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O que é uma Constituição? Alunas: Rosemeri Munhoz de Andrade Thais Zandoná Ferdinand Lassale Porto Alegre, outubro de 2012 Escola Superior da Fundação do Ministério Público Direito Constitucional I

O que é uma Constituição?

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Apresentação realizada de acordo com o livro "A Essência da Constituição" de Ferdinand Lassale

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Page 1: O que é uma Constituição?

O que é uma Constituição?

Alunas: Rosemeri Munhoz de Andrade Thais Zandoná

Ferdinand Lassale

Porto Alegre, outubro de 2012

Escola Superior da Fundação do Ministério PúblicoDireito Constitucional I

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Histórico do autor

Nasceu em Breslau, antiga cidade prussiana, atual Wroclaw- Polônia.

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• Filósofo e político;• Pai filosófico da socialdemocracia;• Estudou na escola superior de letras de

Breslau;• Estudou comércio em Leipzig;• 1843- começa o estudo de História,

Arqueologia e Filologia. • 1844- Fixa-se em Berlim para estudar Filosofia.

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Considerava que só uma gradual evolução jurídica dentro do sistema capitalista faria ser possível o triunfo do socialismo.

Frente ao autoritarismo de Otto von Bismarck considerava que a única alternativa era um “estado monárquico de bem estar”.

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• Em 1863 formou a Associação Geral dos Trabalhadores Alemães, o primeiro partido trabalhista alemão, transformado posteriormente no Partido Social Democrata.

• Em um duelo por uma moça, Helene von Donniges, foi ferido no abdômem pelo outro pretendente , falecendo três dias depois.

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Capítulo I

O que é uma Constituição

Lei e Constituição

Os fatores reais do poder

A MonarquiaA Aristocracia

A grande burguesiaOs banqueiros

A pequena burguesia e a classe operária

Os fatores do poder e as instituições

jurídicas

A folha de papelO sistema eleitoral das três

classesA Câmara Senhorial ou

SenadoO Rei e o Exército

Poder Organizado e poder inorgânico

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O que é uma Constituição

“...é um pacto juramentado entre o rei e o povo, estabelecendo princípios alicerçais da legislação e do governo dentro de um país.”

“..é a lei fundamental proclamada pelo país, na qual baseia-se a organização do Direito público dessa nação.”

São critérios, notas explicativas, mas não esclarecem onde está o CONCEITO de toda a Constituição: A essência Constitucional.

Não serve para orientar-nos se uma determinada Constituição é e porque,Boa ou máFáctível ou irrealizávelDuradoura ou insustentável

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Método para esclarecer algo que ignoramos

Comparar a coisa cujo o conceito não sabemos com outra semelhante a ela, esforçando-se para penetrar clara e nitidamente nas diferenças que afastam uma da outra.

Aplicando o método:Qual a diferença entre uma Constituição e uma Lei?Como distinguir uma lei da lei fundamental?

Constituição como a lei fundamental de uma nação. Uma força ativa que faz, por uma exigência da necessidade, que todas as outras leis e instituições jurídicas vigentes no país sejam o que realmente são, de tal forma que, a partir desse instante, não podem decretar, naquele país, embora quisessem, outras quaisquer.Será que existe ?

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SIM, existe, e estão apoiados nos FATORES REAIS DO PODER que regem uma determinada sociedade..

Ex. Incêndio com a destruição de toda a Coleção Legislativa.

A MONARQUIAO exército subsiste e obedece ao rei.

Um rei,...é uma parte da Constituição

ARISTOCRACIADestruídas as leis, somos todos iguais – Não precisamos da Câmara Senhorial.

Nobreza influente e bem vista pelo rei, também é uma parte da Constituição

O legislador, completamente livre poderia fazer leis de acordo com o seu modo de pensar?

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Ex. O rei e a nobreza pretendem impor a toda a organização social o sistema gremial que regeu na Idade Média (barreiras legais que impedem o crescimento e desenvolvimento).

Empresas fechadas – Desemprego

A GRANDE BURGUESIA

Multidão de desempregados saem as ruas exigindo pão e trabalho. (atrás dela a grande burguesia, instigando, sustentando).

As grandes industrias são também um fragmento da Constituição

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Ex. Se o Governo pretendesse implantar uma medida excepcional, abertamente lesiva aos interesses dos grandes banqueiros. Poderia isso prevalecer?

BANQUEIROS

Empréstimos em troca do papel da Dívida Pública .

Os grandes banqueiros são também parte da Constituição

Ex. Se o Governo intentasse promulgar uma lei penal que punisse, na pessoa dos pais, os roubos cometidos pelos filhos.

TODOS iriam discordar de tamanho absurdo.

Dentro de certos limites, também a consciência coletiva e a cultura geral são partículas da Constituição

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Ex. Se o Governo para proteger e satisfazer os privilégios da nobreza, dos banqueiros, dos grandes industriais e dos grandes capitalistas tentasse privar a liberdade política da pequena burguesia e da classe operária.Poderia fazê-lo?

A PEQUENA BURGUESIA e a CLASSE OPERÁRIA

SIM, mesmo que transitoriamente, os fatos demonstram que sim.

Em casos extremos e desesperados também o povo, TODOS NÓS, somos uma parte da Constituição.

Ex. Se o Governo pretendesse tirar a liberdade pessoal da pequena burguesia e da classe operária e transformar o trabalhador em escravo. Subsistiria essa pretensão?

NÃO, o povo protestaria! A pequena burguesia se juntaria ao povo e seriam invencíveis.

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Os fatores do poder e as instituições jurídicas

A Folha de papel

Em essência a Constituição de um país é a soma dos fatores reais do poder que regem um país.

Que relação existe com o que chamamos de Constituição com a Constituição jurídica?

Fatores reais do poder escritos em uma Folha de papel

Verdadeiro direito nas instituições jurídicas e quem atentar contra ele, atenta contra a lei, e assim é punido.

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Os fatores do poder e as instituições jurídicasOs fatores do poder e as instituições jurídicas

O sistema eleitoral das três classes

Nação em três grupos eleitorais, de acordo com os impostos por eles pagos e posses do eleitor. 1849 – Prússia

Primeiro grupo – 153.808 eleitores - RiquíssimosSegundo Grupo – 409.945 eleitores - Posses MédiasTerceiro Grupo – 2.691.950 eleitores - Desprovidos de riqueza

Significa dizer que: nos destinos políticos de um país, o capitalista terá uma influência 17 vezes maior que um simples cidadão sem recursos.

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Os fatores do poder e as instituições jurídicasOs fatores do poder e as instituições jurídicas

A Câmara Senhorial ou Senado

Atribuição de aprovar ou não os

acordos feitos pela Câmara de

deputados .

Põe nas mãos de um grupo de velhos proprietários a permissão de contrabalançar a vontade nacional e de todas as classes que a compõem, por mais unânime que seja essa vontade.

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Os fatores do poder e as instituições jurídicas

O Rei e o Exército

Os fatores do poder e as instituições jurídicas

Poder Organizado

e Poder Inorgânico

Exército à margem da Constituição, presta contas somente ao Rei, e é dele a atribuição de preencher todos os postos vagos do exército.

O rei com um poder superior ao que goza a Nação inteira.

O poder político do rei, o Exército está organizado.

O poder que se apoia na Nação, embora infinitamente maior, não está organizado.

Um poder menos forte, porém organizado, pode sustentar-se anos a fio, sufocando o poder, muito mais forte, porém desorganizado.

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Capítulo II

Algo de história Constitucionalista

Constituição feudal

Absolutismo

A revolução burguesa

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Algo de história Constitucionalista

Todos os países possuem ou possuíram sempre, e em todos os momentos da sua história, uma Constituição real e verdadeira.

Nos tempos modernos não são as Constituições reais e efetivas, mas sim as Constituições escritas nas folhas de papel.

De onde provém essa aspiração de possuir uma Constituição escrita? Somente pode ter origem nas transformações dos fatores da sociedade.

E como podem ocorrer essas transformações?

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Constituição feudal

Absolutismo

A maior parte do povo trabalha no cultivo da terra para sobreviver. Submetidos ao poder da nobreza.

A nobreza cumpre seu papel de destaque, o príncipe não poderá criar sem o seu consentimento novos impostos. Ocupa entre eles a posição primus inter pares.

A população cresce, as indústria e o comércio progridem. Nasce uma pequena burguesia.

Esse crescimento favorece ao príncipe que vai possuir exército permanente, instrumento real e efetivo de poder, que forma a Constituição efetiva dessa sociedade. Denominação de Estado Militar.

A nobreza renuncia aos feudos e alia-se ao príncipe.

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Constituição feudal

- Desenvolvimento da indústria e comércio;- Crescimento da população e melhora no gênero de vida;- O príncipe não consegue acompanhar essa evolução.

“Não posso continuar a ser uma massa submetida e governada sem contarem com a minha vontade; quero governar também e que o príncipe reine limitando-se a seguir a minha vontade e regendo meus assuntos e interesses.”

Protesto – 18/03/1848 Prússia

Revolução Burguesa

A burguesia percebe que também é uma potência política independente e grita:

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Capítulo III

A arte e a sabedoria constitucionais

O poder da Nação é invencível

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Quando corresponder a Constituição real e tiver suas raízes nos fatores do poder que regem o país.

A Constituição escrita deve corresponder à real, caso contrário sucumbirá.

Quando podemos dizer que uma Constituição escrita é boa e duradoura?

A arte e a sabedoria constitucionais

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Porque o exército não foi transformado radicalmente para que não voltasse a ser um instrumento de força ao serviço do rei

contra o povo?Isto se explica: porque geralmente os reis tem ao seu serviço melhores servidores do que o povo.

O poder da Nação é invencível

Em 1848 ficou demonstrado que o poder da Nação é muito maior do que o do exército. Porém diferente no que tange a organização.

Servidores do rei:- são práticos - possuem o instinto de agir no momento oportuno,

Servidores do povo:- quase sempre retóricos;- fazem discurso nas horas em que os outros dão as ordens para que os canhões sejam postos na rua contra povo.

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Consequências Conclusões práticas

Não foram adotadas as medidas para substituir os fatores reais do poder dentro do país. Transformar o exército em instrumento da Nação;

De nada servirá o que se escreve em uma folha de papel, se não se justifica pelos fatos reais e efetivos do poder;

Onde a Constituição reflete os fatores reais e efetivos do poder, não pode existir um partido político que tenha por lema o respeito à Constituição, porque ela já é respeitável. É invulnerável.

Os problemas constitucionais não são problemas de direito, mas do poder;

A verdadeira Constituição de um país tem por base os fatores reais e efetivos do poder que rege naquele país;

As Constituições escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade social. Critérios Fundamentais.