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PESQUISA CIENTÍFICA Conceitos & Reflexões

UNIESP _ pesquisa científica - conceitos & reflexões

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PESQUISA CIENTÍFICA

Conceitos & Reflexões

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Categorias do Texto Científico

TEXTO CIENTÍFICOTEXTO CIENTÍFICO PÚBLICO-ALVOPÚBLICO-ALVO PRÓPOSITOPRÓPOSITO

VULGAR LEIGOS DIVULGAÇÃO DE RESULTADOS DE

PESQUISAS

DIDÁTICO INICIANTES OU INICIADOS

INICIAÇÃO A UMA ÁREA DE ESTUDOS

CIENTÍFICOS

PRIMÁRIOPRIMÁRIO ESPECIALISTASESPECIALISTAS DIVULGAÇÃO DE DIVULGAÇÃO DE RESULTADOS DE RESULTADOS DE

PESQUISASPESQUISAS

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Conteúdo programático

1. Ciência e pensamento científico1. Ciência e pensamento científico

1.1.Conceituação de ciência

1.2. Conhecimento comum vs. conhecimento científico

1.3. Os conceitos de verdade, objetividade e intersubjetividade no contexto científico

Propósito: propiciar uma visão geral do fazer Propósito: propiciar uma visão geral do fazer científico, com enfoque para os conceitos que científico, com enfoque para os conceitos que têm reflexos sobre a estrutura geral (forma e têm reflexos sobre a estrutura geral (forma e conteúdo) do TC.conteúdo) do TC.

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1. Ciência e pensamento científico

CiênciaCiência [ do lat. [ do lat. scientiascientia]]

Conjunto de conhecimentos socialmente Conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos ou produzidos, historicamente adquiridos ou produzidos, historicamente acumulados, dotados de acumulados, dotados de universalidadeuniversalidade e e objetividadeobjetividade que permitem sua transmissãoque permitem sua transmissão, e , e estruturados com métodos, teorias e estruturados com métodos, teorias e llinguagens própriasinguagens próprias, que visam compreender , que visam compreender e, poss., orientar a natureza e as atividades e, poss., orientar a natureza e as atividades humanas.humanas.

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1. Ciência e pensamento científico

““A ciência não é o único caminho de acesso ao A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade. Um mesmo objeto conhecimento e à verdade. Um mesmo objeto ou fenômeno – uma planta, um mineral, uma ou fenômeno – uma planta, um mineral, uma comunidade ou as relações entre chefes e comunidade ou as relações entre chefes e subordinados – pode ser matéria de subordinados – pode ser matéria de observação tanto para o cientista quanto para observação tanto para o cientista quanto para o homem comum; o que leva um ao o homem comum; o que leva um ao conhecimento científico e outro ao vulgar ou conhecimento científico e outro ao vulgar ou popular é a popular é a forma de observaçãoforma de observação” (MARCONI ” (MARCONI & LAKATOS, 2003, p. 76).& LAKATOS, 2003, p. 76).

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1. Ciência e pensamento científico

O O conhecimento comumconhecimento comum “surge como “surge como consequência da necessidade de resolver consequência da necessidade de resolver problemas imediatos, que aparecem na vida problemas imediatos, que aparecem na vida prática e decorrem do contato direto com fatos prática e decorrem do contato direto com fatos e fenômenos que vão acontecendo no dia-a-e fenômenos que vão acontecendo no dia-a-dia, percebidos principalmente por meio da dia, percebidos principalmente por meio da percepção sensorial”. (KÖCHE, 1997, p.24)percepção sensorial”. (KÖCHE, 1997, p.24)

Ex.: poder curativo das plantas medicinais; Ex.: poder curativo das plantas medicinais; trovão como prenúncio de chuva.trovão como prenúncio de chuva.

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1. Ciência e pensamento científico

““O conhecimento ordinário é consequência da O conhecimento ordinário é consequência da apresentação natural dos problemas diários. apresentação natural dos problemas diários. Não é programada. A única ordem que segue é Não é programada. A única ordem que segue é a do conhecimento espontâneo dos fatos. É a do conhecimento espontâneo dos fatos. É um conhecimento consciencial, isto é, [o um conhecimento consciencial, isto é, [o homem] é espectador passivo, em geral. homem] é espectador passivo, em geral. Raramente ocorre um aprofundamento Raramente ocorre um aprofundamento racionalista da consciência”. (KÖCHE, 1984, racionalista da consciência”. (KÖCHE, 1984, p.14)p.14)

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1. Ciência e pensamento científico

““(...) a maior limitação do conhecimento (...) a maior limitação do conhecimento ordinário está em não poder proporcionar uma ordinário está em não poder proporcionar uma visão unitária da interpretação dos fenômenos. visão unitária da interpretação dos fenômenos. É um conhecimento que não tem unidade, que É um conhecimento que não tem unidade, que não segue um método, que não se submete à não segue um método, que não se submete à crítica e preso a convicções subjetivas”. crítica e preso a convicções subjetivas”. (KÖCHE, 1984, p.17)(KÖCHE, 1984, p.17)

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1. Ciência e pensamento científico

“O conhecimento científico surge da necessidade de o homem não assumir uma posição meramente passiva, de testemunha dos fenômenos, sem poder de ação ou controle dos mesmos. Cabe ao homem, otimizando o uso da sua racionalidade, propor uma forma sistemática, metódica e crítica da sua função de desvelar o mundo, compreendê-lo, explicá-lo e dominá-lo”. (Köche, 1997, p.29)

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1. Ciência e pensamento científico

““O O conhecimento científicoconhecimento científico é o que é produzido é o que é produzido pela investigação científica. Surge não apenas pela investigação científica. Surge não apenas da necessidade de encontrar soluções para da necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária, problemas de ordem prática da vida diária, característica essa do conhecimento ordinário, característica essa do conhecimento ordinário, mas do desejo de fornecer mas do desejo de fornecer explicações explicações sistemáticas que possam ser testadas e sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas empíricascriticadas através de provas empíricas”. ”. (KÖCHE, 1984, p.17)(KÖCHE, 1984, p.17)

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““O que impulsiona o homem em direção à O que impulsiona o homem em direção à ciência é a necessidade de compreender a ciência é a necessidade de compreender a cadeia de relações que se esconde por trás cadeia de relações que se esconde por trás das aparências sensíveis dos objetos, fatos ou das aparências sensíveis dos objetos, fatos ou fenômenos. O homem quer ir além da fenômenos. O homem quer ir além da realidade imediatamente percebida e lançar realidade imediatamente percebida e lançar princípios explicativos que sirvam de base para princípios explicativos que sirvam de base para a organização ou classificação que caracteriza a organização ou classificação que caracteriza o conhecimento. Não é a simples organização o conhecimento. Não é a simples organização ou classificação que caracteriza o ou classificação que caracteriza o conhecimento científico, mas conhecimento científico, mas a organização e a organização e classificação sustentadas em princípios classificação sustentadas em princípios explicativosexplicativos”. ”. (NAGEL, 1979, apud KÖCHE, (NAGEL, 1979, apud KÖCHE, 1984, p.18)1984, p.18)

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1. Ciência e pensamento científico

Forma de observaçãoForma de observação

Conhecimento Comum => assistemática Conhecimento Científico => sistemática

Sustentação do conhecimentoSustentação do conhecimento

Conhecimento Comum => crença subjetiva

Conhecimento Científico => provas empíricas/ princípios explicativos => objetividade

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A natureza das explicações

O conceito de “verdade”O conceito de “verdade”

““Uma explicação é algo sempre incompleto: Uma explicação é algo sempre incompleto: sempre podemos suscitar um outro porquê. E sempre podemos suscitar um outro porquê. E esse novo porquê talvez leve a uma nova esse novo porquê talvez leve a uma nova teoria, que não só “explique”, mas corrija a teoria, que não só “explique”, mas corrija a anterior”. (POPPER, 1977, p. 139, anterior”. (POPPER, 1977, p. 139, apudapud KÖCHE, 1984, p.23)KÖCHE, 1984, p.23)

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“A ciência, em sua compreensão atual, deixa de lado a pretensão de taxar seus resultados de verdadeiros, mas, consciente de sua falibilidade, busca saber sempre mais. O que alcança é a aproximação da verdade (...). E é esse aspecto que dá à ciência essa nova conotação: a de ser um processo de investigação, consciente de todas as suas limitações e do esforço crítico de submeter à renovação constante seus métodos e suas teorias. A atitude científica atual é a atitude crítica.” (KÖCHE, 1997, p.79)

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A natureza das explicações

O conceito de “verdade”O conceito de “verdade”

“A ciência jamais persegue o objetivo ilusório de tornar finais ou mesmo prováveis suas respostas. Ela avança, antes, rumo a um objetivo remoto e, não obstante, atingível: o de sempre descobrir problemas novos, mais profundos e mais gerais, e de sujeitar suas respostas, sempre provisórias, a testes sempre renovados e sempre mais rigorosos”. (POPPER, 1975, p. 308, apud KÖCHE, 1984, p.33)

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A natureza das explicações

O conceito de “verdade”O conceito de “verdade”

Estatuto provisório / não-categórico => modalização das afirmações

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O conceito de “objetividadeO conceito de “objetividade””

“A ciência exige o confronto da teoria com os dados empíricos (...). Porém, esse fator, por si só, não garante a objetividade do conhecimento científico. Apesar de a ciência trabalhar com dados, provas fatuais, ela não fica isenta de erros de interpretação dessas provas. Por mais que se esforce, o cientista, o investigador, estará sempre sendo influenciado por uma ideologia, por uma visão de mundo, pela sua formação, pelos elementos culturais e a época em que vive. Há uma expectativa que orienta a sua visão de mundo e a busca de explicações.

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Para minimizar os possíveis erros decorrentes de uma falsa expectativa subjetiva, é que a ciência exige a intersubjetividade, isto é, a possibilidade de a comunicação científica ajuizar consensualmente sobre a investigação, seus resultados e métodos utilizados. A objetividade está relacionada com a intersubjetividade”. (KÖCHE, 1984, p.20)

Objetividade => intersubjetividade => Objetividade => intersubjetividade => necessidade de demonstração/comprovaçãonecessidade de demonstração/comprovação

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1. Ciência e pensamento científico

Bibliografia indicadaBibliografia indicada

CORACINI, M. J. CORACINI, M. J. Um fazer persuasivo: Um fazer persuasivo: o o discurso subjetivo da ciência. 2ª. ed. São discurso subjetivo da ciência. 2ª. ed. São Paulo: Pontes, 2007.Paulo: Pontes, 2007.

KÖCHE, J. C. KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia Fundamentos de metodologia científicacientífica: teoria da ciência e prática da : teoria da ciência e prática da pesquisa. 16.ed. Petrópolis: Vozes, 1999.pesquisa. 16.ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científicaFundamentos de metodologia científica. 6ª. ed. . 6ª. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.São Paulo: Editora Atlas, 2008.

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Aula do Curso de Letras

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