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I NCAPACIDADE L ABORAL E BENEFÍCIO POR AUXÍLIO- DOENÇA NO INSS I NCAPACIDADE L ABORAL E BENEFÍCIO POR AUXÍLIO- DOENÇA NO INSS I NCAPACIDADE L ABORAL E B ENEFÍCIO POR AUXÍLIO- DOENÇA NO INSS

Incapacidade Laboral E Benefício Por Auxílio-Doença No Inss

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INCAPACIDADE LABORAL

E BENEFÍCIO POR

AUXÍLIO-DOENÇA

NO INSS

INCAPACIDADE LABORAL

E BENEFÍCIO POR

AUXÍLIO-DOENÇA

NO INSS

INCAPACIDADE LABORAL

E BENEFÍCIO POR

AUXÍLIO-DOENÇA

NO INSS

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INCAPACIDADE LABORAL

E BENEFÍCIO POR

AUXÍLIO-DOENÇA

NO INSS

INCAPACIDADE LABORAL

E BENEFÍCIO POR

AUXÍLIO-DOENÇA

NO INSS

MARA APARECIDA GIMENES

Curso de Especialização em Medicina do Trabalho ministrado pela Faculdade de Ciências

Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Título de Especialista em Medicina do

Trabalho conferido pela Associação Médica Brasileira e Associação Nacional de Medicina

do Trabalho. Curso de Especialização em Auditoria em Saúde pela Universidade Gama Filho.

Perita Médica Previdenciária do Instituto Nacional do Seguro Social.

Trabalho de Revisão:

THERESA CHRISTINA FERREIRA DA CUNHAPerita-Médica do INSS. Especialista em Cirurgia Geral.

Especialista em Ginecologia e Obstetrícia.

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Índice para catálogo sistemático:

EDITORA LTDA.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

R

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-001São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167-1101www.ltreditora.com.brProdução Gráfica e Editoração Eletrônica: RLUXProjeto de capa: Fabio GiglioImpressão: GRAPHIUMAgosto, 2014

Todos os direitos reservados

Gimenes, Mara AparecidaIncapacidade laboral e benefício porAuxílio-Doença no INSS / Mara Aparecida Gimenes;trabalho de revisão Theresa CristinaFerreira da Cunha. — São Paulo : LTr, 2014.Bibliografia.

1. Auxílio-doença 2. Contratos de trabalho —Brasil 3. Direito previdenciário — BrasilI. Cunha, Theresa Christina Ferreira da. II. Título.

14-02651 CDU-347.948:331

1. Saúde do trabalhador : Perícia médica :Justiça do trabalho 347.948:331

Versão impressa - LTr 4775.1 - ISBN 978-85-361-3040-8

Versão digital - LTr 8190.9 - ISBN 978-85-361-3092-7

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IGUAL-DESIGUAL

“Eu desconfiava:todas as histórias em quadrinho são iguais.Todos os filmes norte-americanos são iguais.Todos os filmes de todos os países são iguais.Todos os best-sellers são iguais.Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são iguais.Todos os partidos políticos são iguais.Todas as mulheres que andam na moda são iguais.Todas as experiências de sexo são iguais.Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais e todos, todosos poemas em versos livres são enfadonhamente iguais.

Todas as guerras do mundo são iguais.Todas as fomes são iguais.Todos os amores, iguais, iguais, iguais.Iguais todos os rompimentos.A morte é igualíssima.Todas as criações da natureza são iguais.Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais.Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou coisa.Não é igual a nada.Todo ser humano é um estranho ímpar.”

Carlos Drummond de Andrade

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DEDICATÓRIA

Às minhas filhas Larissa e Thais, que sempre meestimularam a superar todas as adversidades.

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Agradecimentos a todos os meus amigos médicos especialistas eperitos-médicos que colaboraram na elaboração deste livro.

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DECÁLOGO ÉTICO DO PERITO

1) Evitar conclusões intuitivas e precipitadas.

2) Falar pouco e em tom sério.

3) Agir com modéstia e sem vaidade.

4) Manter o sigilo exigido.

5) Ter autoridade para ser acreditado.

6) Ser livre para agir com isenção.

7) Não aceitar a intromissão de ninguém.

8) Ser honesto e ter vida pessoal correta.

9) Ter coragem para decidir.

10) Ser competente para ser respeitado.

Genival Veloso de França

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SUMÁRIO

Prefácio ....................................................................................................................... 15

Capítulo 1 — Introdução .............................................................................................. 17

Capítulo 2 — Enfermidades infecciosas e parasitárias (A00-B99) ................................... 48

Capítulo 3 — Neoplasias malignas (C00-D48) .............................................................. 88

Capítulo 4 — Transtornos endócrinos (E00-E90) ........................................................... 103

Capítulo 5 — Transtornos mentais e comportamentais (F00-F99) ................................. 116

Capítulo 6 — Doenças do sistema nervoso (G00-G99) ................................................. 139

Capítulo 7 — Doenças dos olhos e anexos (H00-H59) .................................................. 184

Capítulo 8 — Doenças do ouvido interno e outras doenças otorrinolaringológicas

(H60-H95) .............................................................................................. 199

Capítulo 9 — Doenças do aparelho circulatório (I00-I99) ............................................ 207

Capítulo 10 — Doenças do aparelho respiratório (J00-J99) ........................................... 235

Capítulo 11 — Doenças do aparelho digestivo (K00-K93) ............................................ 245

Capítulo 12 — Doenças do aparelho osteomuscular (M00-M99) .................................. 264

Capítulo 13 — Doenças do aparelho geniturinário, gravidez e puerpério (O00-O99) .... 314

Referências bibliográficas ............................................................................................ 325

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PREFÁCIO

Foi realizado um estudo sobre a fisiopatologia das doenças que geramincapacidade para o trabalho. Após revisão bibliográfica da literatura médica,estudos das Diretrizes da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal deMedicina, do Código Internacional das Doenças definiu-se o Tempo Padrão deConcessão de Benefício de Auxílio-Doença.

É o estudo das doenças, apoiada na avaliação da evidência dos resultados dapesquisa clínica, integra a experiência clínica individual do médico e a tomada dedecisão conscienciosa do perito, baseada na literatura médica.

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

A melhoria da gestão do Sistema de Seguridade Social racionaliza os custos egarante a sustentabilidade e proteção aos trabalhadores incapazes para realizar otrabalho habitual por problemas relacionados à saúde.

A incapacidade laboral define-se em uma situação em que o trabalhador, pordoença ou acidente, encontra-se impossibilitado para o trabalho e recebe benefíciode auxílio-doença ou acidentário da Previdência Social. A capacidade para o trabalhode uma pessoa compreende-se na faixa etária de 16 a 65 anos e está condicionadaem diferentes aspectos relacionados à saúde. O trabalho poderá ser um fator derisco para a saúde, tais como acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Aexistência da capacidade laboral depende diretamente das características eexigências do posto de trabalho.

Doenças cujo prognóstico é de melhora, o segurado do Regime Geral daPrevidência Social deverá receber o tempo de benefício necessário para recuperaçãoda capacidade laborativa. Nos casos de doenças crônicas e sequelas de acidentes,o tempo de benefício ocorre até a estabilização do quadro clínico. Para doençasque geram incapacidade para a função exercida em caráter habitual, o seguradodeverá ser encaminhado para Reabilitação Profissional do INSS e reabilitado emoutra atividade laboral compatível com sua limitação física ou mental.

A incapacidade pode ser temporária ou permanente.

Considera-se incapacidade temporária a incapacidade para a qual se podeesperar recuperação dentro de prazo estimado. Incapacidade permanente ocorrequando a incapacidade é insuscetível de recuperação com os recursos da terapêutica,readaptação e reabilitação disponíveis à época da avaliação pericial.

Incapacidade permanente parcial é quando o trabalhador acometido de umadoença ou em consequência de acidente com sequelas apresenta limitação funcionalpara o seu rendimento normal nas atividades laborais que exercia.

Quando for constatada a incapacidade para todas as funções, deverá sersolicitada a aposentadoria por invalidez, passível de revisão, conforme Diretrizes

Legais do Instituto Nacional do Seguro Social.

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Abrangência da incapacidade profissional:

Incapacidade uniprofissional: é aquela que impede de exercer uma atividadeespecífica.

Multiprofissional: quando existe impedimento de exercer diversas atividades.

Omniprofissional: implica impossibilidades para todas as atividades laborais.

Considera-se inválido quando for constatada a incapacidade de a pessoa proverseu próprio sustento, em consequência de doença ou lesão.

A invalidez total e permanente para o trabalho é a incapacidade definitivapara o exercício do cargo, função ou emprego em decorrência de alteraçõesprovocadas por doença ou acidente com a impossibilidade de ser reabilitado, levandoem conta os recursos tecnológicos existentes.

Os elementos que definem o tempo da incapacidade para o trabalho são:

• Situação da enfermidade;

• Necessidade de tratamentos do SUS ou Assistência Médica SuplementarPrivada;

• Consequência do processo patológico, das sequelas e do tratamento emrelação às atividades físicas e mentais;

• Atividade Laboral exercida em caráter habitual.

CAPACIDADE LABORATIVA

É a condição física e mental para o exercício de atividade produtiva. É aexpressão utilizada para habilitar o examinado a desempenhar as atividadesinerentes ao cargo ou função. O indivíduo é considerado capaz para exerceruma determinada atividade ou ocupação quando reúne as condiçõesmorfopsicofisiológicas compatíveis com o seu pleno desempenho. Acapacidade laborativa não implica ausência de doença ou lesão. Naavaliação da capacidade deve ser considerada a repercussão da doençaou lesão no desempenho das atividades laborais.

AUXÍLIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIO

Auxílio-doença previdenciário é o benefício devido ao segurado quedemonstrar incapacidade temporária para o trabalho por período superiora quinze dias consecutivos, após cumprida a carência, exigida por Lei.

O Regulamento de Previdência Social aprovado pelo Decreto n. 3.048/1999estabelece as situações em que o perito médico pode atuar.

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CARÊNCIA PARA RECEBER BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

Decreto n. 3.048/1999

Seção II

Da Carência

Art. 26. Cita que o período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de

contribuições mensais indispensáveis para que o requerente faça jus ao benefício de auxílio-

-doença no INSS.

Art. 27-A. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa perda

somente serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da

nova filiação ao Regime Geral de Previdência Social, com, no mínimo, um terço do número de

contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida no art. 29.

Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende

dos seguintes períodos de carência:

I — doze contribuições mensais, nos casos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez; e

Art. 30. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

I — Pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-doença causado por acidente de

qualquer natureza, acidente de trabalho ou doença ocupacional.

II — Salário-maternidade, para as seguradas empregada, empregada doméstica e trabalhadora

avulsa;

III — Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou

causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência

Social, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos

Ministérios da Saúde e da Previdência e Assistência Social a cada três anos, de acordo com os

critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira

especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado;

IV — Aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão ou pensão por

morte aos segurados especiais, desde que comprovem o exercício de atividade rural no período

imediatamente anterior ao requerimento do benefício, ainda que de forma descontínua, igual ao

número de meses correspondente à carência do benefício requerido; e

V — Reabilitação Profissional.

Parágrafo único. Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem

traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete

lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente

ou temporária da capacidade laborativa.

Art. 71. O auxílio-doença será devido ao segurado do INSS que, após cumprida a carência

exigida, quando for o caso, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual

por mais de quinze dias consecutivos.

§ 2º Será devido auxílio-doença, independentemente de carência, aos segurados, obrigatório e

facultativo, quando sofrerem acidente de qualquer natureza.

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Portaria Interministerial n. 2.998 MPAS/MS, de 23.8.2001

Art. 1º As doenças ou afecções abaixo indicadas excluem a exigência de carência para a concessão

de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez aos segurados do Regime Geral de Previdência

Social — RGPS:

I — tuberculose ativa;

II — hanseníase;

III — alienação mental;

IV — neoplasia maligna;

V — cegueira;

VI — paralisia irreversível e incapacitante;

VII — cardiopatia grave;

VIII — doença de Parkinson;

IX — espondiloartrose anquilosante;

X — nefropatia grave;

XI — estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

XII — síndrome da deficiência imunológica adquirida (Aids);

XIII — contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; e

XIV — hepatopatia grave.

Art. 2º O disposto no art. 1º só é aplicável ao segurado que for acometido da doença ou afecção

após a sua filiação ao RGPS.

Art. 3º O Instituto Nacional do Seguro Social — INSS adotará as providências necessárias à sua

aplicação imediata.

Art. 4º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

O disposto no art. 1º só é aplicável ao segurado que for acometido da doença ou afecção após

a sua filiação ao Regime Geral da Previdência Social.

Nota:

Os Ministros da Previdência e Assistência Social e da Saúde elaboraram e publicaram, mediante

a Portaria Interministerial n. 2.998, de 23.8.2001, a lista de doenças ou afecções que excluem a

exigência de carência para a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.

AUXÍLIO-DOENÇA

Decreto n. 3.048/1999

Sub Seção V

Art. 71

§ 1º Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência

Social já portador de doença ou lesão invocada como causa para a concessão do benefício,salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença

ou lesão.