Upload
junior-silva
View
83
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
ELABORAÇÃO DE MAPAS TURÍSTICOS EM ABIENTE SIG: A
INTERDISCIPLINARIEDADE ENTRE A GEOGRAFIA, A CARTOGRAFIA E O
GEOPROCESSAMENTO NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO
Sarah Almeida de Oliveira/Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia
Eloísio Michalski Abreu/Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia
INTRODUÇÃO
O contexto econômico de Nova Friburgo, cidade da região serrana do estado do Rio
de Janeiro, é bem diversificado. Nova Friburgo atingiu seu desenvolvimento industrial e
comercial, sem perder suas raízes culturais, e tornou-se, também, um excelente pólo
turístico, podendo orgulhar-se daqueles imigrantes pioneiros[1] que vieram de tão longe
para construir essa cidade de características ímpares.
Dentre demais aspectos econômicos, o Município tem um forte apelo para o turismo
devido à sua paisagem natural, ainda pouco transformada pela ação do homem. Destacam-
se vários pontos de interesses geológicos, geográficos e histórico/culturais. A paisagem da
cidade é composta por um misto de montanhas com seus picos e construções imponentes
tanto da época colonial quanto modernas.
O clima da cidade é tropical de altitude, com invernos frios e secos e verões
amenos. O que é uma alternativa ao calor da região metropolitana da cidade do Rio de
Janeiro. A cidade também conta com o turismo de compras, é grande o número de pessoas
que sobem à cidade friburguense em busca da Moda Íntima. Setor que registra significativo
crescimento no mercado regional e, até, nacional. Segundo reportagem da Revista Veja
(julho/2008), a cidade é sede de 900 confecções e coloca por ano no mercado 125 milhões
de peças, ou seja, um quarto do total nacional.
Seu relevo estimula a grande demanda turística da região, determinada
principalmente pela beleza local e a qualidade de seu clima. O montanhismo, desde as
escaladas até as excursões leves e simples caminhadas, é a atividade mais praticada em
Nova Friburgo.
Lumiar e Mury são sinônimos de paz e tranqüilidade. A exuberância da vegetação e
a proximidade do Rio Macaé formam a paisagem e o local propícios para o turismo
ecológico e para esportes radicais como a canoagem e o montanhismo.
O clima, a vegetação e o relevo contribuem diretamente para a grande demanda
turística da cidade. O fato de existirem resquícios de mata atlântica e muitos lugares
vegetações densas, atrai pessoas que buscam a tranquilidade inexistente nos grandes
centros. As áreas rurais conservam costumes antigos, ambiente rústico e aconchegante, o
que contribui para este movimento em busca de lugares amenos e pitorescos.
No entanto, o quadro da educacional de Nova Friburgo segue a tendência de muitos
outros municípios. As escolas sofrem com falta de professores e de recursos, a evasão
escolar continua e o acesso a muitas delas se torna difícil em função da distância, em
especial as escolas localizadas na zona rural. Esses e o problema de carência de recursos
técnico-didáticos reduzem as possibilidades dos professores dinamizarem suas salas de aula
e a consequência é que as práticas de ensino ficam restritas ao que é proposto no livro
didático.
Na prática de ensino da ciência geográfica, a carência de ferramentas de trabalho
reduz significativamente as possibilidades de aprendizagem. Restrita as possibilidades que
são disponibilizadas em sala de aula, a aprendizagem de geografia se torna maçante, sem
chances de ampliar os horizontes dos estudantes e, muito menos, trazer para sala de aula as
propostas de mudanças que a ciência geográfica vem apresentando ao longo dos anos.
Ao considerar a relação das atividades de turismo com as diversas áreas do
conhecimento, verificou-se sua intrínseca ligação com as geociências e com a cartografia,
em especial, já que ela é ponto de partida para a localização e reconhecimento dos pontos
turísticos de uma região.
Como instrumentos de trabalho podem ser identificados, então, as geotecnologias
em geral e a Geografia, em particular. Instrumentos que na utilização como recursos
didático-pedagógicos serão muito úteis no ensino do conceito e na percepção do espaço,
também, na compreensão das relações homem x natureza e na evolução sócio-espacial do
local onde se vive. Esses instrumentos concorrerão para que o ensino da ciência geográfica
se torne uma prática relacionada com a realidade – com o espaço vivido – dos alunos. Isto
requer que se leve ao aluno conhecimentos técnicos científicos que não fazem parte do seu
cotidiano - o geoprocessamento é um exemplo. E necessário avançar, em sala de aula, na
utilização de conhecimentos matemáticos e computacionais que são fundamentais ao
reconhecimento e criação de informações.
Utilizar o geoprocessamento e a cartografia, na prática do ensino da Geografia,
certamente, facilitará a construção do conhecimento da realidade. Os instrumentos de
trabalho possibilitados pelos conhecimentos cartográficos são facilitadores para que o
ensino seja parte do que o aluno vive no seu dia-a-dia, na cidade ou no campo. Lacoste
(1988) questiona a falta de compromisso da escola em relação à educação cartográfica,
enfatizando que se vai à escola para aprender a ler, escrever e contar. Por que não para
aprender a ler uma carta? Este questionamento demonstra que os próprios teóricos da
Geografia percebem a necessidade da Cartografia dentro do ensino.
Nesta perspectiva, utilizando como ferramenta o Sistema de Informação Geográfica
(SIG), o presente trabalho tem como objetivo, nas atividades da prática de ensino de
Geografia, a elaboração de um banco de dados espacial dos principais pontos turísticos,
prédios e espaços históricos da cidade de Nova Friburgo e a construção do mapa turístico
do município. Todas as etapas do processo devem ser elaboradas pelos próprios alunos que
participam do projeto, sob a orientação interdisciplinar dos professores de Geografia,
História e Matemática.
Esse mapa ficará á disposição das Secretarias de Educação e de Turismo do
Município, assim como o banco de dados para sua constante atualização.
DESENVOLVIMENTO
O Geoprocessamento é uma ferramenta de grande utilidade para a compreensão do
espaço e da sua dinâmica, por isso, influencia diretamente o estudo da Cartografia e da
Geografia e de outras ciências. Com a revolução digital e a popularização da internet, as
informações obtidas a partir do Geoprocessamento puderam ser acessadas por especialistas
e leigos.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a Alfabetização Cartográfica é
fundamental para que os alunos possam continuar sua formação iniciada nas séries iniciais
e, posteriormente, trabalhar com a representação cartográfica. Portanto, o aluno precisa
aprender os elementos básicos da representação cartográfica para que possa efetivamente
ler os mapas.
Os PCN’s de Geografia também afirmam que:
O estudo da linguagem cartográfica, por sua vez, tem
reafirmado sua importância, desde o início da escolaridade.
Contribui não apenas para que os alunos venham a
compreender e utilizar uma ferramenta básica da geografia, os
mapas, como também para desenvolver capacidades relativas
à representação do espaço.
O Sistema de Informações Geográficas, o SIG, é a ferramenta computacional do
geoprocessamento, ou seja, este sistema faz com que as informações adquiridas sejam
digitalizadas passando por processos de aquisição, tratamento, processamento, recuperação,
manipulação, modelagem, análise e exibição das imagens geoferrenciadas.
Dessa forma, pode-se afirmar que o ambiente SIG renovou a cartografia,
concedendo nova forma a apresentação e elaboração de dados e possibilitando a construção
de conhecimento e informações. Em suma, a partir do SIG, a cartografia deixa aos poucos
de ser uma ciência estática e tem chance de adquirir mobilidade, portanto, adequada a ser
utilizada como recurso didático, em sala de aula.
Para a realização deste trabalho, foram utilizados os seguintes materiais:
§ mapas topográficos do IBGE, em escala 1:50.000, de 1978, em formato digital;
§ imagens orbitais Quickbird, Ikonos e Spot, de 2005, cedidas pelo Programa
Pró-Cidade, Prefeitura Municipal de Nova Friburgo;
§ software Spring, versão 4.3.3, © 1991-2009 SPRING - DPI/INPE;
§ software ArcGIS/ArcGRID, version 9.2, © Environmental Systens Research
Institute, Inc;
§ Garmim GPS III Plus;
§ Estudo Sócioeconômico de Nova Friburgo, 2005, realizado pelo Tribunal de
Contas do Estado do Rio de Janeiro;
§ Plano Diretor Participativo de Nova Friburgo, de 2007 (Lei n° 024, de 28 de
dezembro de 2007), cedido pelo Programa Pró-Cidade, Prefeitura Municipal de Nova
Friburgo;
No projeto de prática de ensino da disciplina de Cartografia os alunos tomaram
contato com a conceituação teórica básica que envolve o uso de dados espaciais. Essa
conceituação teórica, porém, não foi considerada como suficiente para tornar o aluno capaz
de abstrair suas aplicações.
Professora e alunos perceberam na prática cotidiana do curso de Geografia –
Licenciatura Plena, da Faculdade Santa Dorotéia, o que afirma MACAGNAM (2001),
O desafio de hoje, no Brasil, é, de um lado, habilitar
professores (principalmente os de Geografia) a introduzir no Ensino
Fundamental os conceitos básicos utilizados em Geoprocessamento
e, de outro, capacitar os estudantes dos diversos cursos universitários
a utilizá-lo nas suas atividades de pesquisa e prática.
Propôs-se, então, que os alunos tivessem um contato inicial com a prática da
utilização de softwares de Geoprocessamento/Geotecnologia e seus produtos para que essa
capacidade fosse desenvolvida durante o curso e que, possivelmente, será utilizada no
decorrer de sua atuação profissional dentro ou fora de sala de aula.
Como resultado dessas reflexões, surgiu a proposta do projeto de construção de um
mapa de Nova Friburgo. Considerou-se na seleção do tema, dentre outros aspectos, a
vocação turística do Município.
Para a execução da tarefa - a elaboração do mapa turístico da região de Nova
Friburgo - dividiu-se o trabalho em seis etapas:
1. Revisão bibliográfica;
2. Reconhecimento da região através de dados cartográficos existentes;
3. Pesquisa, coleta e compilação dos dados cartográficos;
4. Pesquisa e visitas a campo para o georreferenciamento das atrações
naturais e culturais do município;
5. Testes e propostas com o intuito de avaliar a legibilidade do mapa;
6. Elaboração final do mapa;
Durante o trabalho foi preciso georreferenciar algumas atrações que não foram
encontradas nas bases cartográficas existentes e pesquisadas. O levantamento dos pontos
foi feito, basicamente, tomando-se nota das coordenadas planas (UTM) dos pontos,
fornecidas por um receptor GPS de navegação ou através da sua localização nas imagens de
alta resolução (Quickbird), conforme ilustra a Figura 1.
Figura 1: Imagens orbitais utilizadas na localização dos pontos turísticos.
Outra etapa relacionada à execução deste trabalho foi o reconhecimento dos pontos
turísticos, mediante a metodologia de trabalhos de campo. Nessa etapa do trabalho foi
oportuno aprofundar os estudos de alguns conceitos geográficos e promover alguns debates
relativos a esses conceitos.
Essa metodologia serviu, principalmente, para aproximar o aluno da realidade –
espaço vivido. Só é possível agregar valor àquilo que se conhece. Paulo Freire (1996)
defende teorias da aprendizagem como desenvolvimento do conhecimento que ocorre na
relação entre o indivíduo e o meio ambiente. Em casos com esse, o trabalho de campo,
aliado às geotecnologias, é ótima estratégia de ensino.
A compilação dos dados cartográficos recolhidos na pesquisa e em campo, a seleção
e tratamento dos mesmos, foram realizadas em sala de aula (Laboratório de Computadores)
da Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, utilizando o software Spring onde se efetuou a
ligação entre o banco de dados e a base cartográfica digital, permitindo assim construir
diversos mapas referentes à região e o software ArcGIS onde foram montados os layouts e
a tabulação dos dados.
Devido à existência de um grande número de informações coletadas, foi preciso
avaliar e selecionar quais elementos são mais importantes na elaboração de um mapa
turístico. Estabeleceu-se uma hierarquia entre os dados cartográficos: localização do
próprio município, os pontos culturais e naturais foram considerados prioritários. Também
a localização das rodovias de ligação e acessos ao Município e seus pontos turísticos foi
considerada importante, uma vez que o turismo ocorre mediante os deslocamentos de
turistas por essas estradas. Houve destaque para a rede hidrográfica e a divisão dos
municípios limítrofes, com o intuito de contextualizar a região.
A caracterização do relevo foi realizada utilizando-se o modelo digital de elevação
gerado pela Shutle Radar Topographic Mission (SRTM)[2] para o Estado do Rio de
Janeiro. O modelo foi utilizado com vistas a ressaltar as unidades geomorfológicas: Três
Picos, Caledônia, etc., uma vez que essas áreas compõem a paisagem natural da região.
O simbolismo pictórico caracteriza um mapa turístico, além de permitir a associação
direta entre o desenho e o seu correspondente. Nesse contexto, produziu-se uma matriz com
os nomes dos principais pontos e seus respectivos símbolos gráfico-pictóricos para compor
a legenda. Procurou-se selecionar apenas os símbolos que contemplassem os atrativos
turísticos, descartando aqueles referentes a serviços e infra-estrutura turística, como uma
forma de homogeneizar as informações. Acrescentou-se a legenda dos demais elementos
cartográficos dispostos no mapa, por se entende sua importância de acordo com o que
afirma Martinelli (2003):
toda a atenção deve ser dada à legenda, pois constitui
a porta de entrada para que o leitor ingresse no conteúdo do
mapa de forma completa.
Ressalta-se a importância dada à escala dentro da ciência cartográfica, visto que esta
determina o espaço disponível para a representação dos símbolos no mapa. A seleção das
informações importantes em uma base de dados deve resultar em uma representação clara e
informativa do fenômeno geográfico. Nesse sentido procurou-se dar visibilidade ao mapa,
ocupando todos os espaços disponíveis do layout em formato A3, alcançando a escala final
de 1:180.000. Considera-se esta escala média, porém é necessário observar o tamanho da
área, que se apresenta como uma região relativamente grande, abrangendo todo o município
de Nova Friburgo, com 934 km2. No mapa, a escala foi representada graficamente, em
quilômetros. Foram inseridas coordenadas UTM, uma vez que todos os dados cartográficos
utilizados estavam assim referenciados. Nesse contexto, pode-se dizer que os detalhes
ficaram satisfatoriamente bem representados.
Foi gerada, ainda, uma Tabela de Atributos contendo o identificador (Id), nome e
descrição de cada ponto turístico natural e/ou cultural, conforme ilustra a Figura 2.
Figura 2: Ilustração da tabela de atributos gerada no ArcGIS.
RESULTADOS
É incontestável que o uso da tecnologia está presente na vida cotidiana de pessoas
de qualquer idade e classe socioeconômica, despertando a curiosidade e, principalmente,
favorecendo a praticidade e a agilidade nas atividades diárias de todos.
Considerando que a vida fora da sala de aula está informatizada, não se pode mais
permitir que a prática de ensino, em especial de Geografia, continue distante desse
processo. Visto que o ato de ensinar significa preparar o cidadão para a vida, a educação
deve acompanhar o avanço da tecnologia, utilizando-a como recurso didático-pedagógico.
O mundo está informatizando todos os setores do cotidiano das pessoas, inclusive os
setores profissionais, logo, os alunos precisam se instrumentalizar para o mundo de trabalho
informatizado.
Assim, o presente trabalho destaca-se por possibilitar o acesso a estudos e propostas
de práticas, para além das convencionais, que reforçam a necessidade e a importância da
orientação espacial e da iniciação cartográfica na vida do aluno. Propõe que se utilize o
computador como ferramenta para executar atividades cartográficas, com as necessárias
adaptações metodológicas adequadas ao ensino da cartografia e utilização de recursos mais
específicos da área, tais como as imagens de satélite, os programas de cartografia digital, o
Global Position System (GPS), as informações da Internet, os ilimitáveis recursos da
computação (softwares e hardwares) e os inúmeros mapas que podem ser facilmente
acessados.
O constante crescimento da atividade turística requer cada vez mais a qualificação e
especialização de seus produtos e serviços, daí ser importante se trabalhar na melhoria da
qualidade dos mapas turísticos produzidos até o momento. É fundamenta se atende à
demanda cada vez mais especializada. Por isso a necessidade de se aperfeiçoar o processo
de execução, elevando a qualidade desses mapas, fundamentados em bases cartográficas de
fato, para que deixem de ser meras ilustrações.
Os SIG’s apresentam uma vasta biblioteca de símbolos, que auxiliam na
caracterização das primitivas cartográficas, por meio da generalização. Além da tabela de
atributos, que é facilmente editada contribuindo para a inserção ou exclusão de elementos
gráficos do mapa. A sobreposição de dados realizada em um SIG contribui para a análise da
legibilidade e espacialidade dos dados geográficos, evitando conflitos entre os elementos.
Um aspecto importante no processo de elaboração do mapa é avaliar a importância
de cada item. Esse procedimento se torna eficaz à medida que existe uma diversidade de
elementos a serem representados e se faz necessário torná-los mais ou menos perceptíveis,
de acordo com sua importância para o deslocamento e orientação de turistas.
A Figura 3, a seguir, mostra o mapa turístico elaborado.
Figura 3: Mapa turístico de Nova Friburgo, RJ.
Mapas, como o desenvolvido neste trabalho, não se configuram como estáticos,
podendo ainda ser atualizados através de novas bases cartográficas ou ainda adicionando-se
novas atrações turísticas, conforme estas forem sendo criadas ou reconhecidas como tal. Os
mapas turísticos são ainda caracterizados por pictogramas, permitindo a associação direta
entre o desenho e a palavra correspondente. Dessa forma, as atrações culturais e naturais do
município podem também ser representadas por diferentes pictogramas para compor sua
legenda.
A composição do Mapa Turístico de Nova Friburgo com a inclusão dos pictogramas
será realizado em trabalho futuro, a ser inserida na disciplina Cartografia Temática, do
Curso de Geografia – licenciatura Plena,
Do ponto de vista pedagógico, objetiva-se, com este projeto, a formação o aluno de
licenciatura em Geografia pró-ativo, capaz de atualizar-se diante dos principais avanços
técnico-científico, capaz, portanto, de selecionar e utilizar técnicas e metodologias
inovadoras, num constante processo de aperfeiçoamento, visando sua atuação profissional
na prática de Geografia na sala de aula, em particular, e, em geral, enquanto cidadão, na
sociedade.
Considera-se que, com a inserção do Geoprocessamento no Ensino Fundamental e
Médio, se promova, a médio prazo, a renovação da prática do ensino da Geografia nos
espaços escolares. E, assim os saberes da academia, passam a fazer parte dos saberes da
Geografia escolar. Deixa a Geografia de ser algo estático para se tornar uma ciência da
reflexão e relação com o real e cotidiano, podendo promover uma melhora significativa da
prática de seu ensino, no limite e extra muros da sala de aula. Pois a cartografia tem muito a
contribuir neste processo, na maneira de contar a evolução do espaço, até para fins
turísticos.
Professores com maior e melhor qualificação e capacitados para utilização de
recursos didáticos – sem desconsiderar salários dignos – terão atuação mais eficiente
aspecto importante para que despertem nos alunos o gosto e interesse Geografia. Só assim
esta ciência se tornará algo significativo na formação do cidadão crítico e participativo na
construção e organização sócio-espacial, do mundo contemporâneo.
CONCLUSÕES
Em geral, os alunos da disciplina de Cartografia, de Geografia – Licenciatura Plena,
necessitam de algum tempo para compreender o funcionamento dos softwares e
metodologias citadas, também, para associarem sua utilização aos conceitos relacionados
ao método de mapeamento que dá origem aos mapas temáticos. Entretanto, as dúvidas
podem e devem ser dirimidas com a utilização de metodologias convencionais por meio de
aulas expositivas com leitura prévia da literatura clássica indicada à cartografia e ao
Geoprocessamento.
Entendendo o mapa como uma ferramenta básica para a comunicação de muitas
informações, é importante desenvolver e aplicar atividades que utilizem as novas
tecnologias na formação do profissional. Também se ressalta a necessidade de adaptações
das atividades de acordo com o perfil da turma: número de alunos, grau de interesse sobre
determinados assuntos e atividades, estrutura física da sala de aula ou da escola,
experiência de vida dos alunos, relacionamento entre eles e o desenvolvimento da
competência e habilidades para se trabalhar em equipes, dentre outros aspectos.
Deve-se, no entanto, lembrar que esse tipo de atividade não é para substitui as
atividades convencionais, mas sim, somar-se a estas na prática de ensino de Geografia
visando uma melhor aprendizagem. Ou melhor, enriquecer a dinâmica da sala de aula e
tornar presente no cotidiano escolar os avanços provenientes da evolução tecnológica que
são constantes nas diversas áreas do conhecimento hodierno.
Além da aplicação em mapa temático relativo ao turismo, há várias outras formas de
se usar as novas tecnologias na sala de aula. Porém, propostas publicadas, especialmente
voltadas ao ensino da cartografia, ainda são escassas no Brasil. A constatação deste fato foi
o mote motivador para apresentação no X ENPEG deste trabalho de práticas de Geografia,
desenvolvido pela turma do primeiro período de curso de Geografia- Licenciatura Plena, da
Faculdade Santa Dorotéia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra. 1996. (Coleção Leitura).
LACOSTE, I. A Geografia, isso serve em primeiro lugar para fazer a Guerra.
Campinas. Papirus, 1988.
MACAGMAN, I. R. Introduzindo Geoprocessamento/SIG na Escola. Boletim
de Geografia, nº 2, p.89-96, 2001.
MARTINELLI, M. Cartografia Temática: Caderno de Mapas. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2003.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – GEOGRAFIA. Ensino
fundamental I e II. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Brasília:
MEC,1998
§ PLANO DIRETOR DA CIDADE DE NOVA FRIBURGO (Lei n° 024, de 28
de dezembro de 2007), Programa Pró-Cidade, Nova Friburgo/RJ: PMNF, 2007.
....
[1] A cidade que conhecemos hoje por Nova Friburgo foi berço do primeiro
movimento migratório organizado de europeus não-portugueses para o Brasil. A vinda de
imigrantes suíços para a Colônia do Morro Queimado, onde é hoje Friburgo, em 1819,
abriu precedentes para a vinda de alemães, espanhóis e italianos em seguida, na segunda
metade do século XIX (Fonte: Prefeitura Municipal de Nova Friburgo).
[2] Disponível em: <http://www.ecologia.ufrgs.br/labgeo/SRTM_BR.php>.