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SEMINÁRIOS INTEGRADOS EM SAÚDE- OBESIDADE
FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA
Resistencia à insulina
Clínica
Fisiologia
Transtornos Alimentares
Discussão
INTE
RVAL
O 1
5 M
IN Biomarcadores na obesidade
Disfunção Endotelial
Discussão
OBESIDADEFisiopatologia
Ieda Dorneles
Ieda Dorneles
Obesidade
A obesidade pode ser definida como o acúmulo excessivo de gordura
corporal, fator que traz prejuízos à saúde, destacando-se as dificuldades
respiratórias, problemas dermatológicos e distúrbios do aparelho locomotor, além de
favorecer o desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo II, dislipidemias, doenças
cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Conceito:
Panel, NHLBI Obesity Education Initiative Expert. "Clinical guidelines on the identification, evaluation, and treatment of overweight and obesity in adults." (1998)).
ETIOLOGIA COMPLEXA INTERAÇÃO
DOENÇA MULTIFATORIAL
FATORES COMPORTAMENTAIS
CULTURAIS GENÉTICOS
DOIS CONTEXTOS:FATORES GENÉTICOS OU ENDÓCRINOS E METABÓLICOS
POR INFLUÊNCIA DE FATORES EXTERNOS
ORIGEM DIETÉTICA
COMPORTAMENTAL
AMBIENTAL
FISIOLÓGICOS
PSICOLÓGICOS
(NOBREGA, 1998; BOUCHARD, 2000; DAMASO, 2003).
PRINCIPAL FATOR DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE RESISTENCIA
À INSULINA E DIABETES TIPO II
Balanço energético
Energia armazenada Estado prandial
Glicogênio Tiacilgliceróis
Capacidade limitada Capacidade ilimitada
Síntese dessas macromoléculasANABOLISMO
Regulação do gasto energético
Bear, 2008
Jejum Estado pós absorvitivo
Glicogênio e tialcilgliceroisCombustível para o metabolismo celular
catabolismo
O sistema está em um balanço adequado quando as reservas energéticas são repostas na mesma taxa em que são gastas.
Obesidade= desequilíbrio entre a ingestão e o gasto corporal de energia
Bear, 2008
CONTROLE DO BALANÇO ENERGÉTICO
Realizado por conexões neuroendócrinas
hormônios circulantes leptina
insulina
sinalizam
neurônios especializados do hipotálamo
Estoques de gordura
induzem respostas apropriadas
Estabilidade
Maioria dos casos de obesidade se associa com quadros de resistência central à ação da leptina e da insulina
Manutenção
Mecanismos centrais da manutenção da homeostase energética-HISTÓRICO
• 1840- Autópsia obesos= tumor hipofisiário
• 1901-lesão hipofisiaria= causa da obesidade
• FINAL DA DÉCADA DE 30- obesidade hipotalâmica em ratos sem lesão hipofisiaria.
• 1940-Anand e Brobeck descreveram o desenvolvimento de afagia em ratos e gatos após
lesão bilateral de uma pequena área localizada no hipotálamo lateral.
• Existência de um centro da fome e um centro da saciedade regulados por neurônios do
hipotálamo.
CONTROLE DO BALANÇO ENERGÉTICO REGULADO POR POPULAÇÕES ESPECIFICAS DE NEURÔNIOS SITUADOS EM SUA MAIOR PARTE NO HIPOTÁLAMO
Mecanismos regulatórios
Múltiplos mecanismos regulatórios agem a curto prazo ou a longo prazo para manter as reservas de gordura corporal ajustado a um dado ponto de equilíbrio.
REGULAÇÃO CENTRAL
Hipotálamo lateral
Hipotálamo ventromedial
Adaptado de Bear, 2008.
CENTRO DA FOME
CENTRO DA SACIEDADE
DE ONDE VEM ESSE EQUILIBRIO ENTRE A INGESTAO E O GASTO NO INTUIDO DE MANTER AS RESERVAS CONSTANTES?
1953, Kennedy propôs que isso poderia ocorrer por meio da detecção, pelo hipotálamo, de metabólitos presentesna circulação.
Animais submetidos à restrição alimentar retornam ao seu peso inicial assim que a oferta é reestabelecida e manipulações na densidade energética do alimento por meio da sua diluição em material inerte. P
ARABIOSE
Adequação da quantidade ingerida à quantidade de calorias, e não ao volume.
CAMUNDONGOS ob/ob e db/dbObesidade extrema.
Parabiose de ob/ob com controlesPerda de peso apenas nos obesos
Parabiose de db/db com controles Perda de peso apenas nos controles
Concluiu-se que os animais ob/ob seriam deficientes em um fator circulante que inibe a ingestão alimentar, enquanto os db/db produziriam esse fator em excesso, mas não seriam capazes de responder a ele.
Identificação da leptina pela clonagem do gene ob e do receptor da leptina pela clonagem do gene db.
Leptina• Produzida pelo tecido adiposo branco.• Possibilidade de uma comunicação entre tecido adiposo e
cérebro.• Concentração no sangue reflete a quantidade de gordura
armazenada
• Ação:
Ingestão alimentar
Gasto energético
+ Gordura+ Leptina
Diminuição Aumento
Leptina NPYPOMC AGRPCART MCHCRH/ Urocortina Oxerinasα-MSH Noradrenalina Serotonina Grelina
Substâncias envolvidas no controle do apetite, ingestão alimentar e saciedade.
Beck B. Neuropeptides and obesity. Nutrition2000; 16: 916-23.
OUTROS NEUROMODULADORES
Anorexígenas Orexígenas
Leptina Endorfinas
Serotonina Galanina (GAL)
Norepinefrina Cortisol
Insulina Grelina
Colecistocinina (CCK) Endocanabinoides
Peptídeo YY (PYY)
GUYTON, A. C. et al. 2011
Controle do comportamento alimentar e do peso corporal
O controle da ingestão alimentar e do peso corporal é divido em dois sistemas:
CURTO PRAZO
LONGO PRAZO
que determina o início e o término de uma refeição
responsável pelo estoque de gordura corporal
CCK
PYY
Grelina
Leptina
Insulina
Beck B. Neuropeptides and obesity. Nutrition2000; 16: 916-23.
REGULAÇÃO A CURTO PRAZO
• Distensão gástricaSinal de saciedade
Estas informações chegam ao núcleo do trato solitário no tronco cerebral e ao hipotálamo, inibindo o NPY e a AGRP por via anabólica e determinando o fim da refeição.
A distensão do estômago e a digestão dos alimentos estimulam o nervo vago e os nervos espinhais e promovem a liberação de CCK e PYY.
Ação do neuromoduladores
leptinaque ocorre com o aumento da gordura corporal
balanço energético positivoestimula o POMC e o CART
Via catabólica
inibe os neurônios NPY/AGRP
Via anabólica no hipotálamo
α-MSH
MC4R ingestão alimentar
Derivado da POMC
Ação dos neuromoduladores
α-MSHMCR-3
MCR-4
Diminuição do consumo
Núcleo do trato solitário
Ativação do sistema nervoso
simpático
Aumento do gasto
energético
(GUYTON, A. C. et al. 2011)
Ativação
AgRP
Aumento da
ingestão alimentar
Adiposidade e obesidade
Ação do neuromoduladoresgrelina Iniciador de refeição
balanço energético negativo
Regulação do peso corporal
estimula os neurônios NPY/AGRP
AGRP
MC4R adiposidade
Curto e longo prazo
Bloqueia a sinalização
2 hs antes de uma refeição
ingestão alimentar
peso corporal
LEPTINA RECOMBINANTE• Camundongos ob/ob: ausência do gene da leptina
Cura da obesidade?
Adaptado de Bear, 2008.
LEPTINA
• Em seres humanos...
LEPTINA
• Em seres humanos...
RESISTÊNCIA À LEPTINA
REDUZIDA SENSIBILIDADE DE NEURÔNIOS NO ENCÉFALO À LEPTINA CIRCULANTE NO SANGUE
REDUZIDA EXPRESSÃO DE RECEPTORES PARA LEPTINA EM NEURONIOS DO HIPOTALAMO PERIVENTRICULAR
NEUROMODULADORES
• Sintetizados principalmente pelos neurônios do núcleo arqueado. A ligação da leptina ao seu receptor estimula:– Neurônios pró-opiomelanocortina anorexígenos (POMC)
• hormônio α-melanócito estimulante (α-MSH)• transcrito relacionado a cocaína e a anfetamina (CART)• Sua ativação: ↓ ingestão alimentos e ↑ gasto energético.
– Neurônios produtores de substâncias orexígenas• neuropeptídio Y (NPY)• proteína relacionada ao agouti (AgPR) • Sua ativação: ↑ ingestão alimentos e ↓ gasto energético.
GUYTON, A. C. et al. 2011
Mecanismos de ação da LeptinaSinalização de leptina
hipotálamoReceptores de leptina
Sintese de neuropetídeos anorexigenicos
Neuronios do NA
POMC
SACIEDADE
Ligação aos receptores
Inibem a síntese NPY
Propriedade inibidora do apetite
ingestão alimentar
A-MSHCART
CRH
ingestão alimentar TERMOGÊNESE
Relação liquor/leptina séricaLEPTINA ELEVADA NA OBESIDADERELACIONADA AO IMC E A MASSA GORDA Contribui para manter o peso corporal elevado em alguns
sujeitos obesos; Presença de altos níveis de leptina no plasma- indicativo de
uma resistência, seja por sua síntese ou secreção, por alterações no transporte cerebral, ou anomalias nos receptores;
Taxas no líquor reduzidas; Aumento da concentração sérica= numero de células
adiposas.
Leptina e obesidade
INDIVÍDUOS OBESOS
NÚMERO MAIOR DE CÉLULAS ADIPOSAS
Maior quantidade de RNAm ob, encontrada em seus adipócitos, do que em indivíduos eutróficos.
O tamanho do tecido adiposo não depende somente da concentração sérica de leptina, uma vez que a redução de 10% do peso corporal provoca uma diminuição de aproximadamente 53% de leptina plasmática, sugerindo além da adiposidade tecidual, outros fatores, estão envolvidos na regulação de sua produção.
Romero & Zanesco (2006),
A obesidade não é caracterizada pela deficiência de leptina
A incapacidade da elevação dos níveis de leptina para alterar o estado de obesidade destas pessoas, pode ser relacionada:
com a resistência à leptina incapacidade da leptina em entrar no fluido cérebro-espinhal, para alcançar as regiões hipotalâmicas
ou pode simplesmente refletir a
quantidade de tecido adiposo
nessas pessoas
Indivíduos obesos apresentam elevados níveis plasmáticos de leptina, cerca de cinco vezes maiores do que aqueles encontrados em sujeitos magros
alterações no receptor de leptina ou a uma deficiência em seu sistema de transporte na barreira hemato-encefálica, denominado resistência à leptina
hiperleptinemia, encontrada em pacientes obesos
Relação liquórica/leptina sérica
Resistência poderia resultar de um defeito de transporte da leptina ao SNC. defeito no pós-receptor
Falha na ativação dos mediadores neuroendócrinos
Reguladores do peso corporal
acúmulo excessivo de leptina curto prazo
diminuição dos receptores centrais
reajuste do seu efeito inibitório sobre o apetite
insuficiência do sistema de transporte da leptina para dentro do cérebro, pacientes obesos = uma diminuição das concentrações liquóricas de leptina, quando comparadas às concentrações plasmáticas do hormônio
INSULINARegula o balanço energético
efeitos anabólicos
concentrações de insulina
inibição da lipólise
reduz a mobilização dos ácidos graxos presentes no tecido adiposo
depleção do glicogênio muscular
O índice glicêmico dos alimentos deve ser levado em conta, uma vez
que alimentos com alto índice glicêmico tendem a fazer aumentar
as concentrações de insulina e, com isso, impedir o processo de
queima das gorduras.
leptina
insulinaação hipotalâmica efeitos catabólicos
leptina aumenta a oxidação de ácidos graxos no músculo esquelético indivíduos magros
obesosNa obesidade o aumento dos níveis de leptina pode ocorrer devido à hiperinsulinemia crônica
Mais importante do que o papel antiobesidade, antes atribuído à leptina, é que este hormônio é responsável pelo fornecimento da informação ao cérebro de que o organismo está passando fome.
Com a ausência da leptina, o cérebro tem a sensação de fome, apesar da obesidade.
Steinberg et al. (2002)
Leptina X sensibilidade à insulina Independe da obesidade da idade, do sexo, da relação circunferência cintura-
quadril.
Crianças e adolescentes obesoso determinante principal da variação dos níveis de leptina, em, é o IMC e não a insulina basal e o índice de resistência à insulina.
Há associação inversa, isto é, quanto menor a sensibilidade à insulina, maior o nível de leptina
OLIVEIRA et al., 2004
Aplicações e perspectivas futuras
A identificação dos genes regulados pela leptina melhorou o conhecimento sobre como esta causa os seus efeitos a nível do peso e do apetite, e também pode abrir novos campos de investigação no que diz respeito à criação de novos fármacos que estimulem a perda de peso.
Como afeta o sistema nervoso e outros tecidos do organismo. Tanto na obesidade quanto em outras doenças.
Longo caminho
Bear, 2008
GRELINAATIVIDADE OREXÍGENA
Papel na sinalização dos centros hipotalâmicos que regulam a ingestão alimentar e o balanço energético
Administrada perifericamente ou centralmente, reduz a oxidação das gorduras e aumenta a ingestão alimentar e a adiposidade.
Mota & Zanesco (2007)
Controle da secreção ácida (estimulação) e da motilidade gástrica.
Influência sobre a função endócrina pancreática e metabolismo da glicose
Envolvida no estímulo para iniciar uma refeição
FATORES HORMONAIS GASTROINTESTINAIS GRELINA
É orexígeno
Funções:Inicia impulso alimentar.↓ ação da Leptina↑ secreção e motilidade do TGI
Ação no Hipotálamo:Estimula neurônios orexígenos (NPY e AgRP) ↑ fome.É inibida pela hiperglicemia pós-prandial e a hiperinsulinemia.
Grelina
Após refeições ricas em hidratos de carbono concomitantemente com a elevação da insulina plasmática.
Mudanças agudas e crônicas no estado nutricional
Diretamente envolvida na regulação a curto prazo do balanço energético
jejum prolongado
hipoglicemiaapós uma refeição ou administração intravenosa de glicose
Tipos de nutrientes, e não o seu volume, os responsáveis pelo aumento ou diminuição pós-prandial dos níveis plasmáticos de grelina.
Refeições ricas em proteínas animais e lipídeos, associados aumento pequeno da insulina plasmática.
grelina
ROSICKA et. al., 2003
Fatores que alteram as concentrações de Grelina
Cirurgia bariátrica reduz a ingestão alimentar, acelera a saciedade e causa má-absorção de nutrientes da dieta.
A cirurgia de bypass gástrico é freqüentemente usada como um tratamento de sucesso para a obesidade
Balanço energético negativo
Síndrome de Prader-Willi Enquanto a obesidade leva a uma diminuição dos níveis de grelina, a obesidade associada a esta síndrome acompanha-se de níveis elevados de grelina sérica, que não declinam após uma refeição.
Considerações finais
Hormônios abordados relação positiva com a obesidade;
No controle do apetite; Através de estímulos hipotalâmicos; Na captação de glicose sanguínea, balanço energético, Mobilização dos ácidos graxos livres provenientes do
tecido adiposo; tecido adiposo é responsável por secretar adipocinas
ligadas ao processo inflamatório que é a obesidade.
Considerações finais Há evidências que mostram que a obesidade está ligada à
genética, devido à proliferação de células adiposas na infância; Relação positiva do consumo de alimentos de alto índice
glicêmico com o aumento das concentrações de insulina e,consequentemente, há inibição do processo de quebra de gorduras, a lipólise.
Algumas outras adipocinas importantes no processo inflamatório da obesidade não foram abordadas de forma mais aprofundada, como a TNF-α, Adiponectina, IL-6, porém, exercem papel relevante no processo inflamatório da obesidade.
OBESIDADEFisiopatologia
Ieda Dorneles
Ieda Dorneles