32
1 CLIENTE CRÍTICO COM ALTERAÇÕES DO SISTEMA RENAL E MÉTODOS DIALÍTICOS Prof.ª Ms. Josiane Travençolo 2012

Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

Citation preview

Page 1: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

1

CLIENTE CRÍTICO COM

ALTERAÇÕES DO SISTEMA

RENAL E MÉTODOS

DIALÍTICOS

Prof.ª Ms. Josiane Travençolo

2012

Page 2: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

2

FUNÇÕES DO SISTEMA RENAL

Excretar substâncias tóxicas (regulação e concentração de solutos no

líquido extracelular do organismo);

Eliminar substâncias tóxicas oriundas do metabolismo: uréia e

creatinina;

Manter o equilíbrio de eletrólitos no corpo humano: sódio, potássio,

magnésio, fósforo, Bic, hidrogênio, cloro;

Regular o equilíbrio ácido-básico: manter o constante pH sanguíneo;

Regular a osmolaridade e o volume do líquido corporal, eliminando o

excesso de água do organismo;

Excreção de substâncias exógenas: medicações e antibióticos;

Page 3: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

3

FUNÇÕES DO SISTEMA RENAL

Produção de hormônios: eritropoetina, aldosterona;

Produção de urina para exercer as suas funções excretórias.

Urina: produto final da função renal, formada a partir do plasma

sanguíneo – néfron (uréia, creatinina, ácido úrico e uratos);

Néfron: é composto por glomérulo, alça de Henle e túbulo distal;

Diversos tubos distais drenam a urina para o tubo coletor, que flui

para a pelve do rim;

Urina deixa o rim por meio do ureter e flui para dentro da bexiga.

Page 4: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

4

FORMAÇÃO DA URINAREVISÃO

Inicio nos glomérulos onde há uma absorção de 20% de plasma;

A urina é produzida nos rins, mais precisamente nos nefróns;

URINA PRIMÁRIA:

Consiste na filtragem sanguínea – passagem do sangue pelas paredes

dos capilares renais, sendo recolhidos pelos tubos urinários (arteríola

eferente – conduz para fora e aferente – conduz para dentro).

Possui características muito próximas das do plasma – reabsorção –

sofrerá novas modificações de composição antes da sua eliminação.

Page 5: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

5

FORMAÇÃO DA URINAREVISÃO

URINA SECUNDÁRIA:

Após a reabsorção, que se processa no tubo proximal e distal;

Tubo proximal: permite o refluxo e a absorção na circulação sanguínea de moléculas

(glicose e proteína) – 100%;

Tubo distal: permite um bombeamento de íons (cloreto, sódio e potássio) – a

quantidade reabsorvida dependerá do nível plasmático do hormônio aldosterona ,

secretado pelas glândulas supra-renais;

Outras substâncias que entram na urina final: produtos de contraste

utilizados na exploração funcional, ou ainda medicamentos tais como a

penicilina.

Finalmente, os néfrons produzem a urina definitiva – passa pelo tubo

coletor. Os mecanismos reguladores intervêm concentrando a urina em

maior ou menor grau e conferindo-lhe maior acidez.

Page 6: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

6

Parênquima Renal e Unidades Funcionais

Page 7: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

7

Page 8: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

8

DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO HÍDRICO

Hiponatremia: concentração de sódio reduzida – incapacidade do

rim para excretar água livre;

Hipernatremia: concentração de sódio acima do normal – perda de

líquido orgânicos maior que de sódio;

Hipervolemia: excesso de liquido extracelular – ocorre em

pacientes cardíacos, o fluxo sangüíneo diminuído para o rim leva a

excreção diminuída da urina;

Hipovolemia: deficiência de liquido extracelular – conhecida

também como desidratação, em geral acompanha por perda de

eletrólitos;

Page 9: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

9

Avaliação Renal - Histórico

História clinica e história familiar:

Diabetes mellitus;

LES;

Hipertensão;

Doenças cardíacas;

Anemia de células falciformes;

Exposição a agentes nefrotóxicos (furosemida,

aminoglicosídios, corantes radiográficos);

Page 10: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

10

Acomete aproximadamente 3 em cada 10.000 pessoas que são

internadas em hospital;

Normalmente há redução ou ausência na produção de urina,

causando um acúmulo de líquidos e resíduos tóxicos no organismo

(lesando tecidos e prejudicando o funcionamento de vários órgãos);

Exames laboratoriais: revelam acúmulo de resíduos de nitrogênio

(uréia e creatinina) no organismo (azotemia);

Perda da função renal de maneira súbita, independente da etiologia

ou mecanismos, provocando acumulo de substâncias nitrogenadas

(uréia e creatinina), acompanhada ou não da diminuição da diurese.

Insuficiência Renal Aguda (IRA)

Page 11: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

11

Caracterizada pela oligúria (volume urinário menor que

20ml/h) ou anúria (ausência de urina).

Achados Históricos:

Redução do fluxo sanguíneo: diminuição da PA, trauma,

complicação cirúrgica, choque hipovolêmico ou séptico,

queimaduras, desidratação, outras doenças graves (necrose

tubular aguda, estenose da artéria renal, oclusão arterial).

Insuficiência Renal Aguda (IRA)

Page 12: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

12

Insuficiência Renal Aguda (IRA)

Há três tipos:

Pré-renal: acontecimentos fisiológicos que levam à circulação

diminuída para os rins (isquemia) – hipovolemia, diminuição do

débito cardíaco, vasodilatação periferia, drogas antiinflamatórias;

Renal: acontecimentos fisiológicos que afetam diretamente a

estrutura e função do tecido renal (causas multifatoriais –

septicemia que pode provocar NTA (necrose tubular aguda);

Pós-renal: obstrução no fluxo urinário dede os canais coletores no

rim até o orifício uretral externo, ou o fluxo sangüíneo venoso do

rim (tumores, infecção, cálculos).

Page 13: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

13

Como se reconhece?

Volume urinário < 400 ml / 24 horas.

Evolução:

Fase inicial: período de instalação da doença; ela pode passar despercebida pelo

paciente e pelo médico, que preocupados com a doença causadora, esquecem de

observar a produção de urina.

Segunda fase: é de notória escassez ou ausência de urina (8 a12 dias); Não há

eliminação das toxinas, que se acumulam no sangue podendo causar transtornos clínicos

importantes conhecidos por uremia.

Terceira fase: recuperação – melhora da função renal –

Volume urinário

Eliminação das toxinas acumuladas

Essa fase pode durar de 7 a 14 dias

Insuficiência Renal Aguda (IRA)

Page 14: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

14

Imediato: Náuse e vômito; Anorexia; Turgor dérmico baixo;

Ressecamento de mucosa; diminuição de débito urinário (oligúria /

anúria); respiração de Kussmaul; Hálito cetónico, Espasmo muscular,

Alterações do nível de consciência e taquicardia;

Posterior: Edema generalizado, principalmente de MMIIs; Diminuição

da sensibilidade, principalmente mãos e pés; Alteração do estado

mental ou humor (agitação, sonolência, letargia, delírio ou confusão,

humor inconstante, déficit de atenção, alucinações); Convulsões;

Insuficiência Renal Aguda (IRA) – Sinais e Sintomas

Page 15: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

15

Mantenha a via aérea, a respiração e a circulação do cliente;

Estabeleça acesso venoso (IV) e mantenha infusão de líquidos

conforme prescrição médica:

Rapidamente na desidratação, mas, cautelosamente na ICC.

Institua a monitorização cardíaca e observe arritmias provocadas pelo

desequilíbrio eletrolítico;

Insira sonda de Foley e monitorize de hora em hora o débito urinário.

Envie amostras de urina para análise;

Colete amostra de sangue venoso para o nível de uréia e nitrogênio,

nível sorológico de creatinina, eletrólitos e outros valores;

Prioridades no Cuidado Imediato (IRA)

Page 16: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

16

Inserção de via para pressão venosa central, para avaliação posterior

do estado hídrico;

Administração de diuréticos (prescrição médica);

Diálise peritoneal ou hemodiálise;

Prepare para internação hospitalar.

Prioridades no Cuidado Imediato (IRA)

Page 17: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

17

Consequência da retenção de produtos tóxicos do

metabolismo e da incapacidade do rim em manter a

homeostase interna;

Achados Iniciais: náuseas, vômitos, hipertensão e anorexia;

Achados secundários: torpor, edema, contrações

musculares, alteração do nível de consciência, convulsões

e coma;

Síndrome Urêmica

Page 18: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

18

Insuficiência Renal Crônica

Lesão progressiva e irreversível da função dos rins (3 meses);

Ocorre perda de néfrons;

Progressiva

Insidiosa

Inexorável

Perda da Função Renal

Page 19: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

19

Alguns sintomas relacionados à doença renal:

Fraqueza

Cansaço

Edema em face, pés ou pernas

Dificuldades para urinar

Urina com espuma

Urina com alteração de cor (escura ou avermelhada)

Aumento ou diminuição da quantidade de urina

Insuficiência Renal Crônica

Page 20: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

20

Avaliação Renal - Histórico

Queixa principal

Disúria, nictúria, poliúria ou incontinência?

Descrição

Sinais e sintomas

Apresentou dor no flanco?

Eliminou cálculo renal?

Modificação na quantidade ou padrão da micção?

Alteração no peso?

Tratamentos e resposta aos tratamentos anteriores

Page 21: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

21

Métodos Dialíticos Fase reversível da doença ultrapassada;

Toxinas acumuladas no organismo;

Métodos artificiais de limpeza do sangue;

Tratamento que substitui as funções dos rins;

Refere à difusão de partículas dissolvidas de um compartimento liquido para

outro através de uma membrana semipermeável;

Método de diálise:

hemodiálise

diálise peritoneal

Page 22: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

22

A sobrecarga de volume, o potássio

elevado, a acidose metabólica, a

pericardite e a uremia aumentam a

mortalidade dos pacientes se esses

não forem dialisados.

Page 23: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

23

IRA / IRC

Intoxicações medicamentosas e químicas (hemoperfusão / hemolenta)

Desequilíbrio HEL agudo/acentuado Dialisador (capilar ou filtro);

Formado por um conjunto de pequenos tubos;

Parte do sangue é retirado, passa através da linha arterial do

dialisador onde o sangue é filtrado e retorna ao paciente pela linha

venosa;

Fistula ou enxerto arteriovenoso (AV - anastomose)

Hemodiálise - Indicação

Page 24: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

24

Hemodiálise

Cateter de hemodiálise de luz dupla (subclavia, jugular

interna ou femoral);

Parte do circuito descartável – “linha arterial”;

Linha pós – dialisador ou “venosa”;

Heparina;

Frêmito AV.

Page 25: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

HEMODIÁLISE

Problemas que surgem durante a hemodiálise:

Queda rápida da pressão arterial (hipotensão) e

câimbras.

Page 26: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

26

Page 27: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

27

Page 28: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

28

Diálise Peritoneal (DP)

Retirar excesso de água e toxinas;

Excesso de potássio, uréia e outras substâncias que devem

ser eliminadas;

Solução de diálise (dextrose)

Diálise Peritonial Ambulatorial Continua (DPAC / CAPD)

Diálise Peritonial Cíclica Continua (CCPD)

Page 29: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

29

Diálise Peritoneal (DP)

Parede interior do abdômen - membrana peritoneal;

Colocação do cateter – permanente (cateter semi-rigido ou

Tenckhoff);

Não necessita de anticoagulação sistêmica;

Pós-operatório imediato, traumas graves, hemorragia

intracerebral, cardiopatias;

Crianças com IRA.

Page 30: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

30

Diálise Peritoneal (DP) – execução do procedimento

Sinais vitais, verifique e registre;

Pese o cliente e registre o seu peso;

Todo solução de infusão deverá estar temperatura corpórea;

Deixe a solução dialisadora permanecer na cavidade peritoneal durante

o tempo prescrito (geralmente de 10 a 45 minutos);

Drene o conteúdo da cavidade peritoneal para o recipiente durante o

tempo prescrito ou até que o fluxo termine (geralmente de 10 a 30

minutos);

Observe o cliente em busca de sinais e sintomas de desidratação,

sobrecarga hídrica ou dificuldade respiratória decorrente a pressão do

dialisador sobre o diafragma.

Page 31: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

31

Page 32: Assistencia de enfermagem ao cliente renal 04.2012

32

Referências Bibliográficas

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. 

Fisiologia humana e mecanismos das doenças.   6. ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 1998. 

SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Brunner e Suddarth : tratado de

enfermagem médico-cirúrgica. v.1. E V.2. 10.ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2005.

COSTA JAC; VIEIRA NETO OM & MOYSES NETO M. Insuficiência renal aguda.

Medicina Ribeirão Petro, 36:307-324, abr./dez.2003.

BARBIERI. RL. S.O.S. cuidados emergenciais. 2002.