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TROVADORISMO

Trovadorismo

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TROVADORISMO

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DEBATE:

• Como a mulher é tratada (e retratada) nas

letras de músicas contemporâneas?

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As piriguete chegaram..OBA..

As piriguetes quando chegam no pagode

A galera se sacode e começa o auê

É uma alegria ver a sua calça baixinha

Aparecendo a marquinha, eu não sei o que fazer.

Pula piriguete..vai

Roda piriguete..vai e

Desce piriguete..vai

Sobe piriguete..vai

Ai q coisa boa - já não fico mais a toa..

Tem alguém aqui que ainda não sabe o que é piriguete, véi?

Alguém não sabe não o que é?

Tem piriguete dizendo que não sabe o que é piriguete!!

Tem piriguete dizendo que não sabe o que é piriguete!!

Então eu vou lhe dizer o que é!!

Primeira mão eu quero dizer que a gente do pagode não vive sem as piriguetes

Então a gente fez uma musica pra elas

A piriguete é o seguinte

A piriguete é aquela mulher que tem o fogo muito alto, sabe?

Que toma o homem da amiga, o namorado da amiga... as vezes ela toma né?

E quanto mais homens pra ela melhor,

Essas são as piriguete.

Agora...

Quem sabe, quem é o marido da piriguete, quem é?

Quem é??

Putão, sou putão.

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Mãos para o alto novinha

Porque?

Por que hoje tu tá presa, tu tá presa, tu tá

presa(2x)

E agora eu vo falar os seus diretos

Tu tem direito de sentar, tem o direito de kikar

Tem o direito de sentar, de kikar, de

rebolar(2x)

Você também tem o direito de ficar caladinha

Fica caladinha

E agora desce

Vai

Desce ai novinha

Chão, chão, chão

É o tigrão tá ligado neguinha

Vai

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Como chegamos

a esse ponto?

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FOI SEMPRE ASSIM?

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• Se eu não a tenho, ela me tem

o tempo todo preso, Amor,

e tolo e sábio, alegre e triste,

eu sofro e não dou troco.

É indefeso quem ama.

Amor comanda

à escravidão mais branda

e assim me rendo,

sofrendo,

à dura lida

que me é deferida.

[...]

É tal a luz que dela vem

que até me aqueço nessa dor

sem outro sol que me conquiste,

mas no sol ou no fogo

não digo quem me inflama.

O olhar me abranda,

só os olhos têm vianda,

e a ela vendo

vou tendo

mais distendida

minha sobrevida.

[...]

• Eu sei cantar como ninguém

mas meu saber perde o sabor

se ela me nega o que me assiste.

Vejo-a só, não a toco,

mas sempre que me chama

para ela anda

meu corpo, sem demanda,

e sempre atendo,

sabendo

que ela me olvida

a paga merecida.

• (Arnault Daniel)

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O AMOR CORTÊS

• Elogios e súplicas

• Submissão (vassalagem)

• Generosidade e lealdade

• Sublimação dos desejos

• Segredo sobre o nome da Senhora

• Idealização

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A PRIMEIRA ÉPOCA MEDIEVAL

• O poder da igreja

• Teocentrismo

• Ser humano inferiorizado

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O Sistema Feudal

Relações de

Suserania

e

Vassalagem

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TROVADORISMO

• Os Trovadores

• As Cantigas

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Gênero Lírico

• Forte carga subjetiva

• Resposta aos anseios humanos

• Expressão de sentimentos e expressões pessoais

• Associado à música: origens

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• SUBSERVIÊNCIA DE UM TROVADOR À

SUA DAMA(POESIA)

• SUBSERVIÊNCIA DE UM CAVALEIRO À

SUA DONZELA(NOVELAS DE

CAVALARIA)

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CANTIGAS LÍRICAS

CANTIGAS DE AMOR

CANTIGAS DE AMIGO

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Love Song (Legião Urbana)

Nuno Fernandes Torneol

• Pois nasci nunca vi amor

E ouço dele sempre falar.

Pero sei que me quer matar

Mais rogarei a mia senhor

Que me mostr' aquel matador

Ou que m'ampare del melhor.

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CANTIGAS SATÍRICAS

• CANTIGAS DE ESCÁRNIO

• CANTIGAS DE MALDIZER

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CANTIGAS DE AMOR

Amor Cortês

Vassalagem Amorosa

Sofrimento amoroso: “Coita d’amor”

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EXAGERADO

• Amor da minha vidaDaqui até a eternidadeNossos destinos foram traçados na maternidadePaixão cruel desenfreadaTe trago mil rosas roubadasPra desculpar minhas mentirasMinhas mancadasExageradoJogado aos teus pésEu sou mesmo exageradoAdoro um amor inventadoEu nunca mais vou respirarSe você não me notarEu posso até morrer de fomeSe você não me amar

Que por você eu largo tudoVou mendigar, roubar, matarAté nas coisas mais banaisPra mim é tudo ou nunca maisExageradoJogado aos teus pésEu sou mesmo exageradoAdoro um amor inventadoQue por você eu largo tudoVou mendigar, roubar, matarAté nas coisas mais banaisPra mim é tudo ou nunca maisExageradoJogado aos teus pésEu sou mesmo exageradoAdoro um amor inventado

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QUEIXA Caetano Veloso

• Um amor assim delicadoVocê pega e desprezaNão devia ter despertadoAjoelha e não reza

Dessa coisa que mete medoPela sua grandezaNão sou o único culpadoDisso eu tenho a certeza

Princesa, surpresa, você me arrasouSerpente, nem sente que me envenenouSenhora, e agora, me diga onde eu vouSenhora, serpente, princesa

Um amor assim violentoQuando torna-se mágoaÉ o avesso de um sentimentoOceano sem água

• Ondas, desejos de vingançaDessa desnaturezaBateu forte sem esperançaContra a tua dureza

Princesa, surpresa, você me arrasouSerpente, nem sente que me envenenouSenhora, e agora, me diga onde eu vouSenhora, serpente, princesa

Um amor assim delicadoNenhum homem dariaTalvez tenha sido pecadoApostar na alegria

Você pensa que eu tenho tudoE vazio me deixaMas Deus não quer que eu fique mudoE eu te grito esta queixa

Princesa, surpresa, você me arrasouSerpente, nem sente que me envenenouSenhora, e agora, me diga onde eu vouSenhora, serpente, princesa

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CANTIGAS DE AMIGO

• O SENTIMENTO FEMININO:

• incerteza quanto ao retorno e

manutenção do sentimento do amigo.

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• Romarias

• Alvoradas ou albas

• Barcarolas

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Chico e as Mulheres

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• Atrás da portaFrancis Hime - Chico Buarque/1972

Quando olhaste bem nos olhos meusE o teu olhar era de adeusJuro que não acrediteiEu te estranheiMe debruceiSobre teu corpo e duvideiE me arrastei e te arranheiE me agarrei nos teus cabelosNo teu peito (Nos teus pelos)*Teu pijamaNos teus pésAo pé da camaSem carinho, sem cobertaNo tapete atrás da portaReclamei baixinho

Dei pra maldizer o nosso larPra sujar teu nome, te humilharE me vingar a qualquer preçoTe adorando pelo avessoPra mostrar que inda sou tuaSó pra provar que inda sou tua...* verso original vetado pela censura

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CANTIGAS SATÍRICAS

• Ironia

• Difamação de nobres e membros da

sociedade

• Mulheres transgressoras da regras do

amor cortês

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CANTIGAS DE ESCARNIO

• Críticas com sentido ambíguo

• A intensão não era explicitada

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CANTIGAS DE MALDIZER

• Críticas diretas

• Linguagem vulgar

• Palavras ofensivas

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Cantiga de escárnio ou de maldizer?

Uma dona, não vou dizer qual,

Teve um forte agouro

Pelas oitavas de Natal

Saía de casa para ir a missa

Mas ouviu um corvo carniceiro

E não quis mais sair de casa

A dona de um coração muito bom

Ia à missa para ouvir seu sermão

Mas veja o que a impediu:

Ouviu um corvo sobre si

E não quis mais sair de casa

A dona disse: e agora?

O padre já está pronto è

irá maldizer-me

Se não me vir na igreja

E disse o corvo: Qua a cá

E ela não quis mais sair

de casa

Joan Airas de Santiago

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As novelas de Cavalaria

• Maior representação da prosa de época

• Narradas oralmente

• Atravessavam gerações

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As Novelas de Cavalaria

• Ciclo Clássico: Temas Latinos e gregos:

Troia, Alexandre, O grande.

Ciclo Carolíngio: Histórias sobre Carlos

Magno e seus pares

Ciclo Bretão ou Arturiano: Sobre o Rei Artur

e os cavaleiros da Távola Redonda

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Retrato de um Playboy

Gabriel o Pensador

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• Pergunta prum playboy o quê ele pensa da vidaSabe o que ele te diz? (Se borra todo) NãoMais ou menos assim:"Sou playboy e vivo na farraVou à praia todo dia e sou cheio de marraSó ando com a galera e nela me garantoSó que quando estou sozinho eu só ando pelos cantosPorque eu luto Jiu-Jitsu mas é só por diversão(É isso aí meu "cumpádi" my brother meu irmão)Se alguma coisa está na moda então eu faço tambémIgualzinho a mim eu conheço mais de cemSe eu faço tudo o que eles fazem então tudo bemNão quero estudo nem trabalhoNão vem que não temPorque eu sou um playboyzinho e disso não me envergonho

• Não sei o que é a vida Não penso Não sonhoPraia, surf e chopp essa é a minha realidadeNão saio disso porque me falta personalidadeNão tenho cérebroApenas me enquadro no sistemaSer tapado é minha sinaSer playboy é o meu problema!Faço só o que os outros fazem e acho isso legalArrumo brigas com a galera e acho sensacionalMe olho no espelho e me acho o talMas não percebo que no fundo eu sou um débil mental!

Eu sou playboy filhinho de papaiMe afundo nessa bostaAté não poder maisSou playboy filhinho de papaiSou um débil mentalSomos todos iguais

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Acorda Amor – Chico Buarque

• Acorda amorEu tive um pesadelo agoraSonhei que tinha gente lá foraBatendo no portão, que afliçãoEra a dura, numa muito escura viaturaMinha nossa santa criaturaChame, chame, chame láChame, chame o ladrão, chame o ladrão

Acorda amorNão é mais pesadelo nadaTem gente já no vão de escadaFazendo confusão, que afliçãoSão os homensE eu aqui parado de pijamaEu não gosto de passar vexameChame, chame, chameChame o ladrão, chame o ladrão

• Se eu demorar uns mesesConvém, às vezes, você sofrerMas depois de um ano eu não vindoPonha a roupa de domingoE pode me esquecer

Acorda amorQue o bicho é brabo e não sossegaSe você corre o bicho pegaSe fica não sei nãoAtençãoNão demoraDia desses chega a sua horaNão discuta à toa não reclameClame, chame lá, chame, chameChame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)

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Não enche – Caetano Veloso• Me larga, não enche

Você não entende nadaE eu não vou te fazer entender...

Me encara, de frenteÉ que você nunca quis verNão vai querer, nem vai verMeu lado, meu jeitoO que eu herdei de minha genteEu nunca posso perderMe larga, não encheMe deixa viver, me deixa viverMe deixa viver, me deixa viver...

Cuidado, oxente!Está no meu quererPoder fazer você desabarDo salto, nem tenteManter as coisas como estãoPorque não dá, não vai dá...

Quadrada! Demente!A melodia do meu sambaPõe você no lugarMe larga, não encheMe deixa cantar, me deixa cantarMe deixa cantar, me deixa cantar...

• Eu vouClarificarA minha vozGritandoNada, mais de nós!Mando meu bando anunciarVou me livrar de você...

• Harpia! Aranha!Sabedoria de rapinaE de enredar, de enredarPerua! Piranha!Minha energia é queMantém você suspensa no arPrá rua! se manda!Sai do meu sangueSanguessugaQue só sabe sugarPirata! Malandra!Me deixa gozar, me deixa gozarMe deixa gozar, me deixa gozar...

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Existem mulheres que são uma belezaMas quando abrem a bocaHmm que tristeza!Não não é o seu hálito que apodrece o arO problema é o que elas falam que não dá pra agüentarNada na cabeçaPersonalidade fracaTem a feminilidade e a sensualidade de uma vacaProduzidas com roupinhas da estaçãoQue viram no anúncio da televisãoMilhões de pessoas transitam pelas ruas mas conhecemos facilmente esse tipo de peruaBundinha empinada pra mostrar que é bonitaE a cabeça parafinada pra ficar igual paquita

Lôrabúrra!

Elas estão em toda parte do meu Rio de JaneiroE às vezes me interrogo se elas tão no mundo inteiroÀ procura de carrosÀ procura de dinheiroO lugar dessas cadelas era mesmo no puteiroSó se preocupam em chamar a atençãoNão pelas idéias mas pelo burrãoNão pensam em nadaSó querem badalarEstar na moda tirar onda beber e fumarCadelinhas de boate ou ratinhas de praiaApenas os otários aturam a sua laiaE enquanto o playboy te dá dinheiro e atençãoEu só saio com você se for pra ser o Ricardão

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Guerra Santa – Gilberto Gil

• Ele diz que tem, que tem como abrir o portão do céuele promete a salvaçãoele chuta a imagem da santa, fica louco-pinelmas não rasga dinheiro, não

Ele diz que faz, que faz tudo isso em nome de Deuscomo um Papa na inquisiçãonem se lembra do horror da noite de São Bartolomeunão, não lembra de nada não

Não lembra de nada, é loucomas não rasga dinheiropromete a mansão no paraísocontanto, que você pague primeiroque você primeiro pague dinheirodê sua doação, e entre no céulevado pelo bom ladrão

• Ele pensa que faz do amor sua profissão de fésó que faz da fé profissãoaliás em matéria de vender paz, amor e axéele não está sozinho não

Eu até compreendo os salvadores profissionaissua feira de ilusõessó que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em pazdeixa o outro vender limões

Um vende limões, o outro vende o peixe que quero nome de Deus pode ser OxaláJeová, Tupã, Jesus, MaoméMaomé, Jesus, Tupã, JeováOxalá e tantos maissons diferentes, sim, para sonhos iguais