2 Classificação dos Antibióticos, 11 3* Testes de Sensibilidade In Vitro, 17 4 Mecanismos de Ação dos Antimicrobianos, 23 5 Resistência Bacteriana, 3 7 6 Efeitos Adversos dos Antimicrobianos, 53 7 Critérios para o Uso Racional dos Antimicrobianos, 61 8 Uso de Antin1icrobianos em Situações Especiais, 75 9 Uso Profilático dos Antimicrobianos, 117 } Q Penicilinas. Inibidores de Beta-Lactamases, 149 J} Cefalosporinas, 179 15 Rifamicinas, 253 1 7 Lincosamidas, 289 2 Ü Drogas Antifólicas. Sulfonamidas, Sulfonas e Diaminopirimidinas, 319 21 Quinolonas, 343 24 Drogas Antiprotozoárias, 381 Drogas Anti-helmínticas, 425 I HISTÓRICO homem e os micróbios partilham uma vida em comum que se perde na som bra do tempo, e, certamente, desde a pré-história, os micróbios provocam doença no homem. Entretanto, as causas destas doen ças só começaram a ser descobertas no século XIX, a partir de 1878, graças, sobretudo, aos t rabalhos de Pasteur e Koch, e de seus contem porâneos, que demonstraram a origem infec ciosa de várias enfermidades do homem e de outros an imais. Embora só recentemente a natureza in fecciosa de muitas doenças tenha sido desco berta, a história da humanidade tem mais de 50.000 anos e desde longo tempo o homem utiliza substâncias para combater as infecções. Chineses, hindus, babilônios, sumérios e egíp cios empregavam plantas medicinais e seus derivados, e, também, produtos de origem ani mal, como a gordura, toucinho, mel, ou de ori gem mineral, como o sal de cozinha e sais ou óxidos simples, contendo cobre, antimônio, chumbo e outros. As primeiras descrições sobre o uso de an timicrobianos datam de 3.000 anos, quando os médicos chineses usavam bolores para t ra tar tumores inflamatórios e feridas infectadas, e os sumérios recomendavam emplastros com uma mistura de vinho, cerveja, zimbro e amei xas. O valo r terapêutico desta última mistura, certamente, era decorrente da ação antimicro biana do álcool contido no vinho e na cerveja, e do ácido acético contido no zimbro. Já o va lor dos bolores, possivelmente, devia-se à ação produzidos pelos fungos neles e absolutamente desconhecidos na- quela época. Aliás, as propriedades terapêuti cas dos fungos existentes nos mofos e bolores foram também aproveitadas pelos médicos indianos antigos, que há mais de 1.500 anos re comendavam a ingestão de certos mofos para a cura de disenterias, pelos índios norte-ame ricanos, que utilizavam fungos para o trata mento das feridas, e pelos Maias, que também usavam fungos para o tratamento de úlceras e infecções intestinais. Até mesmo Hipócrates, que viveu cerca de 400 anos antes de Cristo, empregava a lavagem de ferimentos com vi nho, para evitar a infecção, e recomendava o uso de bolores tostados para o tratamento das doenças genitais femininas. Utilizados de maneira empírica na época, sabe-se hoje em dia que várias plantas e produ tos indicados na Antigüidade e na Idade Mé dia apresentam propriedades antiinfecciosas graças a substâncias presentes em sua compo sição. É assim que a romã (Punica granatum), utilizada como anti-helmíntico desde a mais re mota Antigüidade, e referida por Dioscórides, deve suas propriedades a alcalóides denomina dos peletierinas, presentes, sobretudo, na casca da raiz. A cebola e o alho contêm a alicina, e o rabanete contém a rafanina, substâncias com ação antimicrobiana e anti parasitária. O vinho, utilizado por Hipócrates para a lavagem de feri mentos e pelas legiões romanas sob a forma de compressas, exerce efeito antibacteriano e an tiviral devido à ação do álcool e de polifenóis existentes em sua composição. Já o mel, utili zado em bandagens, exerce efeito anti-séptico graças à sua alta osmolaridade, desidratando as bactérias, c à liberação de água oxigenada, letal para os microrganismos. Da mesma maneira, a geléia real, segregada por abelhas-obreiras e ter 8~'30 tó . a'll-0 ·~.,- d .,... Pica ,. ..... fe . etn -ou e banda ~~ r1-• . Yersão lllais lllod gens com titui-se num etir~.. erna, com açúca mel fj 'd · ~método d rcons-en as Cirúrgicas infect d e tratamento d taque a mistura de gord~ as. Merece ainda des~ que se produz um dos r~s ~om cinza, com o dutos Utilizados na r 013ls Importantes pro- h. . . Impeza do b. Igienização pessoal b am Iente e na D -osa ão urante a Idade M 'd· . . e Ia sub tA . ongem vegetal, animal e ~ s anelas de ram a ser usadas sem mhm~ral continua- d o con ec1m t . e suas propriedades , . en o maJor confundindo-se freqü~u;mico-farmacêuticas, com a · 0 emente a Medicina m. magta. As doenças eram atribuídas aos fi .Iasmas, aos maus espíritos, aos humores de a das das Prin-...:__ . . ern doses ade -·---~ tru1r os rn· qlladas, h Icrorga · urnana D n•srnos &eJn d . esta forrn . o século XIX a? cas 'as condtçõ . que Permitiram 0 ~ quimioterapia. nascunento da Umada · b · s Pnmeiras b • Ianas assim d b su Stàncias de u , esco erta foi a .. ma arvore chamada . quinina, obti.L no Peru e de a - cmchona e,: "&\\ii I , . çao notável ' "'stente ma ana. Seu uso ;·a, na terapêutica da era conh ·d empregada sob a forma d ecJ o desde 1633 chona p e Pó da casea d . ' ara o tratamento de f; b a CJn. 1820 a substância ativa, a ~ .res; m~ só ern laboratorialmente U qumma, foJ ISOlada bém isolada de pl;nt:s afio.utra su~stância tam. OI a emetma il" contra a amebíase e obt"d d . 'ut J.Zada h 1 a a raiz da ip n a, um arbusto nativo do B il ecacua. I · d' ras e usado ez~~oso_s do corpo humano (sangue, bile) ; rea IZaçao. de atos maldosos e, nesta época de o~scuranttsmo, a prática médica pouco evo lu~~· Pelo contrário, métodos violentos eram utthzados no trata~ento das doenças, empre g~ndo-se as sang:I~s. profusas, os purgantes v~olentos~ os vomztonos enérgicos e as cirur- os m lgenas no tratamento d d. ,. pe. d · . as tarre1as Nos las atuats, substâncias com atividade ·. . crob · · · antlmJ- gzas, mutzlantes, muitas vezes acompanhados de formulas mágicas e preces misteriosas. Tais métodos de tratamento permaneceram em uso até o século XIX, acrescidos, porém, de novas drogas introduzidas na prática médica após o ano de 1500. Iana ongmadas de plantas voltam . . . a Inte- ressar os Cientistas, considerando a possibilida- d~ ~e seu emprego na terapêutica de infecções VIrais, bactenanas, protozoárias e helmínticas, ou mesmo como estimuladoras imunitárias. A demonstração, no século XIX, da ori gem infecciosa de várias doenças estimulou a pesquisa no sentido de se descobrir substân cias específicas no combate aos germes. Em re sultado destas pesquisas, no início do século XX, surgiram os primeiros quimioterápicos de ação sistêmica. Os trabalhos pioneiros neste campo devem-se a Paul Ehrlich, que elaborou as teorias sobre a ação das drogas antimicrobia nas (ligação a receptores específicos na célula sensível) e estabeleceu os princípios básicos da quimioterapia (a droga deve ter ação seletiva sobre o agente agressor em dose tolerad~ pe los tecidos do hospedeiro agredido). Ehrbch e seus colaboradores, no Instituto Ex-perimental de Frankfurt dedicaram-se ao estudo da ação , . . antimicrobiana de um composto do arsemco . · · · des· chamado atoxil. Tms estudos permitiram a Embora o uso de substâncias químicas e derivados de plantas seja tão antigo quan to a humanidade, somente a partir do século XVI, com o desenvolvimento da alquimia, as drogas medicinais passaram a ser obtidas por métodos laboratoriais. Data desta época o em prego do mercúrio para o tratamento da sífi lis, introduzido por Fracastorius; a difusão do uso terapêutico dos sais de antimônio, potás sio e arsênio, e de tinturas de plantas, popula rizados por Paracelso; o surgimento do ácido clorídrico, do amoníaco e de substâncias orgâ nicas como os fenóis e cresóis. O maior conhe cimento dos métodos laboratoriais permitiu, também, o estudo das plantas com proprieda des terapêuticas, procurando-se isolar os seus princípios ativos. De início, as substâncias ex perimentadas (fenóis, formo] e outras) revela ram-se eficazes na destruição dos germes, mas Mm na terapêutica antiinfeccio coberta da açiio anti-sifilítica do 60611 compo: to derivado do atoxil denominado Salvarsan ' o qual foi introduzido por Ehrlich em 1910 para a terapêutica da sífilis e da f~bre re.cor;e:;: te. Graças aos trabalhos de Ehrhch (Fig. · verificou-se ser possível a obtenção de toxicidade para seres superiores. a n de ~ansformações quími básicas, o que conduziu à e síntese química dos derivados sul faxn{dicos, utilizados inicialmente como coran teS. Por tais descobertas, iniciando a moderna terapêutica das infecções, Ehrlich é considera do o pai da quimioterapia. As descobertas de Ehrlich e de seus cola boradores revolucionaram a terapêutica e pro vocaram o desenvolvimento da pesquisa e da indústria químico-farmacêutica, objetivando a obtenção de novas substâncias medicamen tosas sintetizadas em laboratório. A finalidade principal era a de se obter drogas ativas contra os microrganismos, mas de baixa toxicidade para o homem, de tal modo que pudessem ser utilizadas nas infecções sistêmicas. Em 1912, Gaspar Vianna, notável pesqui sador brasileiro, demonstrou que o tártaro emético (tartarato de antimônio e potássio) apresentava atividade terapêutica na leishma niose tegumentar, iniciando, assim, o trata mento racional das doenças parasitárias. Mais tarde, esse medicamento passou a ser utiliza do, também, na cura do calazar e da esquistos somose. Na década de 1920, surgiram a pama quina, de ação antimalárica, e a suramina e a triparsamida, drogas ainda hoje utilizadas no tratamento da tripanossomíase africana. Data também desta época a introdução de drogas antiamebianas de síntese, como o glicobiarsol e outros. O próximo grande passo na história das drogas antimicrobianas ocorreu na década de 1930, com a demonstração da atividade tera pêutica das sulfonamidas contra as infecções bacterianas sistêmicas. Já conhecidas desde o início do século XX, as sulfas eram utiliza das como corantes, e, embora Eisenberg, em 1913, tivesse verificado que estas substâncias exerciam um efeito antibacteriano in vitro, os produtos então existentes eram muito tóxicos para o homem. Foi graças a Gerhard Domagk que as sulfas ganharam o destaque como dro gas medicamentosas. Domagk (Fig. 1.2), em 1932, pela primeira vez demonstrou a ativida de antibacteriana das sulfas in vivo, utilizando a sulfamidocrisoidina (Prontosil rubrum®) no tratamento de infecções em camundongos. O Prontosil® foi, também, o primeiro derivado sulfamídico empregado na terapêutica das in fecções bacterianas humanas, tendo sido usa do, com sucesso, pela primeira vez, na própria filha de Domagk, que apresentava uma infec- Gehard Johanes Paul Domagk (1895-1964}. Em 1933, a droga foi em um paciente com sepse es curando-o, estabelecendo-se em definitivo o valor do novo medicamento. Logo depois, foi demonstrado que a substância ativa do Prontosil® era a sulfanilamida, composto químico já conhecido desde 1908, sintetizado por Gelmo e que constitui a base de obtenção das sulfonamidas. O período de 1938 a 1942 caracterizou-se pelo surgimento de inúmeros derivados sulfa mídicos dotados de atividade antibacteriana e com diferentes propriedades farmacodinâ micas e toxicológicas. Muitas das sulfas desta época são ainda utilizadas, destacando-se a sul fadiazina, o sulfatiazol e a sulfamerazina. A Segunda Guerra Mundial provocou um grande desenvolvimento da indústria quími co-farmacêutica de síntese, originando-se daí inúmeros novos quimioterápicos. Surgiram, no decorrer da guerra e logo após o seu tér mino, novas sulfas de ação mais prolongada, como o sulfametoxazol; novos antimaláricos, co mo a cloroquina, a amodiaquina e a primaqui na; novos anti-helmínticos, como a piperazina (já empregada anteriormente no tratamento da gota) e a dietilcarbamazina; e inúmeras outras inovações na quimioterapia antiparasi tária, caracterizadas pela alta eficácia, melhor comodidade posológica e baixa toxicidade, uti lizadas atualmente contra diferentes helmin tíases e protozooses. Foi também coincidindo com a Segunda Guerra Mundial que o mundo assistiu ao surgimento de uma nova era no tra tamento das infecções, com a introdução dos antibióticos na prática médica. O termo antibiose foi criado por Vuille min, em 1889, para designar o processo natu ral de seleção pelo qual um ser vivo combate um outro para assegurar sua sobrevivência. Dez anos mais tarde, Ward estendeu o termo para significar o antagonismo microbiano. Tal processo já era conhecido desde o surgi mento da era bacteriana, com a verificação de que certos germes não cresciam na presença de outros, conforme assinalado por Pasteur e Joubert, em 1877, em suas experiências com o bacilo do antraz. Entretanto, deve-se a Er nest Duchesne o primeiro trabalho científico foi demonstrado que os fungos exer terapêutica contra os germes. Em seus estudos publicados em Lyon, França, este autor descreveu ~ngos, especialmente o Penicilliu,:u~ moculados em um animal 1· unt g ueu,., . amente certas bacténas patogênicas, eram ca COfll atenuar a virulência dos micróbios .Pazesfi de . In ectan tes; e conclum que a concorrência bioló . - entre fungos e bactérias seria de utilid dgica h. . fil , . a e na Igiene pro atlca e na terapêutica. A descoberta da penicilina G, 0 prim · "b"ó · d ·1·d d euo anti 1 t1co e Utli a e clínica, ocorreu quan- do Alexander Fleming estudava culturas de Staphylococcus aureus no St. Mary's Hospital de Londres. Em setembro de 1928, observou que culturas desta bactéria deixadas sobre uma bancada tinham-se contaminado por um fungo do ar e que ao redor do fungo con taminante não existia crescimento do estafilo coco. Fleming (Fig. 1.3) estudou o fenômeno observado, verificando que o fungo pertencia ao gênero Penicillium, mais tarde identificado como o P. notatum (atualmente denominado P. chrysogenum), o qual elaborava uma subs tância que, difundindo-se no meio de cultura, exercia efeito antimicrobiano sobre a bactéria ali presente. Constatou, ainda, que a substân cia era filtrável, não-tóxica para animais e que exercia atividade antibacteriana não só contra os cstafilococos, mas também contra os estrep tococos, bacilo diftérico, gonococo e menin- I ig. 1 .. \ Alcxander Fleming ( 1881-1955 ). Capítulo 1 ta da • auv téri • seria de das mfecções. de Fleming não foi· ap . rovei- clialtO, po~que não havia tecnologia para cultivar o fungo em rand .aele, separar o antibiótico do ; · de "fi , 1 Cio e ltUJra e pun ca- o. Em 1939 Dubos t b . ' , ra a- Jbando no Instituto Rockefeller nos EUA · . . . d I , ISO- lou a ttrotncma c cu turas do Bacillus br · . d I ~ evzs, uma bacténa o so o. Esta substância most d . . b" rou ativida e antnmcro 1ana potente contra ba _ . . c térias gram-posittvas, mas revelou-se muito tóxica para uso nas infecções sistêmicas de ani mais. A descoberta da tirotricina, entretanto, estimulou a pesquisa sobre substâncias antimi crobianas diferei~tes das sulfonamidas e que tivessem uma ongem natural. E foi em razão desse interesse que Floreye Chain, pesquisado res da Universidade de Oxford, retomaram as pesquisas de Fleming sobre a penicilina. Graças aos trabalhos de Chain, Florey e co laboradores, a penicilina pôde ser isolada das culturas do Pe1zicíllium e desenvolveram-se no vas técnicas para sua obtenção. O antibiótico isolado era ativo contra bactérias gram-positi vas e, ainda que impuro, mostrou-se eficaz e desprovido de toxicidade no tratamento de in fecções em animais de experimentação, passan do, em seguida, a ser empregado em enfermos com processos infecciosos bacterianos. As dificuldades técnicas para a obtenção da penicilina, em 1941, na Inglaterra, eram grandes, acentuadas pelos transtornos impos tos pela Segunda Guerra Mundial na Europa. Por isto, Florey e seu grupo migraram para os EUA, onde o suporte técnico e científico de outros pesquisadores e as facilidades mate riais e financeiras permitiram a obtenção, ~m escala industrial, do antibiótico que revoluciO nou o tratamento das infecções causadas por bactérias gram-positivas, treponemas e cocos gram-negativos. _ A era da antibioticoterapia estava, entao, iniciada, envolvendo novos técnicos e cientis tas, com novos métodos, equipamentos e mate riais relacionados à química, à biologia e à far macologia, e exigindo a montagem de novas · 1· - da estruturas de produção c comerCia 1zaçao nova droga. O resultado final deste processo e tecnológico refletiu-se na mudança de expectativa de inmneraa doenças sas, antes de diftcil tratamento, apresentando agora melhor prognóstico, com elevado índice de cu~a e poucas seqüelas (Tabela 1.1 ). Todo esse gigantesco processo teve origem com o modesto trabalho iniciado por Fleming e de senvo_lvido por Florey c Chain, sendo os três agracm<.~o~ com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Mcdtcma de 1945 por sua contribuição pa ra o bem-estar da humanidade. A demonstração do efeito terapêutico da penicilina G estimulou os cientistas na busca de novas substâncias anti infecciosas originadas de microrganismos. As pesquisas realizadas nos anos seguintes levaram à descoberta da estrep tomicina, da ccfalosporina C, da eritromicina, das tetraciclinas, da cloromicetina e de outros antibióticos naturais, obtidos da fermentação de fungos ou de bactérias do meio ambiente. A descoberta de novos antimicrobianos mostrou-se importante, sobretudo pela obser vação de que a sensibilidade das bactérias às drogas podia sofrer variações, encontrando-se microrganismos pertencentes a urna mesma espécie nos quais algumas estirpes ou raças , . . eram senstveis, enquanto outras eram resisten- tes à ação de um mesmo antibiótico. Com isto, verifica-se que o fenômeno da resistência bac teriana aos antimicrobianos, tão seriamente es- LETALIDADE (%) Doença Pneumonia , . Era Pré- Era Pós- Antibiótica Antibiótica 20-85 cerca 5 • kífcio da antibioticoterapia. en,mJ,rur ,,.nt·n da antibioticoterapia um novo impulso quando, em 1959, Batchelor e outros pesquisadores, dos Labora tórios Beecham, na Inglaterra, descobriram o método prático de obtenção do ácido 6-amino penicilânico ( 6-APA), substância que constitui o núcleo central da penicilina G. Tal método consistiu na interrupção, em determinada fase intermediária, do processo fermentativo de ob tenção da penicilina, e tornou acessível a pro dução industrial do 6-APA. A introdução de novos radicais sobre o 6-APA permitiu o surgi mento de novos antibióticos penicilínicos, ca racterizados por terem parte de sua obtenção realizada pelo processo fermentativo natural e parte resultante de reações químicas progra madas em laboratório. Inaugurava-se, assim, a era dos antibióticos semi-sintéticos. A meticilina, introduzida em 1960, foi a primeira descoberta inovadora desta nova era, por ser uma penicilina resistente à inativação pela penicilinase produzida por estafilococos resistentes à ação da penicilina G. Em 1961, surgiu a oxacilina, com propriedades antimi crobianas semelhantes à meticilina, mas com a vantagem da absorção por via oral. No mesmo ano, e ainda fruto do avanço das pesquisas rea lizadas pelo Laboratório Beecham, apareceu a ampicilina, a primeira penicilina com amplo espectro de ação, capaz de agir contra bacilos gram-negativos, especialmente enterobacté rias e o hemófilo. Desde então, inúmeras fo ram as penicilinas semi-sintéticas descobertas, com propriedades antimicrobianas e farmaco dinâmicas diferentes da penicilina G natural, destacando-se a carbenicilina e a ticarcilina, por sua ação sobre a Pseudomonas aeruginosa, e as modernas penicilinas, como a piperacilina e o mecilinam, com potente ação contra os germes gram-negativos. . A descoberta dos processos semi-sinté tico~ na obtenção de novas penicilinas pro duzm uma ativa pesquisa envolvendo outros antibióticos cuja estrutura natural pudesse sofrer alteraçõe~ q~ímicas. Um dos grupos de mais mtensamente estudados foi ~os cujo princípio natura], a é proveniente de culturas do t~m, fungo isolado porGiuseppe Brotzu,eml94!;.Q to da cefalosporina C resultou de realizadas por cientistas da Oxford com amostras do fungo enviadas Brotzu, tendo sido comunicado por Abraha.n e Newton em 1953. Embora de fraca atiYidade antibacteriana, este antibiótico interessou . . . ' . os c1ent1stas porque era reststente a mativação la penicilinase. A continuidade das pesqu: permitiu que, em 1961, Lo der e cols. descobri _ sem o seu núcleo central, o ácido 7-aminoc:. falosporânico (7-ACA). A partir daí, da mes- • ma mane1ra que ocorreu com as penicilinas implantaram-se modificações químicas n~…