20
ANFETAMINAS: classificação, potencial de abuso e tratamento Osório 2016 Leonardo da Cunha Guimarães¹ Luiza Dalla Corte¹ Priscila Souza¹ Tuane Santos¹ Ângela Kunzler Moreira² ¹ Discente do Curso de Graduação em Psicologia. Faculdade Cenecista de Osório (FACOS). Osório. Rio Grande do Sul. Brasil. ² Docente do Curso de Graduação em Psicologia. Faculdade Cenecista de Osório (FACOS). Osório. Rio Grande do Sul. Brasil.

Anfetaminas

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Anfetaminas

ANFETAMINAS: classificação, potencial de abuso e tratamento

Osório2016

Leonardo da Cunha Guimarães¹Luiza Dalla Corte¹

Priscila Souza¹ Tuane Santos¹

Ângela Kunzler Moreira²

¹ Discente do Curso de Graduação em Psicologia. Faculdade Cenecista de Osório (FACOS). Osório. Rio Grande do Sul. Brasil.

² Docente do Curso de Graduação em Psicologia. Faculdade Cenecista de Osório (FACOS). Osório. Rio Grande do Sul. Brasil.

Page 2: Anfetaminas

Revisando Conceitos

Droga: toda substância que altera a biologia e/ou a fisiologia de um organismo vivo

Droga Psicoativa: substância cuja alteração biológica/fisiológica se dá no Sistema Nervoso, alterando o humor, a cognição e o comportamento

Droga Psicotrópica: droga psicoativa cuja reação promove um efeito reforçador, passando a ser auto-administrada (chamadas drogas de abuso) e pode gerar adicção/dependência

Page 3: Anfetaminas

Revisando Conceitos

DROGAS RELAXANTES: Inibem a ação do Sistema Nervoso Central (SNC), deixando o indivíduo lento, sonolento, além de prejudicar a atenção e a concentração.

DROGAS ALUCINÓGENAS: São drogas perturbadoras do SNC, que produzem fortes alterações na sensopercepção, induzindo alucinações e delírios variados.

DROGAS ESTIMULANTES: Aumentam a ação do SNC por meio do Sistema Nervoso Simpático, aumentando a atenção, a concentração e o estado de alerta, além de aumentar a frequência cardíaca e respiratória.

Page 4: Anfetaminas

Classificação

Anfetamina

Droga

Psicotrópica

Estimulante

Page 5: Anfetaminas

Aspectos clínicos e farmacológicos A denominação anfetamina diz respeito à β-fenilisopropilamina,

enquanto para as demais substâncias sintetizadas a partir desta se utiliza o termo anfetamínicos.

Todas são geralmente bem absorvidas por via oral, sendo também utilizadas pelas vias intranasal, endovenosa e fumada.

Os cloridratos de anfetaminas e de metanfetamina são cristais brancos, inodoros, ligeiramente amargos, solúveis em agua, podendo ser injetados ou misturados a bebidas. Há relatos de uso por via retal e vaginal.

Page 6: Anfetaminas

Via de administraçã

o

Efeito

Início Duração

Oral 15 a 20 minutos Até 12 horas

Inalada 3 a 5 minutos Até 12 horasInjetada ou fumada Imediato 4 horas

Aspectos clínicos e farmacológicos

TABELA 1. Vias de administração de anfetaminas, início e duração do efeito.Fonte: Adaptado de ANFETAMINAS E METANFETAMINAS – (Lemos & Fonseca, 2011)

Page 7: Anfetaminas

As anfetaminas são lipossolúveis, na forma não ionizada, atravessando rapidamente as membranas celulares, incluindo a barreira hematencefálica.

A biotransformação ocorre sobretudo no fígado, envolvendo diferentes vias metabólicas, por meio de reações de hidroxilação, desmetilação (metanfetaminas), desaminação e conjugação.

Como agentes simpatomiméticos de ação indireta, os anfetamínicos mimetizam os efeitos periféricos da noradrenalina (NA) no sistema nervoso simpático, estimulando a liberação e inibindo a receptação de noradrenalina (NA) e inibindo a monoaminoxidase (MAO), com importante repercussão sobre a fisiologia dos diversos sistemas orgânicos.

Aspectos clínicos e farmacológicos

Page 8: Anfetaminas

São efeitos simpáticos das substâncias e anfetamínicas: aumento da pressão arterial e bradicardia reflexa; arritmias; dificuldade para urinar; constipação ou diarreia, dependendo da atividade entérica; contração uterina, o que pode provocar cólicas e aborto.

A anfetamina estimula o centro respiratório na medula, diminuindo o efeito depressor de outras drogas. Também inibe o sono, aumenta o estado de alerta, diminui a sensação de fadiga, inibe o apetite, estimula o humor, aumenta a iniciativa, a autoconfiança e a concentração, provoca euforia e agitação psicomotora com taquilalia.

Aspectos clínicos e farmacológicos

Page 9: Anfetaminas

O uso prolongado ou de altas doses é frequentemente seguido de ansiedade, depressão e fadiga. Outros efeitos tóxicos e adversos são cefaleia, palpitação, tontura, hipertemia, tremores, agitação, psicomotora, insônia, confusão mental, agressividade, alucinações paranoides, delírios e crises de pânico.

A utilidade terapêutica dos anfetamínicos é limitada. Podem ser usados como estimulantes do SNC em caso de narcolepsia, de transtorno de déficit de atenção / hiperatividade (TDAH) e, de forma controversa, como supressor do apetite.

Aspectos clínicos e farmacológicos

Page 10: Anfetaminas

Anfetamínico Nome Comercial Nome PopularAnfepramona ou diretilpropiona

Hipofagin®,Inibex®

Dextroanfetamina Glucoenergan®

Reactivan®Bolinha, Rebite

Fenfluramina Isomeride®

Minifage®

Fenmetrazina Preludin®

Fenproporex Desobesi®

Metanfetaminas Pervitin®

(Metanfetamina)Meth, Speed, Crstal, Ice, Upper

Outras MetanfemiansEcstasy, pílula do amor, cápsula de vento, STP, bala

Mazindol Dasten®

Fagolipo®

Metilfenidato Ritalina®

TABELA 2. Exemplo de substâncias anfetamínicas mais conhecidas, seu nome comercial e alguns nomes populares.Fonte: Adaptado de ANFETAMINAS E METANFETAMINAS – (Lemos & Fonseca, 2011)

Page 11: Anfetaminas

Principais neurotransmissores estimuladosNoradrenalina (NA)•Ativação do Sistema Nervoso Simpático•Sensação de Euforia

Serotonina (5-HT)•Alterações da Sensopercepção•Desestabilização de HumorDopamina (DA)•Sensação de Prazer •Sinaliza o efeito reforçador do uso da substância

Page 12: Anfetaminas

Metanfetamina: a química do mal

Page 13: Anfetaminas

Ecstasy

Page 14: Anfetaminas

Metilfenidato

Page 15: Anfetaminas

Tratamento A abordagem do tratamento se difere para a

intoxicação, o abuso ou a dependência e deve ocorrer em um ambiente calmo, tranquilo e não ameaçador.Como funciona abordagem: Se um individuo chegar á unidade de pronto atendimento agitado, com as pupilas dilatadas, boca seca, entre outros sintomas, deve ser considerada a possibilidade de uso de anfetamínicos ou outro estimulante do sistema nervoso central, como a cocaína.

Page 16: Anfetaminas

No caso se estiver ocorrido a administração do uso da droga a menos de uma hora, será indicada a lavagem gástrica com carvão ativado.

O paciente tem que passar por uma avaliação clinica e neurológica e também realizar exames de sangue e urina para detectar se o mesmo fez o uso de substâncias psicoativas.

Tratamento

Page 17: Anfetaminas

O tratamento farmacológico é direcionado para os sintomas, uma vez que a síndrome de abstinência aguda tende a se dissipar em alguns dias, exceto para a fadiga e a depressão, que podem durar meses. Antidepressivos estão indicados para o tratamento de sintomas depressivos maiores, e neurolépticos para o tratamento de delírios, alucinações e agressividade, já o uso de benzodiazepínicos deve ser evitado.

Tratamento

Page 18: Anfetaminas

Com relação ao uso de antidepressivos, há evidências de que a fluoxetina pode auxiliar na redução da fissura e que a imipramina contribui para a adesão ao tratamento. A paroxetina, além de aliviar a ansiedade, também inibe os efeitos do ecstasy sobre o sitema imunológico e o citalopram parece minimizar efeitos agudos do ecstasy, como a euforia, o aumento da autoconfiança e das percepções sensoriais.

Tratamento

Page 19: Anfetaminas

Tratada a intoxicação aguda ou a síndrome de abstinência, o paciente deve iniciar o quanto antes o tratamento psicossocial, por meio de intervenções cognitivo-comportamentais.

Tratamento

Page 20: Anfetaminas

REFERÊNCIAS BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. (Orgs.) et al.

Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2008.

DIEHL, A., CORDEIRO, D. C., LARANJEIRA, R. (Orgs)et al. Dependência Química, Prevenção, Tratamento e Políticas Públicas.Porto Alegre: Artmed, 2011.

LEMOS, T. & FONSECA, V. A. S. Anfetaminas e metanfetaminas. In: DIEHL, A., CORDEIRO, D. C., LARANJEIRA, R. (Orgs)et al. Dependência Química, Prevenção, Tratamento e Políticas Públicas.Porto Alegre: Artmed, 2011.

Organização Mundial de Saúde. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10. Porto Alegre: Editora Artes Medicas Sul, 1993.