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Relações do Direito Internacional com Direito dos Estados. A Doutrina Monista e a Dualista ● Sistemas de incorporação de Direito Internacional no Direito Interno ● Direito Internacional e Direito Interno Português

Direito Internacional Público - 2

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Relações do Direito Internacional com Direito dos Estados.A Doutrina Monista e a Dualista ● Sistemas de incorporação de Direito Internacional no Direito Interno ● Direito Internacional e Direito Interno Português

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O problema das relações entre o Direito Interno e o Direito Internacional

Relações Direito Internacional com

Direito Estados

Doutrina Monista

Primado Direito Interno

Primado Direito Internacional

Doutrina Dualista

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DOUTRINA DUALISTA Consequências práticas

Estados ao criarem normas não precisam preocupar-se com Direito Internacional O Direito Internacional só será válido internamente quando forem previamente transformadas

em normas de direito interno. Críticas à Doutrina Dualista

Quando a teoria dualista fala em fontes de direito confunde com o modo como se manifesta o direito. Aliás, todo o direito é produto da vida social então ambos têm uma fonte material comum.

Quanto aos destinatários, esta teoria também falha porque dentro do direito interno também existe normas com diferentes destinatários.

Quando aos fundamentos, esta tese exclui o direito consuetudinário e os princípios gerais porque não encontra fundamento para eles

Do ponto de vista lógico, ao defender que possam existir normas contraditórias – entre direito interno e internacional – viola o princípio da identidade.

Finalmente, Kelsen critica esta doutrina porque isto leva a um solipsismo, a um isolamento estatal onde a única ordem jurídica existente é a nacional.

Relações Direito Internacional com

Direito EstadosDoutrina Dualista

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DOUTRINA MONISTA A concepção monista considera que existe um único sistema jurídico (infra e supra-

ordenação), e no quadro dele há hierarquia e consequente subordinação. Existem duas perspectivas distintas:

Uma que considera que o direito interno têm primazia sobre o direito internacional Outra que considera o contrário, ou seja, que é o direito internacional que possui primazia.

Relações Direito Internacional com

Direito Estados

Doutrina Monista

Primado Direito Interno

Primado Direito Internacional

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DOUTRINA MONISTA COM PRIMADO DO DIREITO INTERNO Defensores: Alemanha e URSS Considera que o Direito Internacional deriva do Direito Interno, sendo portanto este

último hierarquicamente superior. Esta primazia deriva do facto de não existir autoridade supraestatal e como tal, os

Estados acabam por ser os únicos juízes das obrigações que devem cumprir. Outro argumento é a Constituição. Cada Constituição Estadual é que determina quais os

órgãos competentes para celebrar tratados e obrigar o Estado a nível internacional. Críticas:

Alguns autores consideram que estes argumentos são insuficientes para explicar a vinculação do Estado pela via do costume.

Não explica também a razão de ser da continuação da vigência do Direito Internacional mesmo quando se verificam transformações no Direito Constitucional do Estado.

Relações Direito Internacional com

Direito Estados

Doutrina Monista

Primado Direito Interno

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DOUTRINA MONISTA COM PRIMADO DO DIREITO INTERNACIONAL Defensores: Kelsen, Verdross Consideram que a ordem jurídica interna é uma derivação do Direito Internacional. As normas internas que contrariem o Direito Internacional, são nulas. Há autores que

consideram que não são nulas mas nesse caso o Estado incorre em responsabilidade internacional.

Na prática internacional, há a tendência para vingar o monismo com primado do direito internacional

Relações Direito Internacional com

Direito Estados

Doutrina MonistaPrimado Direito Internacional

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Sistema de incorporação do Direito Internacional no Direito Interno

Sistema de incorporação

Cláusula Geral de recepção plena

Cláusula geral de recepção semi-

plena

Sistema de transformação

Monista

Dualista

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CLÁUSULA GERAL DE RECEPÇÃO PLENA É recebido no direito interno por meio de uma norma deste direito que não exige outra

formalidade para o efeito que não seja a da publicação.

Sistema de incorporação

Cláusula Geral de recepção plena Monista

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CLÁUSULA GERAL DE RECEPÇÃO SEMI-PLENA Normas do Direito Internacional – com dado conteúdo – ou certos grupos de normas de

Direito Internacional, são incorporadas no direito interno por meio da publicação. As restantes normas são incorporadas pela técnica da transformação. É um sistema misto

Sistema de incorporação

Cláusula geral de recepção semi-plena

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SISTEMA DA TRANSFORMAÇÃO O legislador ordinário terá de reproduzir numa lei interna a norma internacional para

que seja convertida em direito interno e aplicada na esfera jurídica interna.

Sistema de incorporação

Sistema de transformação DUALISTA

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O DIREITO INTERNACIONAL E O DIREITO INTERNO PORTUGUÊS Direito Internacional Consuetudinário

Artigo 8.º, n.º 1: “As normas e os princípios de direito internacional geral ou comum fazem parte integrante do direito português.”

CRP estabelece o sistema de cláusula geral de recepção plena. Não é necessário qualquer formalidade, nem aprovação, ractificação e publicação.

Direito Internacional Convencional Artigo 8.º, n.º 2: “As normas constantes de convenções internacionais regularmente ratificadas

ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado Português.”

Para vigorar é preciso: Ter sido regularmente ratificado (Presidente República) ou aprovado (AR {Resolução} ou Governo{decreto

simples}) Vigore na ordem internacional Tenha sido publicado (diário da república)

Para os tratados ou convenções o sistema também adoptado é o da cláusula geral de recepção plena, mas condicionado à verificação dos requisitos estipulados.