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• Parecer Consultivo 16/99 - O Direito à Informação sobre a Assistência Consular no Marco do Devido Processo Legal • Parecer Consultivo 18/03 - A Condição Jurídica e os Direitos dos Migrantes Indocumentados • Crianças Yean e Bosico Vs. República Dominicana • Vélez Loor Vs. Panamá • Nadege Dorzema e Outros Vs. República Dominicana MIGRAÇÃO, REFÚGIO E APÁTRIDAS JURISPRUDÊNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos - Migração, Refúgio e Apátridas

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Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos - Migração, Refúgio e Apátridas

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  • 1. JURISPRUDNCIA DACORTE INTERAMERICANADE DIREITOS HUMANOSMIGRAO, REFGIO E APTRIDAS Parecer Consultivo 16/99 -O Direito Informao sobre a AssistnciaConsular no Marco do Devido Processo Legal Parecer Consultivo 18/03 -A Condio Jurdica e os Direitos dosMigrantes Indocumentados Crianas Yean e Bosico Vs. RepblicaDominicana Vlez Loor Vs. Panam Nadege Dorzema e OutrosVs. Repblica Dominicana

2. JURISPRUDNCIA DACORTE INTERAMERICANADE DIREITOS HUMANOSMIGRAO, REFGIO E APTRIDAS 3. EXPEDIENTECORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSHumberto Antonio Sierra Porto, PresidenteRoberto F. Caldas, Vice-PresidenteManuel E. Ventura Robles, JuizDiego Garca Sayn, JuizAlberto Prez Prez, JuizEduardo Ferrer Mac-Gregor Poisot, JuizPablo Saavedra Alessandri, SecretrioEmilia Segares Rodrguez, Secretria AdjuntaPRESIDENTA DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASILDilma RousseffMINISTRO DA JUSTIAJos Eduardo CardozoSECRETRIO EXECUTIVO DO MINISTRIO DA JUSTIAMarivaldo de Castro PereiraSECRETRIO NACIONAL DE JUSTIA E PRESIDENTEDA COMISSO DE ANISTIAPaulo AbroDIRETORA DA COMISSO DE ANISTIAAmarilis Busch TavaresDIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ESTRANGEIROSJoo Guilherme GranjaDIRETOR DO DEPARTAMENTO DE RECUPERAODE ATIVOS E COOPERAO JURDICA INTERNACIONALRicardo Andrade SaadiDIRETORA DO DEPARTAMENTO DE JUSTIA,CLASSIFICAO, TTULOS E QUALIFICAOFernanda Alves dos AnjosGABINETE DA COMISSO DE ANISTIALarissa Nacif Fonseca, Chefe de GabineteMarleide Ferreira Rocha, AssessoraGABINETE DA SECRETARIA NACIONAL DE JUSTIAFrederico de Morais Andrade Coutinho, Chefe de GabineteCristina Timponi Cambiaghi, AssessoraCapa e Projeto Grfi co: Alex FuriniTraduo: Secretaria da Corte Interamericanade Direitos HumanosReviso: Secretaria da Corte Interamericanade Direitos HumanosTiragem: 2.000 exemplaresImpresso por: Prol Editora Grfi ca Ltda341.27J95c Jurisprudncia da Corte Interamericana de Direitos Humanos / SecretariaNacional de Justia, Comisso de Anistia, Corte Interamericana deDireitos Humanos. Traduo da Corte Interamericana de DireitosHumanos. Braslia : Ministrio da Justia, 2014.7 v.ISBN : 978-85-85820-81-71. Direitos humanos. 2. Direitos indgenas. 3. Direitos e garantiasindividuais. 5. Liberdade de expresso 6. Migrao. I. Brasil Ministrioda Justia. II. Corte Interamericana de Direitos Humanos.CDDFicha elaborada pela Biblioteca do Ministrio da Justia 4. SUMRIOAPRESENTAO 5PARECER CONSULTIVO 16/99 - O DIREITO INFORMAO SOBRE A ASSISTNCIACONSULAR NO MARCO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 7PARECER CONSULTIVO 18/03 - A CONDIO JURDICA E OS DIREITOSDOS MIGRANTES INDOCUMENTADOS 67CASO DAS CRIANAS YEAN E BOSICO VS. REPBLICA DOMINICANA 181CASO VLEZ LOOR VS. PANAM 247CASO NADEGE DORZEMA E OUTROS VS. REPBLICA DOMINICANA 317 5. APRESENTAOA publicao desta Coleo indita em lngua portuguesa contendo decises da CorteInteramericana de Direitos Humanos supre uma lacuna histrica para a formao dopensamento jurdico e da jurisprudncia brasileira.O Sistema Interamericano de Direitos Humanos (SIDH), composto pela ComissoInteramericana de Direitos Humanos (CIDH) e pela Corte Interamericana de DireitosHumanos (CorteIDH) surgiu no contexto da evoluo ps-guerra do direito internacionale em complementaridade lgica, temporal e jurdica construo do Sistema Universalde proteo que comeou a ser erguido com a Declarao da ONU de 1948. Tantoem escala mundial quanto continental esse novo sistema representou uma reaonormativa, jurdica, poltica, tica e moral aos confl itos e extermnios produzidos naSegunda Guerra.O SIDH constituiu-se como sistema regional de proteo e defesa dos direitos humanos,contribuindo para a difuso regional da ideia de que o Estado no o nico sujeito dedireito internacional, passando-se a aceitar o indivduo como pleiteador de seus direitosem escala internacional. Tal movimento deu incio reviso do conceito de soberaniaestatal ps-Westphalia, admitindo-se um certo grau de interveno internacional nocontexto interno, em nome da garantia e do respeito aos direitos humanos.A Comisso j completava dez anos de existncia quando veio luz o instrumentonormativo que lhe garantiu estrutura institucional abrangente, a Conveno Americanasobre Direitos Humanos, em vigncia desde 1978. Desde essa data, passou a contarcom seu ramo jurisdicional, a Corte Interamericana dos Direitos Humanos, sediada emSo Jos da Costa Rica.Apesar de o Brasil ter ratifi cado a Conveno Americana sobre Direitos Humanos (Patode San Jos da Costa Rica) em 25 de setembro de 1992, apenas seis anos depois, em10 de dezembro de 1998, reconheceu a jurisdio contenciosa da Corte Interamericanade Direitos Humanos.Antes disso, a Constituio Federal de 1988, a Constituio Cidad, j previa no art.7dos Atos das Disposies Constitucionais Transitrias que O Brasil propugnar pelaformao de um tribunal internacional dos direitos humanos. preciso reconhecer que, seja por desconhecimento ou difi culdades de acesso, osoperadores do direito e administradores pblicos nos trs poderes do Estado brasileiroainda fundamentam muito pouco as suas aes, demandas ou decises judiciaisna jurisprudncia internacional, a despeito do longo acervo de Tratados e Acordosfi rmados pelo Brasil.Mas este cenrio est em mudana. Quase duas dcadas depois de reconhecida acompetncia da Corte, pode-se afi rmar que os Tribunais brasileiros, em especial oSupremo Tribunal Federal, vm ampliando as citaes Conveno Americana sobreDireitos Humanos em suas decises, a exemplo do caso sobre priso do depositrioinfi el, do duplo grau de jurisdio, do uso de algemas, da individualizao da pena, dapresuno de inocncia, do direito de recorrer em liberdade e da razovel durao doprocesso. Afi nal, so mais de 160 sentenas j emitidas pela CorteIDH em distintoscasos e cuja aplicabilidade vincula a todos os pases aderentes da Conveno.Assim, impulsionada pela sua misso institucional de promover e construir direitos epolticas de justia voltadas garantia e ao desenvolvimento dos Direitos Humanos e daCidadania, por meio de aes conjuntas do poder pblico e da sociedade, a SecretariaNacional de Justia (SNJ/MJ) e a Comisso de Anistia do Ministrio da Justia vemestreitando laos institucionais com a Corte Interamericana de Direitos Humanos. 6. As primeiras iniciativas ocorreram por ocasio da realizao no Brasil do Curso sobreControle de Convencionalidade e Jurisprudncia da Corte Interamericana de DireitosHumanos, quando durante uma semana membros da Corte e operadores judiciais dediversos pases e estados brasileiros se reuniram para discutir sobre a jurisprudnciado Sistema Interamericano de Direitos Humanos.Posteriormente foi fi rmado convnio com a Corte para o fortalecimento da difuso desua jurisprudncia em lngua portuguesa para os operadores jurdicos brasileiros ecujo resultado mais concreto est na presente obra.Como produto foram selecionadas, editadas, sistematizadas e traduzidas as sentenasparadigmticas e mais relevantes da Corte de maneira a tornar acessvel seus critriosjurisprudenciais a todos os brasileiros, sejam agentes do Estado, sejam vtimas deviolaes, e disponibilizando, assim, mais uma ferramenta de ampliao da efetividadeda justia que poder ser aplicada de maneira que infl uencie nas normas, decises,prticas e polticas pblicas internas.A presente obra distribuda em 7 volumes que correspondem a diferentes temasde direitos protegidos pela Conveno Americana de Direitos Humanos, a saber:Volume 1: Direito vida (execues extrajudiciais e desaparecimentos forados),Anistias e Direito Verdade; Volume 2: Direitos dos Povos Indgenas; Volume 3:Direitos Econmicos Sociais e Culturais (DESC) e Discriminao; Volume 4: Direito Integridade Pessoal; Volume 5: Direito Liberdade Pessoal; Volume 6: Liberdade deExpresso; e Volume 7: Migrao, Refgio e Aptridas. com muita satisfao que esta obra trazida aos operadores de direito de todo oBrasil, sociedade civil, aos estudantes, professores e acadmicos, e aos advogados edefensores dos direitos humanos, esperando que essa iniciativa possa contribuir paraa difuso e a ampliao do acesso a mais um instrumento da tutela efetiva dos direitoshumanos, para o fortalecimento do interesse em sua aplicabilidade cotidiana e para aaproximao de sistemas jurdicos com mais profundo dilogo tcnico e humano entreas naes e povos do continente.Paulo AbroSecretrio Nacional de JustiaPresidente da Comisso de AnistiaHumberto Sierra PortoPresidenteCorte Interamericana deDireitos Humanos***Jos Eduardo CardozoMinistro da JustiaRoberto F. CaldasVice-PresidenteCorte Interamericana deDireitos Humanos 7. CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSPARECER CONSULTIVO 16/99 - O DIREITO INFORMAO SOBRE A ASSISTNCIA CONSULARNO MARCO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL - DE 1 DE OUTUBRO DE 1999,SOLICITADO PELOS ESTADOS UNIDOS MEXICANOSO Direito Informao sobre a Assistncia Consular no Marco do Devido Processo Legal7Estiveram presentes:Antnio A. Canado Trindade, Presidente;Mximo Pacheco Gmez, Vice-Presidente;Hernn Salgado Pesantes, Juiz;Oliver Jackman, Juiz;Alirio Abreu Burelli, Juiz;Sergio Garca Ramrez, Juiz yCarlos Vicente de Roux Rengifo, Juiz.Estiveram presentes, ademais:Manuel E. Ventura Robles, Secretrio eRenzo Pomi, Secretrio Adjunto.A CORTEintegrada na forma antes mencionada,profere o seguinte Parecer Consultivo:IApresentao da Consulta1. Em 9 de dezembro de 1997, os Estados Unidos Mexicanos (doravante denominado Mxico ou o Estadorequerente) submeteu Corte Interamericana de Direitos Humanos (doravante denominada a CorteInteramericana, a Corte ou o Tribunal) um pedido de Parecer Consultivo sobre diversos tratados relacionados proteo dos direitos humanos nos Estados [a]mericanos (doravante denominada a consulta). Segundo asmanifestaes do Estado requerente, a consulta se relaciona s garantias judiciais mnimas e ao devido processono marco da pena de morte, imposta judicialmente a estrangeiros, a quem o Estado receptor no informou sobreseu direito a comunicar-se e a solicitar a assistncia das autoridades consulares do Estado de sua nacionalidade.2. O Mxico acrescentou que a consulta, fundada no disposto no artigo 64.1 da Conveno Americana sobreDireitos Humanos (doravante denominada a Conveno Americana ou o Pacto de San Jos), tem comoantecedente as gestes bilaterais que realizou a favor de alguns de seus nacionais que no teriam sido informadosoportunamente pelo Estado receptor sobre seu direito a comunicar-se com as autoridades consulares mexicanas,e teriam sido condenados morte em dez entidades federativas dos Estados Unidos da Amrica.3. De acordo com as manifestaes do Estado requerente, a consulta tem os seguintes pressupostos de fato: tantoo Estado que envia como o Estado receptor so Partes na Conveno de Viena sobre Relaes Consulares;ambos so membros da Organizao dos Estados Americanos (doravante denominada a OEA) e assinarama Declarao Americana de Direitos e Deveres do Homem (doravante denominada a Declarao Americana)e ainda que o Estado receptor no tenha ratifi cado a Conveno Americana, sim ratifi cou o Pacto Internacionalsobre Direitos Civis e Polticos da Organizao das Naes Unidas (doravante denominada a ONU).4. Partindo destas premissas, o Mxico solicitou o parecer da Corte sobre os seguintes assuntos: 8. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSEm relao Conveno de Viena sobre Relaes Consulares:1. No marco do artigo 64.1 da Conveno Americana, deve-se entender o artigo 36 da Conveno deViena [sobre Relaes Consulares], no sentido de conter disposies relacionadas proteo dosdireitos humanos nos Estados americanos?2. Do ponto de vista do Direito Internacional, a exigibilidade dos direitos individuais que o citado artigo36 confere aos estrangeiros, por parte dos interessados frente ao Estado receptor, est subordinadaaos protestos do Estado de sua nacionalidade?3. Tomando em conta o objeto e fi m do artigo 36.1.b) da Conveno de Viena, deve-se interpretara expresso sem tardar, contida neste preceito, no sentido de requerer que as autoridades doEstado receptor informem a todo estrangeiro detido por delitos punveis com a pena capital sobreos direitos que lhe confere o prprio artigo 36.1.b) no momento da priso e, em todo caso, antes deque o detido preste qualquer declarao ou confi sso perante as autoridades policiais ou judiciais?4. Do ponto de vista do Direito Internacional e, tratando-se de pessoas estrangeiras, quais deveriam seras consequncias jurdicas a respeito da imposio e execuo da pena de morte diante da falta denotifi cao a que se refere o artigo 36.1.b) da Conveno de Viena?A respeito do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polticos:5. No marco do artigo 64.1 da Conveno Americana, deve-se entender os artigos 2, 6, 14 e 50 doPacto no sentido de conter disposies relacionadas proteo dos direitos humanos nos Estadosamericanos?6. No mbito do artigo 14 do Pacto, deve-se entender que o prprio artigo 14 deve ser aplicado einterpretado luz da expresso todas as salvaguardas possveis visando um julgamento justo,contida no pargrafo 5 das Salvaguardas das Naes Unidas [que garantem proteo aos direitosdas pessoas condenadas pena de morte] e que, no caso de estrangeiros acusados ou culpadospor delitos punveis com a pena capital, esta expresso inclui a imediata notifi cao ao detido ouprocessado, por parte do Estado receptor, sobre os direitos que lhe confere o artigo 36.1.b) daConveno de Viena?7. No caso de pessoas estrangeiras acusadas ou denunciadas formalmente por delitos punveis coma pena capital, a omisso da notifi cao exigida pelo artigo 36.1.b) da Conveno de Viena comrespeito aos interessados, por parte do Estado receptor, se conforma com o direito destas pessoasde dispor dos meios necessrios preparao de sua defesa de acordo com o artigo 14.3.b) doPacto?8. No caso de pessoas estrangeiras acusadas ou denunciadas formalmente por delitos punveis coma pena capital, deve-se entender que as expresses pelo menos, as seguintes garantias, contidasno artigo 14.3 do Pacto, e pelo menos igual, contida no pargrafo 5 das respectivas Salvaguardasdas Naes Unidas, eximem o Estado receptor do imediato cumprimento das disposies do artigo36.1.b) da Conveno de Viena com respeito ao detido ou processado?9. No caso de pases [a]mericanos constitudos como Estados federais que so Parte no Pacto deDireitos Civis, e no marco dos artigos 2, 6, 14 e 50 do Pacto, estes Estados esto obrigados a garantira notifi cao oportuna a que se refere o artigo 36.1.b) da Conveno de Viena a todo indivduo denacionalidade estrangeira preso, detido ou processado em seu territrio por delitos punveis com apena capital; e a adotar disposies conforme o seu direito interno para tornar efetiva em tais casosa notifi cao oportuna a que se refere esse artigo em todos os seus componentes, se o mesmodireito j no estivesse garantido por disposies legislativas ou de outra natureza, a fi m de dar plenaefi ccia aos respectivos direitos e garantias consagrados no Pacto?10. No marco do Pacto e no caso de pessoas estrangeiras, quais deveriam ser as consequncias jurdicasa respeito da imposio e execuo da pena de morte, diante da falta de notifi cao a que se refereo artigo 36.1.b) da Conveno de Viena?A respeito da Carta da OEA e da Declarao Americana:11. No caso de prises e detenes de estrangeiros por delitos punveis com a pena capital e no marcodos artigos 3.l)1 da Carta e II da Declarao, a omisso por parte do Estado receptor de notifi car o1. A referncia original feita pelo Estado requerente corresponde ao artigo 3.l) da Carta da OEA reformada pelo Protocolo de Buenos Airesem 1967, pelo Protocolo de Cartagena de ndias em 1985, pelo Protocolo de Washington em 1992, e pelo Protocolo de Mangua em 1993.8 9. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULARdetido ou acusado, sem tardar, sobre os direitos que lhe confere o artigo 36.1.b) da Conveno deViena, se conforma com a proclamao da Carta dos direitos humanos, sem distino por motivosde nacionalidade, e com o reconhecimento da Declarao sobre o direito igualdade perante a leisem distino alguma?12. No caso de pessoas estrangeiras e no marco do artigo 3.[l]2 da Carta da OEA e dos artigos I, IIe XXVI da Declarao, quais deveriam ser as consequncias jurdicas a respeito da imposio eda execuo da pena de morte, diante da falta de notifi cao a que se refere o artigo 36.1.b) daConveno de Viena?IIGlossrio5. Para os efeitos do presente Parecer Consultivo, a Corte utilizar os seguintes termos com o signifi cado indicado:9a) direito informao sobre aassistncia consular ou direito informaoO direito do nacional do Estado que envia, que preso, detidoou posto em priso preventiva, a ser informado, sem tardar,que tem os seguintes direitos:i) o direito notifi cao consular, eii) o direito a que qualquer comunicao que dirija repartio consular seja transmitida sem demora.(art. 36.1.b] Conveno de Viena sobre RelaesConsulares)b) direito notifi cao consular oudireito notifi caoO direito do nacional do Estado que envia a solicitar econseguir que as autoridades competentes do Estado receptorinformem repartio consular do Estado que envia, semqualquer demora, sobre sua priso, deteno ou incio depriso preventiva.c) direito de assistncia consularou direito de assistnciaO direito dos funcionrios consulares do Estado que envia aprover assistncia a seu nacional (arts. 5 e 36.1.c] Convenode Viena sobre Relaes Consulares).d) direito comunicao consularou direito comunicao3O direito dos funcionrios consulares e dos nacionais doEstado que envia a comunicar-se livremente (arts. 5, 36.1.a] e36.1.c] Conveno de Viena sobre Relaes Consulares).e) Estado que envia Estado do qual nacional a pessoa privada de liberdade (art.36.1.b] Conveno de Viena sobre Relaes Consulares).f) Estado receptor Estado no qual se priva de liberdade o nacional do Estadoque envia (art. 36.1.b] Conveno de Viena sobre RelaesConsulares).IIIProcedimento perante a Corte6. Por meio de notas de 11 de dezembro de 1997, a Secretaria da Corte (doravante denominada a Secretaria), emcumprimento ao disposto no artigo 62.1 do Regulamento da Corte (doravante denominado o Regulamento) edas instrues de seu Presidente (doravante denominado o Presidente) a esse respeito, transmitiu o texto daconsulta aos Estados Membros da OEA, Comisso Interamericana de Direitos Humanos (doravante denominadaa Comisso Interamericana), ao Conselho Permanente e, por intermdio do Secretrio Geral da OEA, a todosos rgos a que se refere o Captulo VIII de sua Carta. Na mesma data, a Secretaria informou a todos eles que2. Nota 1 supra.3. A Corte tomou nota de que todos os direitos consagrados no artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares se encontramdescritos sob o ttulo Comunicao com os nacionais do Estado que envia e adotou a denominao direito comunicao consular para odireito descrito no inciso d) deste glossrio, por consider-la apropriada para os efeitos do presente Parecer Consultivo. 10. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSdurante o XXXIX Perodo Ordinrio de Sesses do Tribunal o Presidente fi xaria o prazo limite para a apresentaode observaes escritas ou outros documentos relevantes a respeito deste assunto.7. Em 4 de fevereiro de 1998, o Presidente, em consulta com os demais juzes que integram o Tribunal, disps queas observaes escritas e documentos relevantes sobre a consulta deveriam ser apresentados na Secretaria nomais tardar em 30 de abril de 1998.8. Por meio de resoluo de 9 de maro de 1998, o Presidente determinou a realizao de uma audincia pblicasobre a consulta na sede da Corte, no dia 12 de junho de 1998, a partir das 10:00 horas, e instruiu a Secretaria aque oportunamente convidasse a participar neste procedimento oral quem houvesse submetido por escrito seuspontos de vista ao Tribunal.9. A Repblica de El Salvador (doravante denominado El Salvador) apresentou Corte suas observaes escritas10em 29 de abril de 1998.10. Os seguintes Estados apresentaram suas observaes escritas Corte em 30 de abril de 1998: RepblicaDominicana, Repblica de Honduras (doravante denominada Honduras) e Repblica da Guatemala (doravantedenominada Guatemala).11. Em 1 de maio de 1998, o Mxico apresentou um escrito com consideraes adicionais, informao supervenientee documentos relevantes sobre a consulta.12. Em ateno prorrogao do prazo concedido pelo Presidente para a apresentao de observaes, a Repblicado Paraguai (doravante denominado o Paraguai) e a Repblica da Costa Rica (doravante denominada CostaRica) as apresentaram em 4 e 8 de maio de 1998, respectivamente, e os Estados Unidos da Amrica, em 1 dejunho do mesmo ano.13. A Comisso Interamericana apresentou suas observaes em 30 de abril de 1998.14. Os seguintes juristas, organizaes no governamentais e indivduos apresentaram escritos em qualidade deamici curiae entre 27 de abril e 22 de maio de 1998:- Anistia Internacional;- Comisso Mexicana para a Defesa e Promoo dos Direitos Humanos (doravante denominadaCMDPDH), Human Rights Watch/Americas e o Centro pela Justia e o Direito Internacional (doravantedenominado CEJIL);- Death Penalty Focus da Califrnia;- Delgado Law Firm e o senhor Jimmy V. Delgado;- International Human Rights Law Institute da DePaul University College of Law e MacArthur JusticeCenter da University of Chicago Law School;- Minnesota Advocates for Human Rights e a senhora Sandra L. Babcock;- os senhores Bonnie Lee Goldstein e William H. Wright, Jr.;- o senhor Mark Kadish;- o senhor Jos Trinidad Loza;- os senhores John Quigley e S. Adele Shank;- o senhor Robert L. Steele;- a senhora Jean Terranova, e- o senhor Hctor Gros Espiell.15. Em 12 de junho de 1998, com anterioridade ao incio da audincia pblica convocada pelo Presidente, a Secretariaentregou aos comparecentes o conjunto de escritos de observaes e documentos apresentados, at aquelemomento, durante o procedimento consultivo.16. Compareceram audincia pblica, 11. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULARpelos Estados Unidos Mexicanos: Sr. Sergio Gonzlez Glvez,Assessor Especial da Secretria de Relaes Exterioresdos Estados Unidos Mexicanos, Agente;Sr. Enrique Berruga Filloy,Embaixador dos Estados Unidos Mexicanos perante oGoverno da Repblica da Costa Rica;Sr. Rubn Beltrn Guerrero,Diretor Geral de Proteo e Assuntos Consulares daSecretaria de Relaes Exteriores dos Estados UnidosMexicanos, Agente Assistente;Sr. Jorge Ccero Fernndez,Diretor de Litgios, Consultoria Jurdica da Secretariade Relaes Exteriores dos Estados Unidos Mexicanos,Agente Assistente, eSr. Juan Manuel Gmez Robledo,Representante Alterno dos Estados Unidos Mexicanosperante a Organizao dos Estados Americanos.pela Costa Rica Sr. Carlos Vargas Pizarro,11Agente.por El Salvador Sr. Roberto Arturo Castrillo Hidalgo,Coordenador da Comisso Consultiva do Ministrio deRelaes Exteriores da Repblica de El Salvador, Chefeda Delegao;Sr. Gabriel Mauricio Gutirrez Castro,Membro da Comisso Consultiva do Ministrio deRelaes Exteriores da Repblica de El Salvador;Sra. Ana Elizabeth Villalta Vizcarra,Diretora da Unidade de Assessoria Jurdica do Ministriode Relaes Exteriores da Repblica de El Salvador, eSr. Roberto Meja Trabanino,Assessor em Direitos Humanos do Ministro de RelaesExteriores da Repblica de El Salvador.pela Guatemala Sra. Marta Altolaguirre;Presidenta da Comisso Presidencial Coordenadora daPoltica do Executivo em matria de direitos humanos,Agente;Sr. Dennis Alonzo Mazariegos;Diretor Executivo da Comisso PresidencialCoordenadora da Poltica do Executivo em matria dedireitos humanos, Agente Assistente, eSr. Alejandro Snchez Garrido,Assessor.por Honduras Sr. Mario Fortn Midence,Embaixador da Repblica de Honduras perante oGoverno da Repblica da Costa Rica, Agente, eSra. Carla Raquel,Encarregada de Negcios da Embaixada da Repblicade Honduras perante o Governo da Repblica da CostaRica. 12. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSpelo Paraguai Sr. Carlos Vctor Montanaro;Representante Permanente da Repblica do Paraguaiperante a Organizao dos Estados Americanos,Agente;Sr. Marcial Valiente,Embaixador da Repblica do Paraguai perante oGoverno da Repblica da Costa Rica, AgenteAssistente, eSr. Julio Duarte Van Humbeck,Representante Alterno da Repblica do Paraguaiperante a Organizao dos Estados Americanos,Agente Assistente.pela Repblica Dominicana Sr. Claudio Marmolejos,Conselheiro da Embaixada da Repblica Dominicanaperante o Governo da Repblica da Costa Rica,representante.pelos Estados Unidos da Amrica Sra. Catherine Brown,Conselheira Jurdica Adjunta para Assuntos Consularesdo Departamento de Estado dos Estados Unidos daAmrica;Sr. John Crook,Conselheiro Jurdico Adjunto para Assuntos dasNaes Unidas do Departamento de Estado dosEstados Unidos da Amrica;Sr. John Foarde,Procurador Adjunto do Gabinete da ConselheiraJurdica Adjunta para Assuntos Consulares,Departamento de Estado dos Estados Unidos daAmrica, eSr. Robert J. Erickson,Chefe Adjunto Principal da Seo de Apelao Penaldo Departamento de Justia dos Estados Unidos daAmrica.pela Comisso Interamericana Sr. Carlos Ayala Corao,Presidente da Comisso Interamericana de DireitosHumanos, Delegado;Sr. Alvaro Tirado Meja,Membro da Comisso Interamericana de DireitosHumanos, Delegado, eSra. Elizabeth Abi-Mershed,Especialista Principal da Secretaria Executiva daComisso Interamericana de Direitos Humanos.por Anistia Internacional Sr. Richard Wilson, eSr. Hugo Adrin Relva.12por CMDPDH, Human RightsWatch/Americas e CEJILSra. Mariclaire Acosta;Sr. Jos Miguel Vivanco;Sra. Viviana Krsticevic;Sra. Marcela Matamoros, eSr. Ariel Dulitzky. 13. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULAR13por International Human Rights LawInstitute de DePaul UniversityCollege of LawSr. Douglass Cassel.por Death Penalty Focus deCaliforniaSr. Mike Farrell, eSr. Stephen Rohde.por Minnesota Advocates forHuman RightsSra. Sandra Babcock, eSra. Margaret Pfeiffer.em representao do senhor JosTrinidad LozaSr. Laurence E. KompSra. Luz Lopez-Ortiz, eSr. Gregory W. Meyers.em representao individual: Sr. John Quigley;Sr. Mark J. Kadish, eSr. Hctor Gros Espiell.Esteve presente, ademais, como observadorpelo Canad Sr. Dan Goodleaf,Embaixador do Canad perante o Governo da Repblica daCosta Rica.17. Durante a audincia pblica, El Salvador e a Comisso Interamericana entregaram Secretaria os textos escritosde suas apresentaes orais perante a Corte. De acordo com as instrues do Presidente a este respeito, aSecretaria elaborou as atas de recebimento correspondentes e entregou cpias dos respectivos documentos atodos os comparecentes.18. Tambm durante a audincia pblica, os Estados Unidos da Amrica apresentaram cpia de um manual intituladoConsular Notifi cation and Access: Instruction for Federal, State and Local Law Enforcement and Other Offi cialsRegarding Foreign Nationals in the United States and the Rights of Consular Offi cials to Assist Them, emitido porseu Departamento de Estado, e o Estado requerente apresentou um escrito intitulado Explicacin de las preguntasplanteadas en la solicitud consultiva OC-16, trs documentos intitulados Memorandum of Understanding onConsultation Mechanism of the Immigration and Naturalization Service Functions and Consular Protection, TheDeath Penalty in Black and White: Who Lives, Who Dies, Who Decides e Innocence and the Death Penalty: TheIncreasing Danger of Executing the Innocent e cpia de uma carta de 10 de junho de 1998, assinada pelo senhorRichard C. Dieter, dirigida Corte em papel timbrado do Death Penalty Information Center. De acordo com asinstrues do Presidente, a Secretaria elaborou as atas de recebimento correspondentes e ps os documentoscitados em conhecimento do plenrio da Corte.19. Ao fi nal da audincia pblica, o Presidente salientou aos comparecentes que poderiam apresentar escritos deobservaes fi nais sobre o processo consultivo em curso e outorgou um prazo de trs meses para o envio destesescritos, contados a partir do momento em que a Secretaria transmitisse a todos os participantes a verso ofi cialda transcrio da audincia pblica.20. Em 14 de outubro de 1998, o Estado requerente apresentou Corte cpia de dois documentos, intituladosComisin General de Reclamaciones Mxico - Estados Unidos, Caso Faulkner, Opinin y Decisin de fecha 2 denoviembre de 1926 e Informacin adicional sobre los servicios de proteccin consular a nacionales mexicanosen el extranjero.21. Mediante notas de 11 de fevereiro de 1999, a Secretaria transmitiu a verso ofi cial da transcrio da audinciapblica a todos os participantes no procedimento. 14. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS22. As seguintes instituies e pessoas que participaram em qualidade de amici curiae apresentaram escritos deobservaes fi nais: CMPDDH, Human Rights Watch/Americas e CEJIL, em 20 de agosto de 1998; InternationalHuman Rights Law Institute da DePaul University College of Law, em 21 de outubro do mesmo ano; o senhorJos Trinidad Loza, em 10 de maio de 1999, e Anistia Internacional, em 11 de maio de 1999.23. A Comisso Interamericana apresentou suas observaes fi nais em 17 de maio de 1999.24. Os Estados Unidos da Amrica apresentaram suas observaes fi nais escritas em 18 de maio de 1999.25. Em 6 de julho de 1999, de acordo com instrues do Presidente, a Secretaria transmitiu a todos os participantesno procedimento os escritos de observaes adicionais que foram apresentados perante o Tribunal e informou-lhesque a Corte havia programado as deliberaes sobre a consulta na agenda de seu XLV Perodo Ordinrio deSesses, de 16 de setembro a 2 de outubro de 1999.***26. A Corte resume da seguinte maneira a parte relativa s observaes escritas iniciais dos Estados participantesneste procedimento, assim como as da Comisso Interamericana:4Estados Unidos Mexicanos: Em seu pedido, o Mxico manifestou, a respeito do mrito da consulta, que:os Estados americanos reconhecem que no caso da aplicao da pena de morte,os direitos fundamentais da pessoa devem ser meticulosamente respeitados,porque a pena mencionada produz a perda irreparvel do direito maisfundamental, que o direito vida;A jurisprudncia desta Corte, a doutrina da Comisso Interamericana e vriasresolues da ONU reconheceram a necessidade de que a aplicao da penade morte esteja condicionada e limitada pelo estrito cumprimento das garantiasjudiciais reconhecidas nos instrumentos universais e regionais de proteo dosdireitos humanos, tanto as que se referem ao devido processo em geral, comoas que se referem aos casos em que aplicvel a pena de morte; claro que, no caso de detidos de nacionalidade estrangeira, as garantiasjudiciais devem aplicar-se e interpretar-se em harmonia com a Conveno deViena sobre Relaes Consulares pois, do contrrio, privar-se-ia estes detidosde um meio idneo para torn-las efetivas;a assistncia consular oportuna pode ser determinante no resultado de umprocesso penal porque garante, entre outras coisas, que o detido estrangeiroreceba informao sobre seus direitos constitucionais e legais em seu idioma ede forma acessvel, que receba assistncia jurdica adequada e que conhea asconsequncias jurdicas do delito a respeito do qual acusado, eos agentes consulares podem colaborar na preparao, coordenao esuperviso da defesa, desenvolver um papel determinante na obteno deprovas atenuantes que se encontram no territrio do Estado do qual o acusado nacional e contribuir a tornar mais humanas as condies do acusado e deseus familiares, equilibrando desta maneira a situao de desvantagem real emque estes se encontram.El Salvador Em seu escrito de 29 de abril de 1998, o Estado salvadorenho manifestou que:as garantias mnimas necessrias em matria penal devem aplicar-se e interpretar-se luz dos direitos que o artigo 36 da Conveno de Viena sobre RelaesConsulares confere aos indivduos, de modo que a omisso em informar o detidosobre estes direitos constitui uma infrao a todas as regras do devido processo,por no respeitar as garantias judiciais conforme o Direito Internacional;4. O texto completo dos escritos de observaes apresentados pelos Estados, rgos, instituies e indivduos participantes no procedimentoser publicado oportunamente na srie B de publicaes ofi ciais do Tribunal.14 15. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULARo descumprimento do artigo 36 da Conveno de Viena sobre RelaesConsulares conduz prtica de execues arbitrrias [...] podendo ter efeitosno mais fundamental dos direitos da pessoa [...]: o direito vida, e necessrio assegurar, fortalecer e impulsionar a aplicao das normas eprincpios dos instrumentos internacionais em matria de direitos humanose assegurar o cumprimento das garantias mnimas necessrias para o devidoprocesso.Guatemala Em seu escrito de 30 de abril de 1998, o Estado guatemalteco manifestou que:em razo dos bens jurdicos protegidos pelo artigo 36 da Conveno de Vienasobre Relaes Consulares, pode-se afi rmar que este contm disposiesrelacionadas proteo dos direitos humanos;a redao do artigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobre Relaes Consularesdetermina que a exigibilidade dos direitos que este outorga no est subordinada manifestao do Estado de nacionalidade do detido estrangeiro;a expresso sem tardar, contida no artigo 36.1.b) da Conveno de Vienasobre Relaes Consulares implica que o detido estrangeiro deve ser informadode seus direitos no menor lapso [...] possvel depois de sua priso, deteno ouo incio da priso preventiva e que suas comunicaes devem ser transmitidassem demora repartio consular de seu pas;as consequncias jurdicas da falta de notifi cao a que se refere o artigo 36.1.b)da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares, nos casos de aplicao dapena de morte, devem ser determinadas pelos tribunais internos que conheamcada caso especfi co;a disposio contida no artigo 14 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis ePolticos fundamenta a aplicao das Salvaguardas que garantem proteo aosdireitos das pessoas condenadas pena de morte;o descumprimento da obrigao contida no artigo 36.1.b) da Conveno deViena sobre Relaes Consulares poderia infringir o contedo do artigo14.3.b) do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polticos;a expresso pelo menos, as seguintes garantias includas no artigo 14.3 doPacto Internacional sobre Direitos Civis e Polticos inclui as disposies doartigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares, ea garantia de no discriminao, includa nos artigos 3.l da Carta da Organizaoe II da Declarao Americana, inclui o tema da nacionalidade.Repblica Dominicana A Repblica Dominicana dividiu sua apresentao escrita de 30 de abril de 1998em duas partes. Na primeira delas, intitulada Observaes [...] a respeito da[consulta], manifestou que:o artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares tem comopropsito a proteo dos direitos humanos dos acusados e sua exigibilidadeno est subordinada aos protestos do Estado de nacionalidade, porque aConveno uma lei nacional ao estar aprovada pelo Congresso Nacional;a informao ao detido sobre os direitos conferidos pelo artigo 36 da Convenode Viena sobre Relaes Consulares deve-se dar no momento da priso e antesde que preste qualquer declarao ou faa uma confi sso;o artigo 14 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polticos deve-seinterpretar luz da expresso todas as salvaguardas possveis visandoum julgamento justo, contida no pargrafo quinto das Salvaguardas quegarantem proteo aos direitos das pessoas condenadas pena de morte e,em consequncia, para oferecer ao acusado estas garantias indispensvel15 16. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSo cumprimento do disposto no artigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobreRelaes Consulares, ea omisso de informar o detido estrangeiro sobre os direitos que lhe confere aConveno de Viena sobre Relaes Consulares constitui uma violao da Cartada OEA e da Declarao Americana.Na segunda parte de seu escrito de 30 de abril de 1998, intitulada Relatrio[...] sobre o Parecer Consultivo, a Repblica Dominicana reiterou algumas dasopinies j citadas e acrescentou que:a assistncia consular se deriva do direito nacionalidade consagrado naDeclarao Universal de Direitos Humanos (doravante denominada a DeclaraoUniversal) e, para ser efetiva, requer que sejam respeitadas as disposies daConveno de Viena sobre Relaes Consulares;as disposies vinculadas ao respeito do devido processo tm a fi nalidadede afi rmar uma srie de direitos individuais, como a igualdade perante aadministrao de justia e o direito a ser ouvido sem distino, e a intervenoconsular assegura o cumprimento das obrigaes correlativas a estes direitos, eo cumprimento sem tardar do disposto no artigo 36 da Conveno de Vienasobre Relaes Consulares assegura o devido processo e protege os direitosfundamentais da pessoa, e em particular, o mais fundamental de todos, odireito vida.Honduras Em seu escrito de 30 de abril de 1998, o Estado hondurenho manifestou, arespeito da competncia da Corte que:apesar da fonte do aviso consular ser o artigo 36 da Conveno de Viena sobreRelaes Consulares, este instrumento forma parte da legislao interna dosEstados americanos e, portanto, refora as medidas do sistema de proteodos direitos humanos do continente, ede acordo com a norma consagrada no artigo 29.b) da Conveno Americana,nenhuma disposio desta ltima pode limitar a competncia consultiva daCorte para elucidar a consulta referente ao aviso consular, ainda quando estederive de um instrumento universal.Paraguai Em seu escrito de 4 de maio de 1998, o Estado paraguaio manifestou, a respeitodo mrito da consulta que:os Estados tm a obrigao de respeitar as garantias judiciais mnimas consagradasno Direito Internacional a favor da pessoa que enfrenta causas abertas pordelitos punveis com a pena capital em um Estado do qual no nacional e cujainobservncia gera a responsabilidade internacional para este Estado;as normas internacionais que protegem os direitos fundamentais devem serinterpretadas e aplicadas em harmonia com o sistema jurdico internacionalde proteo;o descumprimento da disposio do artigo 36 da Conveno de Viena sobreRelaes Consulares, referente comunicao com os nacionais do Estadoque envia uma violao dos direitos humanos dos acusados estrangeirosporque afeta o devido processo e, em casos de aplicao da pena capital, podeconstituir uma violao do direito humano por excelncia: o direito vida;o Paraguai iniciou um processo contra os Estados Unidos da Amrica perantea Corte Internacional de Justia, referente inobservncia do artigo 36 daConveno de Viena sobre Relaes Consulares (28 infra)5, e5. Posteriormente, os Estados Unidos da Amrica informaram Corte que o Paraguai desistiu da ao iniciada contra si perante a CorteInternacional de Justia. Ver, a respeito, par. 28 infra.16 17. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULARem razo das diferenas nos sistemas dos Estados, a funo consular fundamental para oferecer ao nacional afetado a assistncia imediata e oportunano processo penal e pode incidir no resultado deste processo.Costa Rica Em seu escrito de 8 de maio de 1998, o Estado costarriquenho manifestou, arespeito da competncia da Corte que:as consideraes que originaram a consulta no interferem no devidofuncionamento do Sistema Interamericano, nem afetam negativamente osinteresses de vtima alguma, eno presente assunto, a funo consultiva da Corte serve o propsito de coadjuvarcom o devido cumprimento do artigo 36 da Conveno de Viena sobre RelaesConsulares, que se relaciona ao cumprimento dos direitos fundamentais dapessoa;e a respeito do mrito da consulta, que:as normas de direito interno no podem impedir o cumprimento das obrigaesinternacionais em matria de direitos humanos;as obrigaes relacionadas proteo das garantias mnimas e os requisitosdo devido processo em matria de direitos humanos so de cumprimentoobrigatrio, etodas as entidades de um Estado federal esto obrigadas pelos tratadosassinados por este ltimo no mbito internacional.Estados Unidos da Amrica Em seu escrito de 1 de junho de 1998, os Estados Unidos da Amricamanifestaram, a respeito da competncia da Corte no presente assunto, que:a Conveno de Viena sobre Relaes Consulares um tratado com vocaouniversal, de maneira que no se pode diferenciar, no mbito regional, asobrigaes dos Estados que so partes nela;nesse momento, estava em trmite perante a Corte Internacional de Justiaum caso contencioso que envolvia o mesmo assunto que o Estado requerenteargumentou neste procedimento6, motivo pelo qual a prudncia, ou mesmo asconsideraes de cortesia internacional, deveriam levar [a] Corte a postergarsua considerao da petio at que a Corte Internacional de Justia h[ouvesse]proferido uma sentena na qual interpret[e] as obrigaes dos Estados Partesna Conveno de Viena sobre Relaes Consulares;o Protocolo de assinatura facultativa sobre a jurisdio obrigatria para asoluo de controvrsias da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares,ratifi cado por 53 Estados Partes nesta Conveno, prev que os Estados podemrecorrer de mtuo acordo a um procedimento de conciliao ou arbitragem ousubmeter suas controvrsias Corte Internacional de Justia;a consulta constitui uma clara tentativa de submeter os Estados Unidos daAmrica competncia contenciosa deste Tribunal, ainda quando este Estadono parte na Conveno Americana nem aceitou a competncia obrigatria daCorte;a consulta constitui um caso contencioso dissimulado que no se pode resolvera menos que se faa referncia a fatos concretos, os quais no podem serdeterminados em um procedimento consultivo;os registros judiciais dos casos descritos na consulta no esto perante aCorte e os Estados Unidos da Amrica no tiveram a oportunidade de refutar asalegaes genricas feitas pelo Estado requerente sobre estes casos;6. Posteriormente, os Estados Unidos da Amrica informaram Corte que o Paraguai desistiu da ao iniciada contra si perante a CorteInternacional de Justia. Ver, a respeito, par. 28 infra.17 18. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSqualquer pronunciamento da Corte sobre a consulta teria graves efeitos noscasos citados em trmite e afetaria os direitos dos indivduos e governosenvolvidos, incluindo as vtimas dos delitos cometidos, que no tiveram aoportunidade de participar neste procedimento, ese a Corte aceitar a posio expressada pelo Estado requerente, faria comque se questionasse a integridade de todo o procedimento penal realizadono marco dos sistemas de justia penal dos Estados Partes na Conveno deViena sobre Relaes Consulares que poderia culminar na imposio de umapena severa, quando no tenha sido realizada a notifi cao consular; [n]oexiste base no Direito Internacional, na lgica ou na moral para esta deciso epara a consequente perturbao e desonra dos numerosos Estados Partes naConveno de Viena sobre Relaes Consulares;a respeito da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares e a assistnciaconsular, que:a Conveno citada no um tratado de direitos humanos, nem um tratadodirigido proteo destes, mas um tratado multilateral de tipo tradicional,concludo em funo de um intercmbio recproco de direitos para o benefciomtuo dos Estados contratantes, no sentido que a Corte deu a estas expressesem seu segundo Parecer Consultivo. Acrescentaram que este argumento sedemonstra atravs da constatao de que o propsito da Conveno de Vienasobre Relaes Consulares o estabelecimento de normas de direito queregulem as relaes entre Estados, no entre Estados e indivduos, e que emseu Prembulo declara que seu propsito no benefi ciar indivduos, masassegurar o efi caz desempenho das funes das reparties consulares, emnome de seus respectivos Estados;nem toda obrigao estatal que inclui indivduos necessariamente umaobrigao em matria de direitos humanos e o fato de que uma disposio daConveno de Viena sobre Relaes Consulares possa autorizar a assistnciaa alguns indivduos em certos casos no a converte em um instrumento dedireitos humanos ou em fonte de direitos humanos individuais;o artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares est inseridoem uma seo dedicada a [f]acilidades, privilgios e imunidades relativas sreparties consulares, enem a Conveno de Viena sobre Relaes Consulares, nem os instrumentosinternacionais de direitos humanos, criam o direito de assistncia consular, e aprimeira unicamente estipula que o Estado receptor deve informar ao detido que,se assim o solicitar, as autoridades consulares do Estado que envia podem sernotifi cadas sobre sua deteno. Estas autoridades consulares decidiriam ento,discricionariamente, se lhe prestam ou no assistncia consular e, em casoafi rmativo, em que medida. Para estes efeitos, os Estados Unidos da Amricaapresentaram uma descrio das atividades que realizam seus funcionriosconsulares no exterior quando so notifi cados sobre a priso de um cidadonorte-americano e concluram que nenhum Estado presta o tipo de servios queo Mxico descreveu na consulta;a respeito da natureza da notifi cao consular, e seus efeitos no processo, que:no existe nenhuma evidncia que apie a pretenso de que a notifi caoconsular um direito individual intrnseco ao indivduo ou um requisitonecessrio e universal para o respeito dos direitos humanos;se um acusado tratado de forma justa perante o tribunal, recebe patrocniojurdico competente e lhe concedido o tempo e as facilidades adequados paraa preparao da defesa, a omisso de prover a notifi cao consular no afeta a18 19. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULARintegridade de seus direitos humanos. Ao contrrio, quando os fatos de um casodemonstram que o acusado no gozou de um devido processo ou das garantiasjudiciais, provavelmente se instaure uma investigao e seja provida a reparaoadequada, com independncia do cumprimento ou no da notifi cao consular;por outro lado, a notifi cao consular no um requisito prvio para o respeitodos direitos humanos e sua inobservncia no invalida aquelas causas penaisque satisfazem as normas pertinentes de direitos humanos incorporadas aodireito nacional;as garantias do devido processo devem ser cumpridas com independncia danacionalidade do acusado ou se existem ou no relaes consulares entre oEstado que envia e o Estado que recebe. De acordo com as manifestaes dosEstados Unidos da Amrica, se for considerado que a notifi cao consular um direito fundamental, estar-se-ia concluindo que os indivduos nacionais deEstados que mantm relaes consulares tm mais direitos do que aquelesque so nacionais de Estados que no mantm esse tipo de relaes, ou deEstados que no so partes na Conveno de Viena sobre Relaes Consulares;nem a Conveno de Viena sobre Relaes Consulares nem os instrumentosinternacionais de direitos humanos requerem a suspenso do processo penalat que se tenha cumprido a notifi cao consular, edo texto dos instrumentos pertinentes de direitos humanos e de seus respectivostrabalhos preparatrios no decorre, nem explcita nem implicitamente, o direito notifi cao consular;a respeito da relao da notifi cao consular com o princpio de igualdadeperante a lei, que:no se pode presumir que um cidado estrangeiro no gozar de seusdireitos se no forem adotadas medidas especiais, porque as necessidades ecircunstncias de cada estrangeiro variam dramaticamente e so diversifi cadas,desde o desconhecimento absoluto do idioma e dos costumes do Estadoreceptor (no caso de indivduos que visitam um pas por alguns dias) a umaidentidade profunda com eles (no caso de indivduos que viveram no pas porlongos perodos e, em alguns casos, a maior parte de suas vidas);a simples sugesto de que os estrangeiros possam requerer direitos especiais ,em si mesma, contrria aos princpios de no discriminao e igualdade perantea lei;a notifi cao consular, por sua prpria natureza, unicamente relevante paraos cidados daqueles Estados que mantm relaes consulares com o Estadoreceptor e, portanto, se baseia em um princpio de distino em razo danacionalidade, einterpretam os argumentos do Estado requerente no sentido de que este perguntase a falta de notifi cao consular constitui uma discriminao entre os cidadosdo Estado responsvel pela priso e os cidados de outros Estados e que,neste contexto, a opinio dos Estados Unidos da Amrica que a execuo ouomisso da notifi cao consular no relevante (porque esta unicamente se daos nacionais do Estado que prende) e que o relevante se existe discriminaoou um tratamento diferente a respeito do gozo dos direitos processuais e outrosdireitos relevantes;sobre a relao da notifi cao consular com os processos originados emrelao a delitos punidos com a pena de morte, que:a notifi cao consular relevante em todos os casos e no unicamente naquelesque envolvem a pena de morte ou nos que a pessoa detida no fale o idioma ou19 20. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSno conhea o sistema judicial do Estado receptor, porque no existe elementoalgum no artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares quepermita fazer estas distines;ainda quando a pena de morte constitui a mais sria e irreversvel das sanes epode ser proferida unicamente em cumprimento estrito das garantias concedidaspela lei ao acusado, no existe elemento algum que permita interpretar que anotifi cao consular uma destas garantias; difcil entender como as normas para a proteo dos direitos humanos podemse estabelecer num mbito muito mais alto em casos de pena de morte doque em outros processos penais ou em outros da mesma ou maior gravidadeque, devido a diferenas concretas entre os sistemas de justia penal nacional,podem levar imposio de outras penas distintas de morte, tais como prisoperptua ou priso prolongada, eno se pode afi rmar que os casos motivados por delitos punidos com a penade morte sejam os nicos que podem ter srias consequncias para o acusado,porque mesmo prescindindo dos casos de possvel tortura ou de maus tratospelas autoridades responsveis pela deteno, uma pessoa pode morrer ousofrer danos permanentes na priso por uma srie de motivos, tais como faltade ateno mdica adequada ou inclusive de ateno mnima;sobre a expresso sem tardar, contida no artigo 36.1.b) da Conveno deViena sobre Relaes Consulares, que:no existe fundamento algum para supor que esta expresso indica que anotifi cao deve realizar-se precisamente no momento da priso e que oacusado deve ser informado da possibilidade de realizar a notifi cao consulardepois de sua deteno ou priso, dentro de um prazo limitado e razovel quepermita s autoridades determinar se [...] nacional estrangeiro e cumprir asformalidades necessrias, equando os Estados decidiram acordar um prazo concreto para cumprir oprocedimento de notifi cao consular, o fi zeram por meio de acordos distintos Conveno de Viena sobre Relaes Consulares;sobre as medidas de reparao pelo descumprimento da obrigao denotifi cao consular, que:nem a Conveno de Viena sobre Relaes Consulares nem seu ProtocoloFacultativo sobre a Jurisdio Obrigatria para a Soluo de Controvrsiasprevem medidas de reparao pelo descumprimento da obrigao denotifi cao consular;a prioridade que se d notifi cao consular depende, em grande medida, dotipo de assistncia que o Estado que envia tenha capacidade de prestar a seusnacionais e, ademais, este Estado responsvel, em parte, por dirigir a atenodo Estado receptor em relao aos casos em que no esteja satisfeito com ocumprimento do artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares;no existe elemento algum para interpretar que se no for cumprida a notifi caoconsular se invalidam os resultados de um sistema penal estatal e que,alm disso, esta concluso iria contra a Conveno de Viena sobre RelaesConsulares e a prtica dos Estados;caso se questione a existncia de um devido processo, a respectiva investigaoprovavelmente seria focada em determinar se, dadas as circunstncias de cada casoconcreto, algum dos direitos garantidos pelos instrumentos internacionais e pelalegislao interna foi violado e no, como prope o Estado requerente, a considerarque a omisso de informar o detido sobre seu direito notifi cao consular constitui,20 21. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULARper se, uma violao do devido processo e das garantias judiciais, ea prtica comum nesta matria a seguinte: [q]uando um funcionrio consulartem conhecimento de que no se cumpriu a notifi cao e demonstra interessenisso, pode enviar uma comunicao diplomtica ao governo anfi trio, na qualformula um protesto. Apesar de que esta correspondncia com frequncia norecebe resposta, o mais comum que o Ministrio de Relaes Exteriores ou osfuncionrios encarregados pelo cumprimento da lei do governo anfi trio iniciemuma investigao. Caso se confi rme que, efetivamente, no se havia efetuado anotifi cao, prtica comum que o Estado receptor apresente suas desculpas etrate de assegurar a melhora do cumprimento no futuro.por ltimo, os Estados Unidos da Amrica sugeriram que a Corte poderiaconcluir que:a execuo dos requerimentos da notifi cao consular, estabelecidos noartigo 36 da Conveno de Viena, importante e todos os Estados Partes naConveno de Viena sobre Relaes Consulares deveriam procurar melhorarseu cumprimento;a notifi cao consular no constitui um direito humano, mas um dever dosEstados que mantm relaes consulares recprocas e seu propsito obenefcio dos indivduos e dos Estados;a notifi cao consular no implica um direito a requerer um nvel particular deassistncia consular;entre os Estados que mantm relaes consulares, a notifi cao consular podeter como efeito que se proveja assistncia consular, a qual, por sua vez, poderiabenefi ciar um acusado estrangeiro;a essncia dos direitos e garantias individuais que so aplicveis nos processospenais a expressada na Declarao Americana, na Carta da OEA e no PactoInternacional sobre Direitos Civis e Polticos;todas as pessoas tm o direito a um devido processo, sem distino da pena quelhes poderia ser imposta e os cidados estrangeiros devem gozar de um devidoprocesso com independncia de receberem ou no a notifi cao consular, ea omisso, por parte do Estado receptor, de informar ao cidado estrangeiroque as autoridades consulares de seu pas podem ser notifi cadas sobre suadeteno pode ter como resultado a aplicao de medidas diplomticas quetenham como matria esta omisso e o propsito de melhorar o cumprimentono futuro e, em todo caso, a reparao adequada para a omisso apenas podeser avaliada em cada situao particular e luz da prtica atual dos Estados edas relaes consulares entre os respectivos Estados.Comisso Interamericana Em seu escrito de 30 de abril de 1998, a Comisso Interamericana manifestou, arespeito da admissibilidade da consulta e da competncia da Corte para resolv-la,que:existem dois casos perante o Sistema Interamericano que envolvem a supostaviolao do artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares: ocaso Santana, pendente perante a Comisso Interamericana, e o caso CastilloPetruzzi e outros; e que, entretanto, com base nos pronunciamentos contidosno dcimo quarto Parecer Consultivo da Corte, esta circunstncia no deveriaimpedir o conhecimento da consulta;e a respeito do mrito, que:o direito individual de que gozam os detidos estrangeiros para comunicar-secom as autoridades consulares de seu estado de nacionalidade distinto21 22. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSdo privilgio histrico dos Estados de proteger a seus nacionais e constituiuma regra de direito consuetudinrio internacional ou, ao menos, da prticainternacional, independentemente de existir ou no um tratado a respeito;a Conveno de Viena sobre Relaes Consulares um tratado, no sentidoque o artigo 64 da Conveno Americana d a este termo, e seu artigo 36diz respeito proteo dos direitos humanos nos Estados americanos, poisestabelece direitos individuais -no apenas deveres dos Estados- e porque oacesso consular pode prover uma proteo adicional ao detido estrangeiro, oqual poderia enfrentar difi culdades para dispor de uma situao de equidadedurante o processo penal;em aplicao do princpio pacta sunt servanda, consagrado na Conveno deViena sobre o Direito dos Tratados, os Estados Partes na Conveno de Vienasobre Relaes Consulares tm o dever de cumprir as obrigaes que estaltima lhes impe em todo seu territrio, sem exceo geogrfi ca alguma;nos casos de aplicao da pena capital existe uma obrigao estatal de aplicarrigorosamente as garantias processuais estabelecidas nos artigos XXVI da DeclaraoAmericana, 8 da Conveno Americana e 14 do Pacto Internacional sobre DireitosCivis e Polticos, e as obrigaes includas no artigo 36.1.b) da Conveno de Vienasobre Relaes Consulares podem ter um efeito sobre os direitos processuais doacusado do cometimento de um delito que se sanciona com a morte;os deveres impostos pelo artigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobre RelaesConsulares ultrapassam a comunicao especfi ca entre um prisioneiro e oconsulado de seu pas e implicam a segurana e liberdade dos estrangeiros quevivem, viajam e trabalham no territrio de um Estado;a proteo dos direitos dos detidos uma pedra angular da consolidao dademocracia e o artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consularescria obrigaes a respeito do tratamento de estrangeiros detidos no territriodos Estados Partes desta Conveno;um Estado que no aplique em seu territrio a normativa internacional a respeitoda pessoa estrangeira incorre em responsabilidade internacional e, portanto,deve prover os meios de reparao pertinentes;um estudo de legislao comparada demonstra que os tribunais nacionaisinterpretaram de forma diversa os efeitos da violao do artigo 36.1.b) daConveno de Viena sobre Relaes Consulares e revela que possvel anular umprocesso caso se determine que a violao acarretou um prejuzo ao acusado, ea nus de demonstrar que, apesar dessa omisso, foram respeitadas todas asgarantias processuais requeridas para assegurar um julgamento justo recai sobreo Estado que descumpriu as obrigaes impostas pelo artigo 36 da Convenode Viena sobre Relaes Consulares e este Estado deve demonstrar que criou ascondies para assegurar o respeito ao devido processo (obrigao positiva) e que odetido no foi privado arbitrariamente de um direito protegido (obrigao negativa).***27. A Corte resume da seguinte maneira os argumentos orais dos Estados participantes neste procedimento, assimcomo da Comisso Interamericana,7 no que diz respeito consulta formulada pelo Mxico:7. O texto completo das apresentaes dos Estados, rgos, instituies e indivduos participantes na audincia pblica foi publicado novolume Transcrio da audincia pblica celebrada na sede da Corte Interamericana de Direitos Humanos em 12 e 13 de junho de 1998 sobreo pedido de Parecer Consultivo OC-16. Texto ofi cial (circulao restrita; doravante Transcrio da audincia pblica). Oportunamente, serpublicado tambm na srie B de publicaes da Corte. O idioma da apresentao foi o espanhol, a menos que se indique outra coisa nosresumos preparados pela Corte.22 23. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULAREstados Unidos Mexicanos Em sua apresentao inicial, em 12 de junho de 1998, o Estado requerentemanifestou, a respeito da admissibilidade da consulta, que:seu propsito, ao iniciar este procedimento consultivo, ajudar os Estados ergos a cumprir e aplicar tratados de direitos humanos sem submet-los aoformalismo que caracteriza o procedimento contencioso e defender o devidoprocesso judicial, cuja violao em caso de aplicao da pena de morte podesignifi car a violao do direito vida; e a consulta no se refere a nenhum casoconcreto nem constitui um caso interestatal encoberto;a respeito das motivaes da consulta:no caso de aplicao da pena de morte os direitos fundamentais da pessoadevem ser meticulosamente cuidados e respeitados j que a execuodaquela impede toda possibilidade de sanar o erro judicial; a Corte j sepronunciou sobre as limitaes impostas na Conveno Americana aplicaoda pena de morte; o Mxico mantm cerca de 70 consulados em todo o mundoe mais de 1.000 funcionrios dedicados proteo dos assuntos consulares deseus cidados no exterior; apenas no ano de 1997 esta rede consular atendeuaproximadamente 60.000 casos de proteo;sua experincia nesta matria lhe permite afi rmar que os primeiros momentosda deteno marcam, de maneira determinante, a sorte do que ocorrer ao ru;nada pode suprir uma oportuna interveno consular nestes momentos porque quando o ru requer maior assistncia e orientao, uma vez que, em muitasocasies, no conhece o idioma do pas em que se encontra, ignora seusdireitos constitucionais no Estado receptor, no sabe se tem a possibilidadede que lhe seja oferecida assistncia jurdica gratuita e no conhece o devidoprocesso legal, enenhum tribunal interno proporcionou um recurso efetivo contra as violaesao artigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares;a respeito do mrito da consulta, que:o Direito Internacional se transformou no presente sculo, o que repercute nosefeitos e na natureza que se deve reconhecer a instrumentos como a DeclaraoAmericana; em casos em que se impe a pena de morte necessrio sanar asconsequncias da violao do direito informao sobre o direito notifi caoconsular por meio do restabelecimento do status quo ante e, em caso de queeste restabelecimento no seja possvel devido aplicao efetiva da penade morte, haver a responsabilidade internacional por descumprimento dasgarantias processuais e violao do direito vida, cuja consequncia seria odever de compensar as famlias das pessoas executadas, para o que no serequer demonstrar que a violao acarreta um prejuzo.Ante as perguntas de alguns juzes da Corte, o Estado requerente acrescentouque:O nus da prova sobre o prejuzo ocasionado pela violao do direito informao sobre a assistncia consular no pode ser atribudo pessoaque faz a reclamao e, em todo caso, a responsabilidade internacional surgeindependentemente da existncia de dano ou prejuzo.Costa Rica Em sua apresentao perante a Corte, a Costa Rica manifestou, a respeito dacompetncia da Corte neste assunto, que:a consulta cumpre os requisitos convencionais e regulamentares; a respeito domrito da consulta, que:o cumprimento das garantias processuais estabelecidas dentro do SistemaInteramericano e no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polticos 23 24. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSindispensvel nos processos por delitos sancionados com a pena capital; oartigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares confere aodetido estrangeiro o direito a conhecer seu direito comunicao consular; ocitado artigo 14 do Pacto Internacional inclui os direitos conferidos ao detidopelo artigo 36.1.b);o Estado receptor no est isento, em nenhuma circunstncia, de notifi car odetido sobre seus direitos porque, caso contrrio, este ltimo no contaria commeios adequados para preparar sua defesa; em muitas ocasies o estrangeirocondenado morte no entende o idioma nem conhece a lei do Estado receptornem as garantias judiciais que lhe confere essa lei e o Direito Internacional, eingressou ilegalmente no pas;a expresso sem tardar, contida no artigo 36.1.b) da Conveno de Vienasobre Relaes Consulares, deve entender-se no sentido de que existeuma obrigao do Estado receptor de informar ao estrangeiro detido pordelitos punveis com a pena capital sobre os direitos que este artigo lheconfere seja no momento de sua priso ou antes de que preste declaraoou faa uma confisso perante as autoridades polticas ou judiciais doEstado receptor;o direito do detido estrangeiro a ser informado sobre a assistncia consularno est subordinado aos protestos do Estado de sua nacionalidade, ea violao das obrigaes impostas pelo artigo 36.1.b) traz como consequnciao dever de realizar reparaes e, no caso de imposio da pena de morte,poderia gerar responsabilidade civil.Ante as perguntas de alguns dos juzes que integram a Corte, Costa Ricaacrescentou que:caso a pena de morte no se tenha executado, caberia considerar a nulidade doprocesso e a instaurao de algum tipo de responsabilidade civil.El Salvador Em seu comparecimento perante a Corte, El Salvador manifestou, com respeitos motivaes da consulta:o presente Parecer Consultivo ter repercusses positivas para o ordenamentodos Estados e o Sistema Interamericano e estimular a implementao eo cumprimento irrestrito das disposies legais includas nos diferentesinstrumentos internacionais de direitos humanos, ea opinio da Corte nesta matria contribuir legitimao do devido processoem todos os sistemas jurdicos do mundo, fortalecendo o sistema de proteodos direitos humanos;Com respeito admissibilidade da consulta, que:a Conveno Americana outorga Corte a faculdade de interpretar qualqueroutro tratado relacionado proteo dos direitos humanos nos Estadosamericanos, o que inclui o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polticos ea Conveno de Viena sobre Relaes Consulares;Com respeito ao mrito da consulta, que:o artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares umadisposio dirigida proteo dos direitos humanos nos Estados americanosporque regulamenta garantias mnimas necessrias para que os estrangeirospossam gozar de um devido processo no exterior; os detidos estrangeirosse encontram em uma situao de desvantagem por diferenas de idioma,desconhecimento do sistema jurdico e das instncias competentes parajulg-los, carecem de uma defesa adequada e permanente desde o incio e24 25. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULARignoram os direitos que lhes correspondem; o artigo 36.1.b) busca garantir oprocesso justo e o respeito das garantias mnimas; dever do Estado receptor informar sem demora ao detido estrangeiro sobre osdireitos que lhe confere o artigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobre RelaesConsulares, disposio que possui relao ntima com o Pacto Internacionalsobre Direitos Civis e Polticos, a Carta da OEA e a Declarao Americana;este dever existe mesmo em caso de ausncia de funcionrios consularesda nacionalidade do processado acreditados perante esse Estado e ainda [...em] caso de inexistncia de relaes diplomticas e/ou consulares, em cujocaso o Estado receptor deve dar conhecimento ao processado do direito quepossui de estabelecer comunicao com seu estado de nacionalidade porintermdio de um pas amigo ou por meio das representaes diplomticasperante organismos internacionais ou por conduto de organismos e instituiesdedicadas ao tema dos direitos humanos;o artigo 14 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polticos reconheceo direito de toda pessoa a ser ouvida publicamente com as devidas garantias,as quais incluem de forma implcita o artigo 36 da Conveno de Viena sobreRelaes Consulares, e[a] sentena proferida por um tribunal competente e que no cumpriuplenamente o devido processo tem como sano correspondente a nulidadede todo o processo.Ante as perguntas de alguns dos juzes que integram a Corte, El Salvadormanifestou que:o descumprimento da obrigao de notifi car acarreta a inobservncia dosprincpios do devido processo e uma situao de nulidade, posto que secolocou um estrangeiro em desamparo.Guatemala Em sua apresentao perante a Corte, o Estado guatemalteco deu leitura a seuescrito de 30 de abril de 1998 (26 supra).Ante as perguntas de alguns dos juzes que integram a Corte, a Guatemalamanifestou que:a ausncia de um dos requisitos do devido processo produz uma nulidade dedireito;corresponde s cortes de justia, tanto nacionais como internacionais,determinar em cada caso concreto as consequncias da inobservncia dorequisito do artigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares, oqual contm uma garantia mnima no sentido dado a esta expresso pelo artigo14.3 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polticos, particularmente luz da necessidade de que o acusado compreenda totalmente a dimenso daacusao contra si.Honduras Em seu comparecimento perante a Corte, o Estado hondurenho manifestou, arespeito da competncia, que:a Corte competente para emitir seu parecer neste assunto, porque aindaquando o reconhecimento do direito informao sobre a assistncia consularse originou fora do mbito interamericano, aquele foi integrado legislaointerna dos Estados Partes atravs da Conveno de Viena sobre RelaesConsulares.a respeito do mrito da consulta, que:se o Estado receptor no informar oportunamente aos interessados sobreo direito que possuem de procurar proteo consular, tornam-se nulas as25 26. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSgarantias do devido processo, particularmente quando aqueles so condenados morte, ea no notifi cao implica numa violao do direito do Estado que envia etambm numa violao do direito humano da pessoa processada; a obrigaocontida no artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares tem,para seus Estados Partes, categoria de lei interna e, portanto, refora asmedidas de proteo dos direitos humanos.Paraguai Em sua apresentao perante a Corte, o Paraguai manifestou, a respeito domrito da consulta, que:os Estados devem respeitar as garantias mnimas que um estrangeiro acusadopor delitos que possam ser sancionados com a pena capital tem direito e suainobservncia gera responsabilidade internacional; a Conveno de Viena sobreRelaes Consulares contm obrigaes a cargo do Estado receptor e no dosindivduos afetados e a inobservncia destas obrigaes priva os indivduos dogozo de seus direitos;a inobservncia do artigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobre Relaes Consularespor parte do Estado receptor torna nulo o direito de um detido estrangeiro a umdevido processo, o que se agrava quando acusado por um delito que pode sersancionado com a pena capital, situao esta em que a omisso constitui umatransgresso do direito humano por excelncia: o direito vida, ea participao dos agentes consulares desde o momento da deteno deum nacional fundamental, particularmente considerando as diferenasdos sistemas jurdicos entre um Estado e outro, os possveis problemas decomunicao e que a assistncia consular pode infl uir de maneira importantesobre o resultado do processo, a favor do acusado.Repblica Dominicana Em sua apresentao perante a Corte, a Repblica Dominicana ratifi cou ocontedo de seu escrito de observaes de 30 de abril de 1998. Acrescentou,a respeito do mrito da consulta, que:com o cumprimento, sem demora, das disposies do artigo 36 daConveno de Viena sobre Relaes Consulares, se estaria seguindo [...] atendncia generalizada de proteger os direitos fundamentais do homem e,muito particular[mente,] o mais fundamental de todos, o direito vida; estecumprimento no deve estar sujeito aos protestos por parte do Estado denacionalidade, mas deve ser automtico, ea expresso sem tardar, contida no artigo 36.1.b) da Conveno de Vienasobre Relaes Consulares, deve ser entendida no sentido de que a notifi caodeve ser feita desde o momento da priso e antes de que o detido prestequalquer declarao ou confi sso perante as autoridades policiais ou judiciais.Estados Unidos da Amrica8 Em sua apresentao perante a Corte, os Estados Unidos da Amricamanifestaram, a respeito da admissibilidade da consulta, que:esta pretende a obteno de uma deciso sobre uma controvrsia com osEstados Unidos da Amrica, razo pela qual, de acordo com a jurisprudnciada Corte, distorce a funo consultiva deste Tribunal;o exame da consulta requereria que a Corte determinasse os fatos alegados,o que no pode fazer em um procedimento consultivo, que sumriopor natureza, e no adequado para determinar assuntos complexos emcontrovrsia interestatal nem permite a apresentao e avaliao adequada8. Os Estados Unidos da Amrica fi zeram sua apresentao perante a Corte em ingls. A traduo dos argumentos apresentados foi preparadapela Secretaria. O texto integral da apresentao original pode ser consultado na Transcrio da audincia pblica, que ser oportunamentepublicada tambm na srie B de publicaes do Tribunal.26 27. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULARde prova; por estas razes, os Estados Unidos da Amrica no se encontramobrigados a se defender das acusaes que lhe foram feitas;o objeto da consulta questionar a conformidade da legislao e prticaestadunidenses com normas de direitos humanos e, dado que os EstadosUnidos da Amrica ainda no so parte da Conveno Americana, este Tribunalno possui competncia para emitir critrio sobre estes assuntos;a consulta se baseia em concepes equivocadas sobre a funo consular;se est solicitando que a Corte determine um novo direito humano notifi caoconsular, presumivelmente universal, que no est includo de forma explcitanos principais instrumentos de direitos humanos -a Declarao Universal, osPactos ou a Conveno Americana-, mas que deve ser deduzido com baseem um tratado de 1962, que aborda uma matria inteiramente diferente: asrelaes consulares interestatais;o fato de que um tratado universal possa oferecer proteo ou vantagens oufortalecer a possibilidade de que um indivduo exera seus direitos humanos,no signifi ca que se refere proteo dos direitos humanos e, portanto, que aCorte seja competente para interpret-lo;a consulta apresentada pelo Mxico alude a uma frase localizada na extensaConveno de Viena sobre Relaes Consulares; improvvel que isto convertaeste tratado em relativo proteo dos direitos humanos nas Amricas, eainda se a Corte considerasse que competente para emitir o presente ParecerConsultivo, existem razes conclusivas para que exercite sua faculdade deabster-se de emiti-lo, particularmente luz de um caso contencioso iniciado peloParaguai contra os Estados Unidos da Amrica perante a Corte Internacional deJustia9, cuja matria similar e coincidente com ao menos alguns assuntosenvolvidos na consulta; a emisso de um Parecer Consultivo geraria confuso,poderia prejudicar as posies jurdicas das partes e criaria o risco de produziruma disparidade entre os conceitos da Corte Interamericana e os do principalrgo judicial da ONU. Ademais, a interpretao de um tratado do qual soparte um vasto nmero de Estados alheios ao continente americano poderiacriar problemas em outras regies do mundo.Os Estados Unidos da Amrica manifestaram, ademais, que caso a Cortedeterminasse que competente para emitir este Parecer Consultivo:seria pertinente que a Corte reconhecesse a importncia da notifi cao consulare exortasse os Estados a melhorar seu nvel de cumprimento em todos oscasos em que se detm estrangeiros;seria procedente, alm disso, que a Corte determinasse que a Conveno deViena sobre Relaes Consulares no pretende criar, nem criou, um direitohumano individual, essencial para o devido processo penal, o que estdemonstrado por seus termos e histria, pela prtica dos Estados e pelo fatode que os sistemas judiciais estatais devem proteger os direitos humanos complena independncia da realizao da notifi cao consular ou no e da penaque possa ser imposta ao acusado. Ademais, o estabelecimento de padresmnimos em processos penais no o propsito do artigo 36 da Convenocitada, que no concebe que o direito informao sobre a assistncia consularseja um elemento essencial do sistema penal do Estado receptor;a histria legislativa da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares mostrauma clara tendncia a respeitar a independncia dos sistemas penais internos;9. Posteriormente, os Estados Unidos da Amrica informaram Corte que o Paraguai desistiu da ao iniciada contra si perante a CorteInternacional de Justia. Ver, a respeito, par. 28 infra.27 28. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSnenhum Estado participante nas negociaes sugeriu que estes sistemasdeveriam ser modifi cados para assegurar que o processo penal no fosseinstaurado at que se tivesse realizado a notifi cao consular; reconheceu-seque o processo penal poderia ser iniciado, mas a notifi cao no seriapostergada deliberadamente durante este processo;alm disso, o direito informao sobre a assistncia consular apenas existequando o Estado que envia tem o direito de realizar funes consulares noEstado receptor, do que se deduz que a Conveno de Viena no o concebecomo um direito humano;no existe um direito assistncia consular, pois esta depende do exerccio deuma atribuio discricionria por parte do Estado de nacionalidade; improvvel que os cnsules estejam em condies de prover assistncia atodos os detidos de sua nacionalidade, de maneira que seria ilgico consideraresta assistncia como parte dos requisitos do devido processo;no existe razo alguma que permita determinar que, se o Estado denacionalidade provesse assistncia consular, esta ser relevante para oresultado do processo; e na consulta, o Mxico apresentou uma viso ideal,mas no realista, do nvel de servio consular que ele mesmo est em condiesde prestar a seus nacionais; errado afi rmar, como regra geral, que todo estrangeiro desconhece o idioma,os costumes e o sistema jurdico do Estado receptor. A este respeito, os EstadosUnidos da Amrica apresentaram seu caso como exemplo, e argumentaramque comum que cidados mexicanos tenham vivido em seu territrio duranteperodos prolongados e que h casos em que o estrangeiro no pode serdiferenciado do nacional por seu conhecimento do idioma, os nexos familiarese econmicos ou o conhecimento do sistema jurdico;a histria legislativa da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares e aprtica dos Estados demonstram que para explicar o conceito sem tardar nose deve tomar como referncia um ato determinado do processo penal;no pertinente estabelecer regras especiais de notifi cao consular para ocaso de imposio da pena de morte, porque estas apenas teriam implicaesnos pases que aplicam essa medida e, portanto, iriam contra a vocaouniversal da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares; signifi cativo que no artigo 36 da Conveno citada se tenha excludo, comoresultado de uma deciso explcita, a obrigao de que se informe ao ofi cialconsular a natureza das acusaes feitas contra o detido estrangeiro;caso fossem estabelecidas regras especiais para a notifi cao consular em casode imposio da pena de morte, estar-se-ia atuando de forma desigual, pois osEstados que aplicam esta medida teriam maiores obrigaes com respeito notifi cao consular que os Estados que no a aplicam, mesmo quando estespossam impor penas muito severas como a priso perptua ou manter aosrus em condies de permanente ameaa para suas vidas, ea Conveno de Viena sobre Relaes Consulares no estabelece uma normade Direito Internacional que prescreva que a falta de notifi cao consularinvalida quaisquer procedimentos posteriores perante a justia ou as decisesposteriores a esta.Ante as perguntas de alguns dos juzes que integram a Corte, os EstadosUnidos da Amrica manifestaram que:apesar de a Conveno de Viena sobre Relaes Consulares estabelecer o direitoa ser informado, no existe razo alguma para considerar que este seja um direito28 29. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULARessencial para o pleno cumprimento dos direitos processuais fundamentais;a notifi cao consular deve ocorrer sem demora deliberada e to pronto quantoseja racionalmente possvel, dadas as circunstncias de cada caso, em relaoao que os Estados Unidos da Amrica apresentaram alguns exemplos extradosde sua prtica interna;os trabalhos preparatrios da Conveno de Viena sobre Relaes Consularesdemonstram que a incluso do direito do detido estrangeiro a ter contato como cnsul de seu estado de nacionalidade foi o corolrio do direito do cnsul acomunicar-se com um detido de sua nacionalidade no Estado receptor;a anlise das situaes em que se descumpriu a notifi cao consular deveser feita no contexto de cada caso determinado e, ainda quando for possvelsupor uma hiptese em que um tribunal nacional poderia determinar que a faltade notifi cao consular est unida de forma inexorvel a uma defi cincia dodevido processo, no se tem conhecimento de nenhum caso em que qualquertribunal tenha chegado a essa concluso, eo artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares no concede aoindivduo o direito a questionar um procedimento penal e solicitar a revogaode uma condenao quando no se observou o direito notifi cao consular.Comisso Interamericana Em sua apresentao perante a Corte, a ComissoInteramericana ratifi cou os termos de seu escrito de observaes de 30 de abrilde 1998 e acrescentou que:ao estipular expressamente que a notifi cao ao detido de seu direito notifi cao consular deve ser realizada sem demora alguma e que no admiteexceo, o texto do artigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobre RelaesConsulares reconhece que a etapa prvia ao julgamento em todo processopenal uma etapa crtica na qual o acusado deve estar em condies deproteger seus direitos e de preparar sua defesa;o dever de notifi car o estrangeiro detido sobre seu direito ao acesso consularest vinculado a uma srie de garantias fundamentais que so necessriaspara assegurar um tratamento humano e um julgamento imparcial, pois osfuncionrios consulares realizam importantes funes de verifi cao e deproteo, cujo cumprimento foi o motivo da incorporao do artigo 36 naConveno de Viena sobre Relaes Consulares;quando um Estado Membro da OEA que parte da Conveno de Viena sobreRelaes Consulares descumpre as obrigaes dispostas no seu artigo 36,priva o estrangeiro detido de um direito cujo objeto e propsito protegeras garantias bsicas do devido processo, de modo que o nus da prova recaiento sobre este Estado, em razo do que deve demonstrar que o devidoprocesso foi respeitado e que o indivduo no foi privado arbitrariamente dodireito protegido;fazer recair o nus da prova no indivduo seria uma negao das proteesconsagradas no artigo 36 da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares;o Direito Internacional reconheceu que os estrangeiros detidos podem estarem condies de desvantagem ou enfrentar problemas na preparao de suadefesa e o propsito do artigo 36 da Conveno de Viena sobre RelaesConsulares assegurar que estes detidos contem com o benefcio da consultacom seu cnsul, que apresenta meios para satisfazer seu direito a umjulgamento com as devidas garantias;as protees do artigo 36 no substituem os requisitos do devido processopenal nem coincidem totalmente com estes, mas tm o propsito de permitir29 30. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSao detido estrangeiro tomar decises conscientes e informadas para apreservao e defesa de seus direitos, eno caso da pena de morte, a obrigao dos Estados Partes de observarrigorosamente as garantias do julgamento imparcial no admite nenhumaexceo e o descumprimento deste dever constitui uma violao fl agrante earbitrria do direito vida.Ante as perguntas de alguns juzes da Corte, a Comisso Interamericanamanifestou que:se no for observada a garantia contida no artigo 36.1.b) da Conveno deViena sobre Relaes Consulares, existe a presuno iuris tantum de que odetido ou condenado no desfrutou das garantias correspondentes, o que gerauma inverso do nus da prova, que passa ento ao Estado receptor.***28. A Corte resume a seguir as observaes escritas adicionais e fi nais dos Estados participantes neste procedimento,30assim como as da Comisso Interamericana:10Estados Unidos Mexicanos Em sua [e]xplicao das perguntas propostas na [consulta], o Mxicomanifestou:a respeito da primeira pergunta, que:considerou imprescindvel propor a primeira pergunta, por se tratar daprimeira ocasio em que se solicita o exerccio da competncia consultivasobre um tratado adotado fora do [S]istema Interamericano;ainda que o objeto principal da Conveno de Viena sobre Relaes Consularesno seja a proteo dos direitos humanos, claro que seu artigo 36 contmdisposies aplicveis sua proteo nos territrios dos Estados Partes,porque reconhece direitos ao indivduo interessado, eexistem outros tratados multilaterais que contm disposies sobre a liberdadede comunicao com os consulados e o oportuno aviso aos interessados sobreesta liberdade e a leitura do artigo 36 da Conveno de Viena sobre RelaesConsulares no contexto destes outros instrumentos, sugere que atualmentea comunidade internacional reconhece a liberdade de comunicao e o avisoconsular como direitos humanos;a respeito da segunda pergunta, que:a importncia prtica desta pergunta se deriva de que alguns tribunais nacionaisconsideram que a Conveno de Viena sobre Relaes Consulares consagraexclusivamente direitos e deveres dos Estados;a respeito da terceira pergunta, que:no existe uma interpretao uniforme da expresso sem tardar, contida noartigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares e isto motivaa apresentao da pergunta;a respeito da quinta11 pergunta, que: evidente que o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polticos um10. O texto completo dos escritos de observaes fi nais, apresentados pelos Estados, rgos, instituies e indivduos participantes noprocedimento ser publicado oportunamente. O idioma dos escritos foi o espanhol, a menos que se indique outra coisa nos resumospreparados pela Corte.11. No escrito de [e]xplicao das perguntas propostas na solicitao consultiva OC-16, apresentado pelo Estado requerente, tambm seincluiu uma seo referente quarta pergunta da consulta. Entretanto, o texto desta seo foi lido pelo representante desse Estado durante aaudincia pblica celebrada pela Corte e seu contedo se encontra resumido na seo correspondente (par. 27 supra). 31. MIGRAO, REFGIO E APTRIDAS - PARECER CONSULTIVO 16/99 - DIREITO INFORMAO SOBRE ASSISTNCIA CONSULARtratado com respeito ao qual a Corte pode exercer sua funo consultiva; emrazo dos casos concretos enumerados na consulta, esta interpretao noseria um mero exerccio terico;a respeito da sexta pergunta, que:esta tem o propsito de determinar se o aviso previsto no artigo 36.1.b) daConveno de Viena sobre Relaes Consulares forma parte das garantias mnimasdo devido processo reconhecidas pelo Direito Internacional dos Direitos Humanose, particularmente, determinar se as Salvaguardas que garantem proteo aosdireitos das pessoas condenadas pena de morte representam uma ferramentahermenutica que deve ser levada em considerao para a interpretao do artigo14 do Pacto [Internacional sobre Direitos Civis e Polticos], ea respeito da stima pergunta, que:nesta pergunta se prope a questo se o artigo 14 do Pacto Internacional sobreDireitos Civis e Polticos exige o cumprimento do artigo 36.1.b) da Convenode Viena sobre Relaes Consulares com o fi m de assegurar um julgamentojusto quando o acusado estrangeiro;a omisso do aviso requerido pelo artigo 36.1.b) da Conveno de Viena sobreRelaes Consulares priva o acusado estrangeiro da assistncia consular, queconstitui o meio mais acessvel e idneo para coletar as provas de defesa ou deoutra natureza que se encontrem no Estado de sua nacionalidade;a respeito da oitava pergunta, que:no marco do julgamento de um estrangeiro, os padres de direitos humanosno podem se dissociar do estrito cumprimento do artigo 36.1.b) da Convenode Viena sobre Relaes Consulares;a respeito da nona pergunta, que:esta se relaciona com a reafi rmao da obrigao dos Estados federais degarantir em todo seu territrio as garantias mnimas que o Pacto Internacionalsobre Direitos Civis e Polticos consagra em matria de devido processo e daimportncia de cumprir as disposies do artigo 36.1.b) da Conveno de Vienasobre Relaes Consulares;a respeito da dcima primeira12 pergunta, que: evidente que quando o Estado receptor descumpre seu dever de notifi carimediatamente o estrangeiro detido sobre os direitos que lhe confere o artigo36.1.b) da Conveno de Viena sobre Relaes Consulares, violam-se asgarantias de igualdade consagradas na Carta da OEA;a respeito da dcima segunda pergunta, que:seu propsito coadjuvar a tutela dos direitos humanos dos estrangeirosprocessados e facilitar Comisso Interamericana o cumprimento efetivo deseu mandato.Estados Unidos da Amrica Em seu escrito de 18 de maio de 1999,13 os Estados Unidos da Amricainformaram Corte que:o Paraguai desistiu da ao iniciada contra si perante a Corte Internacional de Justiae esta retirou o caso de seus assuntos pendentes em 10 de novembro de 1998, e12. No escrito de [e]xplicao das perguntas propostas na solicitao consultiva OC-16, apresentado pelo Mxico, tambm incluiu umaseo referente dcima pergunta formulada Corte. Entretanto, nesta seo o Estado requerente se referiu ao texto explicativo da quartapergunta que, como se afi rmou (nota de rodap da pgina 11, supra), foi lido pelo representante durante a audincia pblica celebrada pelaCorte e se encontra resumido na seo correspondente (par. 27 supra).13. O texto das observaes fi nais dos Estados Unidos da Amrica foi apresentado em ingls. O texto original ser publicado oportunamentena srie B de publicaes da Corte.31 32. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSum caso similar, apresentado pela Alemanha, encontra-se pendente perante aCorte Internacional de Justia;e reiteraram que:conforme o seu ponto de vista, a Corte no deve emitir uma interpretao daConveno de Viena sobre Relaes Consulares, que um tratado com vocaouniversal relativo s relaes consulares entre Estados e que no cria direitoshumanos, eem todo caso, a Conveno de Viena sobre Relaes Consulares no provfundamento para o tipo de reparaes sugeridas por outros participantes nesteprocedimento consultivo.Comisso Interamericana Em seu escrito de observaes fi nais de 17 de maio de 1999, a ComissoInteramericana manifestou que:ao estabelecer as regras que permitem o acesso consular para proteger osdireitos do detido na etapa em que estes so mais vulnerveis, o artigo 36 daConveno de Viena sobre Relaes Consulares contm normas relacionadas proteo dos direitos humanos, no sentido que o artigo 64.1 da ConvenoAmericana d a esta expresso e prov uma base slida para emitir um ParecerConsultivo;ainda quando o prembulo da Conveno de Viena sobre Relaes Consularesindica que seu propsito no benefi ciar os indivduos, tambm evidenteque a proteo dos direitos individuais constitui o propsito principal da funoconsular, como decorre da leitura do artigo 5 da Conveno citada;o direito de acesso estabelecido no artigo 36 da Conveno de Viena sobreRelaes Consulares no est subordinado aos protestos do Estado que enviae est estreitamente relacionado ao direito ao devido processo estabelecido nosinstrumentos internacionais de direitos human