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0 0 2 9 6 9 6 1 8 2 0 1 1 4 0 1 3 4 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL Processo N° 0029696-18.2011.4.01.3400 - 1ª VARA FEDERAL Nº de registro e-CVD 00267.2015.00013400.1.00059/00128 SENTENÇA TIPO A PROCESSO Nº 0029696-18.2011.4.01.3400 AÇÃO ORDINÁRIA/SERVIÇOS PÚBLICOS – CLASSE 1300 AUTOR: SINDICATO DOS TRABALHADORES DO PODER JUDICIÁRIO E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO NO DISTRITO FEDERAL – SINDJUS/DF ADVOGADOS: IBANEIS ROCHA BARROS JÚNIOR E OUTROS RÉ: UNIÃO FEDERAL SENTENÇA Trata-se de ação ajuizada sob o rito ordinário pelo SINDICATO DOS TRABALHADORES DO PODER JUDICIÁRIO E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO NO DISTRITO FEDERAL – SINDJUS/DF – em desfavor da UNIÃO FEDERAL, em que objetiva: i) declaração do direito dos servidores públicos ocupantes do cargo de analista judiciário, área de apoio especializado, especialidade jornalismo, dos quadros de pessoal dos órgãos do Poder Judiciário no Distrito Federal, a jornada de trabalho de cinco horas, sem prejuízo da remuneração; ii) a condenação da ré em obrigação de fazer, consistente em reduzir a carga horária de trabalho dos substituídos para cinco horas; e iii) a condenação ao pagamento aos substituídos do adicional por serviço extraordinário calculado sobre as horas de trabalho que excederam ou excederem à jornada de trabalho de cinco horas, excluídas as parcelas prescritas. ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL SOLANGE SALGADO DA SILVA RAMOS DE VASCONCELOS em 12/06/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 52902523400222. Pág. 1/21

Sentença - jornada de 5h para jornalista no serviço público - improcedência

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SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Processo N° 0029696-18.2011.4.01.3400 - 1ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00267.2015.00013400.1.00059/00128

SENTENÇA TIPO A

PROCESSO Nº 0029696-18.2011.4.01.3400

AÇÃO ORDINÁRIA/SERVIÇOS PÚBLICOS – CLASSE 1300

AUTOR: SINDICATO DOS TRABALHADORES DO PODER JUDICIÁRIO E

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO NO DISTRITO FEDERAL – SINDJUS/DF

ADVOGADOS: IBANEIS ROCHA BARROS JÚNIOR E OUTROS

RÉ: UNIÃO FEDERAL

SENTENÇA

Trata-se de ação ajuizada sob o rito ordinário pelo SINDICATO DOS

TRABALHADORES DO PODER JUDICIÁRIO E MINISTÉRIO PÚBLICO

DA UNIÃO NO DISTRITO FEDERAL – SINDJUS/DF – em desfavor da UNIÃO

FEDERAL, em que objetiva:

i) declaração do direito dos servidores públicos ocupantes do cargo de

analista judiciário, área de apoio especializado, especialidade jornalismo, dos quadros

de pessoal dos órgãos do Poder Judiciário no Distrito Federal, a jornada de trabalho

de cinco horas, sem prejuízo da remuneração;

ii) a condenação da ré em obrigação de fazer, consistente em reduzir a

carga horária de trabalho dos substituídos para cinco horas; e

iii) a condenação ao pagamento aos substituídos do adicional por serviço

extraordinário calculado sobre as horas de trabalho que excederam ou excederem à

jornada de trabalho de cinco horas, excluídas as parcelas prescritas.________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL SOLANGE SALGADO DA SILVA RAMOS DE VASCONCELOS em 12/06/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 52902523400222.

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Para tanto, aduz que, na qualidade de substituto processual dos

servidores públicos ocupantes do cargo de analista judiciário, área de apoio

especializado, especialidade jornalismo, do quadro de pessoal do STJ, inaugurou

processo administrativo perante aquela Corte Superior de Justiça para obter o ajuste

da jornada de trabalho dos substituídos, a fim de adequá-la à legislação especial que,

admitida como regra geral (art. 19 da Lei 8.112/90), prevê carga horária diária

máxima de cinco horas (art. 9º do Decreto-Lei 972/69).

Contudo, informa que referido pleito fora indeferido pelo Diretor-Geral

do STJ, nada obstante a clara redação do art. 19 da Lei 8.112/90 e precedentes

favoráveis do CNJ sobre a questão.

Interposto recurso administrativo, o Conselho de Administração do STJ

o desproveu sob o fundamento de que as atribuições dos servidores seriam

incompatíveis com as atividades de jornalista.

Assim, informa que apresentou perante o CNJ procedimento de controle

administrativo, cuja pretensão de controle fora julgada improcedente.

Nesse cenário, aduz a necessidade de ajuizamento do presente feito

coletivo, de forma a obter pronunciamento jurisdicional que reconheça aos jornalistas

do Poder Judiciário o direito à jornada diferenciada de cinco horas diárias.

Instruem a inicial os documentos de fls. 23/141.

Procuração e substabelecimento às fls. 24 e 155; 166.

Custas recolhidas (fl. 141).

Contestação às fls. 145/149, acompanhada de documentos (fls. 150/151, ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL SOLANGE SALGADO DA SILVA RAMOS DE VASCONCELOS em 12/06/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 52902523400222.

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por meio da qual a ré pugnou pela improcedência dos pedidos.

Substabelecimento sem reserva de poderes às fls. 154/155.

Réplica às fls. 159/162.

As partes informaram não ter outras provas a produzir (fls. 168 e 169-

verso).

É o relatório.

DECIDO.

Sem questões preliminares, passo ao exame do mérito.

O exercício da profissão de jornalista é regulamentado pelo Decreto-Lei

972/69, cuja norma fora recepcionada pela nossa atual Constituição da República – à

exceção do seu art. 4º, inc. V, conforme decidiu o STF no bojo do RE 511.961 –,

senão vejamos, in verbis (grifos nossos):

EMENTA: JORNALISMO. EXIGÊNCIA DE DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR,

REGISTRADO PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, PARA O EXERCÍCIO DA

PROFISSÃO DE JORNALISTA. LIBERDADES DE PROFISSÃO, DE

EXPRESSÃO E DE INFORMAÇÃO. CONSTITUIÇÃO DE 1988 (ART. 5º, IX E

XIII, E ART. 220, CAPUT E § 1º). NÃO RECEPÇÃO DO ART. 4º, INCISO V, DO

DECRETO-LEI N° 972, DE 1969. 1. RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. ART.

102, III, "A", DA CONSTITUIÇÃO. REQUISITOS PROCESSUAIS

INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE. Os recursos

extraordinários foram tempestivamente interpostos e a matéria constitucional que

deles é objeto foi amplamente debatida nas instâncias inferiores. Recebidos nesta

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Corte antes do marco temporal de 3 de maio de 2007 (AI-QO nº 664.567/RS, Rel.

Min. Sepúlveda Pertence), os recursos extraordinários não se submetem ao regime

da repercussão geral. 2. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

PARA PROPOSITURA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA. O Supremo Tribunal Federal

possui sólida jurisprudência sobre o cabimento da ação civil pública para proteção de

interesses difusos e coletivos e a respectiva legitimação do Ministério Público para

utilizá-la, nos termos dos arts. 127, caput, e 129, III, da Constituição Federal. No

caso, a ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público com o objetivo de

proteger não apenas os interesses individuais homogêneos dos profissionais do

jornalismo que atuam sem diploma, mas também os direitos fundamentais de toda a

sociedade (interesses difusos) à plena liberdade de expressão e de informação. 3.

CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA. A não-recepção do Decreto-Lei n°

972/1969 pela Constituição de 1988 constitui a causa de pedir da ação civil pública e

não o seu pedido principal, o que está plenamente de acordo com a jurisprudência

desta Corte. A controvérsia constitucional, portanto, constitui apenas questão

prejudicial indispensável à solução do litígio, e não seu pedido único e principal.

Admissibilidade da utilização da ação civil pública como instrumento de fiscalização

incidental de constitucionalidade. Precedentes do STF. 4. ÂMBITO DE PROTEÇÃO

DA LIBERDADE DE EXERCÍCIO PROFISSIONAL (ART. 5º, INCISO XIII, DA

CONSTITUIÇÃO). IDENTIFICAÇÃO DAS RESTRIÇÕES E CONFORMAÇÕES

LEGAIS CONSTITUCIONALMENTE PERMITIDAS. RESERVA LEGAL

QUALIFICADA. PROPORCIONALIDADE. A Constituição de 1988, ao assegurar a

liberdade profissional (art. 5º, XIII), segue um modelo de reserva legal qualificada

presente nas Constituições anteriores, as quais prescreviam à lei a definição das

"condições de capacidade" como condicionantes para o exercício profissional. No

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Processo N° 0029696-18.2011.4.01.3400 - 1ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00267.2015.00013400.1.00059/00128

âmbito do modelo de reserva legal qualificada presente na formulação do art. 5º,

XIII, da Constituição de 1988, paira uma imanente questão constitucional quanto à

razoabilidade e proporcionalidade das leis restritivas, especificamente, das leis que

disciplinam as qualificações profissionais como condicionantes do livre exercício

das profissões. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: Representação n.° 930,

Redator p/ o acórdão Ministro Rodrigues Alckmin, DJ, 2-9-1977. A reserva legal

estabelecida pelo art. 5º, XIII, não confere ao legislador o poder de restringir o

exercício da liberdade profissional a ponto de atingir o seu próprio núcleo essencial.

5. JORNALISMO E LIBERDADES DE EXPRESSÃO E DE INFORMAÇÃO.

INTEPRETAÇÃO DO ART. 5º, INCISO XIII, EM CONJUNTO COM OS

PRECEITOS DO ART. 5º, INCISOS IV, IX, XIV, E DO ART. 220 DA

CONSTITUIÇÃO. O jornalismo é uma profissão diferenciada por sua estreita

vinculação ao pleno exercício das liberdades de expressão e de informação. O

jornalismo é a própria manifestação e difusão do pensamento e da informação de

forma contínua, profissional e remunerada. Os jornalistas são aquelas pessoas que se

dedicam profissionalmente ao exercício pleno da liberdade de expressão. O

jornalismo e a liberdade de expressão, portanto, são atividades que estão imbricadas

por sua própria natureza e não podem ser pensadas e tratadas de forma separada. Isso

implica, logicamente, que a interpretação do art. 5º, inciso XIII, da Constituição, na

hipótese da profissão de jornalista, se faça, impreterivelmente, em conjunto com os

preceitos do art. 5º, incisos IV, IX, XIV, e do art. 220 da Constituição, que asseguram

as liberdades de expressão, de informação e de comunicação em geral. 6. DIPLOMA

DE CURSO SUPERIOR COMO EXIGÊNCIA PARA O EXERCÍCIO DA

PROFISSÃO DE JORNALISTA. RESTRIÇÃO INCONSTITUCIONAL ÀS

LIBERDADES DE EXPRESSÃO E DE INFORMAÇÃO. As liberdades de

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expressão e de informação e, especificamente, a liberdade de imprensa, somente

podem ser restringidas pela lei em hipóteses excepcionais, sempre em razão da

proteção de outros valores e interesses constitucionais igualmente relevantes, como

os direitos à honra, à imagem, à privacidade e à personalidade em geral. Precedente

do STF: ADPF n° 130, Rel. Min. Carlos Britto. A ordem constitucional apenas

admite a definição legal das qualificações profissionais na hipótese em que sejam

elas estabelecidas para proteger, efetivar e reforçar o exercício profissional das

liberdades de expressão e de informação por parte dos jornalistas. Fora desse quadro,

há patente inconstitucionalidade da lei. A exigência de diploma de curso superior

para a prática do jornalismo - o qual, em sua essência, é o desenvolvimento

profissional das liberdades de expressão e de informação - não está autorizada pela

ordem constitucional, pois constitui uma restrição, um impedimento, uma verdadeira

supressão do pleno, incondicionado e efetivo exercício da liberdade jornalística,

expressamente proibido pelo art. 220, § 1º, da Constituição. 7. PROFISSÃO DE

JORNALISTA. ACESSO E EXERCÍCIO. CONTROLE ESTATAL VEDADO PELA

ORDEM CONSTITUCIONAL. PROIBIÇÃO CONSTITUCIONAL QUANTO À

CRIAÇÃO DE ORDENS OU CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO

PROFISSIONAL. No campo da profissão de jornalista, não há espaço para a

regulação estatal quanto às qualificações profissionais. O art. 5º, incisos IV, IX, XIV,

e o art. 220, não autorizam o controle, por parte do Estado, quanto ao acesso e

exercício da profissão de jornalista. Qualquer tipo de controle desse tipo, que

interfira na liberdade profissional no momento do próprio acesso à atividade

jornalística, configura, ao fim e ao cabo, controle prévio que, em verdade, caracteriza

censura prévia das liberdades de expressão e de informação, expressamente vedada

pelo art. 5º, inciso IX, da Constituição. A impossibilidade do estabelecimento de

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controles estatais sobre a profissão jornalística leva à conclusão de que não pode o

Estado criar uma ordem ou um conselho profissional (autarquia) para a fiscalização

desse tipo de profissão. O exercício do poder de polícia do Estado é vedado nesse

campo em que imperam as liberdades de expressão e de informação. Jurisprudência

do STF: Representação n.° 930, Redator p/ o acórdão Ministro Rodrigues Alckmin,

DJ, 2-9-1977. 8. JURISPRUDÊNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE

DIREITOS HUMANOS. POSIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS

AMERICANOS - OEA. A Corte Interamericana de Direitos Humanos proferiu

decisão no dia 13 de novembro de 1985, declarando que a obrigatoriedade do

diploma universitário e da inscrição em ordem profissional para o exercício da

profissão de jornalista viola o art. 13 da Convenção Americana de Direitos

Humanos, que protege a liberdade de expressão em sentido amplo (caso "La

colegiación obligatoria de periodistas" - Opinião Consultiva OC-5/85, de 13 de

novembro de 1985). Também a Organização dos Estados Americanos - OEA, por

meio da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, entende que a exigência de

diploma universitário em jornalismo, como condição obrigatória para o exercício

dessa profissão, viola o direito à liberdade de expressão (Informe Anual da Comissão

Interamericana de Direitos Humanos, de 25 de fevereiro de 2009). RECURSOS

EXTRAORDINÁRIOS CONHECIDOS E PROVIDOS.

(RE 511961, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em

17/06/2009, DJe-213 DIVULG 12-11-2009 PUBLIC 13-11-2009 EMENT VOL-

02382-04 PP-00692 RTJ VOL-00213- PP-00605)

Nessa linha, tem-se por recepcionado e vigente o art. 9º do sobredito

Decreto-Lei, que assim estatui (grifou-se):________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL SOLANGE SALGADO DA SILVA RAMOS DE VASCONCELOS em 12/06/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 52902523400222.

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Art 9º O salário de jornalista não poderá ser ajustado nos contratos individuais de

trabalho, para a jornada normal de cinco horas, em base inferior à do salário

estipulado, para a respectiva função em acôrdo ou convenção coletiva de trabalho, ou

sentença normativa da Justiça do Trabalho.

Parágrafo único. Em negociação ou dissídio coletivos poderão os sindicatos de

jornalistas reclamar o estabelecimento de critérios de remuneração adicional pela

divulgação de trabalho produzido por jornalista em mais de um veículo de

comunicação coletiva.

Referida previsão está em consonância com os dispositivos da

Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) que regulam as atividades dos jornalistas

profissionais, cujos regramentos que interessam ao deslinde da presente controvérsia

são a seguir transcritos (grifos nossos):

SEÇÃO XI

DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS

Art. 302 - Os dispositivos da presente Seção se aplicam aos que nas empresas

jornalísticas prestem serviços como jornalistas, revisores, fotógrafos, ou na

ilustração, com as exceções nela previstas.

...omissis...

Art. 303 - A duração normal do trabalho dos empregados compreendidos nesta Seção

não deverá exceder de 5 (cinco) horas, tanto de dia como à noite.

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Contudo, os substituídos do sindicato-autor estão submetidos ao regime

jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações

públicas federais – Lei 8.112/90 – que assim dispõe (grifou-se):

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das

atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do

trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de

seis horas e oito horas diárias, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de

17.12.91)

§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime

de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser

convocado sempre que houver interesse da Administração. (Redação dada pela Lei

nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2 o O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis

especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

Nesse ponto, a Terceira Seção do STJ firmou o entendimento no sentido

de que a jornada de trabalho dos servidores públicos deve ser fixada entre o mínimo

de 06 e o máximo de 08 horas semanais, de acordo com o interesse da Administração.

Aquela corte entendeu, ainda, que, com a edição da lei 8.112/90, ficaram

superadas as leis trabalhistas que eram aplicadas aos servidores.

Veja-se o teor do acórdão:

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ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - SERVIDORES DO

MINISTÉRIO DA SAÚDE - JORNADA DE TRABALHO REDUZIDA - ART. 19

DA LEI Nº 8.112/90.

1. Os servidores públicos deverão cumprir jornada de trabalho que terá um mínimo

de seis e um máximo de oito horas diárias, impondo-se reconhecer que a fixação

dessa carga horária está adstrita ao interesse da Administração Pública, tendo em

conta critérios de conveniência e oportunidade no exercício de seu poder

discricionário, voltado para o interesse público e o bem comum da coletividade.

2. Com a edição da Lei nº 8.112/90, restaram superados os comandos da

Consolidação das Leis do Trabalho, anteriormente aplicáveis a esses servidores, uma

vez que a relação trabalhista foi absorvida pela relação estatutária, que passou a

reger, de forma específica, as relações entre os servidores e o Poder Público.

3. Precedentes deste Tribunal.

4. Mandado de segurança denegado.

(MS 4.334/DF, Rel. Ministro ANSELMO SANTIAGO, TERCEIRA SEÇÃO,

julgado em 25.11.1998, DJ 01.02.1999 p. 101)

Assim, tem-se por inaplicável aos substituídos do sindicato-autor o

artigo 303 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), já que referidos substituídos

são regidos pelo estatuto dos servidores públicos federais (Lei 8.112/90).

Assim, resta definir se o art. 9º do sobredito Decreto-Lei tem

aplicabilidade restrita àqueles regidos pela CLT (e assim os pleitos seriam

improcedentes) ou se aplicável também aos servidores estatutários, por força do art.

19, § 2o, da Lei 8.112/90, o que então fundamentaria a procedência dos pedidos.________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL SOLANGE SALGADO DA SILVA RAMOS DE VASCONCELOS em 12/06/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 52902523400222.

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Tanto o artigo 303 da CLT quanto o artigo 9º do Decreto-Lei 972/69 tem

seu campo de aplicação restrito aos jornalistas regidos pela CLT, ou seja, com

viés/campo de incidência trabalhista.

A uma, porque o artigo 9º do Decreto-Lei 972/69 não deixa margem de

dúvidas quanto a sua aplicação restrita aos contratos de trabalho. Tanto é assim que

expressamente consigna que “O salário de jornalista não poderá ser ajustado nos

contratos individuais de trabalho, para a jornada normal de cinco horas, em base

inferior à do salário estipulado, para a respectiva função em acôrdo ou convenção

coletiva de trabalho, ou sentença normativa da Justiça do Trabalho” (grifou-se).

No que diz respeito especificamente à carreira dos substituídos do

sindicato-autor, insta consignar, ainda, que há precedente do TRF da Primeira Região,

no qual aquela corte afastou a incidência das normas do Decreto-Lei nº 972/69 e

Decreto nº 83.284/79 em relação aos jornalistas servidores públicos. Eis a ementa

(grifos nossos):

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. REMESSA OFICIAL.

AUTARQUIA. MP Nº 1.561/97. PRELIMINARES DE LITISPENDÊNCIA E

NULIDADE PROCESSUAL REJEITADAS. PRESCRIÇÃO AFASTADA.

SERVIDOR PÚBLICO. JORNALISTA . JORNADA DE TRABALHO DE 5

(CINCO) HORAS DIÁRIAS. DECRETO-LEI Nº 972/69 E DECRETO Nº

83.284/79. INAPLICABILIDADE. REGIME ESTATUTÁRIO. ART. 19 DA LEI Nº

8.112/90.

1. Sentença proferida contra autarquia na vigência da MP nº 1.561-1/97, ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL SOLANGE SALGADO DA SILVA RAMOS DE VASCONCELOS em 12/06/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 52902523400222.

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posteriormente convertida na Lei nº 9.469/97, sujeita-se ao duplo grau de jurisdição

obrigatório. Remessa tida por interposta.

2. Não configura litispendência o ajuizamento de ação nesta Justiça Comum Federal,

pleiteando parcela remuneratória relativa ao período posterior à conversão do

servidor ao regime estatutário, na pendência de ação proposta perante a Justiça do

Trabalho, na qual se reconheceu a competência daquele órgão apenas em relação ao

período anterior à mencionada conversão de regime.

3. Lide que versa sobre matéria exclusivamente de direito pode ter o seu julgamento

antecipado, independentemente de dilação probatória, nos termos do art. 330, I, do

CPC. Hipótese em que não restou demonstrado nenhum prejuízo para a parte, por

não se reportar a prova documental pretendida a questão fática discutida nos autos,

mas sim a questão de direito, conhecível de ofício pelo juiz.

4. "Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como

devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição

atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da

ação" (Súmula 85 do STJ). Prescrição inocorrente na espécie.

5. Não se aplica ao servidor público estatutário ocupante de cargo de jornalista a

jornada de trabalho da categoria profissional, regulamentada pelo Decreto-Lei nº

972/69 e Decreto nº 83.284/79, mas, sim, aquela prevista no art. 19 da Lei nº

8.112/90 (entre o mínimo de seis e o máximo de oito horas diárias), por se tratar de

lei específica. Precedentes da Corte e do STJ (AC 1999.01.00.104184-0/MG, Rel.

Juiz Federal Mark Yshida Brandão (conv), Primeira Turma Suplementar, DJ de

15/09/2005, p.107; MS 4.334/DF, Rel. Ministro ANSELMO SANTIAGO, Terceira

Seção, julgado em 25.11.1998, DJ 01.02.1999 p. 101).

6. Apelação e remessa oficial, tida por interposta, a que se dá provimento, para julgar

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improcedente o pedido inicial.

(AC 1997.01.00.037442-7/MG, Rel. Juíza Federal Simone dos Santos Lemos

Fernandes, Primeira Turma, 21/08/2006 DJ P. 17)

A duas, porque, para a aplicação do § 2º do art. 19 da Lei 8.112/90 – “O

disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis

especiais” –, não basta a mera existência de lei especial regulando a jornada de

trabalho de determinada profissão, como sustenta o sindicato-autor, mas ainda que

referida lei expressamente consigne sua aplicabilidade aos servidores públicos

estatutários que pretendem invocá-la para reduzir sua jornada para, assim, afastar a

jornada de trabalho prevista no caput do art. 19 da Lei 8.112/90 – “Os servidores

cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos

respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta

horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias,

respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)”.

Essa necessidade de que referida lei especial expressamente consigne

sua aplicabilidade aos servidores públicos estatutários – vez que os servidores

públicos, em sentido amplo, compreendem os servidores estatutários, os empregados

públicos e os servidores temporários – que pretendem invocá-la para reduzir sua

jornada decorre de ambos os supraprincípios do regime jurídico-administrativo –

supremacia e indisponibilidade do interesse público – e de um dos princípios

constitucionais da Administração Pública – o princípio da legalidade (art. 37, caput, ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL SOLANGE SALGADO DA SILVA RAMOS DE VASCONCELOS em 12/06/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 52902523400222.

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da Constituição Federal), vez que os substituídos se submetem a um regime jurídico

ineludivelmente estatutário (disciplinado em lei).

Nesse ponto, diversos aspectos da relação entre a Administração Pública

e seus servidores estão disciplinados diretamente na Constituição da República. À

título exemplificativo, o art. 39, § 3º, alterado pela Emenda Constitucional nº 19,

estende aos servidores ocupantes de cargos públicos alguns direitos

sociais/trabalhistas dos trabalhadores urbanos e rurais, dentre eles, aquele previsto no

art. 7º, XIII, relativo à duração máxima da jornada de trabalho diária e semanal.

Confira-se, in verbis:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à

melhoria de sua condição social:

...omissis...

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e

quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,

mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de

1943)

...omissis...

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho

de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores

designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº

19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)

...omissis...

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§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,

VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a

lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o

exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

A Lei 8.112/90, por sua vez, também traz regramento acerca da duração

máxima da jornada de trabalho semanal, além de fixar os limites mínimo e máximo

de seis horas e oito horas diárias, respectivamente. Contudo, como exposto acima, a

determinação contida no § 2º do art. 19 da Lei 8.112/90 – “O disposto neste artigo

não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis especiais” – não autoriza a

aplicação de qualquer lei especial à duração da jornada de trabalho, notadamente

quando ela se destina exclusivamente àqueles regidos pela CLT (e.g., o Decreto-Lei

972/69), e quando referida norma não autoriza expressamente sua aplicabilidade aos

servidores públicos estatutários.

Ademais, o disposto no § 2º do art. 19 da Lei 8.112/90 – “O disposto

neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis especiais” –, a

rigor, e na prática, não importa em autorização para a aplicação do critério da

especialidade, enquanto um dos três critérios que devem ser levados em conta para a

solução das antinomias ou lacunas de conflito.

Isso porque não há a denominada antinomia ou lacunas de conflito em

relação à jornada de trabalho dos servidores públicos regidos pela Lei 8.112/90, vez

que o § 2º do art. 19 dessa Lei tratou de regular eventual conflito entre a Lei 8.112/90

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e determinada norma acerca da jornada de trabalho. Para tanto, tratou de afastar

expressamente a jornada regular (de seis a oito horas diárias), prevista no caput desse

artigo, quando houver lei especial regulando referida jornada.

O que o legislador quis dizer é que, havendo outra norma aplicável ao

servidor público e que disponha de forma diversa acerca da jornada de trabalho

regulada pelo caput do art. 19 da Lei 8.112/90, deve prevalecer a jornada

específica/especial que, na prática, corresponde à jornada reduzida (normalmente de

quatro horas diárias).

Assim, na espécie, somente em caso de lei especial que expressamente

regule a duração de trabalho dos jornalistas servidores públicos estatutários, é que a

pretensão comportaria deferimento.

E isso não se vislumbra na espécie, pois, como já explanado acima, o

Decreto-Lei 972/69 tem aplicação restrita aos jornalistas regidos pela CLT. Ademais,

a Lei 11.416/06 – que “Dispõe sobre as Carreiras dos Servidores do Poder

Judiciário da União” – é silente quanto à carga horária dos servidores públicos do

Poder Judiciário.

Assim, o Conselho Nacional de Justiça, competente para o controle da

atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário (art. 103-B, § 4º, da

Constituição da República), regulou a matéria por meio do art. 1º da Resolução

88/2009, disponível no endereço eletrônico

http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_88.pdf, o qual estatui

que “a jornada de trabalho dos servidores do Poder Judiciário é de 8 horas diárias e ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL SOLANGE SALGADO DA SILVA RAMOS DE VASCONCELOS em 12/06/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 52902523400222.

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40 horas semanais, salvo se houver legislação local ou especial disciplinando a

matéria de modo diverso, facultada a fixação de 7 horas ininterruptas”.

Assim, reitere-se, a aplicação da duração de trabalho estabelecida em

leis especiais necessariamente pressupõe que referidas leis expressamente sejam

aplicáveis aos servidores que desejam invocá-las para reduzir sua carga horária de

trabalho.

Para ilustrar o raciocínio ora empregado, pode-se citar o ocorrido com a

carreira dos médicos que são servidores públicos. Quanto à referida carreira, o STF,

no julgamento do MS 25027, em 19/05/2005, fixou a jornada diária de trabalho deles

em 4 (quatro) horas sob amparo da Lei 9.436/97, por considerar que referida lei

especial expressamente tratava do médico servidor público. Confira-se referida

ementa:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MÉDICOS: JORNADA

DIÁRIA DE TRABALHO. D.L. 1.445/76, art. 14. Lei 9.436, de 05.02.97, art. 1º. Lei

8.112, de 11.12.90, art. 19, § 2º. I. - A jornada diária de trabalho do médico servidor

público é de 4 (quatro) horas. Decreto Lei 1.445/76, art. 14. Lei 9.436/97, art. 1º. II. -

Normas gerais que hajam disposto a respeito da remuneração dos servidores

públicos, sem especificar a respeito da jornada de trabalho dos médicos, não

revogam a norma especial, por isso que a norma especial afasta a norma geral, ou a

norma geral não revoga nem modifica a norma especial. III. - Mandado de segurança

deferido.

(MS 25027, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em

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19/05/2005, DJ 01-07-2005 PP-00006 EMENT VOL-02198-02 PP-00258 LEXSTF

v. 27, n. 322, 2005, p. 190-202)

Por oportuno, confira-se a redação do art. 1º da Lei 9.436/97 – que

“Dispõe sobre a jornada de trabalho de Médico, Médico de Saúde Pública, Médico

do Trabalho e Médico Veterinário, da Administração Pública Federal direta, das

autarquias e das fundações públicas federais” –, in verbis (grifou-se):

Art. 1º A jornada de trabalho de quatro horas diárias dos servidores ocupantes de

cargos efetivos integrantes das Categorias Funcionais de Médico, Médico de Saúde

Pública, Médico do Trabalho e Médico Veterinário, de qualquer órgão da

Administração Pública Federal direta, das autarquias e das fundações públicas

federais, corresponde aos vencimentos básicos fixados na tabela constante do anexo

a esta Lei.

Nesse ponto, não se desconhece que a Lei 9.436/97 fora revogada –

posteriormente ao julgamento sobredito do STF – pela Lei 12.702/12, a qual

igualmente assegura aos médicos servidores públicos a opção pela jornada reduzida

de trabalho (20 horas semanais), senão vejamos:

Art. 41. A jornada de trabalho dos ocupantes do cargo de Médico, Médico de Saúde

Pública, Médico do Trabalho, Médico Veterinário, Médico-Profissional Técnico

Superior, Médico-Área, Médico Marítimo e Médico Cirurgião, regidos pela Lei no 8.112,

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de 11 de dezembro de 1990, integrantes dos Planos de Carreiras e de Cargos de que trata o art.

40, é de 20 (vinte) horas semanais.

...omissis...

§ 2o Os ocupantes dos cargos efetivos de que trata este artigo poderão, mediante

opção funcional, exercer suas atividades em jornada de 40 (quarenta) horas

semanais, observados o interesse da administração e a disponibilidade orçamentária

e financeira.

§ 3o Os servidores que optarem pela jornada de 40 (quarenta) horas semanais ou que

na data de publicação desta Lei já tenham feito a opção por esta jornada terão os

valores do vencimento básico, das gratificações específicas e retribuições fixados no

Anexo XLV desta Lei, para os respectivos níveis, classes e padrões.

Art. 42. A jornada de trabalho dos médicos empregados de órgão ou entidade da

União beneficiados pela Lei no 8.878, de 11 de maio de 1994, é de 20 (vinte) horas semanais.

...omissis...

§ 2o Os médicos empregados de órgão ou entidade da União de que trata este artigo

poderão, mediante opção funcional, exercer suas atividades em jornada de 40

(quarenta) horas semanais, observados o interesse da administração e a

disponibilidade orçamentária e financeira.

§ 3o Os médicos empregados de que trata este artigo que optarem pela jornada de 40

(quarenta) horas semanais ou que na data de publicação desta Lei já tenham feito a

opção pela jornada de 40 (quarenta) horas semanais terão os valores do vencimento

básico, das gratificações específicas e das retribuições fixadas no Anexo XLVI desta

Lei, para os respectivos níveis, classes e padrões.

Art. 43. A jornada de trabalho dos ocupantes dos cargos de Médico, Médico

Veterinário e Médico-Área do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos

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em Educação de que trata a Lei no 11.091, de 12 de janeiro de 2005, é de 20 (vinte) horas semanais.

Situação diversa ocorre, e.g., com os jornalistas da Empresa Brasil de

Comunicação S/A (EBC), pois seus empregados jornalistas tem relação/vínculo

empregatício com essa empresa pública, de modo que, regidos pela CLT, poderiam

até invocar os dispositivos dessa Consolidação que tratam dos jornalistas

profissionais (arts. 302 e seguintes) e o art. 9º do Decreto-Lei 972/69 para, assim,

cumprirem a jornada diária de 5 (cinco) horas.

A partir das considerações acima, infere-se que assiste razão ao

subscrevente da contestação da União quando assim sustenta (fl. 147):

De fato a situação das autoras é de obediência ao disposto na lei art. 19 § 2º, da lei

8.112/90 e não de aplicação do Decreto-Lei 972/69 ao caso em comento, tendo em

vista se tratar de servidor estatutário.

Esse raciocínio inclusive é aplicado ao causídico que subscreve esta petição, já que o

estatuto da OAB determina a carga horário de trabalho ao advogado de 4 horas

diárias [art. 20, caput, Lei 8.906/94] sendo que este causídico, por ser servidor

público de carreira, deve obedecer aos ditames da lei específica, lei 8.112/1990 que

determina a carga horária de 8 horas diárias.

Em resumo, considerando-se que (i) o Decreto-Lei 972/69 não autoriza

sua aplicação aos servidores públicos e a (ii) necessidade das leis especiais, para

serem aplicáveis aos servidores públicos (art. 19, § 2º, Lei 8.112/90), expressamente ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL SOLANGE SALGADO DA SILVA RAMOS DE VASCONCELOS em 12/06/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 52902523400222.

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SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Processo N° 0029696-18.2011.4.01.3400 - 1ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00267.2015.00013400.1.00059/00128

consignarem sua extensão a eles, não prosperam os pleitos autorais para aplicação do

art. 9º desse Decreto-Lei aos ocupantes do cargo de analista judiciário, área de apoio

especializado, especialidade jornalismo, dos quadros de pessoal dos órgãos do Poder

Judiciário no Distrito Federal.

Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos, nos termos

do art. 269, I, do Código de Processo Civil.

Condeno a parte autora ao pagamento das custas e de honorários

advocatícios que fixo em 1.000,00 (mil reais), nos termos do art. 20, § 4º, do Código

de Processo Civil.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Brasília, 12 de Junho de 2015.

SOLANGE SALGADOJuíza Federal da 1ª Vara – SJ/DF

________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUÍZA FEDERAL SOLANGE SALGADO DA SILVA RAMOS DE VASCONCELOS em 12/06/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 52902523400222.

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