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Maria-do-contra

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Livro infantil

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Page 1: Maria-do-contra

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Page 2: Maria-do-contra

 Todas as casas daquela rua tinham um cachorro. E tinha cachorro de tudo quanto é tipo:

Branco, amarelo, vermelho, marrom, preto...

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 Malhado, manchado, rajado, pintado... Grande, pequeno, gordo, magro, velho,

novo, de raça e vira-lata.

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 Tinha cachorro de orelha grande e rabo pequeno e tinha cachorro de orelha pequena e rabo grande...

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 Tinha cachorro comprido de perna curta e tinha cachorro curto de perna comprida.

E tinha até cachorro de pelo curto, perna longa, orelha caída e um monte de pintinhas.

Era uma cachorrada só!

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 Mas no meio de tantos cachorros de tantos tipos, uma era bem diferente. Na verdade, ela era meio “do contra”. Por isso que todo mundo a chamava de “Maria-do-contra”.

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 Maria-do-contra era uma cachorrinha muito safada e muito esperta. Ela fazia festa para o carteiro, não tinha medo do veterinário, tomava sol deitada na rede, assistia televisão e adorava sorvete e brigadeiro. Em vez de pedir comida

como os outros cachorros faziam quando estavam com f ome , Ma r i a ab r i a a g e l a d e i r a d a c o z i n h a sozinha. E ela nem queria saber de carne , não ! Preferia um bom prato de macarrão.

   

Page 8: Maria-do-contra

 Enquanto os outros cachorros ficavam de guarda à noite no portão, ela preferia ficar dentro de casa, deitada no sofá da sala, assistindo televisão.

  E na hora de tomar banho, enquanto todos os outros cachorros da rua se escondiam debaixo da cama, ela ia toda feliz, e até levava a toalha.

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  Os outros cachorros da rua viviam convidando Maria para fazer um monte de coisas, mas ela sempre preferia fazer uma coisa diferente.

- Ei, Maria, vamos latir no portão?

- Não, eu não. Prefiro ir dormir na almofada.

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- Ei, Maria, vamos comer ração?

- Não, eu não. Prefiro um pedaço de goiabada.

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- Ei, Maria, vamos brincar de buscar bolinha?

- Não, eu não. Prefiro assistir o jogo aqui da escada.

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  Os outros cachorros da rua não ficavam bravos com ela, não. Na verdade, todo mundo adorava aquele jeitinho diferente dela fazer as coisas e se divertiam muito quando ela bancava a sapeca e aprontava alguma.

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 Até que um dia ela começou a ficar mais quieta e nem aparecia pra conversar no portão. Todo mundo ficou muito preocupado e se perguntando o que tinha acontecido com a Maria-do-contra. Como a rua ficou mais silenciosa e mais triste sem a Maria!

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  Depois de dois meses, em uma bonita tarde sol, a Maria-do-contra saiu de casa chacoalhando as orelhas cacheadas e fazendo cara de safada. O cachorro da casa da frente viu e chamou seu amigo da casa do lado, que chamou o da casa do outro lado, que chamou o da casa do fundo, que chamou o da casa do fim da rua...

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 Em um minuto, todos os cachorros da rua estavam no portão, felizes por verem Maria de volta. E eles ficaram ainda mais felizes quando de trás dela apareceram seis filhotinhos pequenininhos, fofinhos e com o mesmo jeitinho sapeca da mãe.

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  Quando os vizinhos ficaram sabendo, todos queriam ficar com um filhotinho da Maria-do-contra. E em pouco tempo os filhotes estavam espalhados pela rua toda, brincando e aprontando igual a mãe. E a Maria? Continua do contra, sempre fazendo tudo diferente – e ainda bem!

Fim