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A AFEAM E O MEIO AMBIENTE Tenho sido questionado sobre a tentativa de envolver a AFEAM no processo de preservação ambiental. A preservação do meio ambiente é responsabilidade de todos nós. A natureza não admite mais os erros que no passado cometemos. Foram muitos. Os exemplos estão aí. Igarapés aterrados, outros invadidos, desmatamentos desnecessários, espécies de animais extintas, outras em extinção, o pescado escasso, e tantos outros procedimentos tolerados irresponsavelmente pelas autoridades interessadas apenas no resultado favorável das eleições. Quanto estamos gastando para minorar os estragos que a nossa tolerância permitiu? O PROSAMIM não seria necessário se os nossos antigos dirigentes tivessem tido um pouco de visão de futuro. O prejuízo não é apenas financeiro, o maior deles é a degeneração de nossa qualidade de vida e a conseqüente diminuição de nossa auto estima. Sou dos que acreditam que ainda podemos fazer alguma coisa. Acredito, também, que não podemos mais esperar para começar. Apesar de achar que estamos muito atrasados para esse começo e não estarmos, de fato, preparados para mudarmos o nosso comportamento em relação ao meio ambiente, criamos em 2004 o Programa Plantar o Futuro, oferecendo bônus ecológico para o produtor que respeitasse o meio ambiente e bônus produtivo para aqueles que iniciasse um processo de reflorestamento. Ao mesmo tempo em que o produtor preservaria e reconstituiria o meio ambiente, faria uma poupança verde que na velhice recompensaria todo o seu esforço. Por falta de apoio e cultura não conseguimos os resultados esperados. As experiências que fizemos não foram estimulantes. Entretanto, não podemos continuar financiando atividades que não mudarão a vida dos produtores rurais e certamente contribuirão para que no futuro próximo estejam impedidos de acesso ao crédito e endividados. Estimulados com a perspectiva de que no próximo governo o “o homem do interior terá prioridade”, continuaremos insistindo, quem sabe tenhamos sucesso. Hoje estamos agregando ao conteúdo das palestras educativas que ministramos aos nossos futuros clientes, orientações e cuidados que os trabalhadores rurais e autônomos, os empresários, os profissionais liberais, todos, devemos ter com o consumo de água, com a destinação do lixo e resíduos sólidos, a preservação das matas ciliares, as queimadas e a recuperação de áreas degradadas. Amanhã teremos que estimular com bônus e outras recompensas, aqueles parceiros que ajudarem efetivamente a preservar a natureza. Ainda temos muito que fazer, mas precisamos com urgência, iniciar um processo de educação das novas gerações, começando nas nossas casas, em nossas escolas, nas fábricas e principalmente com o bom exemplo de nossos governantes. A omissão do Poder Público que permite e muitas vezes incentiva as invasões, que não coleta o lixo com eficiência, que permite o desperdício de água e energia, que não fiscaliza a emissão de gases dos veículos, que distribui benesses e não exige nada em troca, apenas o voto, entre outras coisas, são um péssimo exemplo para os nossos filhos e de nada adiantará recuperarmos os estragos que sempre se multiplicarão em progressão geométrica.

A afeam e o meio ambiente

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A AFEAM E O MEIO AMBIENTE

Tenho sido questionado sobre a tentativa de envolver a AFEAM no processo de preservação ambiental. A preservação do meio ambiente é responsabilidade de todos nós. A natureza não admite mais os erros que no passado cometemos. Foram muitos. Os exemplos estão aí. Igarapés aterrados, outros invadidos, desmatamentos desnecessários, espécies de animais extintas, outras em extinção, o pescado escasso, e tantos outros procedimentos tolerados irresponsavelmente pelas autoridades interessadas apenas no resultado favorável das eleições. Quanto estamos gastando para minorar os estragos que a nossa tolerância permitiu? O PROSAMIM não seria necessário se os nossos antigos dirigentes tivessem tido um pouco de visão de futuro. O prejuízo não é apenas financeiro, o maior deles é a degeneração de nossa qualidade de vida e a conseqüente diminuição de nossa auto estima.

Sou dos que acreditam que ainda podemos fazer alguma coisa. Acredito, também, que não podemos mais esperar para começar. Apesar de achar que estamos muito atrasados para esse começo e não estarmos, de fato, preparados para mudarmos o nosso comportamento em relação ao meio ambiente, criamos em 2004 o Programa Plantar o Futuro, oferecendo bônus ecológico para o produtor que respeitasse o meio ambiente e bônus produtivo para aqueles que iniciasse um processo de reflorestamento. Ao mesmo tempo em que o produtor preservaria e reconstituiria o meio ambiente, faria uma poupança verde que na velhice recompensaria todo o seu esforço.

Por falta de apoio e cultura não conseguimos os resultados esperados. As experiências que fizemos não foram estimulantes. Entretanto, não podemos continuar financiando atividades que não mudarão a vida dos produtores rurais e certamente contribuirão para que no futuro próximo estejam impedidos de acesso ao crédito e endividados. Estimulados com a perspectiva de que no próximo governo o “o homem do interior terá prioridade”, continuaremos insistindo, quem sabe tenhamos sucesso.

Hoje estamos agregando ao conteúdo das palestras educativas que ministramos aos nossos futuros clientes, orientações e cuidados que os trabalhadores rurais e autônomos, os empresários, os profissionais liberais, todos, devemos ter com o consumo de água, com a destinação do lixo e resíduos sólidos, a preservação das matas ciliares, as queimadas e a recuperação de áreas degradadas. Amanhã teremos que estimular com bônus e outras recompensas, aqueles parceiros que ajudarem efetivamente a preservar a natureza.

Ainda temos muito que fazer, mas precisamos com urgência, iniciar um processo de educação das novas gerações, começando nas nossas casas, em nossas escolas, nas fábricas e principalmente com o bom exemplo de nossos governantes. A omissão do Poder Público que permite e muitas vezes incentiva as invasões, que não coleta o lixo com eficiência, que permite o desperdício de água e energia, que não fiscaliza a emissão de gases dos veículos, que distribui benesses e não exige nada em troca, apenas o voto, entre outras coisas, são um péssimo exemplo para os nossos filhos e de nada adiantará recuperarmos os estragos que sempre se multiplicarão em progressão geométrica.