar na

pesquisa

RESUMO

A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e aprendizagem

Esse trabalho trata da importacircncia da afetividade e a mediaccedilatildeo do professor no

processo de ensino e aprendizagem Buscou-se analisar de que forma as relaccedilotildees

de afetividade satildeo inseridas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia

da afetividade como um fio condutor para a aprendizagem em quatro turmas e com

trecircs professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal

de SantareacutemPA No embasamento investigativo da pesquisa nos posicionamos no

campo da pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

tendo como instrumento um diaacuterio de campo preacute definido para anaacutelise de conteuacutedos

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala Essa relaccedilatildeo natildeo eacute aproveitada nos

momentos de ensino e assim natildeo haacute estiacutemulo que potencialize o aprendizado do

aluno Evidenciamos que outros professores envolvem relaccedilotildees de afeto respeito

muacutetuo e carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano

escolar potencializando o ensino Ainda observou- se a relevacircncia do planejamento

na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave afetividade considerados fatores

determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

PALAVRAS-CHAVE Afetividade Mediaccedilatildeo Aprendizagem

ABSTRAT

The affection and the teachers mediation in the process of teaching and

learning

The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This

work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the

teaching and learning process We sought to examine how the relationships of

affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence

of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year

of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the

investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research

considering cultural movements investigative subjective events and observations of

actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for

content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching

mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in

the teachable moments and so not the stimulus pot

Keywords Affectivity Mediation Learning

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM 11

CAPIacuteTULO II 15

2 METODOLOGIA 15

CAPIacuteTULO III 18

3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos

24

CONCLUSAtildeO 30

REFEREcircNCIAS 32

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37

8

INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator

fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere

que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo

em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de

aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo

enfim de afeto

O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na

cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma

comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas

apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade

excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar

mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel

entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas

crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da

escola

Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo

promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para

estimular a aprendizagem

Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas

emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees

no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007

p220) nos ajuda a entender esse processo

Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus

Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem

deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que

envolve a afetividade

A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e

envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que

9

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo

professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem

da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura

familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus

sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico

e responsaacutevel

Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica

deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas

nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino

fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as

relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem

observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos

estabelecidos nesse processo

Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade

e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A

partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes

objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas

atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da

praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece

o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade

Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite

uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala

de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para

orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm

ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA

A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata

de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa

O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo

10

apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por

fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica

abordada

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 4: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter dado discernimento e

sabedoria para realizarmos esse trabalho e concluirmos o curso Muitos obstaacuteculos

surgiram ao longo da jornada acadecircmica mas nada foi capaz de nos desanimar

Nosso carinho e agradecimentos aos familiares que sempre estiveram ao

nosso lado e entenderam que era preciso continuar para nossa realizaccedilatildeo

profissional e pessoal

Natildeo podemos deixar de agradecer ao apoio e bons momentos compartilhados

com os colegas da turma Pedagogia 2011 sem eles seria bem mais difiacutecil chegar ao

final do curso

A nossa orientadora Daiane Pinheiro estendemos os nossos agradecimentos

obrigada pelo apoio incentivo confianccedila e paciecircncia para nos direcionar na

pesquisa

RESUMO

A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e aprendizagem

Esse trabalho trata da importacircncia da afetividade e a mediaccedilatildeo do professor no

processo de ensino e aprendizagem Buscou-se analisar de que forma as relaccedilotildees

de afetividade satildeo inseridas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia

da afetividade como um fio condutor para a aprendizagem em quatro turmas e com

trecircs professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal

de SantareacutemPA No embasamento investigativo da pesquisa nos posicionamos no

campo da pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

tendo como instrumento um diaacuterio de campo preacute definido para anaacutelise de conteuacutedos

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala Essa relaccedilatildeo natildeo eacute aproveitada nos

momentos de ensino e assim natildeo haacute estiacutemulo que potencialize o aprendizado do

aluno Evidenciamos que outros professores envolvem relaccedilotildees de afeto respeito

muacutetuo e carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano

escolar potencializando o ensino Ainda observou- se a relevacircncia do planejamento

na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave afetividade considerados fatores

determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

PALAVRAS-CHAVE Afetividade Mediaccedilatildeo Aprendizagem

ABSTRAT

The affection and the teachers mediation in the process of teaching and

learning

The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This

work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the

teaching and learning process We sought to examine how the relationships of

affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence

of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year

of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the

investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research

considering cultural movements investigative subjective events and observations of

actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for

content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching

mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in

the teachable moments and so not the stimulus pot

Keywords Affectivity Mediation Learning

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM 11

CAPIacuteTULO II 15

2 METODOLOGIA 15

CAPIacuteTULO III 18

3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos

24

CONCLUSAtildeO 30

REFEREcircNCIAS 32

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37

8

INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator

fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere

que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo

em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de

aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo

enfim de afeto

O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na

cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma

comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas

apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade

excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar

mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel

entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas

crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da

escola

Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo

promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para

estimular a aprendizagem

Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas

emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees

no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007

p220) nos ajuda a entender esse processo

Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus

Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem

deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que

envolve a afetividade

A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e

envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que

9

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo

professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem

da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura

familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus

sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico

e responsaacutevel

Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica

deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas

nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino

fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as

relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem

observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos

estabelecidos nesse processo

Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade

e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A

partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes

objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas

atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da

praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece

o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade

Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite

uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala

de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para

orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm

ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA

A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata

de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa

O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo

10

apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por

fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica

abordada

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 5: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

RESUMO

A afetividade e mediaccedilatildeo do professor no processo de ensino e aprendizagem

Esse trabalho trata da importacircncia da afetividade e a mediaccedilatildeo do professor no

processo de ensino e aprendizagem Buscou-se analisar de que forma as relaccedilotildees

de afetividade satildeo inseridas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia

da afetividade como um fio condutor para a aprendizagem em quatro turmas e com

trecircs professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal

de SantareacutemPA No embasamento investigativo da pesquisa nos posicionamos no

campo da pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

tendo como instrumento um diaacuterio de campo preacute definido para anaacutelise de conteuacutedos

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala Essa relaccedilatildeo natildeo eacute aproveitada nos

momentos de ensino e assim natildeo haacute estiacutemulo que potencialize o aprendizado do

aluno Evidenciamos que outros professores envolvem relaccedilotildees de afeto respeito

muacutetuo e carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano

escolar potencializando o ensino Ainda observou- se a relevacircncia do planejamento

na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave afetividade considerados fatores

determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

PALAVRAS-CHAVE Afetividade Mediaccedilatildeo Aprendizagem

ABSTRAT

The affection and the teachers mediation in the process of teaching and

learning

The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This

work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the

teaching and learning process We sought to examine how the relationships of

affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence

of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year

of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the

investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research

considering cultural movements investigative subjective events and observations of

actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for

content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching

mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in

the teachable moments and so not the stimulus pot

Keywords Affectivity Mediation Learning

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM 11

CAPIacuteTULO II 15

2 METODOLOGIA 15

CAPIacuteTULO III 18

3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos

24

CONCLUSAtildeO 30

REFEREcircNCIAS 32

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37

8

INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator

fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere

que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo

em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de

aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo

enfim de afeto

O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na

cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma

comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas

apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade

excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar

mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel

entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas

crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da

escola

Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo

promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para

estimular a aprendizagem

Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas

emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees

no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007

p220) nos ajuda a entender esse processo

Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus

Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem

deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que

envolve a afetividade

A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e

envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que

9

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo

professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem

da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura

familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus

sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico

e responsaacutevel

Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica

deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas

nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino

fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as

relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem

observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos

estabelecidos nesse processo

Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade

e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A

partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes

objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas

atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da

praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece

o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade

Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite

uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala

de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para

orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm

ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA

A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata

de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa

O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo

10

apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por

fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica

abordada

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 6: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

ABSTRAT

The affection and the teachers mediation in the process of teaching and

learning

The affection and the teachers mediation in the teaching and learning process This

work deals with the importance of affectivity and the mediation of the teacher in the

teaching and learning process We sought to examine how the relationships of

affectivity are inserted and articulated in the pedagogical practices and the influence

of affectivity as a guiding learning in four classes and three teachers of the first year

of elementary school to a municipal school of SantareacutemPA In the basement of the

investigative research positioned ourselves in the field of qualitative research

considering cultural movements investigative subjective events and observations of

actions within the context of the classroom having as a field journal preacute defined for

content analysis In general it was noted the difficulty of some educators on teaching

mediation in dealing with affectivity in the room This relationship is not harnessed in

the teachable moments and so not the stimulus pot

Keywords Affectivity Mediation Learning

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM 11

CAPIacuteTULO II 15

2 METODOLOGIA 15

CAPIacuteTULO III 18

3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos

24

CONCLUSAtildeO 30

REFEREcircNCIAS 32

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37

8

INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator

fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere

que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo

em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de

aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo

enfim de afeto

O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na

cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma

comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas

apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade

excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar

mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel

entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas

crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da

escola

Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo

promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para

estimular a aprendizagem

Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas

emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees

no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007

p220) nos ajuda a entender esse processo

Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus

Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem

deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que

envolve a afetividade

A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e

envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que

9

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo

professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem

da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura

familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus

sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico

e responsaacutevel

Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica

deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas

nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino

fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as

relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem

observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos

estabelecidos nesse processo

Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade

e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A

partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes

objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas

atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da

praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece

o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade

Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite

uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala

de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para

orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm

ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA

A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata

de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa

O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo

10

apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por

fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica

abordada

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 7: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 8

CAPIacuteTULO I 11

1 AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM 11

CAPIacuteTULO II 15

2 METODOLOGIA 15

CAPIacuteTULO III 18

3 ANAacuteLISE DOS DADOS 18

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno 18

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos alunos

24

CONCLUSAtildeO 30

REFEREcircNCIAS 32

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO 35

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO 36

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO 37

8

INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator

fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere

que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo

em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de

aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo

enfim de afeto

O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na

cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma

comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas

apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade

excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar

mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel

entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas

crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da

escola

Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo

promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para

estimular a aprendizagem

Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas

emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees

no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007

p220) nos ajuda a entender esse processo

Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus

Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem

deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que

envolve a afetividade

A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e

envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que

9

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo

professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem

da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura

familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus

sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico

e responsaacutevel

Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica

deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas

nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino

fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as

relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem

observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos

estabelecidos nesse processo

Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade

e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A

partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes

objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas

atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da

praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece

o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade

Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite

uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala

de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para

orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm

ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA

A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata

de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa

O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo

10

apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por

fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica

abordada

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 8: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

8

INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo do tempo muitos estudiosos apontam que a afetividade eacute fator

fundamental para o desenvolvimento cognitivo de crianccedilas Wallon (2007) sugere

que a educaccedilatildeo natildeo se limita somente ao processo de ensinar ler e escrever tendo

em vista que as expressotildees humanas tambeacutem fazem parte desse processo de

aprendizagem Todos os seres humanos satildeo providos de sentimentos de emoccedilatildeo

enfim de afeto

O interesse por esse tema de pesquisa surgiu apoacutes vivecircncia no estaacutegio na

cidade de Santareacutem-PA nas turmas do primeiro ano O contexto trata-se de uma

comunidade carente com alto iacutendice de violecircncia Observamos que muitas crianccedilas

apresentam comportamento indevido ao ambiente escolar como hiperatividade

excessiva com agressotildees fiacutesicas descumprimento de regras entre outros Um olhar

mais apurado a tal situaccedilatildeo atraveacutes do relatoacuterio de estaacutegio acadecircmico foi possiacutevel

entender que tais accedilotildees podem estar relacionadas ao histoacuterico individual dessas

crianccedilas relacionando-se principalmente a falta de estimulo afetivo dentro e fora da

escola

Neste contexto considera-se de grande relevacircncia realizar este estudo

promovendo caminhos para se pensar a afetividade como instrumento para

estimular a aprendizagem

Entende-se que a escola deve ser o espaccedilo social para a construccedilatildeo dessas

emoccedilotildees e expressatildeo de sentimentos Saber trabalhar e administrar essas questotildees

no acircmbito escolar torna-se um grande desafio na educaccedilatildeo atual Wallon (2007

p220) nos ajuda a entender esse processo

Afetividade corresponde agraves primeiras expressotildees de sofrimento e de prazer que a crianccedila experimenta sendo essas manifestaccedilotildees de tonalidades afetivas ainda em estaacutegio primitivo ou seja de base orgacircnica e tecircm por fundamento o tocircnus

Vigotsky (1996) acrescenta ainda que o processo de ensino aprendizagem

deve estar subsidiado pela relaccedilatildeo professor-aluno em processo de mediaccedilatildeo que

envolve a afetividade

A sala de aula deve ser considerada um espaccedilo de vivecircncias diaacuterias e

envolvimento afetivo entre professoraluno Arauacutejo (2001 p 41) afirma que

9

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo

professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem

da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura

familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus

sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico

e responsaacutevel

Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica

deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas

nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino

fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as

relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem

observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos

estabelecidos nesse processo

Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade

e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A

partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes

objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas

atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da

praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece

o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade

Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite

uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala

de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para

orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm

ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA

A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata

de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa

O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo

10

apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por

fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica

abordada

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

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desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 9: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

9

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Entende-se que a sala de aula como espaccedilo organizado e mediado pelo

professor exerce um papel construtor natildeo soacute do crescimento cognitivo mais tambeacutem

da relaccedilatildeo emocional interpessoal e social Embora seja fundamental a estrutura

familiar para o desenvolvimento afetivo da crianccedila na sala de aula ela amplia seus

sentimentos nas relaccedilotildees sociais e mediaccedilatildeo docente tornando-se um adulto criacutetico

e responsaacutevel

Diante de tais referenciais e justificativa apresenta-se como problemaacutetica

deste estudo De que forma as relaccedilotildees de afetividade satildeo abordadas e articuladas

nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em turmas do primeiro ano do ensino

fundamental de uma escola municipal de Santareacutem- Paraacute Buscamos analisar as

relaccedilotildees afetivas entre professores e alunos no processo de aprendizagem

observando as estrateacutegias pedagoacutegicas utilizadas pelos docentes e os viacutenculos

estabelecidos nesse processo

Para isso seraacute preciso fazer um estudo teoacuterico sobre conceitos de afetividade

e os efeitos desse estimulo nos processos de ensino e de aprendizagem escolar A

partir desse estudo observou-se as estrateacutegias didaacuteticas utilizadas pelos docentes

objetivando analisar como satildeo mediados os instrumentos utilizados nessas

atividades O objetivo desse estudo prioriza olhar para os efeitos e o processo da

praacutetica docente e natildeo a praacutetica em si Ou seja priorizamos observar como acontece

o processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade

Na pesquisa foi realizada a abordagem qualitativa de estudo pois permite

uma avaliaccedilatildeo subjetiva de anotaccedilotildees de estudo Foram feitas observaccedilotildees em sala

de aula com professores Utilizando um roteiro de observaccedilatildeo preacute-definido para

orientar o foco de estudo Os sujeitos da pesquisa foram professores e alunos do 1ordm

ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino de SantareacutemPA

A presente pesquisa estaraacute dividida em trecircs capiacutetulos o primeiro capiacutetulo trata

de uma revisatildeo literaacuteria dos autores que deram suporte teoacuterico para essa pesquisa

O segundo apresenta a abordagem metodoloacutegica desse estudo no terceiro capitulo

10

apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por

fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica

abordada

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 10: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

10

apontamos os dados analiacuteticos dessa pesquisa sob direcionamentos teoacutericos E por

fim a conclusatildeo relatando meios e estrateacutegias pensadas a respeito da temaacutetica

abordada

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 11: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

11

CAPIacuteTULO I

AFETIVIDADE COMO DISPOSITIVO PRIMORDIAL NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

Autores como Wallon (2007) Vygotsky (1996) Piaget (1975) Paulo Freire

(2006) Almeida (1999) e outros vem fundamentando suas pesquisas sobre a

influecircncia da afetividade no processo de aprendizagem no contexto escolar

Na atualidade educacional eacute fundamental priorizar a qualidade de ensino

estimulando a formaccedilatildeo docente e estruturaccedilatildeo institucional No entanto muitas

vezes a influencia da afetividade tem sido esquecida pelas orientaccedilotildees pedagoacutegicas

escolares que visam garantir numericamente dados positivos sob um ensino

mecacircnico e tradicional

Nesse meio o processo de ensinar pesquisar dinamizar e planejar accedilotildees

relevantes com o objetivo de desenvolver meacutetodos luacutedicos e rotinas de

aprendizagem fazem parte da accedilatildeo docente poreacutem esse conjunto de atos diaacuterios

requer uma construccedilatildeo de sentimentos que durante o trabalho ganha subsiacutedios

focados em confianccedila intimidade e carinho solidificando assim a presenccedila da

afetividade na edificaccedilatildeo e praticidade do saber Para Vygotsky (1996 p78)

A relaccedilatildeo professoraluno natildeo deve ser uma relaccedilatildeo de imposiccedilatildeo mas sim de cooperaccedilatildeo de respeito e de crescimento O aluno deve ser considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construccedilatildeo do conhecimento O professor por sua vez deveraacute assumir um papel fundamental nesse processo como um sujeito mais experiente

O autor refere-se a importacircncia interativa discente e a mediaccedilatildeo

indispensaacutevel da aprendizagem que ocorre entre professor-aluno Nesse processo

esta transversalmente impliacutecito a afetividade entre esses sujeitos Natildeo tratamos aqui

de uma afetividade de modo apenas superficial das emoccedilotildees mas de uma boa

relaccedilatildeo escolar que deve marcar as praacuteticas pedagoacutegicas docentes

Por essa razatildeo cabe ao professor considerar o que o aluno jaacute sabe sua bagagem cultural eacute muito importante para a construccedilatildeo da aprendizagem O professor eacute o mediador da aprendizagem facilitando-lhe o domiacutenio e a

apropriaccedilatildeo dos diferentes instrumentos culturais (VYGOTSKY 1996 p78)

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 12: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

12

De acordo com o autor a afinidade entre o professor e aluno eacute de

fundamental importacircncia para o processo de aprendizagem pois influecircncia a

velocidade com que se constroacutei o conhecimento pois se compreende que quando o

aluno se sente seguro aprende com maior facilidade Outro ponto relevante eacute que o

educador precisa compreender o aluno o seu universo sociocultural valorizando

seu conhecimento empiacuterico suas vivecircncias e anseios para a construccedilatildeo de

conhecimento

A afetividade eacute um elemento fundamentalmente familiar que se inicia desde

as relaccedilotildees mais primitivas Para Mora (2013 p24)

[] desde o momento de alojar o bebecirc em seu ventre iraacute transmitindo seus estados de acircnimo movimentos e sentimentos Dentro do uacutetero o bebecirc iraacute registrando ldquovisceralmenterdquo tais estados e comeccedilaraacute a configurar de acordo com a sua singularidade seus ldquoestados psiacutequicosrdquo

Portanto a afetividade eacute um sentimento primordial e essencial na vida do

homem no entanto muitas vezes eacute possiacutevel observar na praacutetica docente que natildeo eacute

essa a realidade de muitas crianccedilas que vivem principalmente nos bairros perifeacutericos

da cidade Por experiecircncias de conviacutevio profissional em escola puacuteblica observamos

que muitas crianccedilas satildeo oriundas de famiacutelias desestruturadas e situaccedilatildeo

socioeconocircmica muito baixa Nesse contexto a crianccedila chega na escola

reproduzindo situaccedilotildees vivenciadas no seio familiar pois estaacute em pleno processo de

formaccedilatildeo da personalidade e na maioria das vezes a famiacutelia e a escola natildeo estatildeo

preparados para lidar com essas situaccedilotildees conflituosas Segundo Cury (2003 p12)

[] as pessoas natildeo aprenderam a falar de si mesmas tecircm medo de se expor vivem represadas em seu proacuteprio mundo Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos maacutegoas alegrias frustraccedilotildees Na escola a situaccedilatildeo eacute pior Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula mas satildeo estranhos uns para os outros Eles se escondem atraacutes dos livros das apostilas dos computadores A culpa eacute dos ilustres professores Natildeo A culpa como veremos eacute do sistema educacional doentio que se arrasta por seacuteculos

O autor critica a falta de preparaccedilatildeo docente e formaccedilatildeo especializada para

pensar esse tema na escola Critica-se aqui as condutas docentes despreparadas e

despreocupadas com a inserccedilatildeo teoacuterica e praacutetica do conceito de afetividade nas

praacuteticas escolares

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 13: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

13

Eacute nesse contexto que enfatiza- se a importacircncia da escola especialmente na

educaccedilatildeo como condutora e auxiliadora de todo o sistema de aprendizagem pois

quando praticada juntamente com as atividades rotineiras do docente apresenta

resultados positivos constitutivos e relevantes do sucesso no ensino educacional

Segundo Galvatildeo (2000 p43)

[] o desenvolvimento da pessoa com uma construccedilatildeo progressiva em que sucedem fases com predominacircncia alternadamente afetiva e cognitiva Cada fase tem um colorido proacuteprio uma unidade solidaacuteria que eacute dada pelo predomiacutenio de um tipo de atividades As atividades predominantes correspondem aos recursos que a crianccedila dispotildeem

Nesse contexto entende-se que a evoluccedilatildeo progressiva da afetividade e suas

manifestaccedilotildees tornam-se cada vez mais relacionadas ao meio social com a

interaccedilatildeo no grupo Neste aspecto Leite (2006 p 26) nos diz que ldquoA natureza da

experiecircncia afetiva (se prazerosa ou aversiva) nos seus extremos depende da

qualidade da mediaccedilatildeo vivenciada pelo sujeito na relaccedilatildeo com o objetordquo Entende-

se que no acircmbito educacional essa relaccedilatildeo afetiva entre educador e educando no

processo de ensino deve ser favorecida pelo conhecimento e mediaccedilatildeo docente

para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos interagindo com o grupo de

forma positiva

Segundo Oliveira (2011 p 37) ldquo[] eacute muito importante que o professor

demonstre carinho e aceitaccedilatildeo integral do aluno para que este passe a confiar em si

mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-serdquo com isso a relaccedilatildeo construiacuteda em

sala de aula pelo docente deve ter uma conexatildeo harmoniosa para que a afetividade

cresccedila e as atividades propostas sejam desenvolvidas com sucesso

A este respeito Freire (2006 p143) destaca que ldquoA praacutetica educativa eacute tudo

isso afetividade alegria capacidade cientifica domiacutenio teacutecnico a serviccedilo da

mudanccedila ou lamentavelmente da permanecircncia do hojerdquo Para ele o educador

progressista eacute aquele que acredita que o ato de ensinar com alegria seja uma

praacutetica educativa desenvolvida no seu cotidiano servindo como estimulo para melhor

aprendizagem do aluno pois sem motivaccedilatildeo o educando perde o estimulo para

aprender Freire (2006 p141) afirma que

A afetividade natildeo se acha excluiacuteda da cognoscibilidade O que natildeo posso obviamente eacute permitir que a minha afetividade interfira no cumprimento eacutetico

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 14: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

14

de meu dever de professor [] natildeo posso condicionar a avaliaccedilatildeo do meu aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele

A praacutetica de educar com afetividade natildeo significa que o professor vai perder o

domiacutenio de sua turma ou seja vai se tornar o professor bonzinho perdendo a

autoridade na sala de aula O professor que educa com responsabilidade e

mediaccedilatildeo afetiva provoca nos alunos a confianccedila de que ambos possam estabelecer

resultados necessaacuterios para a aprendizagem e assim ele estaraacute atuando com eacutetica e

seriedade para a construccedilatildeo de conhecimento Para Teles (1994 p 29)

As frustraccedilotildees intensas que ocorrem na infacircncia e os defeitos educacionais como a superproteccedilatildeo a instabilidade o controle riacutegido a carecircncia de afeto levam o individuo agrave angustia agressividade revolta inseguranccedila timidez dependecircncia irritabilidade nervosismo etc

Na visatildeo do autor os defeitos educacionais como a falta de afeto satildeo fatores

que implicam no desenvolvimento cognitivo do ser humano trazendo consequecircncias

para toda a vida Muitas vezes a privaccedilatildeo dessas relaccedilotildees afetivas pode causar no

aluno comportamentos agressivos provenientes do estres diaacuteria e ainda algumas

dificuldades de aprendizagens em diferentes aacutereas do conhecimento

Satildeo essas questotildees que problematizamos nessa pesquisa vislumbrando

maior familiaridade com o problema para que se possa entender melhor o conceito

da afetividade no contexto escolar e suas contribuiccedilotildees no processo de ensino e de

aprendizagem

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 15: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

15

CAPIacuteTULO II

1 METODOLOGIA

Este trabalho buscou discutir de modo geral a afetividade como elemento

fundamental do desenvolvimento humano Para dar conta dos processos

investigativos que delinearam essa pesquisa nos posicionamos no campo da

pesquisa qualitativa considerando movimentos culturais acontecimentos

investigativos subjetivos e observaccedilotildees de accedilotildees dentro do contexto da sala de aula

Segundo Chizzotti (2010 p78)

[] A abordagem qualitativa parte do fundamento de que haacute relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito uma interdependecircncia viva entre o sujeito e o objeto um viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito O conhecimento natildeo se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito-observador eacute parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenocircmenos atribuindo-lhes um significado O objeto natildeo eacute um dado inerte e neutro estaacute possuiacutedo de significados e relaccedilotildees que sujeitos concretos criam em suas accedilotildees

Nesse contexto o autor considera umas das diferenccedilas marcantes entre a

pesquisa qualitativa e pesquisa experimental Para ele a pesquisa qualitativa

caracteriza-se pela ldquoforma como aprende e legitima os conhecimentosrdquo

(CHIZZOTTI 2010 p77-78)

Entende-se que por meio desta abordagem metodoloacutegica eacute possiacutevel

compreender os aspectos intriacutensecos ao contexto educacional e as relaccedilotildees sociais

que se estabelecem na relaccedilatildeo afetiva entre professor e aluno e no processo ensino

aprendizagem Para Chizzotti (2010 p80)

Os dados natildeo satildeo coisas isoladas acontecimentos fixos captados em um instante de observaccedilatildeo Eles se datildeo em um contexto fluente de relaccedilotildees satildeo ldquofenocircmenosrdquo que natildeo se restringem agraves percepccedilotildees sensiacuteveis e aparentes mas se manifestam em uma complexidade de oposiccedilotildees de revelaccedilotildees e de ocultamentos Eacute preciso ultrapassar sua aparecircncia imediata para sua essecircncia

Para que o trabalho do pesquisador seja produtivo e eficaz eacute fundamental que

se estabeleccedila informaccedilotildees como em que campo o estudo se insere quais as suas

origens e os pressupostos teoacutericos e metodoloacutegicos que embasaratildeo a pesquisa

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 16: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

16

como os dados foram coletados quais os fundamentos da anaacutelise de conteuacutedos e

os resultados obtidos

Eacute necessaacuterio que o pesquisador muito mais do que saber defender sua posiccedilatildeo metodoloacutegica em oposiccedilatildeo a outras saiba que existem diferentes loacutegicas de accedilatildeo em pesquisa e que o importante eacute manter-se coerentemente dentro de cada uma delas Aleacutem disso eacute necessaacuterio que o pesquisador saiba explicitar em seu relato de pesquisa a sua opccedilatildeo metodoloacutegica e todo procedimento desenvolvido na construccedilatildeo de sua investigaccedilatildeo e os quadros de referecircncia que o informam (SILVA 1998 p 159)

A relevacircncia desse estudo estaacute em proporcionar conhecimentos para aqueles

profissionais da educaccedilatildeo que buscam melhorar a accedilatildeo pedagoacutegica e que algumas

vezes sentem-se incomodados e impotentes pela falta de afetividade no processo

de ensino e ateacute mesmo ficam sem saber lidar com os comportamentos e diferenccedilas

peculiar de cada indiviacuteduo

A pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino na

cidade de SantareacutemPA com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental

e trecircs professoras sendo que uma das professoras trabalha nos dois turnos Foram

realizadas cinco visitas na escola sendo observadas duas turmas no turno matutino

e duas turmas no turno vespertino

Os dados foram coletados atraveacutes de observaccedilatildeo tendo como instrumento um

diaacuterio de campo preacute definido com questotildees a serem observadas (ver anexo II) Esse

instrumento possibilitou o levantamento de informaccedilotildees pertinentes agrave afetividade no

processo de ensino na escola municipal de Santareacutem Para Fiorentini e Lorenzato

(2009 p 118) O diaacuterio de campo ldquo[] Tem como objetivo registrar de maneira

detalhada e sistematizada os acontecimentos as rotinas e as conversas que

contribuiratildeo no processo de anaacutelise das ocorrecircncias observadasrdquo

Esse instrumento de coleta de dados nos permite registrar momentos

vivenciados na ocasiatildeo das observaccedilotildees no entanto entendemos que tambeacutem

fazemos parte dessas relaccedilotildees pois satildeo representaccedilotildees que enquanto

pesquisadoras criamos sobre as relaccedilotildees afetivas estabelecidas no grupo estudado

E para que possamos fazer uma anaacutelise com registros teoacutericos nos munimos

de autores que orientam nesse processo de investigaccedilatildeo

De iniacutecio encaminhamos a carta de apresentaccedilatildeo sobre a pesquisa na

direccedilatildeo da escola em seguida conversamos com as professoras envolvidas no

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 17: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

17

estudo solicitando o espaccedilo da sala de aula para fazermos os levantamentos de

dados Cada participante dessa pesquisa assinou um termo de consentimento para

uso dos dados em pesquisa cientiacutefica Os documentos carta de apresentaccedilatildeo e

termo de consentimento estatildeo em anexo a este estudo

Os dados foram apresentados em forma de categorias analiacuteticas segundo as

instruccedilotildees do meacutetodo de anaacutelise de conteuacutedo proposto por Bardin (1997) Para a

autora a anaacutelise de conteuacutedo enquanto meacutetodo produz sentidos ou seja

significados nas praacuteticas de estudos analisando os procedimentos sistemaacuteticos de

acordo com os conteuacutedos das mensagens Bardin (2009 p121) afirma ainda que

Para uma aplicabilidade coerente do meacutetodo de acordo com os pressupostos de uma interpretaccedilatildeo das mensagens e dos enunciados a Anaacutelise de Conteuacutedo deve ter como ponto de partida uma organizaccedilatildeo As diferentes fases da anaacutelise de conteuacutedo organizam-se em torno de trecircs poacutelos conforme Bardin 1 A preacute-anaacutelise 2 A exploraccedilatildeo do material e por fim 3 O tratamento dos resultados a inferecircncia e a interpretaccedilatildeo

A partir dessas orientaccedilotildees teoacutericasmetodoloacutegicas buscamos sistematizar os

dados em duas categorias analiacuteticas sendo elas Relaccedilotildees afetivas entre professor

e aluno Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos Os sujeitos dessa pesquisa seratildeo identificados como Professor A (turma 1)

professor B (turma 2) professor C (turma 3 e 4) Buscamos registrar nas situaccedilotildees

observadas o comportamento do professor no entanto por vezes foi necessaacuterio

descrever a reaccedilatildeo do discente em relaccedilatildeo a esse comportamento docente Dessa

forma alguns alunos seratildeo citados aqui como aluno A aluno B e aluno C

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 18: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

18

CAPIacuteTULO III

2 ANAacuteLISE DOS DADOS

Nesse momento da pesquisa apresentamos os dados analiacuteticos tomando

como fonte teoacuterica os autores jaacute apresentados nesse trabalho Buscamos aproximar

os dados da pesquisa agraves categorias mencionadas dando maior visibilidade e ecircnfase

nas questotildees observadas quanto as relaccedilotildees afetivas comportamento dos alunos e

professores no processo de ensino e de aprendizagem

Faz-se necessaacuterio explicitar que essa pesquisa estaacute abarcada sobre o nosso

olhar em ralaccedilatildeo aos dados obtidos Ou seja estamos constituindo significados

pertinentes nas situaccedilotildees transcorridas durante as observaccedilotildees na sala de aula

31 Relaccedilotildees afetivas entre professor e aluno

Nessa categoria seratildeo analisadas as relaccedilotildees estabelecidas entre

professores e alunos tomando como paracircmetros observaccedilotildees imediatas que

marcam os encaminhamentos afetivos os quais se instituem nas rotinas discentes e

docentes

De modo geral observamos que as professoras A B e C iniciavam suas aulas

com muita animaccedilatildeo No primeiro momento as professoras faziam a acolhida dos

alunos atraveacutes de oraccedilotildees e muacutesicas infantis O que nos chamou atenccedilatildeo foi a

contaccedilatildeo de histoacuterias que incentivam a formaccedilatildeo de valores nos alunos Isso pode

ser evidenciado na histoacuteria ldquoHospital dos Brinquedosrdquo contada pela professora A

cujo objetivo era estimular os alunos a cuidar de seus pertences em geral Tambeacutem

a professora B contou a historia da ldquoChapeuzinho Vermelhordquo com caracterizaccedilatildeo

participativa dos alunos que estimulava as interaccedilotildees e relaccedilotildees afetivas discentes

Jaacute a professora C utilizou o computador para passar a histoacuteria ldquoA Formiga e a

Cigarrardquo depois fez uma reflexatildeo junto com os alunos da histoacuteria contada Na

concepccedilatildeo de Chalita (2003 p10)

As histoacuterias nos permitem conhecer e criar mundos fantaacutesticos repletos dos seres mais extraordinaacuterios e das sensaccedilotildees mais diversas [] sem elas a infacircncia a adolescecircncia a juventude e a maturidade estariam condenadas

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 19: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

19

a ocupar um palco sombrio triste desprovido de autores verdadeiramente apaixonados

Aleacutem dessa importacircncia na construccedilatildeo da personalidade e subjetividade da

crianccedila observamos que essas atividades colaboram para a aproximaccedilatildeo afetiva

entre os professor e aluno bem como inter-relaccedilatildeo constituiacutedas entre os proacuteprios

colegas

No entanto eacute preciso pontuar que todas essas atividades ocorriam no espaccedilo

da sala de aula Quanto a isso destacamos que as salas de aula ocupadas pelas

turmas 2 3 e 4 eram muito pequenas quente tendo apenas um ventilador

funcionando em cada sala a iluminaccedilatildeo era precaacuteria o que muitas vezes prejudicava

a aprendizagem dos alunos Moore (1992) em suas pesquisas comprova que

quando os alunos ficam em espaccedilos muito restritos os comportamentos tornam-se

agressivos destrutivos e a interaccedilatildeo entre professor e aluno diminui

Como foi notado no dia 18062015 precisamente no horaacuterio da tarde

observamos na turma 4 que a professora C enquanto fazia leitura oral dos alunos

de modo individual os demais ficavam agitados situaccedilatildeo essa agravada pela falta

de estrutura fiacutesica da sala de aula Nesse dia estavam presentes 21 alunos em sala

o que exigia dessa professora a chamada constante de atenccedilatildeo o que gerava outra

situaccedilatildeo desconfortante como a agressividade entre os alunos Observamos um

descontrole dessa docente sob seus alunos

Devido a grande demanda escolar o espaccedilo institucional se torna cada vez

menor desse modo as salas de aulas ocupadas pelas turmas 2 3 e 4 foram

construiacutedas para funcionar como sala de viacutedeo diretoria e laboratoacuterio

consecutivamente Ou seja esses espaccedilos foram transformados em sala de aula

Tambeacutem foi observado que a escola natildeo tem recreio devido a falta de estrutura As

crianccedilas faziam o lanche na sala de aula e natildeo tinham tempo devido para atividades

fiacutesica interativas e ou afetivas em espaccedilo aberto Na visatildeo de Lima (1989 p37)

Agrave medida que as camadas populares em massa conquistaram o direito a educaccedilatildeo os espaccedilos escolares passaram por um processo de emagrecimento Desapareceram os laboratoacuterios a biblioteca o antigo salatildeo ou auditoacuterio e o proacuteprio galpatildeo destinado recreio passou a ser dimensionados para o sistema de rodiacutezio

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 20: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

20

Segundo Lima os sistemas puacuteblicos de ensino natildeo estatildeo preparados para

receber a demanda de alunos nas escolas eacute grande a falta de estrutura fiacutesica para

um ensino de qualidade

Questiona-se nesse momento da pesquisa as condiccedilotildees de atuaccedilatildeo docente

e o conforto profissional desses sujeitos Essas questotildees estatildeo diretamente ligadas

ao desempenho de suas atribuiccedilotildees docentes pois a falta de estrutura escolar e as

maacutes condiccedilotildees profissionais desestimulam os professores e os alunos

Notou-se que esse desacircnimo refletiu diretamente nas relaccedilotildees estabelecidas

nesses espaccedilos pois o ambiente escolar eacute de suma importacircncia para o processo de

ensino e de aprendizagem

Para se ter uma relaccedilatildeo de comodidade entre professor e aluno eacute importante

que se tenha um espaccedilo adequado para atividades escolares onde o professor

possa organizar sua praacutetica junto aos seus alunos

Nesse processo Barbosa e Horn (2001) afirmam que eacute fundamental que a

sala de aula tenha como fatores determinantes a estrutura da sala a organizaccedilatildeo

do nuacutemero de crianccedilas as faixas etaacuterias as caracteriacutesticas do grupo e

principalmente a relaccedilatildeo de afetividade entre professores e alunos para os autores

estes satildeo elementos determinantes que contribuem na construccedilatildeo do

desenvolvimento integral do educando

Portanto eacute importante que a sala de aula seja um espaccedilo acolhedor onde ateacute

mesmo as cores os objetos desse ambiente influenciam para se ter um espaccedilo

harmonioso Tudo isso eacute de grande relevacircncia para atender as necessidades dos

alunos e tambeacutem do professor

Apesar da falta de estruturas e da falta de conforto da sala foi observado

pontos positivos principalmente na turma 2 como a professora B acompanhava

seus alunos A mesma utilizava do afeto como uma ferramenta para educar as

crianccedilas com isso aquele pequeno espaccedilo utilizado como sala de aula funcionava

como um ambiente de aprendizagem

A professora iniciava suas aulas com muita alegria utilizava vaacuterias dinacircmicas

como um meio de comunicaccedilatildeo com seus alunos Observamos a concentraccedilatildeo geral

dos alunos diante das atividades expostas pela professora e o estimulo agrave interaccedilatildeo e

afinidade do grupo

Wallon (1971) afirma que o grupo social eacute indispensaacutevel agrave crianccedila natildeo

somente para o seu desenvolvimento social como tambeacutem para o desenvolvimento

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

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ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 21: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

21

de sua proacutepria personalidade Foi visiacutevel a relaccedilatildeo entre a educadora e seus alunos

a mesma tratava os educandos como ldquomeus amoresrdquo diante disso demonstravam

afeto e principalmente respeito pela professora Segundo Almeida (1999 p 198)

[] a medida que se desenvolvem cognitivamente as necessidades afetivas da crianccedila tornam-se mais exigentes Por conseguinte passar afeto inclui natildeo apenas beijar abraccedilar mais tambeacutem conhecer ouvir conversar admirar a crianccedila faz-se mister ultrapassar os limites do afeto epideacutermico exercendo uma accedilatildeo mais cognitiva no niacutevel por exemplo na linguagem

Dessa forma eacute importante ressaltar que ato de afetividade vai aleacutem de tais

gestos envolvendo respeito o incentivo que se daacute natildeo somente na accedilatildeo cognitiva

mas principalmente no diaacutelogo

Tambeacutem observou- se nessa turma a preocupaccedilatildeo da professora com cada

aluno Esse eacute o caso de uma crianccedila que natildeo fazia suas atividades e passava o

tempo querendo chamar atenccedilatildeo de todos

A professora informou que o (aluno A) deveria estar passando por algum

problema familiar pois antes ele fazia suas atividades com muita atenccedilatildeo Ela

incomodada com a situaccedilatildeo informou que iria conversar com a coordenadora

pedagoacutegica da escola para discutirem a situaccedilatildeo junto agrave matildee da crianccedila pois de

costume essa era participativa na escola e conforme relatos nos uacuteltimos tempos

encontrava-se afastada da instituiccedilatildeo

Nesse contexto notou-se que o aluno natildeo fazia nem mesmo suas atividades

de casa o que segundo a professora demonstrava tambeacutem que essa crianccedila

apresentava dificuldades na sua aprendizagem Tiba (1996 p140) destaca que

O interesse e participaccedilatildeo familiar satildeo fundamentais A escola necessita saber que eacute uma instituiccedilatildeo que completa a famiacutelia e que ambos precisam ser uns lugares agradaacuteveis e afetivos para os alunosfilhos Os pais e a escola devem ter princiacutepios muitos proacuteximos para o benefiacutecio do filhoaluno

Nesse contexto a escola exerce um papel importante no desenvolvimento do

educando mas a presenccedila da famiacutelia eacute imprescindiacutevel para a construccedilatildeo da

personalidade do aluno pois ambas devem caminhar em parceria com a

responsabilidade pela formaccedilatildeo social e pessoal do aluno

Diante de tal situaccedilatildeo percebeu-se a importacircncia da presenccedila da famiacutelia na

escola pois juntas proporcionam ao aluno um aprendizado de qualidade

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

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desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 22: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

22

Ainda nessa mesma turma 2 eacute possiacutevel pontuar a importacircncia da afetividade

entre professor e aluno para o processo de ensino aprendizagem perante um aluno

que tinha dificuldades de aprendizagem Em todas as atividades expostas em que o

aluno apresentava inseguranccedila na realizaccedilatildeo dos exerciacutecios a professora com

muito carinho o incentivava

O diaacutelogo se desenvolvia ldquoprofessora estou copiando certordquo (aluno B)

ldquoparabeacutens meu amor a cada dia vocecirc estaacute avanccedilandordquo (professora B) Com isso os

alunos incentivados pela professora demonstrava alegria e forccedila de vontade ao

desenvolver suas atividades Segundo os autores Fernandez (1991) Dantas (1992)

e Synders (1993) o afeto eacute imprescindiacutevel no ato de ensinar e as relaccedilotildees entre o

ensino e a aprendizagem satildeo movidas pelo gosto e pelo amor

Desse modo eacute possiacutevel identificar e prever que a relaccedilatildeo afetiva entre

professor e aluno satildeo fatores favoraacuteveis que facilitam o ensino e a aprendizagem

Diante dessa importante relaccedilatildeo Cury (2003 p 72) completa que

Ser um mestre inesqueciacutevel formar seres humanos que faratildeo a diferenccedila no mundo Suas liccedilotildees de vida marcam para sempre os solos conscientes e inconscientes dos alunos O tempo pode passar e as dificuldades surgir mas as sementes de um professor fascinantes jamais seratildeo destruiacutedas

Dessa forma entende-se que o professor torna- se marcante na vida do aluno

quando ensina com amor e estabelece viacutenculo de confianccedila na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica Com isso desperta no aluno o interesse e a motivaccedilatildeo pelo

conhecimento

Apesar dos pontos positivos apresentados observou-se pontos negativos

Notamos a falta de interesse por parte de algumas professoras perante aos alunos

com dificuldades de aprendizagem

Embora elas demonstrassem uma boa relaccedilatildeo de afetividade com seus

alunos foi observada a falta de meacutetodos de ensino ou seja a falta de motivaccedilatildeo

aos alunos na sala de aula por parte dessas educadoras em que os alunos ficavam

dispersos sem realizarem atividades educativas aleacutem disso passavam o tempo

chamando atenccedilatildeo conversando com os colegas brincando e muitas vezes

brigando no caso as professoras davam atenccedilatildeo para aqueles que faziam as

atividades e assim seguiam a dinacircmica em sala de aula

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

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ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 23: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

23

De acordo com as observaccedilotildees destacamos que tais comportamentos se

estabeleciam pela falta de controle e planejamento docente o que refletia

diretamente no natildeo aprendizado dos alunos

Diante dessa situaccedilatildeo Souza (1996) afirma que as dificuldades de

aprendizagem aparecem quando a praacutetica pedagoacutegica diverge das necessidades

dos alunos Dessa forma percebeu-se nas salas de aulas observadas a carecircncia de

materiais didaacuteticos inovadores professores desmotivados e ateacute mesmo com

problema de sauacutede

Segundo Wallon (2007) o relacionamento entre professor e aluno deve ser de

amizade respeito ocorrendo sempre troca de solidariedade em que a praacutetica

pedagoacutegica deve ser sempre prazerosa visando o bem estar do aluno pois quando

o educador trabalha as dificuldades com afeto os alunos aprendem com mais

facilidade

Na concepccedilatildeo de Chalita (2004 p 257-258) o ser humano tem potencial para

aprender basta ser motivado

O aluno tem de ser amado respeitado valorizado O aluno natildeo eacute uma tabua rasa sem nada em que todas as informaccedilotildees satildeo jogadas Natildeo eacute um carrinho vazio de supermercado em que algueacutem coloca o que bem entende e o carrinho vai aguumlentando tudo que nele eacute jogado Ao contrario o aluno eacute um gigante que precisa ser despertado Todo e qualquer aluno tem vocaccedilatildeo para brilhar em aacutereas distintas de formas distintas mas eacute um ser humano e como tal possui inteligecircncia potencial se for orientado acompanhado por educadores conscientes do seu papel poderaacute produzir crescer e construir caminhos de equiliacutebrio de felicidades

Isso significa que a crianccedila deve ser estimulada considerando as ldquoescriturasrdquo

que lhe pertencem ou seja o que ele jaacute sabe fazer pois a dificuldade de

aprendizagem nem sempre se daacute por desinteresse do aluno mas muitas vezes

trata-se de um efeito educacional e afetivo

Nesse processo torna-se fundamental a motivaccedilatildeo e o afeto no campo social

familiar e educacional refletindo diretamente no desenvolvimento cognitivo da

crianccedila e na formaccedilatildeo desse sujeito para a vida adulta Entende-se que quando a

crianccedila chega na escola sem motivaccedilatildeo e com carecircncia afetiva no seu

relacionamento eacute papel do educador provocar essa mudanccedila na construccedilatildeo do

conhecimento

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

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LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 24: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

24

32 Efeitos das relaccedilotildees afetivas em sala de aula sob o aprendizado dos

alunos

Essa categoria busca analisar os aspectos observados na dimensatildeo afetiva e

sua contribuiccedilatildeo na construccedilatildeo do conhecimento dando direcionamentos

especiacuteficos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos No entanto entende-se

aqui que a praacutetica pedagoacutegica natildeo pode ser restrita apenas ao aspecto cognitivo do

sujeito mas deve levar em conta a crianccedila como um ser que pensa e sente daiacute a

importacircncia da afetividade no processo de ensino

Segundo Santos e Rubio (2012) a afetividade na construccedilatildeo do conhecimento

natildeo se daacute apenas atraveacutes do contato fiacutesico mas tambeacutem com a interaccedilatildeo entre os

envolvidos com seus comportamentos sentimentos e valores Ou seja natildeo basta

apenas a professora abraccedilar tocar para demonstrar a afetividade em sua praacutetica

docente eacute necessaacuterio na construccedilatildeo do conhecimento que a dimensatildeo afetiva seja

levada em consideraccedilatildeo como fator determinante de aprendizagem para que o

aluno sinta-se seguro estimulado desafiado e saiba lidar com suas emoccedilotildees e

atitudes Para Vygotsky (1996) o desenvolvimento cognitivo depende das interaccedilotildees

sociais Para Moreira (1999 p112)

As crianccedilas geralmente natildeo crescem isoladas interagem com os pais com outros adultos da famiacutelia com outras crianccedilas e assim por diante Adolescentes adultos moccedilos e velhos geralmente natildeo vivem isolados estatildeo permanentemente interagindo socialmente em casa na rua na escola etc []

No contexto educacional eacute importante que o educador saiba ouvir elogiar e

incentivar seus alunos atraveacutes do diaacutelogo para que se conviva num ambiente de

respeito e harmonia Essa situaccedilatildeo reflete de forma direta no comportamento

assumido pelos alunos e portanto em problemas de interaccedilatildeo afetiva entre eles e o

docente e na aprendizagem dos mesmos

Tais circunstacircncias podem ser relatadas pelo seguinte registro anotado no

diaacuterio de campo

ldquoa aluna A durante uma atividade abaixou a cabeccedila e comeccedilou a chorar a professora estava sentada corrigindo alguns cadernos chamou ela ateacute sua mesa mais ela natildeo foi a professora entatildeo encaminhou-se ateacute ela e conversou com ela e descobriu que natildeo estava fazendo sua atividade por que sua borracha tinha ldquosumidordquo entatildeo depois de uma conversa e de ter recuperado sua borracha a aluna continuou fazendo suas atividadesrdquo (Diaacuterio de Campo 150615 na turma 1 professora A)

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

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REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

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LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

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WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

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ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

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ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 25: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

25

Percebeu-se nesse dia que quando a professora A deu atenccedilatildeo agrave aluna a

mesma sentiu-se motivada a fazer suas atividades ao mesmo tempo em que

professora trabalhou em sua turma os valores de respeito pelo outro o zelo e o

cuidado com o material escolar

Quando a professora aproveitou a situaccedilatildeo vivenciada e com afetividade fez

os questionamentos na turma aproximando-se dos seus alunos houve uma troca de

conhecimentos instigando os alunos diante do que seria uma atitude ldquocorretardquo e eles

tiveram a oportunidade de expressar suas opiniotildees

Percebeu com a atitude da professora A o poder da afetividade no processo

ensino aprendizagem e como ela influencia e facilita esse processo Para Freire

(1996 p 159)

[hellip] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e agrave praacutetica educativa de que participo Esta abertura ao querer bem natildeo significa na verdade que porque professor me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual Significa de fato que a afetividade natildeo me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos numa praacutetica especiacutefica do ser humano Na verdade preciso descartar como falsa a separaccedilatildeo radical entre ldquoseriedade docenterdquo e ldquoafetividaderdquo

Com isso percebe-se que para oportunizar o aprendizado da crianccedila eacute

importante que as accedilotildees docentes estejam calcadas em conhecimentos

pedagoacutegicos respeito aos alunos e as emoccedilotildees desses sujeitos Trata-se de

valorizar a crianccedila em uma relaccedilatildeo de sentimentos Segundo Lima (1980 p235)

Piaget considera que a afetividade eacute a energia que produz os sentimentos de interesse e entusiasmo bem como os valores que animam a accedilatildeo sem contudo modificar as estruturas da inteligecircncia Assim a afetividade deve ser vista como uma forccedila motriz que impele o sujeito para o conhecimento

Considerando a sala de aula como local de aprendizado percebeu-se que os

comportamentos dos alunos satildeo influenciados pelas atitudes do professor na praacutetica

educativa

Conforme observaccedilotildees registradas no dia 18062015 a professora C da

turma 3 por ter um tom de voz alto em suas atividades contribuiacute para que seus

alunos usem o mesmo tom em suas respostas o que gera um desconforto acuacutestico

em sala de aula ldquoo ambiente da sala eacute conturbado ndash alunos natildeo obedecem a

professora que se coloca com um tom de voz muito alto e frequentemente chama a

atenccedilatildeo dos alunosrdquo (diaacuterio de campo 18062015- T3 professora C) Essa

26

observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

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ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

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ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

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ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 26: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

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observaccedilatildeo nos fez refletir o quanto a postura do educador eacute capaz de ser

reproduzida por seus alunos ou seja o ambiente pode ou natildeo favorecer a

aprendizagem dependendo das interaccedilotildees ali constituiacutedas A maneira como o

educador age as atividades pedagoacutegicas a relaccedilatildeo professor aluno satildeo fatores

determinantes para o comportamento do grupo

Outro fato observado no dia 18062015- T4 refere-se agrave dinacircmica de sala de

aula

ldquoalunos que natildeo obedecem a professora palavrotildees foram ouvidos aluno que grita em vez de conversar agressotildees fiacutesicas foram presenciadas em fim um alto iacutendice de violecircncia entre alunos Natildeo estamos com isso dizendo que a culpa eacute da professora pois notou-se que eacute uma educadora muito preocupada com os conteuacutedos em ensinar a leitura e a escrita e sabe muito bem fazer isso usando recursos e meacutetodos variados Mas infelizmente seus alunos natildeo tem muita concentraccedilatildeo devido aos fatores jaacute citados entatildeo percebe-se um descontrole na turma apesar de suas aulas serem bem planejadasrdquo

Nesse momento da pesquisa percebemos a indisciplina na sala de aula pois

mesmo a professora C usando um tom afetivo embora alto havia muita confusatildeo na

turma A todo o momento ouviacuteamos ldquocrianccedilas sentemrdquo lsquorsquoum de cada vezrsquorsquo ldquosente-se

no seu lugarrdquo ldquocrianccedilas prestem atenccedilatildeordquo lsquorsquosente laacute perto do seu coleguinharsquorsquo ldquotaacute

certo o que a coleguinha fezrdquo (Professora C T3)

Professores devem estar preparados para lidar com a indisciplina e uma das

formas eacute atraveacutes da afetividade na conduta do professor e na sua praacutetica

pedagoacutegica Nesse processo saber ouvir valorizar o que foi dito construir e

reconstruir conhecimento eacute o caminho faz-se necessaacuterio respeitar e ser respeitado

quando isso natildeo acontece o aluno faz de tudo para chamar a atenccedilatildeo do professor

com comportamentos diferentes E quando isso acontece o professor se sente

impotente sem saber o que fazer Segundo (Vasconcelos) 2004 p 248)

Sem autoridade natildeo se faz educaccedilatildeo o aluno precisa dela seja para se orientar seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade eacute normal especialmente no adolescente) no processo de constituiccedilatildeo de sua personalidade O que se critica eacute o autoritarismo que eacute a negaccedilatildeo da verdadeira autoridade pois se baseia na coisificaccedilatildeo na domesticaccedilatildeo do outro

Haacute portanto um descompasso no processo de ensino e aprendizagem A

professora C apresenta interesse afetividade planejamento no entanto natildeo haacute

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 27: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

27

controle sobre o comportamento dos alunos natildeo haacute um domiacutenio equilibrado que

estimule a interaccedilatildeo organizada na turma

No processo ensino aprendizagem observou-se em todas as turmas a

preocupaccedilatildeo docente no ensinar no repassar conteuacutedos cobrar as liccedilotildees a

exploraccedilatildeo das letras as pontuaccedilotildees ou seja satildeo profissionais que seguem uma

sequecircncia didaacutetica planejada em suas aulas

A professora B turma 2 mostrou em sua praacutetica um olhar atento no

comportamento de seus alunos com autoridade e seguranccedila em nem um momento

deixou de ser afetiva com a turma incentivando no momento certo elogiando quanto

necessaacuterio como ldquovenha fazer vocecirc conseguerdquo ldquomostre que jaacute saberdquo ldquoeu sabia que

vocecirc ia conseguirrdquo (Professora B) Ainda foi possiacutevel registrar que

No momento de ensinar a liccedilatildeo professora aproximou-se da aluna quase que colocando-a no colo para fazer a mediaccedilatildeo carinho respeito e alegria foram visiacuteveis nessa relaccedilatildeo professor aluno nenhuma uma ameaccedila foi ouvida apenas incentivos alunos se comportaram muito bem apesar da sala de aula ser bem quente e nada confortaacutevel (diaacuterio de campo 19062015 Turma 2 professora B)

Neste aspecto Arauacutejo 2001 p 41 afirma que

A sala de aula implica fundamentalmente na relaccedilatildeo professor-aluno relaccedilatildeo essa sobre determinante em relaccedilatildeo agraves demais no interior da escola Dentro dela (sala de aula) soacute o professor e seus alunos vivenciam em tempo parcial e determinado a complexa trama da existecircncia humana encaminhados que satildeo por um tipo de fenocircmeno educativo o escolar

Nesse processo educativo a sala de aula exerce um papel construtor no

aprendizado que mediado e organizado por um educador atento as necessidades

de seus alunos transforma esse espaccedilo num ambiente favoraacutevel e estimulador

capaz de proporcionar o crescimento cognitivo interpessoal emocional e social

formando assim cidadatildeos criacuteticos responsaacuteveis e construtores do seu proacuteprio

conhecimento

Um caso importante a ser relato foi observado no dia 170615 professora A

T1 iniciou sua aula de acordo com o seu planejamento e rotina diaacuteria Na ocasiatildeo

natildeo observamos uso de recursos visuais em sua aula apenas as comunicaccedilotildees

verbais na escrita das palavras na lousa Ainda de modo tradicional usava um

tempo significativo para chamar atenccedilatildeo dos alunos que natildeo estavam

acompanhando as suas explicaccedilotildees tornado a turma ainda mais agitada e

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 28: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

28

desconcentrada Para Antunes (2002 p72) na fase de desenvolvimento da

aprendizagem eacute importante proporcionar ao aluno ldquoAmbientes onde exista carinho e

afeto para ouvir a crianccedila com sensibilidade e empatia respeito e elogio por seus

trabalhos e expectativas de realizaccedilotildees compatiacuteveis com sua idaderdquo

Em observaccedilatildeo feita dia 17062015 T1 registramos o comportamento de um

aluno identificado aqui como Aluno B

ldquoficou de cabeccedila baixa o tempo todo a professora foi ateacute ele para conversar com ele mas ele nem ligou ficou assim ateacute o intervalo sem fazer nada em seu caderno Algumas ameaccedilas foram ouvidas tipo ldquovou jaacute ligar pro teu tio vir aquirdquo ldquoseraacute que vou ter que chamar tua voacuterdquo ldquose natildeo fizer vai ficar depois da campardquo

Esse comportamento eacute um reflexo do ensino Ou seja destacamos aqui que a

dificuldade de comando afetividade e mediaccedilatildeo da professora tem gerado o deacuteficit

na aprendizagem dos alunos Segundo Antunes (2002 p 29)

Aprender em sala de aula natildeo eacute apenas copiar ou reproduzir a realidade eleger modelos e conquistar novas habituaccedilotildees e novos condicionamentos A verdadeira aprendizagem escolar deve sempre buscar desafiar o aprendiz a ser capaz de elaborar uma representaccedilatildeo pessoal sobre o objeto da realidade ou conteuacutedo que pretende aprender Enfim deve ser capaz de construir significados

Entende-se nesse processo que o problema da aprendizagem tambeacutem estaacute

relacionado agrave famiacutelia e sociedade o qual a crianccedila encontra-se inserida Nesse

contexto faz-se necessaacuterio envolver a comunidade escolar em projetos comunitaacuterios

que busquem realmente o apoio e inserccedilatildeo dos pais nas atividades de seus filhos e

assim mais participaccedilatildeo na escola

Os alunos desse educandaacuterio em sua grande maioria vivem uma situaccedilatildeo

socioeconocircmica precaacuteria onde haacute famiacutelias enfrentando problemas sociais como as

drogas o desemprego a violecircncia prostituiccedilatildeo entre outros Daiacute a necessidade da

escola proporcionar accedilotildees que favoreccedilam a integraccedilatildeo entre escola comunidade e

famiacutelias E que tanto no acircmbito familiar quanto no escolar deve haver uma relaccedilatildeo

de afeto pois eacute isso que ajudaraacute a construir um ser humano psicologicamente

saudaacutevel

Para Cury (2003 p 139) ldquoA educaccedilatildeo moderna estaacute em crise porque natildeo eacute

humanizada separa o pensador do conhecimento o professor da mateacuteria o aluno

da escola enfim separa o sujeito do objetordquo Portanto a escola tem o dever social de

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 29: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

29

preparar seus alunos para a vida para que saibam lidar com suas emoccedilotildees

dificuldades e conflitos e natildeo apenas para os conhecimentos loacutegicos

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

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LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 30: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

30

CONLUSAtildeO

O estudo acerca da importacircncia da afetividade no processo de ensino e

aprendizagem buscou analisar de que forma as relaccedilotildees de afetividades satildeo

abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas e a influecircncia da afetividade como

um fio condutor para a aprendizagem nas turmas de primeiro ano de uma escola

municipal de Santareacutem Priorizamos observar na pesquisa como acontece o

processo e mediaccedilatildeo didaacutetico-pedagoacutegica articulado estritamente a questatildeo da

afetividade e natildeo a praacutetica em si

Diante das anaacutelises entendemos que a relaccedilatildeo de afetividade entre professor

e aluno eacute de fundamental importacircncia para o processo de ensino pois quando isso

acontece o aluno sente-se seguro aprende com mais facilidade despertando o

interesse e a motivaccedilatildeo pela aprendizagem Nesse contexto observou-se a

relevacircncia do planejamento na praacutetica educativa sendo dessa forma aliado agrave

afetividade considerados fatores determinantes na construccedilatildeo do conhecimento

De modo geral notou-se a dificuldade de algumas educadoras na mediaccedilatildeo

pedagoacutegica ao lidar com a afetividade na sala de aula deixando de aproveitar o

momento para fomentar o conhecimento do aluno atraveacutes do afeto respeito muacutetuo e

carinho sendo nesse contexto a base para construir solidificar o cotidiano escolar

potencializando o ensino

Esse problema nos chamou atenccedilatildeo pois percebeu-se que ainda existem

escolas que natildeo estatildeo preparadas para lidar com os sentimentos e comportamentos

de alunos vindos de uma sociedade excludentes

Embora muitos autores tenham dado suporte para se pensar essa questatildeo

faz-se necessaacuterio portanto repensar o papel da escola pois o processo afetivo

existe e necessita ser trabalhado entre os envolvidos nos processos de ensino e de

aprendizagem

No entanto temos exemplos de bons profissionais que fizeram do espaccedilo

escolar um lugar de aprendizagem utilizando o carinho respeito e afeto como

ferramenta de ensino pois entende-se que a afetividade aliada a mediaccedilatildeo

pedagoacutegica satildeo caminhos para uma educaccedilatildeo de qualidade no processo de ensino

e aprendizagem

Dessa forma destacamos a importacircncia dessa pesquisa que deve ser

divulgada publicada para servir de instrumento de consulta na proacutepria escola

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 31: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

31

Entendemos que tal assunto torna-se importante a ser explorado em outras

pesquisas dessa forma intencionamos em possiacuteveis formaccedilotildees futuras abordar

esse assunto aplicando a outros contextos

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 32: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

32

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA Ana RS A Emoccedilatildeo na sala de aula CampinasSatildeo Paulo Editora Papirus 1999 ANTUNES Celso Novas maneiras de ensinar novas formas de aprender Porto Alegre Editora Artmede 2002 AQUINO J G (org) A desordem na relaccedilatildeo professor-aluno indisciplina moralidade e conhecimento Indisciplina na escola Satildeo Paulo Summus 1996 ARAUacuteJO Ulisses Ferreira amp AQUINO Julio Groppa Os Direitos Humanos na sala de Aula a eacutetica como Tema Transversal Satildeo Paulo Ed Moderna 2001 BARBOSA Maria Carmen SilveiraHORN Maria da Graccedila Souza Organizaccedilatildeo do espaccedilo e do tempo na educaccedilatildeo InfantilInCRAIDY Carmem(org)Educaccedilatildeo Infantil pra que te quero- Porto Alegre Artmed2001 BARDIN L Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees70 1997 BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Traduccedilatildeo de Luiacutes A Reto e Augusto Pinheiro 5ordfed Lisboa Ediccedilotildees 70 2009 CHALITA Gabriel Educaccedilatildeo a soluccedilatildeo estaacute no afeto Satildeo PauloEditora Gente 2004 CHALITA Gabriel Pedagogia do amo a contribuiccedilatildeo das historias universais para a formaccedilatildeo de valores das novas geraccedilotildees Satildeo Paulo Editora Gente 2003 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ciecircncias humanas e sociais 11ordf ed Satildeo PauloEditora Cortez 2010 CURY Augusto Jorge Pais Brilhantes professores fascinantes Rio de Janeiro Esextante2003 DANTAS H Afetividade e a construccedilatildeo do sujeito na psicogeneacutetica de Wallon em LA Taille Satildeo PauloSummus Editorial Ltda 1992 FERNANDEacuteZ A A inteligecircncia aprisionada Porto AlegreArtes medicas1991 FIORENTINI D e LORENZATO S Investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo matemaacutetica percursos teoacutericos e metodoloacutegicos 2ordf ed Campinas Autores Associados 2009 FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 25ordf edSatildeo Paulo Paz e Terra1996 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia Saberes necessaacuterios agrave praacutetica educativa 34ordf ed Satildeo Paulo Paz e Terra 2006 GALVAtildeO IZABEL Henri Wallon uma concepccedilatildeo dialeacutetica do desenvolvimento infantil 7ordfed Petroacutepolis RJ Vozes 2000

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 33: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

33

LEITE Seacutergio Antonio da Silva Afetividade e praacutetica pedagoacutegica Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2006 LIMA L Piaget para principiantes2ed Satildeo Paulo Summus1980 revistaescolaabrilcombrformacaoindisciplina-como-aliada-431399 shtm LIMA Mayumi S A Cidade e a crianccedila - Satildeo Paulo Livraria Nobel1989 MOOREGTTransformation in the architeture o childcare theoryresearch and design applications In IAPS12 International Conferece Procedings Marmaas Chaldikiki Gce 1992 MORA Estela Psicopedagogia Infanto - Adolescente Satildeo Paulo Editora Grupo Cultural2013 MOREIRA M A Teorias de Aprendizagem Satildeo Paulo Pedagoacutegica e Universitaacuteria1999 OLIVEIRA Gislene Campos Psicomotrocidade Educaccedilatildeo e reeducaccedilatildeo num enfoque psicopedagoacutegico Rio de Janeiro Vozes 2011 PIAGET J O nascimento da inteligecircncia na crianccedila Rio de Janeiro Zahar 1975 SANTOS Fabiane e RUBIO Juliana de Alcacircntara Silveira Afetividade Abordagem no Desenvolvimento da Aprendizagem no Ensino Fundamental - Uma Contribuiccedilatildeo Teoacuterica Revista Eletrocircnica Saberes da Educaccedilatildeo ndash Volume 3 ndash nordm 1 ndash 2012 SILVA R C A Falsa Dicotomia Qualitativo-Quantitativo Paradigmas que informam nossas praacuteticas de pesquisa In ROMANELLI G BIASOLI-ALVES Z M (Org) Diaacutelogos Metodoloacutegicos sobre praacutetica de pesquisa Ribeiratildeo Preto LEGIS SUMMA 1998 p 159-174 SNYDERS G Alunos felizes Satildeo PauloPaz e terra1993 SOUZA Evanira Maria Problema de aprendizagem crianccedilas de 8 e 11 anos Bauru EDUSC 1996 TELESAntonio Xavier Psicologia organizacional A psicologia na empresa e na vida em sociedade CuritibaEditora Atica 1994 TIBA Iccedilami Disciplina limite na medida certaSatildeo PauloGente1996 VASCONCELLOS Celso dos S Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola Disponiacutevel em httpwwwcrmariocovasspgovbrpdfideias-1997 p227-252 VYGOTSKY L S A formaccedilatildeo social da mente Rio de Janeiro Martins Fontes 1996 WALLON H A evoluccedilatildeo psicoloacutegica da crianccedila Satildeo Paulo Martins Fontes 2007

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 34: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

34

WALLONH As origens do caraacuteter na crianccedilaos preluacutedios do sentimento de personalidade Satildeo Paulo Difusatildeo Europeia do Livro1971

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 35: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

35

ANEXO I ndash MODELO CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO

CARTA DE APRESENTACcedilAtildeO Ao cumprimentar apresentamos as acadecircmicas ____________________e

______________________ do Curso de Licenciatura em Pedagogia da

Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA para que possa nesta instituiccedilatildeo

escolar realizar pesquisa referente a disciplina de Trabalho de Conclusatildeo de Curso

(TCC) sob orientaccedilatildeo da professora Msc Daiane Pinheiro

As atividades de pesquisa se restringem a observaccedilotildees na praacutetica pedagoacutegica

tomando como sujeitos de pesquisa professores do ensino fundamental

A parceria da escola e universidade eacute essencial para o processo de formaccedilatildeo inicial

dos acadecircmicos abrindo portas para uma discussatildeo ainda pouco explorada ou

evidenciada no campo educacional Natildeo intencionados aqui apontar problemas

buscar respostas soluccedilotildees evidencias ou criacuteticas A proposta dessa pesquisa eacute

analisar as praacuteticas desses professores problematizar comentar e pesquisar o

tema discutindo caminhos possiacuteveis junto aos sujeitos da pesquisa em um processo

de produccedilatildeo muacutetua Dessa forma o nome da escola e dos professores seratildeo

preservados Desde jaacute agradecemos a oportunidade de realizar a pesquisa nessa

instituiccedilatildeo e colocamo-nos a disposiccedilatildeo

Atenciosamente _

__________________________________________ Profordf Msc Daiane Pinheiro Orientadora ICEDUFOPA

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 36: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

36

ANEXO II- INSTRUMENTO DA PESQUISA DIAacuteRIO DE CAMPO PREacute DEFINIDO

1- Como o professor tem se relacionado com seus alunos

2- Haacute algum comportamento especiacutefico a ser observado tanto em relaccedilatildeo ao

aluno com o docente quanto o docente com o aluno

3- Como acontece a mediaccedilatildeo docente nas praacuteticas pedagoacutegicas aplicadas em

sala de aula

4- De modo geral que efeitos as relaccedilotildees afetivas estabelecidas em sala de

aula tem no processo de aprendizagem dos alunos

5- Registro de outros fatos transcorridos que possam representar as relaccedilotildees

afetivas estabelecidas em sala de aula

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________

Page 37: Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia- Ufopa/Parfor

37

ANEXO III - MODELO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

O Curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formaccedilatildeo de Professores da

Educaccedilatildeo Baacutesica - PARFOR da Universidade Federal do Oeste do Paraacute - UFOPA

desenvolve atualmente a pesquisa de ldquo Instrumento de avaliaccedilatildeo na praacutetica

pedagoacutegica anaacutelises de estrateacutegias docentes rdquo sob responsabilidade dos(as)

Acadecircmicos(as)___________________e ____________________ e orientaccedilatildeo da

Professora Msc Daiane Pinheiro

A proposta de pesquisa busca problematizar De que forma as relaccedilotildees de

afetividade satildeo abordadas e articuladas nas praacuteticas pedagoacutegicas desenvolvidas em

turmas do primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de

Santareacutem- Pa Os(as) pesquisadores(as) compromete-se em esclarecer devida e

adequadamente qualquer duacutevida ou questionamento que os participantes venham a

ter no momento da pesquisa ou posteriormente atraveacutes dos telefones 93-

991305058 email belcrisaguiaryahoo e 93-991201439 e-mail

maiapimentel10gmailcom

Apoacutes ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa e ter

esclarecido minhas duacutevidas eu _________________________________________

autorizo a realizaccedilatildeo do estudo na instituiccedilatildeo acima referida ( ) SIM ( ) NAtildeO

Em caso positivo concordo com a utilizaccedilatildeo das minhas falas sem

identificaccedilatildeo apenas com nome fictiacutecio nos relatoacuterios da pesquisa e publicaccedilotildees

associadas Concordo com a publicaccedilatildeo dos materiais didaacuteticos fotografados na

pesquisa e com o uso de demais dados coletados com o conhecimento meu

conhecimento preacutevio ( ) SIM ( ) NAtildeO

Concordo com a utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees em outras pesquisas sobre

educaccedilatildeo a serem realizadas pelo pesquisador e ou orientador ( ) SIM ( ) NAtildeO

Junho2015

Assinatura do entrevistado ____________________________

Assinatura da pesquisadora responsaacutevel_________________________