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Intervenção de Terceiros Conceito de Partes - Sujeitos principais do processo Juiz e Partes O juiz figura no processo como sujeito imparcial, não considerado como parte. Os Sujeito Parciais O conceito de parte evoluiu juntamente com o conceito do direito da ação que, anteriormente, era vinculada ao direito material das partes. Daí chamava-se antes autor quem era credor na relação do direito material, e réu quem era devedor; o que não subsistia, por exemplo, se a ação fosse julgada como “improcedente”. Atualmente, o conceito de parte está ligado à atividade judicial do Estado. Partes são as pessoas que pedem, ou em face das quais se pedem, em nome próprio, a tutela jurisdicional (Moacyr Amaral). Exemplo: devedor na relação de direito material pode ser, por exemplo, autor no caso de ação de consignação em pagamento. A parte postula “em nome próprio” na defesa de “seu próprio direito” (legitimatio ad causam). Não pode terceiro postular em nome próprio, na defesa de direito que não seja seu. Nesse caso, se dá carência de ação, falta legitimidade. O amigo do autor, o parente, não pode postular em seu próprio nome, na defesa do direito do autor. Mas o artigo 6° do CPC prevê a hipótese de legitimação extraordinária ou substituição processual, porém, esses casos dependem de expressa autorização legal. Temos: Legitimidade ordinária e extraordinária substituição processual. Exemplo:marido na defesa dos bens totais da mulher (CC, artigo 289, III). O Ministério Público quando move ação de reparação de dano quando a vítima for pessoa pobre (artigo 68, CPP); Ação popular, quando um cidadão tutela interesses em nome de toda uma coletividade (CF, artigo 5°, LXXIII); Ação Civil Pública (Lei 7.347/85). Gestor de negócios em nome do gerido (artigo 1331 CC). Daí temos na Legitimação extraordinária:

Intervenção de Terceiros

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Intervenção de Terceiros

Conceito de Partes - Sujeitos principais do processo – Juiz e Partes

O juiz figura no processo como sujeito imparcial, não considerado como parte.

Os Sujeito Parciais

O conceito de parte evoluiu juntamente com o conceito do direito da ação que, anteriormente,

era vinculada ao direito material das partes. Daí chamava-se antes autor quem era credor na

relação do direito material, e réu quem era devedor; o que não subsistia, por exemplo, se a

ação fosse julgada como “improcedente”.

Atualmente, o conceito de parte está ligado à atividade judicial do Estado.

Partes são as pessoas que pedem, ou em face das quais se pedem, em nome próprio, a tutela

jurisdicional (Moacyr Amaral). Exemplo: devedor na relação de direito material pode ser, por

exemplo, autor no caso de ação de consignação em pagamento.

A parte postula “em nome próprio” na defesa de “seu próprio direito” (legitimatio ad causam).

Não pode terceiro postular em nome próprio, na defesa de direito que não seja seu. Nesse

caso, se dá carência de ação, falta legitimidade. O amigo do autor, o parente, não pode

postular em seu próprio nome, na defesa do direito do autor. Mas o artigo 6° do CPC prevê a

hipótese de legitimação extraordinária ou substituição processual, porém, esses casos

dependem de expressa autorização legal.

Temos:

Legitimidade ordinária e extraordinária – substituição processual. Exemplo:marido na defesa

dos bens totais da mulher (CC, artigo 289, III).

O Ministério Público quando move ação de reparação de dano quando a vítima for pessoa

pobre (artigo 68, CPP);

Ação popular, quando um cidadão tutela interesses em nome de toda uma coletividade (CF,

artigo 5°, LXXIII);

Ação Civil Pública (Lei 7.347/85).

Gestor de negócios em nome do gerido (artigo 1331 CC).

Daí temos na Legitimação extraordinária:

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Autor: sujeito do processo – substituto processual.

Titular o direito material – sujeito da lide – substituto

Conceito de Terceiro

Terceiro é todo aquele que não se apresenta como sujeito no processo pendente. É através da

intervenção que o terceiro se torna parte no processo. Em todos os casos, o terceiro só deverá

ser aceito se tiver interesse jurídico na relação processual.

Nem sempre o ingresso de outras pessoas, diferente das partes originárias constitui

intervenção de terceiros. Exemplo: litisconsórcio necessário. Também as modificações

subjetivas, como a substituição de partes não se caracteriza como forma de intervenção.

Classificação

a) Espontânea ou voluntária – casos em que o terceiro intervem espontaneamente. -

Assistência e Oposição.

b) Provocada ou coacta – casos de intervenção provocada por uma das partes. -Nomeação à

autoria.

Denunciação da lide - Chamamento ao processo

Humberto Theodoro Jr. afirma que a intervenção é sempre “voluntária”. O juiz não pode, de

ofício, obrigar terceiro a ingressar na relação jurídica. O terceiro tem o ônus de ingressar e daí

sujeitar-se aos efeitos da sentença a ser proferida. Portanto temos:

Substituição processual, ou legitimação extraordinária: dá-se quando alguém pleiteia em seu

próprio nome a defesa de direito de outrem, desde que haja expressa autorização legal;

Representação: dá-se quando alguém atua, em nome alheio, na defesa de interesse alheio.

Visa simplesmente suprir a falta de capacidade.

Pai como parte de filho advogado

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Presentação: é a forma com que a pessoa jurídica se faz presente. Tecnicamente não é

“representação”, pois ela, pessoa jurídica, não é incapaz.

Da sucessão das Partes ou substituição das Partes: é a troca física de partes, ou alteração nos

elementos subjetivos da ação. A regra é o artigo 264 - Estabilização da Instância.

- Artigo 41: Só é permitida a substituição quando autorizada pela Lei;

- Artigo 42: Alienação ou cessão do bem litigioso;

- Artigo 43: Morte de qualquer das partes – habilitação artigo 1055 (suspensão do processo).

- Artigo 44 e 45: Substituição do advogado.

Assistência

O assistente ingressa no processo não como parte, mas apenas como coadjuvante da parte (é

“parte secundária”), isto é, buscando auxiliar a defesa dos interesses do seu “assistido”, que

tanto pode ser o demandante como o demandado. Não sendo parte, o assistente nada pede

para si, não formulando pretensão. Nem é sujeito passivo da pretensão alheia, pois contra ele

nada é pedido.

Intervenção espontânea. Artigo 50 do CPC

Não se torna parte, mais sim sujeito do processo, somente com o intuito de ajudar uma das

partes, pois ele tem interesse em que a sentença seja favorável a uma delas. Não é qualquer

interesse, mas sim interesse jurídico. Exemplo: decisão entre as partes pode causar prejuízos à

terceiros. Se a assistência é ou não intervenção de terceiros, já está fora do capítulo da CPC.

Pressupostos de Admissibilidade de Assistência

a) que esteja pendente uma causa (artigo 50). Parágrafo único, artigo 50: em qualquer tipo de

procedimento e em todos os graus de jurisdição;

b) o assistente poderá ingressar em qualquer momento do processo, mas recebe o processo no

estado que se encontra. Artigo 50, parágrafo único;

c) existência de um “interesse jurídico”, ou seja, que a sentença a ser proferida entre as partes

possa atingir o “direito” do terceiro.

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Procedimento

Deverá ser requerida por petição, do assistente, expondo os motivos; o juiz dará vistas aos

litigantes para a impugnação (artigo 51). Se não houver impugnação – assistência será

admitida (artigo 51, 1ª parte). Se houver impugnação, sem a suspensão do processo principal

(artigo 51, 2ª parte):

I – atuação em apenso;

II – provas;

III – decisão.

Natureza da decisão = interlocutória.

Tipos de Assistência

a) Simples ou adesiva;

b) Litisconsorcial, autônoma ou qualificada.

Assistência Simples

- É a intervenção de terceiro no processo entre as partes, visando a sustentar as razões de uma

delas contra a outra (artigo 50 do CPC);

- Não está em causa o direito do assistente, e sim o da parte assistida;

- Papel do assistente é de auxiliar. Ajudar o assistido;

- Não pede nada para si.

Assistência Litisconsorcial

É a intervenção de terceiros no processo entre as partes, visando assumir uma defesa direta de

direito próprio contra uma das partes (artigo 54 CPC);

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- Poderia ter sido um litisconsorte facultativo, mas foi deixado de fora. Poderá intervir como

assistente;

- Passa a agir como um litisconsorte. Exemplo: condômino reivindica a coisa toda sem

necessidade dos outros condôminos, mas estes poderiam ter formado um litisconsórcio ativo;

não o fizeram, mas poderão intervir como assistente litisconsorcial, pois o direito é dele

também.

Poderes do Assistente

Varia conforme se trate de assistência simples ou litisconsorcial (artigo 52 CPC).

a) Assistente simples:

- atua em complemento à atividade do assistido;

- não pode atuar contra a posição do assistido, está vinculado à posição daquele;

- só pode produzir provas se o assistido quiser;

- só pode recorrer da sentença se o assistido não renunciou ao recurso.

b) Assistente Litisconsorcial (artigo 48):

- poderes de um litisconsórcio;

- sua atividade não está vinculada ao do assistido. Atua como se parte fosse.

Artigo 53 – Assistência simples/ não na litisconsorcial.

Efeitos da Assistência. Artigo 55

A “coisa julgada”, formada na sentença entre as partes, obriga o assistente, tenha ou não

ingressado no processo. Daí não pode rediscutir a decisão em processos posteriores. Exceção

do artigo 55, I e II.

Fonte: http://online.unip.br/disciplina/detalhes/4757 (acesso exclusivo aos alunos). Acesso em

30/10/2014.