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O objetivo desta pesquisa foi desenvolver um estudo para conhecer e descrever a distribuição geográfica dos clientes de um restaurante para identificar as regiões de maior potencial para sob a perspectiva dos pressupostos teóricos descritos por Huff e Applebaum a respeito das áreas de influência, um conceito essencial nos estudos de localização, pois reflete a dimensão da demanda do mercado de um negócio. A revisão teórica deste estudo aborda os principais conceitos sobre Localização Varejista, Área de Influência, Comportamento do Consumidor, Geomarketing e Sistemas de Informações Geográficas. O método utilizado para esta pesquisa foi um estudo de caso com natureza de abordagem quantitativo-descritivo, apoiada em informações obtidas através da técnica do customer spotting. Essa técnica permite identificar a procedência de uma amostra representativa de clientes para confeccionar um mapa temático de distribuição da clientela. Foi feita a coleta de dados com os clientes do próprio restaurante para levantar seu local de origem e outras informações que pudessem ajudar a explicar as forças que direcionam até o estabelecimento. Os dados foram organizados e analisados com o uso dos softwares Google Maps e Google Fusion Table Beta. O primeiro foi aplicado no georreferenciamento e confirmação dos endereços dos clientes, além de, fornecer as informações da distância e tempo de deslocamento percorrido, já o segundo foi utilizado para transferir e geolocalizar os dados obtidos no mapa temático da região pesquisada. Esta investigação permitiu uma compreensão mais efetiva do fenômeno da área de influência, que foi retratado por meio de três diferentes perspectivas: mapas geocodificados, tabelas e indicadores quantitativos de percentuais de clientes em diferentes segmentos geográficos. Com a aplicação da técnica foi evidenciado que a clientela do restaurante é predominantemente formada por pessoas que estão na sua vizinhança, isto é, nas ruas e quarteirões no seu entorno. Isso leva a recomendar uma abordagem microssegmentada para os processos de planejamento futuros. Ademais, foi possível enxergar claramente quais dessas microrregiões são as maiores geradoras de fluxos para o restaurante. Foi observado também que a distância e o tempo de deslocamento do ponto de partida do cliente até o estabelecimento são fatores inibidores. Dificuldades mais elevadas no deslocamento atuam, por um lado, como inibidores da distância a ser percorrida. Por outro lado, a facilidade mais acessível no deslocamento incentivará o percurso de distâncias mais longas. Por fim, considera-se que os resultados apresentaram-se satisfatórios, uma vez que foi possível estimar e explicar os fatores que determinaram a área de influência, bem como apresentam uma grande coerência com os conceitos e estudos apresentados na fundamentação teórica e no que foi proposto para este estudo
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇAO
ANDERSON LEONARDO DE CASTRO SEABRA
GEOMARKETING: ESTUDO DE ÁREAS DE INFLUÊNCIA DE UM
RESTAURANTE DE HEALTHY FOOD EM NATAL
Natal
2014
ANDERSON LEONARDO DE CASTRO SEABRA
GEOMARKETING: ESTUDO DE ÁREAS DE INFLUÊNCIA DE UM
RESTAURANTE DE HEALTHY FOOD EM NATAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Carlos Alberto Freire Medeiros, D.Sc.
Natal 2014
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Seabra, Anderson Leonardo de Castro. Geomarketing: estudo de áreas de influência de um restaurante de
healthy food em Natal/ Anderson Leonardo de Castro Seabra. – Natal, RN, 2014.
105f. Orientador: Profº. Dr. Carlos Alberto Freire Medeiros. Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Administrativas.
1. Geomarketing – Monografia. 2. Comportamento do consumidor –
Monografia. 3. Sistema de informação – Monografia. 4. Alimentação – Serviços – Monografia. I. Medeiros, Carlos Alberto Freire. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 658.8
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
GEOMARKETING: ESTUDO DE ÁREAS DE INFLUÊNCIA DE UM
RESTAURANTE DE HEALTHY FOOD EM NATAL
Monografia apresentada e aprovada em ____/____/____ pela Banca Examinadora
composta pelos seguintes membros:
_______________________________________________
Prof. Carlos Alberto Freire Medeiros, D. Sc.
Orientador
_______________________________________________
Antonio Carlos Ferreira, M.Sc.
Examinador
______________________________________________
Leandro Trigueiro Fernandes, Mestrando.
Examinador
Natal 2014
Dedico este trabalho à senhora Leocadia Seabra, mãe, apoiadora e que acredita que os sonhos nos conduzem a realização, e, a Lenilson Seabra por transmitir confiança nas minhas escolhas desde sempre.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os autores, pesquisadores, jornalistas e estudiosos que dão sua
contribuição dia após dia à geração de conhecimento e ao debate sobre o futuro das cidades.
Graças ao esforço dessas pessoas que encontrei motivação para estudar o tema e não perder a
crença no ser humano, bem como na possibilidade de uma vida melhor para todos.
Agradeço a instituição – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO
NORTE – por manter abertas as portas desse espaço tão importante de construção do
conhecimento e aos docentes pelos ensinamentos e experiências compartilhados.
Aos meus amigos por todas as conversas que geraram insights fantásticos para a
pesquisa.
Aos meus pais Lenilson e Leocadia, que sempre investiram na minha educação e me
deram apoio em todas as minhas escolhas e aventuras.
Ao professor Carlos Alberto Freire Medeiros pela atenção, dedicação e suporte na
condução da pesquisa e para o meu aperfeiçoamento.
Estendo os agradecimentos aos demais docentes, Prof. Matilde Medeiros, Prof.
Patrícia Whebber, Prof. Ana Patrícia Leite, Prof. Maria Valeria de Araújo e Prof. Carlos
Alberto Feitor que mesmo sem a obrigação de me orientarem foram solícitos e extremamente
solidários quando os busquei com a intenção de sanar dúvidas e aperfeiçoar meu trabalho.
Ao senhor Alexandre que não somente abriu as portas da sua empresa para que eu
pudesse exercer minhas atividades, como também depositou imensa confiança neste trabalho
e me deixou a vontade durante a pesquisa.
A todos aqueles que, não só neste, mas em todos os momentos torcem pela minha
felicidade.
“Nossa existência no tempo nos é determinada, mas
temos ampla liberdade
de escolha de nossa localização. Esta é
influenciada, embora não de todo,
pelo nosso lugar de origem. Encontrar a localização
correta é essencial para
uma vida de sucesso, também para um
empreendimento de sucesso e para
um assentamento duradouro – em suma, para a
sobrevivência do grupo.
Adicionalmente, uma localização adequada tem que
ser a localização dos
acontecimentos certos.”
August Lösch
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo analisar a distribuição geográfica dos clientes de um restaurante para identificar as regiões de maior potencial sob a perspectiva da Teoria das Áreas de Influência, um conceito essencial para os estudos sobre o setor varejista, pois reflete a dimensão especial da demanda do mercado para uma oferta específica. A revisão teórica abordou os principais conceitos sobre Localização Varejista, Geomarketing e Sistemas de Informações Geográficas. Esta investigação permitiu uma compreensão do fenômeno da área de influência e de variáveis que modelam seu comportamento. O método utilizado para esta pesquisa foi um estudo de caso com natureza de abordagem quantitativo-descritivo, apoiada em informações obtidas através da técnica do customer spotting e o uso dos softwares Google
Maps e Google Fusion Table Beta para o georreferenciamento e análise dos dados. Como resultado foi possível identificar as áreas correspondentes a maior e menor proporção de clientes do estabelecimento, conhecer fatores que interferem no poder de atratividade do seu local de funcionamento e obter informações relevantes para o melhor ajuste do marketing mix da empresa. Foi verificado que a clientela do estabelecimento é de vizinhança, característica típica de regiões mais adensadas. Observou-se também que a densidade populacional não somente afeta a demanda, mas influencia o padrão de comportamento do consumidor. Nesse sentido notou-se que a predisposição para deslocar-se até o estabelecimento varia de acordo com o local de origem e o dia da semana. Verificou-se que as dificuldades no deslocamento são fatores inibidores da distância a ser percorrida. Por fim, considera-se que os resultados apresentaram-se satisfatórios uma vez que apresentam uma coerência com os conceitos e estudos apresentados na fundamentação teórica e no que foi proposto para este estudo.
Palavras-chaves: Áreas de Influência; Geomarketing; Localização Varejista; Sistema de
Informação Geográfica; Serviços de Varejo de Alimentação.
ABSTRACT
This research aimed to analyze the geographical distribution of customers of a restaurant to identify the regions with the greatest potential from the perspective of the Theory of Areas of Influence , an essential concept for studies on the retail sector since it reflects the spatial dimension of market demand for a specific offer . The literature review addressed the main concepts of Retail Location, Geomarketing and Geographic Information Systems . This research allowed an effective understanding of the phenomenon of the area of influence and the variables that affects its behavior and its extension. The method used for this research was a case study with quantitative - descriptive approach, based on information obtained through the technique of customer spotting. As a result it was possible to identify the areas corresponding to major and minor proportion of restaurant customers, the factors that affect the attractiveness of the location and obtain relevant information which may be useful to adjust the marketing mix of the company. It was found that the largest share of customers are concentrated in the neighborhood, typical of most densely populated regions. It was also observed that the population density seems to affect not only the demand but also influence the pattern of consumer behavior. In this sense it was noted that the predisposition to move up the property varies according to place of origin, where this decision probably happens, and day of the week. It was found that the distance and travel time from the starting point to the property are inhibiting factors. Additionally, difficulties in commuting and access to the restaurant site plus the activity of the competitors act as inhibitors of the distance to be traveled and consequently the extent of the area of influence.
Key-Words: Areas of Influence; Geomarketing; Retail Location; Geographic Information
System; Restaurant Industries.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Mapa da densidade de Kernel para Farmácia de Manipulação Belém. 27 Figura 02 Sistema de Informação Geográfico........................................................... 28 Figura 03 Modelo de Comportamento de Compra................................................... 32 Figura 04 Conversão de dimensões de avaliação de estabelecimentos.................... 34 Figura 05 Exemplo de Identificação das Áreas de influência de Farmácias........... 39 Figura 06 Delimitação de superfícies para divisão das Áreas de influência........... 41 Figura 07 Georreferenciamento da distribuição dos clientes Dom Salada............. 49 Figura 08 Informações da amostra georreferenciada.............................................. 52 Figura 09 Distribuição das áreas de influência para valores de 65%, 25% e 10% 61 Figura 10 Região Limítrofe entre área primária e secundária................................ 63 Figura 11 Distribuição dos pontos na área de influência primária do
estabelecimento......................................................................................... 67 Figura 12 Distribuição dos clientes que tiveram como origem o endereço de
trabalho...................................................................................................... 68
Figura 13 Distribuição dos clientes que tiveram como origem o endereço de residência..................................................................................................... 67
Figura 14 Mapa de calor dos indivíduos que se deslocaram de carro..................... 69 Figura 15 Mapa de calor dos indivíduos que se deslocaram a pé............................ 70 Figura 16 Distribuição georreferenciada da concorrência x clientes ..................... 74 Figura 17 Distribuição georreferenciada da concorrência nas áreas de
influência.................................................................................................... 75 Figura 18 Mapa de calor da atividade dos concorrentes mencionados.................. 76 Figura 19 Efeito sombra sobre as áreas de influência do restaurante pesquisado 78 Figura 20 A representação do desenho da área de influência no Mapa de Natal.. 83
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 Gênero dos entrevistados............................................................................ 54 Gráfico 02 Faixa Etária dos entrevistados................................................................... 55 Gráfico 03 Nível de Escolaridade dos entrevistados................................................... 56 Gráfico 04 Distribuição % dos entrevistados por Faixa de Renda Familiar............ 56 Gráfico 05 Distribuição dos tipos de refeições que faz fora do lar............................ 58 Gráfico 06 Curva de Distância (em KM) do local de origem até o destino............... 59 Gráfico 07 Distribuição dos entrevistados por tipo de endereço de origem............. 65
Gráfico 08 Distribuição % dos clientes por forma de deslocamento até o restaurante.................................................................................................. 69
Gráfico 09 Dias da semana que os entrevistados fazem refeição fora de casa......... 71
Gráfico 10 Distribuição dos dias da semana que os entrevistados fazem refeição fora de casa x Local de Origem.................................................................. 71
Gráfico 11 Avaliação de Importância dos fatores...................................................... 79 Gráfico 12 Representação Gráfica do Comportamento das Áreas de Influência.... 84 Gráfico 13 Relação entre média e desvio padrão das notas atribuídas.................... 86
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Formulário para levantamento de deslocamentos............................................ 53 Tabela 02 Transformação da Escala Original para Escala Transformada..................... 54 Tabela 03 Distribuição dos entrevistados por bairros....................................................... 57 Tabela 04 Frequência semanal de consumo de refeições fora de casa............................. 58 Tabela 05 Distribuição das Áreas de influência para valores de 65%, 25% e 10%....... 60 Tabela 07 Distribuição dos restaurantes citados pelos entrevistados.............................. 72 Tabela 08 Formulário para levantamento de dados dos concorrentes............................ 72 Tabela 09 Distribuição das médias dos itens pesquisados................................................ 79
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15 1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ............................................................... 17
1.1.1 A localização do estabelecimento estudado ................................................................. 18
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................................... 20
1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 21
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 21
1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 21
1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 24 2.1 A GEOGRAFIA APLICADA AO MARKETING ........................................................ 24
2.1.1 O geomarketing: Conceitos e aplicações. .................................................................... 24
2.1.2 Sistemas de Informação Geográfico aplicado ao Marketing ..................................... 27
2.1.3 A dimensão geográfica aplicada a segmentação e estratégia de mercado. ............... 30
2.2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ................................................................. 32
2.2.1 O processo de decisão de consumo e os fatores de influência .................................... 32
2.2.2 O comportamento de consumo de alimentos .............................................................. 36
2.3 LOCALIZAÇÃO NO VAREJO ..................................................................................... 38
2.4 ÁREAS DE INFLUÊNCIA ............................................................................................. 40
2.4.1 A Teoria das Áreas de Influência ................................................................................. 40
2.4.2 A delimitação das áreas de influência .......................................................................... 45
2.5 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR PESQUISADO ..................................................... 47
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 49 3.1 ESTRATÉGIA, TIPO E MÉTODO DE PESQUISA ................................................... 49
3.2.1 Universo e amostra ........................................................................................................ 50
3.2.2 Instrumento de coleta de dados .................................................................................... 51
3.2.3 Coleta e Tratamento dos Dados ................................................................................... 53
3.2.5 Descrição do perfil da amostra ..................................................................................... 55
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 60 4.1 ANÁLISE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO ESTABELECIMENTO ...................... 60
4.1.1 A curva de Área de Influência do Restaurante ........................................................... 60
4.1.2 A estimativa da área de influência do Estabelecimento ............................................. 61
4.1.3 Análise das variáveis explicativas da distribuição da clientela ................................. 65
4.2 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA ................................................................................ 72
4.3 AVALIAÇÃO DOS FATORES CRÍTICOS DE LOCALIZAÇÃO E OPERAÇÃO DE RESTAURANTES ........................................................................................................... 78
5 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 82 5.1 COMENTÁRIOS FINAIS ............................................................................................... 82
5.2 LIMITAÇÕES .................................................................................................................. 87
5.3 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................................................... 89
REFERENCIAS ..................................................................................................................... 91 APÊNDICE A ......................................................................................................................... 95 APÊNDICE B .......................................................................................................................... 97 APÊNDICE C ......................................................................................................................... 98 APÊNDICE D ......................................................................................................................... 99 APÊNDICE E ........................................................................................................................ 100 APÊNDICE F ........................................................................................................................ 101 APÊNDICE G ....................................................................................................................... 102 ANEXO I ............................................................................................................................... 103 ANEXO II .............................................................................................................................. 104 ANEXO III ............................................................................................................................ 105
15
1 INTRODUÇÃO
Fávero (2006) afirma que, ao estudar competitividade no varejo, é fundamental
abordar um assunto que é sempre muito discutido, porém com pouca análise em
profundidade: os requisitos para boas práticas de localização de uma loja, que está
diretamente ligada a fatores tais como facilitar o fluxo de pessoas e mercadorias, permitir
futuras expansões e oferecer economia e rentabilidade nas operações.
De acordo com Parente (2010), a localização de uma loja é uma das decisões mais
críticas, pois diferente de outras variáveis do composto, uma vez definida, não é ajustada
facilmente e não pode ser modificada sem ônus e desgaste ao longo do tempo, irá impor
grande movimentação de recursos e implicará em maiores fatores de risco.
Portanto, ao iniciar a construção de um novo ponto ou empreender em um imóvel já
estabelecido é preciso considerar diversos fatores, afinal nem todo espaço disponível é
adequado para certos tipos de atividades. Ademais, as decisões sobre o local tornam-se cada
vez mais críticas por variadas razões; existem cada vez mais novos negócios atuando em uma
região, há uma forte pressão sobre o preço dos imóveis, a reconfiguração das áreas
residenciais e comerciais nas cidades, o processo de verticalização de alguns bairros,
alterações no fluxo do tráfego de veículos, entre outros, que alteram a dinâmica de ocupação
dos espaços e deslocamento.
Segundo Bell et al. (1998), citados por Parente (2001, p. 5), é fundamental entender os
fatores relativos à atratividade de loja, pois diversas pesquisas feitas sugerem que a
localização, em 70% dos casos, exerce alguma influência no processo de escolha do cliente.
No caso de um restaurante, por exemplo, isso não significa que a excelência da
cozinha e do seu staff, o que é oferecido no cardápio, o ambiente e sua atmosfera não sejam
importantes, mas amenizam apenas parcialmente as desvantagens de um local ruim. A
respeito desse segmento de negócios, Katz (2006) alerta que o conceito do restaurante, a
qualidade dos alimentos servidos, o serviço e mudanças econômicas são fatores que
interferem no sucesso ou fracasso. Mas, se a base de clientes em um bairro está errada, a
acessibilidade é ruim ou simplesmente não há número suficiente de pessoas, um restaurante,
não importa o quão boa seja a comida ou se aquele ambiente está na moda, ele não vai
sobreviver.
16
Por isso, a compreensão de uma realidade espacial é imprescindível para quem quer
ter sucesso em faturamento, em atendimento, em conquista de mercado, em suprimento de
valores sociais e em atendimento a demandas do consumidor.
Para Masano (2006), a estratégia de localização geográfica do varejo é responsável por
boa parte do sucesso de uma loja. Além de o varejista ter um bom ponto, é fundamental ele
conhecer de onde vêm seus clientes; quais regiões são mais importantes para o seu negócio;
em quais áreas ele deve estar mais atento para evitar a entrada da concorrência; e onde seu
material de comunicação promocional terá melhor resultado. Todos esses fatores serão mais
bem explorados, quanto mais os varejistas conhecerem sua área de influência.
A Teoria das Áreas de Influência é amplamente reconhecida como uma base
importante para o entendimento de algumas questões relativas ao comportamento do cliente
de uma organização e capaz de explicar alguns fenômenos referentes ao mercado de varejo. O
conhecimento das áreas de influência é primordial para ajustar os esforços organizacionais aos
níveis ideais de atendimento das necessidades de seus clientes. Por meio da aplicação dos
conhecimentos da teoria fica mais fácil compreender, por exemplo, por que certos
restaurantes são preteridos em relação a outros do mesmo segmento e semelhantes em termos
de estrutura, qualidade na prestação de serviço e preços?
Dessa forma o presente trabalho tem o objetivo de apresentar um estudo sobre a
localização de um restaurante, sob a perspectiva dos pressupostos descritos por Applebaum e
Huff, que utilizaram as áreas de influência para explicar as relações de consumo, para
identificar, descrever e explicar a distribuição da sua clientela de acordo com seu
posicionamento geográfico em relação ao negócio estudado. Para tanto foi feito um estudo
com os clientes do restaurante Dom Salada visando obter informações que permitissem
entender o seu comportamento e elucidar aspectos que influenciam para direcioná-lo ao
estabelecimento.
Sendo assim, este trabalho está dividido em cinco capítulos principais. Primeiramente,
é feita a contextualização, constando a caracterização da organização analisada, o problema
de pesquisa, os objetivos geral e específicos e a justificativa. Em seguida, encontra-se o
referencial teórico, que apresenta os temas fundamentais. O terceiro capítulo expõe a
metodologia utilizada na pesquisa, abordando a caracterização da pesquisa, o plano de coleta
de dados e o plano de análise dos dados. No quarto é feita a apresentação dos resultados
obtidos, onde são analisados e discutidos os dados. No quinto capítulo são feitas as
considerações finais colocadas em confronto com os conceitos e estudos apresentados na
fundamentação teórica e no que foi proposto para este estudo.
17
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
Propor qualidade de vida associada a uma alimentação saudável, estimulando através
do seu cardápio é o objetivo do Dom Salada, um estabelecimento especializado em saladas e
que se posiciona explicitamente, inclusive em seu material de comunicação, como um
restaurante do micro segmento de Healthy Food.
Não existe um conceito estabelecido a respeito do que seria um restaurante Healthy
Food ou de cozinha saudável, apenas uma noção de que se trata de estabelecimentos que
ofertam alimentos guiados pela noção do que seria benéfico ou menos nocivo a saúde. Sendo
assim, restaurantes Heathy Food são aqueles que oferecem um menu que inclui traços do
vegetarianismo, cozinha macrobiótica, pratos crus, pratos com baixo teor de gordura,
alimentos integrais, receitas para pessoas com restrições a glúten, enfim, diversas
particularidades que tem em comum o fator saúde como orientador do que é oferecido.
Para o Guglielme (2013), o mercado de alimentação saudável está em crescimento e
traz sinais positivos para quem quer investir, pois se trata de uma tendência, não um
modismo. Para empresas menores e novos empreendimentos, existem oportunidades em
diversos níveis da cadeia produtiva dos alimentos e produtos naturais, em novos segmentos e
em nichos específicos de um mercado que, segundo projeção do Euromonitor (2010), deve
crescer outros 39% até 2014 e movimentar um total de US$ 21,5 bilhões no Brasil. 1
Atualmente, em praticamente todas as grandes cidades brasileiras existem restaurantes
de healthy food, ou, refeições saudáveis, que trazem uma proposta de alimentação natural
criativa, atraente e variada. Natal parece ter absorvido essas tendências, uma vez que
gradativamente observa-se o surgimento de estabelecimentos com propostas para satisfazer
aos consumidores que manifestam maior atenção a saúde e bem-estar, o que reflete na escolha
das suas refeições.
A ideia de criar o Dom Salada veio dos seus proprietários após observar que o
mercado da comida saudável era uma oportunidade bastante atrativa e pouco explorada em
Natal. Antes de abrir o negócio e iniciar as atividades, os gestores realizaram cursos e
diversos treinamentos e desenvolveram uma espécie de MVP (Minimum Viable Product –
1 FURLAN, Paula. Consumo de saudáveis embalados cresce 136% em cinco anos no Brasil. Consumidor Moderno. Disponível em <http://consumidormoderno.uol.com.br/consumo/consumo-de-saudaveis-embalados-cresce-136-em-cinco-anos-no-brasil>
18
Produto Mínimo Viável) com a intenção de validar as premissas sobre o mercado, isto é,
realizaram testes de receitas para chegar a uma versão do produto com um conjunto mínimo
de características necessárias para que ele pudesse ser colocado de imediato no mercado.
Validados os atributos dos produtos, no caso as receitas dos pratos que seriam ofertados,
estabelecido o cardápio, a estratégia de entrada no mercado foi o lançamento do delivery no
ano de 2011 a partir de uma cozinha baseada no bairro de Lagoa Nova.
Com o crescimento do negócio acima das expectativas e após ouvir a opinião da
clientela, os proprietários iniciaram testes para atender aos que preferiam consumir sua
refeição no próprio estabelecimento. Como resultado de uma resposta acima das expectativas,
decidiram transformá-lo em um restaurante convencional.
Assim como diversas micro e pequenas empresas no Brasil, o Dom Salada é um
negócio tipicamente familiar. Os seus proprietários e administradores são um casal que recebe
apoio de sua filha. Todos envolvidos com todas as atividades da empresa, desde as
responsabilidades gerenciais até as tarefas operacionais para que tudo funcione a contento.
Desde 2012 o restaurante está em operação no bairro de Petrópolis em um imóvel
alugado na Rua Monsenhor Severiano 542, que comporta 42 lugares em um espaço
climatizado. O gestor optou por essa localização por considerar que seria a região mais
adequada ao perfil de cliente que supostamente se alinharia ao conceito do seu negócio.
Atualmente a empresa conta com o apoio de 17 funcionários que se dividem nas
atividades de produção na cozinha e no serviço (atendentes e caixas), além de um gerente. Ao
todo são 35 fornecedores para garantir que não haja rupturas nos insumos dos seus mais de 40
pratos e que estejam nas condições ideais de acordo com os padrões de qualidade empresa.
1.1.1 A localização do estabelecimento estudado
O estabelecimento pesquisado está localizado em uma via secundária, Rua Monsenhor
Jardim, aquela que possibilita a circulação de veículos entre as vias locais e o acesso às vias
coletoras, perpendicular a uma via de acesso da cidade a várias regiões, a Av. Prudente de
Morais, no bairro de Petrópolis que faz parte da Zona Administrativa Leste de Natal (Anexo
II), A Zona Leste (ou Centro) é onde estão os primeiros bairros da cidade e é composta por
bairros em sua maioria considerados nobres, tradicionais e elitizados.
19
Petrópolis (Anexo III) é um bairro nobre que apresenta o maior Índice de Qualidade de
Vida (IQV) da cidade (1,00, nomeado alto2). Juntamente com o bairro vizinho do Tirol (IQV
0,963), o bairro ostenta uma relevante imagem simbólica positiva, desde a época em que foi
criado, para abrigar a elite. Atualmente eles continuam atraindo as classes elitizadas, com um
dinâmico processo de renovação do estoque habitacional e, conseqüentemente, do padrão do
ambiente construído, a maioria em processo de verticalização. Os dois bairros concentram as
maiores rendas médias, que chegam a índices maiores que 350% da renda média do município
e mais de 240% da renda da Região Administrativa em que se inserem (Zona Leste).
Segundo dados do IBGE, no Tirol a renda média domiciliar corresponde a R$ 9.260, quatro
vezes maior que a média do Brasil. Por sua vez, Petrópolis, bairro onde está localizado o
restaurante estudado, vem em segundo lugar com R$ 8.920.
Ambos também apresentam um dos mais altos preços imobiliários, tendo em vista os
seus atributos, tais como: elementos paisagísticos de grande valor, boas condições relativas ao
provimento de infraestrutura e serviços públicos, localização central e acesso fácil a todas as
partes da cidade; além do status especial e da qualidade de vida de quem mora nesses bairros.
É também a região menos populosa de Natal de acordo com o último censo 2010
(IBGE), com o equivalente a 14,39% da população do município, ao mesmo tempo que
possui a maior densidade demográfica entre as demais zonas da cidade (81,09 hab./km²).
Referente a esses dados, ressalta-se que a densidade populacional pode exercer grande
influência no desempenho de um negócio, pois pode afetar a demanda de mercado disponível
e, portanto,determinar o número de clientes que frequentam um estabelecimento, sua área de
influência e o seu volume de vendas.
Por sua vez, Petrópolis apesar de abrigar uma das menores populações residentes da
cidade, detém uma vasta população flutuante, em virtude da concentração de considerável
quantidade de varejistas, imóveis comerciais de serviços públicos e privados de todos os
tipos, que incluem hospitais, clínicas, escolas, bancos, escritórios de diferentes prestadores de
serviços, sedes de empresas, etc.
Consequentemente o impacto dessa população flutuante no desempenho do restaurante
não depende apenas do seu tamanho, mas do poder de polarização exercida pela região onde
ele se encontra, que pode está condicionado a uma infinidade de fatores.
2 SEMURB - Mapeando a qualidade de Vida em Natal. www.natal.rn.gov.br/sempla/paginas/File/iqv.pdf 3 ________ - Mapeando a qualidade de Vida em Natal. www.natal.rn.gov.br/sempla/paginas/File/iqv.pdf
20
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA
Katz (2006) explica que um fator-chave para o sucesso de estabelecimentos no
segmento de restaurantes é a identificação do perfil de cliente para o conceito do negócio.
Após a criação do perfil do cliente, o desenvolvedor ou o proprietário deve selecionar um
modelo ideal de local para o restaurante usando números demográficos e variáveis
geográficas. Posteriormente, ao associar o perfil do cliente ao modelo de local encontrado ,
um mapa de código de cores é criado para identificar os clusters geográficos onde uma
elevada percentagem dos clientes definidos são encontrados ( KATZ , 2006).
Nesse sentido, o entendimento de certos fenômenos por meio de uma análise de
georreferenciamento, uso de ferramentas de geomarketing e da teoria das áreas de influência
facilita a compreensão de uma série de questões, por exemplo: Como está distribuída a
clientela de um restaurante? Qual o perfil do bairro que o negócio terá mais sucesso? Qual é o
potencial de clientes na área de influência do meu restaurante? Quais oportunidades de
localização de novas lojas?
Desde 2012 quando o Dom Salada mudou sua localização para o bairro de Petrópolis,
decisão tomada pelo seu gestor baseado somente na intuição de que seria a região mais
adequada para o seu negócio, a empresa vem evoluindo e conquistado espaço na preferência
dos consumidores, tendo recebido consecutivos prêmios e reconhecimentos.
Acompanhando o crescimento, surgem inúmeras propostas de investidores para
expandir o restaurante para outros locais, bem como é relatada a cobrança da própria clientela
por novas unidades. O ônus do sucesso da empresa é que a medida que atrai novos comensais,
o ponto começa a operar no seu limite máximo de atendimento e as vezes, o resultado pode
ser negativo, como a desistência do cliente por não está disposto a esperar por uma mesa livre
ou pela falta de um espaço destinado a espera por uma mesa.
No entanto, para além do próprio desejo do gestor em ampliar a capacidade de
atendimento e alcance do seu negócio e aumentar a penetração da sua marca no mercado, a
empresa cada vez mais necessita de ferramentas para entender como se distribui a sua
clientela atual e potencial para que possa identificar áreas na cidade e pontos que venham a
gerar um bom volume de negócios.
Essas informações a respeito de localização precisam ser bem avaliadas para que
justifiquem futuros investimentos. É importante conhecer, descrever e entender o
comportamento do cliente em vários aspectos, inclusive na maneira como ele se distribui
21
geograficamente, as influências situacionais e suas atitudes em relação ao deslocamento do
seu ponto de origem até o local de destino onde consome sua refeição.
Sendo assim, com o intuito de compreender esses elementos, o presente estudo busca
nos pressupostos a respeito das áreas de influência, comportamento do consumidor e
geomarketing, identificar onde estão os clientes do Dom Salada e explicar sua distribuição
Desse modo, este trabalho buscou responder ao seguinte problema: Em qual área geográfica
o restaurante especializado em healthy food Dom Salada obtém a fatia principal de
clientes para o seu negócio?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Essa pesquisa tem como objetivo geral conhecer e descrever a distribuição
geográfica dos clientes do restaurante especializado em cozinha saudável Dom Salada para
identificar as regiões de maior potencial para o negócio através da aplicação da teoria das
áreas de influência, descrita por Huff e Applebaum, e, com a utilização da técnica do
customer spotting.
1.3.2 Objetivos Específicos • Identificar e georreferenciar o local de origem dos clientes do restaurante Dom
Salada;
• Estimar as áreas de influência primária, secundária e terciária para o
estabelecimento pesquisado e demarcar os pontos georreferenciados nas áreas
correspondentes;
• Verificar a penetração geográfica do estabelecimento para avaliar o
desempenho de sua localização atual e identificar as regiões onde há mais clientes do
restaurante, as com potencial a ser explorado e as com potencial subaproveitado;
• Identificar no perfil dos clientes do restaurante fatores que expliquem a
distribuição geográfica da clientela.
22
• Identificar e georreferenciar os principais concorrentes dentro da área de
influência do restaurante pesquisado para analisar seu impacto sobre elas e no seu poder
de atração.
• Avaliar o grau de importância que os clientes atribuem a respeito de fatores
críticos associados à localização de um restaurante.
1.4 JUSTIFICATIVA
De maneira geral reconhece-se que quanto mais os esforços de marketing das
empresas estiverem concentrados desde o início no consumidor que se deseja atingir, maiores
serão as chances de que o produto ou serviço seja bem aceito por ele e assim se obtenha
sucesso no empreendimento. O ônus desse grande peso atribuído ao marketing é o de muitas
vezes ser acusado de vilão em histórias de fracassos de empresas. O problema, na maioria dos
casos, está na falta de estudos que balizem as ações e os projetos realizados. Fato é que para
que se atinja esse objetivo de atender e satisfazer ao consumidor final é preciso que se saiba
quem é ele é. E isso só se consegue estudando-o, realizando pesquisas que aliem o estudo
científico à realidade empírica, indo até ele e questionando-o a respeito desses assuntos com
sólidas bases acadêmicas. Nesse contexto, justifica-se a relevância desta pesquisa para a
academia, uma vez que a teoria de área de influência, descrita por Huff (1964) e por
Applebaum (1966), foi aplicada inicialmente em organizações do segmento varejista.
Informações estratégicas como o tamanho do mercado ou o perfil do público alvo,
somente trazem valor real à empresa quando podem ser traduzidas em ações que podem ser
planejadas, implementadas e mensuradas. É aqui que entra a localização das informações e
fica evidente a relevância do geomarketing como abordagem dada sua amplitude de
aplicações. Não basta saber qual o tamanho do mercado, sem saber quais os estados, os
municípios, os bairros ou as carteiras que possuem maior potencial. Sem compreender o
contexto espacial que atua, a empresa pode deixar de identificar oportunidades de aumento de
cobertura, expansão de mercado ou readequação de metas e do tamanho da sua operação.
Assim, o marketing geográfico traz às empresas a possibilidade de, cada vez mais, adaptarem
o marketing-mix à medida de uma determinada região bem segmentada num mapa.
23
O mercado de serviços de alimentação tem sido um dos vetores de destaque na
movimentação da economia brasileira nos anos recentes, especialmente nas regiões
metropolitanas e em cidades de grande potencial turístico como Natal, que além de
acompanhar o crescimento em número de novos negócios tem também absorvido as
tendências do setor. A atividade colabora para o desenvolvimento local com a geração de
emprego e renda e também incrementa a atratividade turística, com a adição de qualidade e
opções de lazer. Por conseguinte, parece importante promover, dentro da academia, a
investigação dentro desse segmento, não somente pela sua relevância para a economia como
também pelo fato de ter sido identificada uma carência de estudos de caráter regional. Espera-
se que a partir da replicação do conhecimento gerado por este trabalho, sobretudo a respeito
de geografia de mercado, seja possível fomentar novas pesquisas e despertar o interesse em
debater as questões que envolvem este setor.
Este estudo também se justifica pela importância para a empresa estudada, uma vez
que nunca havia realizado estudos prévios para conhecer o perfil dos seus clientes. A decisão
de escolha do ponto em que o restaurante Dom Salada opera atualmente foi totalmente
baseada na experiência e intuição do seu empreendedor. Ademais, o sucesso e o crescimento
rápido do restaurante tem atraído propostas de investidores interessados em ampliar as
operações da empresa para outras áreas da cidade as quais consideram que há uma demanda a
ser atendida. Porém, seus administradores mantém um posicionamento de cautela ante as
possibilidades de expansão, para isso desejam conhecer o perfil de sua clientela com mais
precisão, antes de empreender em novas unidades.
Assim sendo, acredita-se que as informações obtidas no estudo podem auxiliar o
gestor do estabelecimento no aprimoramento do processo de tomada de decisão, através da
minimização de incertezas e compreensão do espectro de variáveis envolvidas estudadas.
Assim será possível auxiliar na aquisição de conhecimentos relevantes a respeito da
segmentação geográfica dos seus clientes, que inclui a determinação da área de influência, a
identificação de locais potenciais para implantar uma nova loja, conhecer seu grau de
penetração geográfica no mercado entre outras inúmeras análises. Ademais a partir das
informações sobre a área de influência, a empresa poderá obter, ainda, melhores resultados
nas ações de marketing.
Do ponto de vista pessoal, o autor deste estudo possui uma relação muito particular
com o meio gastronômico. Acredita que comida é uma linguagem universal, que reúne as
pessoas, tem importância social, cultural, econômica e por isso considera um tema tão
apaixonante e frutífero, pois dele emerge diversas situações e debates.
24
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo, pretende-se discutir a literatura salientando que o assunto possui caráter
interdisciplinar. Isso leva a consultar distintas áreas de conhecimento, entre as quais, serão
apresentados principais conceitos relativos ao setor varejista, particularmente no segmento de
alimentação, comportamento do consumidor, localização de estabelecimentos, sistemas de
informação geográfica, teoria da área de influência, estratégia empresarial, marketing e
comportamento do consumidor.
2.1 A GEOGRAFIA APLICADA AO MARKETING
2.1.1 O geomarketing: Conceitos e aplicações. Geomarketing é qualquer processo de geração de inteligência mercadológica em que
considerar o contexto espacial seja essencial para o resultado. Pode ser compreendido como
uma ferramenta, um conjunto de informações, uma abordagem analítica, ou qualquer
combinação das mesmas, desde que utilizadas com fins de marketing, e utilize uma
abordagem geográfica.
Assim, o marketing geográfico vem trazer uma nova dimensão, a dimensão espacial,
ao estudo e à análise dos fenômenos socioeconômicos, comportamentais, demográficos e
estatísticos de um determinado mercado, fenômenos estes que sempre estiveram presentes nos
estudos e estratégias de marketing.
Segundo Figueiredo (2006, p.162), o geomarketing é uma aplicação que abarca as
dimensões espaciais para o suporte à tomada de decisões dentro do domínio específico de
mercado, possibilitando levantar as particularidades de determinada região e analisar seu
potencial socioeconômico.
Figueiredo (2006) defende que com a aplicação do geomarketing é possível otimizar
os recursos e esforços organizacionais a partir do conhecimento mercadológico advindo de
uma análise georreferenciada. Dessa forma, a organização passa a conhecer os hábitos e
costumes de seu público-alvo, uma vez que o consumidor possui características peculiares da
região onde vive.
25
O geomarketing procura atribuir uma localização e análise correlacionadas pertinentes
aos fenômenos do marketing, para tanto, é necessário atribuir um ponto de
georreferenciamento que permita a localização da informação em um mapa. A
georeferenciação desses elementos com os seus atributos permite a análise por meio de
conceitos e características próprias da geografia, tais como as áreas de influência, segundo
Huff (1964).
Falar em geomarketing ou marketing geográfico geralmente leva a associação ao
trabalho de realizar uma segmentação por países ou regiões. No entanto, esta abordagem é
muito reducionista uma vez que, apesar de pertencerem a um determinado país ou até região,
os clientes não têm necessariamente o mesmo perfil e as mesmas necessidades, ou seja, a
delimitação fronteiriça geográfica não tem que coincidir com a delimitação por segmentos
que é feita pelas empresas. Nesse sentido, de acordo com Cruz e Leite (2014), cada vez mais
o estudo para a segmentação geográfica é feito ao nível do município, bairro, código postal e
até mesmo residência individual, para assim, se conseguirem definir as oportunidades reais de
uma determinada zona geográfica consoante às necessidades reais dos clientes e respectivas
condições de vida, poder de compra, entre outros.
Aranha e Figoli (2001, p.45), são categóricos ao afirmarem que “os profissionais de
marketing são praticamente unânimes no diagnóstico de que o mercado massificado está em
desaparecimento”. Os autores recorrem a dois argumentos: Primeiro, o paradoxo do
estreitamento de foco que a globalização da economia impõe as empresas: “para gerar
vantagem competitiva, o aumento de escopo geográfico deve ser acompanhado pela
capacidade de atender nichos cada vez mais específicos” (ARANHA e FIGOLI, 2001, p.45).
O segundo, a evolução da informática e o barateamento dos bancos de dados possibilitam uma
segmentação de mercado detalhada. Hoje é possível - e economicamente viável - conhecer as
características e acompanhar o comportamento de cada consumidor, individualmente
(ARANHA e FIGOLI, 2001, p.45).
Isto tem levado a segmentação tradicional a se tornar obsoleta em muitos ramos do
varejo. Os Sistemas Geográficos de Informação permitem uma nova forma de abordar o
mercado, que substitui as estratégias correntes de segmentação em estratos relativamente
amplos. Trata-se do micromarketing, ou marketing de vizinhança, uma abordagem que
incorpora a dimensão geográfica dos mercados de maneira extremamente minuciosa.
De acordo com Aranha e Figoli (2001, p. 45) o micromarketing “é baseado em um
conceito simples e fácil de aceitar: pessoas que vivem numa mesma vizinhança tendem a ser
parecidas, o que seria uma variação da proposição popular de que “aves de mesma plumagem
26
andam juntas". E completam afirmando que “seja por razões históricas, como as ondas de
imigração, seja por razões econômicas, que definem a possibilidade de acesso a determinadas
regiões, ou simplesmente por questões de familiaridade cultural, quase toda cidade de grande
porte tem bairros com perfis distintos” (ARANHA e FIGOLI, 2001, p.46).
Em Natal, por exemplo, Petrópolis e Tirol concentram um alto índice de famílias de
renda elevada, além de agrupar uma grande quantidade de imóveis comerciais; Ponta Negra é
o bairro que exibe forte presença de estrangeiros e acumula a maior diversidade de
estabelecimentos dos segmentos de lazer e hospitalidade. Portanto, o micromarketing leva
este tipo de constatação de senso comum a extremos de precisão inesperados: o emprego de
ferramentas estatísticas a bancos de dados extensivos permite agrupar a população em
pequenos clusters homogêneos, correspondentes a áreas diminutas, algumas abrangendo
apenas poucos quarteirões.
O interesse por micro-segmentação para o marketing está em que esta semelhança se
manifesta em padrões de preferências e hábitos de consumo muito particulares, cujo
conhecimento potencializa o resultado dos esforços de marketing.
Para Cruz e Leite (2014) o marketing geográfico vem dar ao marketing as condições
para que “seja possível refinar o marketing-mix para diferentes segmentos, bem delimitados
num mapa, segmentos estes muito mais específicos do que aqueles que resultariam de uma
mera segmentação por países”. Por isso, é uma ferramenta cuja contribuição é sentida em
qualquer um dos tradicionais 4 P’s.
Relativamente à variável produto, o geomarketing permite uma adaptação deste às
características específicas de uma determinada zona/segmento de mercado ou até às
características de uma área de influência de uma determinada loja (CRUZ; LEITE, 2014).
Neste caso, o marketing geográfico é especialmente útil para empresas de varejo,
permitindo assim que estas adaptem o mix de produtos às características dos clientes que
fazem parte da área de influência da sua loja. Por exemplo, é muito diferente a variedade que
gera uma maior rentabilidade a determinado negócio se esta estiver localizado perto de uma
área onde há muitos idosos e aposentados ou se estiver localizado numa zona em que haja
muitos escritórios empresariais e população economicamente ativa.
Relativamente à variável preço, o geomarketing permite uma adaptação do preço dos
produtos à estratégia de vendas definida para uma determinada zona/segmento de mercado,
seja de penetração, manutenção da posição, entre outras. Assim, consoante, por exemplo, a
demografia, poderá definir descontos de preços e campanhas promocionais, por exemplo,
(CRUZ; LEITE, 2014).
27
No que tocante à comunicação, o fato de esta ser direcionada apenas para a
zona/segmento que realmente tem influência para uma determinada loja, permite à empresa
reduzir custos e aumentar a eficiência nos contatos (CRUZ; LEITE, 2014). Por exemplo, o
Google Adwords, permite às empresas direcionarem os seus anúncios apenas para as zonas
geográficas pretendidas. As empresas só necessitam escolher as palavras-chave que definem o
seu negócio e a zona geográfica para onde se dirigem. Desta forma, as empresas conseguem
aumentar a eficácia da sua comunicação uma vez que quando um potencial cliente (que esteja
na zona geográfica definida pela empresa) for ao Google pesquisar uma determinada palavra-
chave relacionada com o negócio dessa empresa, a probabilidade do anúncio aparecer como
resultado de pesquisa na primeira página é muito maior. A empresa só paga por cada vez que
alguém “clique” no seu anúncio, por isso consegue baixar significativamente os custos com a
comunicação (comunicação/promoção direcionada). Assim, quando fazemos uma pesquisa no
Google com as palavras “salada natal” ou “refeição saudável natal” aparecem, além dos
resultados habituais, resultados patrocinados, relacionados com as palavras-chave utilizados
para a pesquisa em cima ou ao lados dos resultados habituais.
A respeito de Praça (ou distribuição), através do estudo da localização ideal para
determinado negócio, é possível as empresas otimizarem o seu investimento em infraestrutura
(o preço por metro quadrado é uma componente de custo fixo a ter em conta, assim como o
custo de transporte), assim como estudarem a prospecção de mercado que desejam levar a
cabo, sempre tendo em conta o tipo de negócio e o público-alvo (CRUZ; LEITE, 2014).
Portanto, fica evidente a aplicabilidade e a importância do geomarketing como
ferramenta de negócio, dada sua amplitude de aplicação nos mais distintos aspectos que
podem gerar resultados a uma organização.
2.1.2 Sistemas de Informação Geográfico aplicado ao Marketing Para Aranha e Figoli (2001) a busca por sintonia fina com o consumidor está
modificando radicalmente o modo de agir das empresas. As implicações disso são que a
forma de trabalhar no contexto atual por um lado exige das organizações mais sofisticação
técnica, mas por outro as premia com a obtenção de resultados mercadológicos muito mais
efetivos.
28
O desenvolvimento de novos sistemas computacionais, a partir da década de 90,
principalmente na área de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), levou as técnicas de
geomarketing e pesquisas no varejo se tornarem mais precisas e detalhadas e permitiram
melhoria na análise detalhada dos fatores espaciais, como descreve Aranha (2001, p. 2):
O SIG (Sistema de Informação Geográfica) apareceu como tecnologia inovadora e de ponta, disseminou-se, chegou ao PC, e foi incorporado aos sistemas de informação em geral. Bases de dados georeferenciadas e mapas digitalizados brasileiros eram raros e caros; hoje são comuns e acessíveis. As técnicas de geomarketing, antes muito concentradas nos problemas de localização de pontos comerciais, disseminaram-se, foram absorvidas fortemente pelo Marketing de Relacionamento, começaram a tocar muitas outras áreas vizinhas, como as de logística, economia e planejamento.
Para Masano (2006), o SIG é um sistema de gerenciamento de informações com a
finalidade de fazer análises geográficas baseadas no mapeamento de dados processados por
um sistema de coordenadas. Um programa de SIG torna-se uma importante ferramenta para o
processo de decisão, pois permite identificar geograficamente o relacionamento entre as
informações do mercado e de uma empresa.
Figura 01 – Mapa da densidade de Kernel para Farmácia de Manipulação Belém (PA)
Fonte: Geopara. Disponível em <http://geopara.blogspot.com.br/2012/07/em-marketing-como-se-sabe-informacao-e.html>
29
Masano (2006) também afirma que o levantamento de áreas de influência pode ser
realizado com o apoio do SIG, sendo possível o desenvolvimento de mapeamento da origem
de clientes e a simulação de áreas de influência comercial.
Parente (2001) destaca que nesses softwares é possível gerenciar uma grande base de
dados, cruzar informações e fazer análises. Esta combinação permite, assim, uma melhor
compreensão da realidade do mercado, podendo as empresas tirar um grande partido desta
situação, uma vez que várias camadas de informação sobre os consumidores localizados em
uma dada zona geográfica permitem aceder a um maior conhecimento dos seus clientes atuais
e potenciais. Por exemplo, pode-se identificar os consumidores no mapa de acordo com seu
potencial de consumo, sexo, renda, valor de gasto mensal para gerar informações que
possibilitem uma visão espacial, permitindo uma nova forma de análise (Parente, 2001).
Figura 02 – Sistema de Informação Geográfico
Fonte: Mundogeo. Disponível em < http://mundogeo.com>
Com isso, as vantagens da utilização desta ferramenta estratégica vai muito além da
identificação da localização dos clientes. Com o emprego do SIG é possível a racionalizar os
esforços e recursos, uma vez que é proporcionada maior confiança na análise do local de
instalação da loja, verificar qual a influência de determinada localização sobre os
30
concorrentes, atividades de consumo e sobre as variáveis do marketing-mix, bem como fazer
a correta implementação dos recursos de acordo com o público que se pretende atingir.
Embora pouco, as desvantagens estão relacionadas ao custo do investimento destas
ferramentas ou da obtenção de dados com empresas de inteligência de mercado. Segundo
Kotler (2004), os pequenos varejistas às vezes têm de aceitar qualquer localização que
puderem pagar ou encontrar, já os grandes, contratam especialistas para selecionarem os
melhores locais.
No entanto, atualmente encontram-se há disposição diversas ferramentas gratuitas,
online e de fácil acesso, como as plataformas do Google, Google Earth, Google Fusion Table
e o Google Maps, e seus equivalentes, como Bing e Yahoo Maps. O Earth e o Maps são duas
ferramentas que tem sido usadas por vários segmentos, principalmente para análise
mercadológica. Além disso, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estão acessíveis a todos e podem
contribuir para obtenção de resultados satisfatórios se combinados aos SIGs.
É importante ressaltar que possuir os dados ou a tecnologia não é suficiente para a
aplicação bem sucedida do Geomarketing. Para que um estudo de Geomarketing vá além de
descobertas óbvias e realize seu valor em relação ao investimento realizado, ele deve estar
alinhado desde o início à estratégia da empresa e seu plano de execução. Para que o estudo
possa transformar-se em ações efetivas, é necessário definir com precisão qual a pergunta a
ser respondida. O que a empresa espera do estudo? Quais são as ações que serão
direcionadas? Quais os dados mais relevantes para a categoria de produto analisada, público
alvo e região, que deverão ser considerados?
2.1.3 A dimensão geográfica aplicada a segmentação e estratégia de mercado.
Pela necessidade das organizações de se localizarem próximas ao seu mercado-alvo, a
análise dos clientes é um dos primeiros passos necessários para o conhecimento da
segmentação do mercado e posteriormente desenvolvimento de sua estratégia.
A segmentação de mercado é uma atividade de marketing que auxilia na definição de
grupos de consumidores que possuem necessidades comuns e que reagem de forma
semelhante às ações de marketing, podendo, assim, facilitar a atuação das organizações junto
a esses consumidores (KOTLER, 2004).
31
Segmentação é o processo de projetar ou caracterizar um produto ou serviço que terá
uma atração especial em uma parte do mercado total. Para segmentar é preciso medir o
comportamento do consumidor, colocando cada pessoa num grupo que minimize a variação
de comportamento entre os membros do segmento, maximizando a variação entre os mesmos,
(ENGEL, BLACKWEEL E MINIARD, 2000).
Há muitas bases para a segmentação, podendo ser usadas variáveis geográficas,
demográficas, psicográficas e comportamentais. Entretanto, para este estudo, as definições
que interessam são a segmentação geográfica e a segmentação demográfica:
Segmentação geográfica: é a segmentação do mercado baseada na localização
geográfica do indivíduo, ou seja, sua posição georeferenciada sobre a superfície terrestre,
além disso, está relacionada com o local onde o consumidor vive e com as relações da
realidade de cada espaço físico com os grupos que o habitam. O mercado é dividido em
diferentes unidades geográficas (países, regiões, estados, cidades, bairros e outros) (ENGEL,
BLACKWEEL E MINIARD, 2000).
Segmentação demográfica: é a segmentação mercadológica baseada nos aspectos
populacionais, descritores de características mais objetivas das pessoas de uma coletividade,
com influência potencial sobre o consumo. Consiste em dividir os grupos consumidores de
acordo com variáveis demográficas, como sexo, idade, raça, religião, renda, ocupação, grau
de instrução, tamanho da família, estágio no ciclo da vida da família e outros (ENGEL,
BLACKWEEL E MINIARD, 2000).
Contudo, para uma delimitação mais eficiente do cliente-alvo, é necessário conhecer
as várias formas e facetas que esse pode assumir. Por isso, tendo em vista que são infindáveis
os motivos que levam as pessoas aos restaurantes, admite-se que essa é uma tarefa difícil.
Segundo Fonseca (2004), citado por Rocha et al. (2007) conforme o tipo de refeição que
consome, o cliente assume um comportamento diferente e a experiência que se adquire no
restaurante proporciona a capacidade de entender qual tipo de clientela se tem pela frente.
O público-alvo de um restaurante por peso é o público que necessita de uma alimentação barata, rápida, variada e perto do seu local de trabalho. Assim, sua necessidade se dá pela circunstância de seu trabalho. Existe também a demanda criada, aquela em que se cria a necessidade do público pelo seu produto. Um restaurante gastronômico com um grande chefe ou uma comida típica executada de maneira tradicional são exemplos de produtos que as pessoas buscam, não por uma circunstância exata, mas para agregar outros elementos à sua alimentação (FONSECA, 2004; ROCHA et al. 2007, p. 34) .
32
Ainda de acordo com Fonseca (2004, apud ROCHA et al., 2007, p. 36) um restaurante
que se propõe atingir determinado público deve criar produtos que venham a suprir os seus
anseios. Esses anseios podem gerar uma demanda espontânea, ou seja, aquela que existe pela
própria situação em que se encontra público, criada muitas vezes por circunstâncias adversas.
Portanto, é fundamental para o sucesso de um restaurante conhecer e reconhecer seu
principal ativo: o cliente. Pesquisas realizadas sobre o tipo de estabelecimento utilizado para
cada refeição e os critérios de escolha do cliente auxiliam na identificação de seus anseios. E é
em meio a esse contexto que aumenta a necessidade das empresas de lançarem mão de
técnicas sofisticadas de análise que permitem confrontar diversas camadas de dados e
variáveis.
2.2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
2.2.1 O processo de decisão de consumo e os fatores de influência O comportamento do consumidor é etapa obrigatória para a compreensão do problema
proposto, uma vez que o entendimento do mecanismo que o motiva e o direciona para um ou
outro estabelecimento, que inclui a posição geográfica em que ambos se situam, é
fundamental para o sucesso da decisão de localização e consequentemente para a
competitividade e sobrevivência do negócio.
Engel, Blackwell e Miniard (2000) defendem que a compreensão e a previsão sobre o
comportamento do consumidor, além do entendimento das relações de causa e efeito dessa
conduta são relevantes para o desenvolvimento e direcionamento de estratégias
organizacionais que maximizem os resultados e o desempenho da organização.
Segundo Engel, Blackwell e Miniardi (2000, p. 4) o comportamento do consumidor
pode ser compreendido como “as atividades diretamente envolvidas em obter, consumir e
dispor de produtos e serviços, incluindo os processos decisórios que antecedem e sucedem
estas ações”. O entendimento desses autores converge razoavelmente com a definição de
Kotler (2004), que afirma que se trata da forma como pessoas, grupos e organizações
selecionam, compram, usam e descartam artigos, serviços, ideias ou experiências para
satisfazer suas necessidades e desejos.
Existem conceitos e
elencar os fatores que afeta
explicar e descrever o mec
dos consumidores é descr
composto normalmente por
informações, iii) Avaliação
de acordo com Parente (20
forma desse mesmo constru
Figur
Para Engel, Blackw
mais ou menos afetado
influenciadores, sejam int
consumidor está avaliando
influenciá-lo incluem suas
vez os externos que servirã
cardápio, reputação do lug
conveniência da localização
Ainda Segundo En
julgamento das alternativas
variável localização, por e
situação hipotética, depend
critério que contribua para i
Aranha e Figoli (20
são seres móveis, não ficam
para o negócio vai ter uma
períodos do dia e dias da se
Segundo os autores
varia de acordo com seu pe
cada um e do meio onde
pessoas em direção a lugar
das pessoas e podem ser loc
e modelos a respeito do comportamento do co
tam a sua decisão de compra, também se preo
ecanismo do processo decisório. O processo d
crito e reconhecido na literatura acadêmica
or cinco estágios: i) Reconhecimento da nece
ão de Alternativas, iv)Decisão e v) Comportam
2010) é usado por pesquisadores concentrados
truto, apresentado na figura (1) logo abaixo.
ura 03 - Modelo de Comportamento de Compra
Fonte: Adaptação de KOTLER, Philip (2004)
well e Miniard (2000), o comportamento do
o segundo o grau de influência que fa
internos ou externos, exercem sobre o ind
o um lugar para fazer sua refeição, os fatore
as características culturais, sociais, pessoais e
irão de estímulos serão, por exemplo: especia
lugar, valor do prato, formas de pagamento
ão.
Engel, Blackwell e Miniard (2000), esses
vas de escolha assumem várias configurações
exemplo, está diz respeito a influência situ
ndendo do tempo disponível do indivíduo, a loc
a inibi-lo ou atraí-lo para determinada região e
2001) alertam para a importância de entender
am parados durante as 24 horas do dia e, porta
a variação no número de pessoas que a seu red
semana.
es, os consumidores têm uma dinâmica de mo
perfil sociodemográfico e cultural e com partic
vivem. É uma força ou poder de atração q
gares de interesse. Esses locais são os objetiv
locais de recreação, trabalho, compras, sociais e
33
consumidor que além de
eocuparam em entender,
o de decisão de compra
segundo um modelo
ecessidade, ii) Busca de
mento Pós-Compra, que
os na área do varejo na
pra
o consumidor pode ser
fatores motivadores e
divíduo. Assim, se o
res internos que podem
e psicológicas, por sua
ialidade e variedade do
to, tempo disponível e
es critérios usados no
es. Quando se trata da
ituacional. Então, numa
localização pode ser um
e lugar.
er que os consumidores
rtanto, o local escolhido
redor circulam por hora,
movimento próprio, que
rticularidades da vida de
que norteia e move as
ivos dos deslocamentos
s e outros.
34
De acordo com Aranha e Figoli (2001), essa referida movimentação de pessoas pode
variar de acordo com:
a) freqüência por dias da semana. Os dias da semana possuem costumeiramente
fluxos distintos. Há locais onde o fluxo é mais intenso nos dias úteis e quase inexistente nos
finais de semana;
b) o local de origem e do destino. A origem e o destino podem ser, por exemplo, a
residência, o local de trabalho, um centro de compras. Normalmente os locais de trabalho têm
fluxos de pessoas mais intensos do que áreas residenciais. Assim, ao se analisar a cidade,
deve-se entender a localização dos bolsões residenciais e dos bolsões de locais de trabalho, de
modo a posicionar o negócio no “caminho de casa” dos consumidores. Isto é muito utilizado
para se definir o melhor lado de uma grande avenida ou rodovia;
c) o meio de locomoção. Ônibus, metrô, trem, táxi, automóvel, motocicleta,bicicleta
ou a pé: esses são os principais modos que as pessoas usam para se locomover
d) o período do dia. Deve-se estar preparado para os picos e os vales de fluxo de
pessoas ao longo de um mesmo dia. Manhã, almoço, tarde, noite e madrugada são os
principais períodos. Dentro de cada período, o fluxo aumenta e diminui hora a hora;
e) o tipo de centros comerciais visitados. Porte, diversidade de ofertas, preços
praticados, ambientes e serviços oferecidos;
f) o tipo de produto que provoca a viagem de compra. As viagens são mais longas
ou curtas (em distância e tempo) de acordo com o tipo de produto a ser adquirido. De modo
geral, os bens de conveniência, ou seja, aqueles utilizados no dia-a-dia, como pão, por
exemplo, estão relacionados a viagens curtas, ou seja, o consumidor não está disposto a
percorrer longas distâncias para a compra diária de seu pão. Dessa forma, o sucesso de uma
padaria tradicional dependerá da população que existe na região de seu entorno. Normalmente
esses bens têm uma alta demanda, são oferecidos em uma grande variedade de locais e não
são caros. Já para a compra de bens especializados, como um automóvel, por exemplo, as
pessoas estão dispostas a percorrer longas distâncias;
g) o número de lojas visitadas. Entender o número de lojas visitadas numa mesma
viagem de compras é um fator importante. Assim a proximidade entre negócios pode
aumentar o fluxo e ser positivo para o conjunto de atividades desenvolvidas;
h) a distância percorrida e tempo gasto. Este tópico está diretamente ligado ao tipo
de produto e serviço que provoca a viagem de compra. As distâncias costumam ser medidas
não apenas em unidades métricas, mas também em minutos ou horas. Em alguns casos, o
cliente pode estar a apenas
gasto pode ser maior para
barreiras como falta de uma
Finalmente chegam
varejistas. Siqueira et tal.
estabelecimento (Figura1).
consumidor final, e de vend
de avaliação do consumid
perspectivas. Atratividade
consumidor final e perspect
Figura 04 - Convers
Posto isso, pode-se
sujeita ou é o resultado
consumidores e outra, vincu
mapeamento e a compre
identificação da vertente q
localização do negócio é um
as 15 metros de um negócio e a 100 metros d
ara alcançar o ponto mais perto fisicamente.
ma ponte ou excesso de semáforos, por exemplo
amos ao encontro das perspectivas do con
. (2013) propõe um construto consistente p
). No modelo sugerido, consideradas as inte
nda de varejistas, definidas as dimensões de co
idor final, a atratividade resulta da convergê
e que por sua vez significa convergência
ectiva do varejo.
ersão de dimensões de avaliação de estabelecim
Fonte: Adaptado de Siqueira et al. (2013)
se afirmar que a definição do local de oper
o de duas forças antagônicas: uma associad
nculada aos interesses das empresas, que age n
reensão dessas duas tendências opostas fo
e que prevalecerá como movimento preferen
um dos aspectos relevantes na tomada de decis
35
do outro, mas o tempo
te. Isto devido a certas
plo.
onsumidor final e dos
para a atratividade do
ntenções de compra do
consideração das opções
gência entre essas duas
a entre perspectiva do
imentos
eração do negócio fica
iada aos interesses dos
no sentido contrário. O
fornecem base para a
encial. Dessa forma, a
isão do consumidor.
36
2.2.2 O comportamento de consumo de alimentos
Segundo Pollonio (2005), algumas tendências mundiais influenciam o consumo de
alimentos, como: envelhecimento da população, o papel da mulher, o valor do tempo e
conveniência de produtos. Amparados nestas tendências, o comportamento do consumidor
vem sofrendo mudanças que alteram seus hábitos alimentares, dentre as quais se tem maior
preocupação com a saúde, o resgate das propriedades sensoriais dos alimentos, além de
relevância atribuída a itens como praticidade, conveniência, segurança, etc.
Em diversos países, os consumidores estão valorizando as artes culinárias e as
experiências gastronômicas, influenciando tanto o setor de serviços de alimentação como
também o desenvolvimento de produtos industrializados. Por sua vez, as descobertas
científicas que vinculam determinadas dietas às doenças, bem como a renda e a vida nas
grandes cidades, influenciam a busca de um estilo de vida mais saudável. São diversos os
segmentos de consumo que estão surgindo a partir dessas tendências, entre os quais é possível
destacar a procura de alimentos funcionais, os produtos para dietas e controle do peso, e o
crescimento de uma nova geração de produtos naturais que estão se sobrepondo ao segmento
de produtos orgânicos.
No cenário dos principais centros urbanos no Brasil, observa-se uma mudança do
estilo de vida dos seus habitantes. Muitos dividem os seus dias entre as atividades
relacionadas a trabalho, estudo, além de outros compromissos fora de casa, o que,
consequentemente, reduz o tempo para lazer, descanso e cuidados com a alimentação.
O percentual de brasileiros que trocou a refeição em casa pelas opções que se
encontram à disposição fora dela, em particular nos grandes centros urbanos, saltou de 7%
para 25%, nas últimas três décadas, segundo dados do IBGE obtidos na última pesquisa de
orçamento familiar (POF 2008/2009). Mais de 45 milhões de brasileiros se alimentam fora de
casa diariamente, correspondendo a ¼ das refeições no país. Estima-se que sejam produzidas
mais de 100 milhões de refeições diárias, volume que, anualmente, se somada toda a cadeia
que ele movimenta, supera R$ 60 bilhões em faturamento e representa 2,4% do PIB (Produto
Interno Bruto) nacional.
O Anuário Brasileiro de Alimentação Fora do Lar 2012 mostra que a distribuição da
despesa média familiar mensal com refeições em estabelecimentos comerciais saltou de
19,5%, entre 2002 e 2003, para 23,5%, entre 2008 e 2009. A média nordestina (23,55) supera
a da região Norte em 21,4%.
37
Para Barros (2005), comer fora de casa deixou de ser uma prática reservada a ocasiões
especiais ou alternativas de lazer, e se tornou uma necessidade imposta pelos ritmos da vida
atual dentro do modelo de terceirização dos serviços familiares, pois além de solucionar
problemas como a falta de tempo ou a ausência de vocação culinária, a opção de comer fora
pode ter suas compensações psicológicas.
Nesse sentido, Garcia (2003; apud LIMA FILHO, et al., 2007, p. 2) revela alguns
traços da comensalidade contemporânea, entre elas:
A escassez de tempo para preparo e consumo de alimentos; ofertas de produtos procedentes de diversas partes do mundo; existência de publicidades associadas aos alimentos; flexibilização de horários para comer juntamente com a diversidade de alimentos e; crescente individualização dos rituais alimentares.
De acordo com Meneguelli e Araujo (2012) no Brasil, em geral, é possível observar
que, no horário de almoço daqueles que permanecem boa parte dos seus dias fora de casa e
trabalhando ou que aproveitam o seu horário de almoço para resolver assuntos particulares, a
opção é fazer refeições em regiões próximas a onde se encontram ou preparar seu próprio
alimento. Assim, em muitos casos, as alterações nas rotinas diárias de muitos fazem com que
os seus horários reservados à alimentação sejam encaixados e adaptados às atividades e ao
ritmo de suas atividades e compromissos.
Nesse contexto, de acordo com Souza et al (2006) há também aqueles que incluem
em sua rotina uma alimentação saudável, e não fazem dela apenas mais um compromisso que
deva ser previamente registrado em suas agendas e, então, reservam tempo e dedicação para
selecionarem o que irão consumir durante o dia. Outro traço que aumenta a complexidade do
comportamento dos consumidores é o que foi revelado em estudo realizado pela Associação
Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas - ABERC – (2007), citado em Rocha et al.
(2004), que expõe a existência de um critério inconsciente na escolha: o hábito do consumidor
evitar cometer exageros em sua alimentação durante a semana.
Castelo Branco (2000) analisa a mudança no comportamento dos indivíduos no
consumo alimentar fora de casa. Em sua pesquisa o autor verificou que os principais fatores
que levam os indivíduos a frequentar os estabelecimentos são higiene do local, qualidade da
refeição, simpatia dos funcionários, oferecimento de alimentos saudáveis e preço. A
importância do preço como determinante da escolha da loja varia de acordo com o tipo de
produto e da natureza do comprador. Os consumidores que privilegiam fatores como
38
conveniência, por exemplo, não abrem mão disso mesmo que os preços sejam altos
(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2000).
Lima Filho et al. (2013) enumeram critérios importantes na decisão de consumo em
restaurante encontrados em outras pesquisas semelhantes.
“Outros fatores importantes para a escolha dos restaurantes que poderiam ser citados são, por exemplo, a variedade do cardápio, o ambiente interno do restaurante, a preocupação com alimentos saudáveis, higiene do restaurante e dos funcionários, localização e tempo de atendimento (SOUKI et al., 2010; SANCHES; SALAY, 2011; MEISTER, 2008; LIMA FILHO et al, 2013, p. 76)”.
É lembrado que o escopo do presente trabalho assenta-se basicamente após os três
estágios iniciais do referido processo de decisão de consumo, (reconhecimento da
necessidade, busca de informações e avaliação das alternativas), quando já foi feita a escolha
acerca do estabelecimento específico do qual irá consumir a refeição.
2.3 LOCALIZAÇÃO NO VAREJO
As empresas prestadoras de serviços e os varejistas de maneira geral mantêm as
mesmas preocupações de localização que outros tipos de negócios (por exemplo: indústrias).
Porém, a natureza específica da sua atividade sugere uma abordagem um pouco diferente. A
respeito disso, de acordo com Rocca (2012), diferentemente da indústria, o estabelecimento
no setor de varejo e serviços deve estar localizado próximo aos consumidores. A estratégia
então consideraria, entre vários aspectos, a concorrência, que persegue os mesmos objetivos.
Para Craiig, Ghosh e McLafferty (1984), uma boa localização é vital para o sucesso de
um negócio varejista, ou seja, através dela o produto ou serviço que é ofertado torna-se mais
acessível ao cliente e garante volumes mínimos de procura.
Segundo Schmiegelow (2003) a decisão incorreta da localização origina uma série de
erros em cascata para o mix de marketing, ou seja, a praça, preço, produto e promoção estão
profundamente relacionados e são interdependentes. Se uma empresa foi alocada no ponto
errado, todos os outros itens serão prejudicados e deverão ser reanalisados e provavelmente
ajustados a fim de garantir o sucesso desta, o que implicará numa desvantagem competitiva.
De acordo com Kasznar (2009), o que se visa em localização comercial é se um local,
um ponto de vendas, é ou não viável do ponto de vista econômico e financeiro. Pode haver
muita movimentação, agitação e passagem numa área de pedestres, na frente de uma loja.
39
Nem por isso, necessariamente, os passantes entrarão no estabelecimento. Deste modo, um
lugar só será apelativo para a empresa se estiver associado a um mínimo de mercado que
viabilize os investimentos realizados e a uma base de clientes que a empresa seja capaz de
atender as suas expectativas e desejos.
Meyer (1988), citado em Park (2002) descreve que a escolha de um local pode ser
feita normalmente de duas maneiras:
a) Um executivo exerce o principal papel na escolha de um determinado local. A
decisão da escolha da localização se dará de acordo com sua avaliação e a observação de
alguns dados, que pode ser a partir da visita de uma determinada área ou observação de novas
construções.
b) Outras empresas utilizam métodos e dados para a escolha de uma localização, como
demarcar em um mapa um círculo no entorno do negócio existente e escolher uma nova
localização buscando locais onde haja menor sobreposição de um negócio para outro, apesar
de a área de influência de um ponto comercial não ser necessariamente um círculo.
Rojo (2005) enfatiza que o varejista deve conhecer muito bem a região e realizar
estudos para estimar o desempenho potencial do ponto com base em dados como: perfil de
clientes na região, renda, número de habitantes, concorrência, hábitos de compras dos clientes
em potencial e lojas que costumam frequentar. Las Casas (2006) considera que a localização é
determinada pelo mercado-alvo pretendido, fazendo com que as lojas estejam
convenientemente acessíveis ao consumidor-alvo, e complementa afirmando que os níveis de
emprego, vitalidade da área, leis, trânsito, proximidade de consumidores e proximidades de
outros serviços são aspectos a serem analisados.
Seja qual for o modelo de decisão e ferramentas utilizadas para a escolha do local de
operação de um estabelecimento varejista, Applebaum (1966) reforça que esta deverá ser
orientada por objetivos predeterminados. Estes objetivos exigem uma avaliação que combina
fatos com bom senso e envolve dois aspectos, um macro, que diz respeito a uma área geral
dentro de uma cidade, e um micro, que seria especificamente a onde se estabelecerá a
propriedade. Em outras palvras, identifica-se a região onde funcionará o negócio e o local
específico dentro dessa área. Essa avaliação deverá incluir o exame das características
populacionais, das condições ambientais e de concorrência, das atitudes dos consumidores, da
capacidade de cobertura e penetração, e, das necessidades de investimento. Sem esquecer que
o cerne de toda discussão a respeito da localização deverá partir da compreensão do perfil do
consumidor.
40
2.4 ÁREAS DE INFLUÊNCIA
2.4.1 A Teoria das Áreas de Influência
A localização de uma loja irá influenciar na sua atratividade, isto é na força exercida
em uma pessoa ou mais, que faz com que as elas se dirijam a um determinado
estabelecimento. Segundo Parente, (2010) essa área a qual a empresa exerce sua atração será
determinante para estimar seu futuro volume de vendas. Applebaum (1966) destaca também
que quanto maior a distância entre uma determinada região e a loja, menos uniforme será a
distribuição desses clientes dentro dessa região. Esses pressupostos são parte da Teoria das
Áreas de Influência.
Figura 05 – Exemplo de Identificação das Áreas de influência de Farmácias
Fonte: Disponível em < http://www.unica360.com/wp-content/uploads/AI_farma_5km_no-solapa.jpg>
Conforme a American Marketing Association, citada por Parente e Kato (2003, p.2), a
área de influência pode ser definida como uma área geográfica que contém os consumidores
de uma empresa particular ou grupo de empresas para venda de bens ou serviços específicos.
Trata-se de um conceito essencial nos estudos de localização, pois reflete a dimensão
41
geográfica da demanda do mercado do varejo, que começou a ser abordado, de acordo com
Parente (2001), com mais profundidade a partir dos estudos de Huff e Applebaum na década
de 1960.
Como coloca Davies (1976) citado por Aranha e Figoli (2001, p. 30) Applebaum era
eminentemente prático, ele considerava que o melhor lugar para desenvolver o campo do
Geomarketing era dentro das empresas e não no meio acadêmico: “a pessoa que trabalha com
Marketing Geográfico deve trabalhar tempo integral numa empresa ou desenvolver pesquisas
para as empresas num esquema de meio-período”.
Applebaum desenvolveu o que se conhece por método análogo. Este método consiste
em, através de pesquisas com os consumidores nas lojas existentes, levantar o local onde
moram e determinar, por meio de mapeamento, a área de influência primária de um conjunto
de lojas. Cruzando-se esta informação com a venda real das lojas, tem-se base para avaliar as
vendas de localizações futuras. A analogia está no fato de que Applebaum considerava que se
a área de influência estimada de uma futura localização tinha um número de pessoas
residentes e de concorrência similar à de lojas existentes, então comparações poderiam ser
feitas de modo a se calcular as vendas do novo ponto.
Applebaum (1966), citado por Parente (2001), começa a identificar a área de
influência de supermercados através da técnica de customer spotting, identificando em um
mapa a localização da procedência de uma amostra representativa de clientes. Posteriormente
Applebaum (1966) dividiu a área de influência em três partes, descritas abaixo:
a) área de influência primária: região mais próxima da loja, onde estão concentrados
cerca de 60% a 75% dos clientes da loja;
b) área de influência secundária: região em torno da área primária da loja onde estão
concentrados cerca de 15% a 25% dos clientes;
c) área de influência terciária: região que contém a parcela restante dos clientes,
cerca de 10% dos moradores mais afastados.
Em outras palavras, a área de influência pode ser compreendida também como a
extensão máxima do ponto de localização do negócio até o ponto de partida do cliente que ele
esteja disposto a percorrer. Nesse sentido, quanto maior a proximidade do cliente alvo da
loja, maior será a sua área de influência naquela região, podendo assim atingir um número
maior de clientes e atendê-los melhor, o que pode gerar um maior grau de fidelização e
indicação da loja para outras pessoas.
42
Applebaum foi um dos pioneiros no desenvolvimento desse tipo de pesquisas e
estudos que até hoje são itens importantes na literatura de Marketing e Planejamento. O
método análogo é aplicado até hoje no setor varejista com o auxílio de técnicas estatísticas
como regressão e correlação, para melhor medir os fatores que afetam as vendas.
Huff (1964) conceitua a área de influência como uma determinada região geográfica
que contém consumidores potenciais que têm uma probabilidade maior que zero de adquirir
um produto ou serviço oferecido. Portanto, a área de influência representa uma superfície de
demanda que contém consumidores potenciais para uma oferta específica. É importante
destacar que a área de influência não é toda área em que existe potencial, mas a área que é
economicamente viável para vender ou entregar um produto ou serviço.
Masano (2006) classifica a área primária como sendo a área geográfica onde a loja
obtém a parte principal de seu negócio. A área secundária circunda a área primária, tendo a
segunda mais alta proporção de clientes.
Figura 06 – Delimitação de superfícies para divisão das Áreas de influência
Fonte: Implantando Marketing.
De acordo com Parente e Kato (2001), embora as empresas varejistas tenham
liberdade para escolher o local, a região geográfica de seu mercado pode ser mais ou menos
extensa, dependendo do mix de produtos da loja, da concorrência e das características de sua
localização. A partir de certo ponto, os compradores dão preferência a outros concorrentes,
em virtude da localização mais próxima. A análise dos clientes é realizada com base na
segmentação geográfica (aquela que considera o segmento com base em regiões) e
43
segmentação demográfica (aquela que considera as características do indivíduo como idade,
sexo, renda e religião). Já na análise dos concorrentes, deve-se avaliar se o local está saturado
ou não e qual a importância disso para a venda do produto naquela região, segundo afirma Las
Casas (2006).
Parente (2010) enumera os seguintes fatores que podem influenciar a dimensão da área
de influência e atratividade de um estabelecimento:
a) linha de produtos: lojas que vendem produtos de conveniência têm uma área de
influência menor do que as lojas que vendem produtos de especialidade.
b) tamanho da loja: lojas maiores teoricamente proporcionam mais conforto, uma
maior variedade de bens e serviços a preços competitivos, sendo assim são mais atrativas para
os clientes. Parente e Kato (2001), em uma pesquisa realizada em supermercados, confirmam
que a extensão da área de influência é de fato influenciada pelo tamanho da loja, porém a área
de influência não cresce concomitante ao aumento do seu tamanho.
c) densidade populacional: uma maior densidade populacional vem em geral,
acompanhada de maior oferta de concorrentes e de maior lentidão no tráfego, fatores que
restringem a extensão da área de influência de cada loja. É importante ressaltar que em áreas
urbanas centrais, as pessoas vivem agrupadas em apartamentos perto de comércios, e a área
de influência tende a ser menor. Já nas áreas periféricas, as pessoas tendem a morar em casas,
o comércio é menos intenso e mais disperso e as áreas de influência tendem a ser maiores.
d) concorrência: dependendo das características do concorrente, ele pode ampliar ou
restringir a extensão de sua área de influência. Para Parente (2001), a localização dos
competidores da loja determina o impacto do tamanho da área de influência tanto da loja
como de seus competidores. Quando a concorrência está próxima, porém não junta a uma
varejista, ela intercepta o fluxo de cliente que vai de uma loja para outra, reduzindo o poder de
atração e área de influência das duas. O inverso ocorre quando duas lojas estão muito
próximas, a área de influência pode aumentar pelo efeito cumulativo da atratividade que elas
exercem. Porém , neste caso, a participação do mercado pode reduzir bastante nessa forma de
competição.
e) esforço promocional: Parente (2001) considera que a área de influência das lojas
são modificadas conforme a promoção de vendas do varejista: jornal de ofertas, propaganda
local, etc.
44
A partir das suposições de Applebaum, os métodos quantitativos passaram a ser
utilizados no processo de seleção de pontos comerciais, com um foco especial na estimativa
de vendas em novas localizações. O método de regressão é uma forma evoluída do método
análogo, a diferença é que esses métodos utilizam o modelo estatístico de análise de regressão
para evidenciar os principais fatores, dar peso e mensurar cada um (Meyer, 1988; Park, 2002).
A área de influência estimada de uma futura localização tinha um número de pessoas
residentes e de concorrência similar à de lojas existentes, então comparações poderiam ser
feitas de modo a se calcular as vendas do novo ponto.
Os Modelos Gravitacionais, desenvolvidos inicialmente por Reilly, em 1929, e
aperfeiçoados por Converse e Huff, deram grande contribuição para o conhecimento sobre a
Área de Influência. Esses modelos estão baseados nas leis de física de gravitação dos corpos
celestes, desenvolvidas por Isaac Newton, ainda no século 17.
Parente (2003) afirma que o modelo de Reilly é o primeiro a reconhecer que o
consumidor está disposto a trocar a conveniência de uma loja mais próxima por outros
benefícios na hora da compra. Ele é o precursor dos modelos “gravitacionais” e largamente
utilizado para determinar a área de influência dos shoppings centers e varejistas de
conveniência, como supermercados, postos de gasolina ou qualquer outro em que a distância
do cliente da loja ou estabelecimento seja um ponto crucial.
Acontece que a teoria REILLY sofreu diversas críticas, como não considerar a
natureza dos bens e serviços que são oferecidos e ser aplicável apenas a cidades ou grandes
centros urbanos. Isso levou outros autores a partir a conduzir estudos e produzir pesquisas
contemplando novas variáveis, como a facilidade de acesso ao ponto de venda ou à cidade, a
natureza dos meios de transporte, os serviços oferecidos pelo estabelecimento comercial, os
obstáculos geográficos, etc.
Huff, em 1964, desenvolveu um modelo que não fica restrito a um único contorno
delimitador de influência, mas define diferentes contornos para diferentes probabilidades do
cliente comprar em certa loja. A formulação de Huff, portanto, consiste em uma adaptação
mais realista do modelo gravitacional, já que considera simultaneamente as múltiplas
alternativas de compra que o consumidor seleciona.
Para Parente (2001), Huff, com base nos princípios gravitacionais, procurou estudar a
área de influência com base na atratividade que as lojas tinham, reconhecendo que os
consumidores escolheriam mais de uma loja, e que a escolha dessas era feita com base na
atratividade relativa das lojas em relação a ofertas de lojas de determinada região.
45
Para Huff (1964), o modelo de Reilly não permite graduar e estimar as regiões em
torno do ponto de equilíbrio que seria de maior ou menor atratividade. Também não permite
calcular a demanda total de produtos ou serviços de uma região determinada.
Uma limitação atribuída ao modelo de Huff é o fato de usar basicamente como
variáveis o tamanho da loja e o tempo de deslocamento de cada ponto em que as pessoas estão
na área de influência até a loja, e não considerar outros aspectos, como sua imagem por
exemplo. Ademais, os modelos gravitacionais vem sendo desafiados por mudanças no
comportamento do consumidor. Por exemplo, alguns supermercados estão mudando seu
formato e tornando-se mais segmentados para atender a diferentes tipos de consumidores, o
que inicia uma fase de necessidade de adaptação nos modelos gravitacionais.
Outros pesquisadores continuam estudando o fenômeno da área de influência que
ganhou renovado interesse com o desenvolvimento dos SIGs e maior importância dada ao
geomarketing. Com o auxílio dos SIGs é possível medir a área de influência do varejo com
os dados que são gerados por esta ferramenta. Além disso, esta área pode ser melhor
visualizada através de mapas com demarcação das regiões de maior influência e com isso
possibilitar a elaboração de estratégias adequadas para manter e atrair novos clientes.
Por fim, ressalta-se que as várias técnicas discutidas no texto não concorrem entre si, e
sim são complementares. Quando as análises pelas diferentes estratégias convergem, o
analista pode sentir-se muito mais confiante nos resultados. Ademais, os modelos tradicionais
agora revigorados pelas novas tecnologias, ampliam suas possibilidades de aplicação e
passam a servir aos novos desafios do mercado.
2.4.2 A delimitação das áreas de influência O procedimento para subdivisão de uma área comercial supõe que os mapas
topográficos, a população, o uso de terra, a competição e os dados de identificação do cliente
estejam disponíveis (APPLEBAUM, 1966).
Tipicamente, no caso da utilização de técnicas de pesquisa, pode-se abordar o
indivíduo em sua residência ou em seu local de trabalho, ou até mesmo no local de consumo
para que a área de negócio seja estimada.
Segundo Huff (1964), tais entrevistas são projetadas inicialmente para determinar o
tipo dos produtos que são comprados por cada correspondente, a frequência de consumo e a
46
sua posição de origem. Esses dados podem, então, ser usados para preparar um mapa de que
as inferências podem ser extraídas a respeito da natureza e do espaço da área comercial. Em
consequência dos estudos da área de negócio usando técnicas de pesquisa, um número de
métodos empíricos importantes foi demonstrado para medir:
1) A proporção dos consumidores fidelizados de uma dada área de compras varia com
a distância da área de compras.
2) A proporção dos consumidores fidelizados em várias áreas de compra varia com a
amplitude e profundidade das mercadorias oferecidas por cada área de compra.
3) As distâncias que os consumidores viajam às várias áreas de compra variam para
tipos diferentes de compras de produto.
4) A alavancagem de uma dada área de compra é influenciada pela proximidade das
áreas de compra competidoras (HUFF, 1964).
Contudo as generalizações desses estudos empíricos podem ser sujeitas ao erro, por
causa das diferenças entre regiões com respeito às facilidades do transporte, às características
topográficas, à densidade de população e às posições de empresas concorrentes.
O método adotado neste estudo foi a técnica de customer spotting que envolve a
obtenção de dados de uma amostra representativa dos clientes em um estabelecimento para
obter endereços dos seus locais de origem e informação em relação ao seu comportamento de
consumo e hábitos de compras, para posteriormente georreferenciá-los um mapa temático.
Contudo existem outras formas para a definição das áreas de influência que não foram
abordadas neste trabalho
Para subdividir as áreas de influência em primárias, secundárias e terciárias, a
utilização do tempo do deslocamento do automóvel ou ao tempo-distância podem ser
significativamente úteis. No entanto, poucos dados empíricos quantitativos estão disponíveis
para suportar a validade e a utilidade dos intervalos do tempo do caminho entre as subdivisões
da área de comércio.
Applebaum (1966) sugere que para superar essa limitação nas mensurações estatísticas
para a avaliação do desempenho de uma área comercial, esta deve ser pensada a partir de um
núcleo geográfico que o negócio comece a maioria de suas vendas. Assim, uma relação de
vendas do estabelecimento na área do núcleo às suas vendas totais pode ser ajustada
arbitrariamente. Devido à inexistência de estudos anteriores específicos para o segmento de
restaurantes, foram arbitradas duas estimativas distintas, conforme explicado na metodologia.
47
2.5 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR PESQUISADO
O varejo é um conjunto de atividades de negócios que adiciona valor a produtos e
serviços vendidos a consumidores. O varejista é o último elo de uma cadeia de distribuição
que liga produtores, fornecedores ou fabricantes a consumidores. Segundo Kotler (2004) o
varejo abrange todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços diretamente ao
consumidor final, para uso pessoal e não comercial. Qualquer organização que venda para os
consumidores finais seja ela um fabricante, distribuidor/atacadista ou varejista está
executando a atividade varejo.
O setor de varejo no Brasil apresentou profundas transformações nos últimos anos em
decorrência do desenvolvimento de um leque de estratégias competitivas e do aumento de sua
abrangência em nível nacional. A atividade vem se beneficiando diretamente dos avanços
experimentados nos níveis de renda e emprego da população e da inserção econômica de
novos e potenciais consumidores.
No contexto desse processo, observa-se um movimento de consolidação liderado pelos
varejistas da área de alimentos, objeto desse estudo, o maior em representatividade e
frequência de compras, que compreende a distribuição e/ou o preparo de refeições para o
consumo “fora de casa” e pode ser dividido em dois segmentos principais:
• Segmento Público e de Serviços Contratados: inclui as refeições servidas em locais
como hospitais públicos, escolas e presídios, bem como os serviços de buffet. As
empresas neste segmento geralmente operam com baixas margens de lucro, e
representam cerca de 26% do total do setor de serviços de alimentação no Brasil,
segundo dados da ABIA; e
• Segmento de Serviços de Varejo de Alimentação: inclui serviços prestados
diretamente ao público por meio de lojas de rua, shopping centers ou outros locais
públicos. Esse segmento responde por 74% do total do setor de varejo de alimentação,
segundo a ABIA, e pode ser dividido nos seguintes sub-segmentos:
o Restaurantes: referem-se a Casual Dining, Upper Casual e Fine dining,
representando 23% do setor de serviços de alimentação segundo a ABIA;
o Quick Casual: abrange bares, lanchonetes e padarias, representando 39% do
total do setor de serviços de alimentação segundo a ABIA; e
48
o Cadeias de fast food: representam 12% do setor de serviços de alimentação
segundo a ABIA.
Juntos em todo país esses estabelecimentos tem apresentado taxas médias de
crescimento mais altas que os demais varejistas e já consomem 30% da produção da indústria
de alimentos segundo dados da ABIA de 2012 (Associação Brasileira da Indústria de
Alimentos).
A importância econômica dessas atividades pode ser facilmente percebida, quando
vemos a necessidade das pessoas em se alimentar fora dos seus domicílios, tanto quando
tratamos dos trabalhadores que tem essa necessidade diariamente, quanto do ponto de vista
dos turistas que em algumas cidades representam quase a totalidade da clientela de vários
estabelecimentos durante a temporada local ou durante o ano todo.
Segundo Brandão (2013) a gastronomia no Brasil nos últimos anos passou por uma
transição de um cenário estagnado, com poucas opções e qualidade discutível, para um novo
momento com um leque de ofertas que engloba uma boa mostra da culinária internacional.
Hoje, tem-se acesso a produtos de diversas partes do mundo e, nas cozinhas comerciais,
atuam um número cada vez maior de profissionais com formação acadêmica específica,
adquirida no exterior e/ou, também, nas escolas e cursos profissionalizantes de Gastronomia
que continuam a surgir no País.
No contexto da cidade de Natal\RN, o cenário gastronômico local tem acompanhado
essa revolução assim como o restante das capitais e cidades de grande e médio porte no país.
É evidente a importância financeira e cultural das atividades desse segmento no município. À
medida que a cidade cresce, tornando-se cada vez maior e economicamente forte, aumenta a
demanda por novos produtos e serviços também vinculados a esse setor específico.
O ambiente macroeconômico positivo e a tendências culturais favoráveis por um lado
se traduzem em oportunidades de negócios, mas por outro resultam em acirramento da
competição. Consequentemente, esse quadro exige de empreendedores e gestores que
busquem instrumentos que contribuam para elevar a competitividade do seu negócio,
assegurar a sustentabilidade e capturar novas oportunidades.
De fato o ambiente do setor é dinâmico e altamente competitivo. Em virtude disso
aumenta a necessidade de acompanhar as tendências que partem do seu elemento-chave, o
consumidor.
49
3 METODOLOGIA
A metodologia atuou como suporte e direcionador das atividades da pesquisa
desenvolvida neste trabalho. A seguir ela é apresentada, de forma detalhada, especificando a
estratégia, o tipo e o método de pesquisa, o universo e a amostra, e a coleta de dados.
Também na metodologia é descrito como foram feitos os lançamentos dos dados utilizando
um Sistema de Informação Geográfico, fundamental para a análise e alcance dos resultados.
3.1 ESTRATÉGIA, TIPO E MÉTODO DE PESQUISA
De acordo com Yin, (2003, p. 32), um estudo de caso é uma investigação empírica que
“pesquisa um fenômeno contemporâneo dentro seu contexto da vida real”. Esta pesquisa foi
focada na relação entre um restaurante de cozinha saudável ou Healthy Food e o seu público-
alvo. Buscando a compreender a distribuição geográfica dos clientes e o potencial de atração
do estabelecimento, para analisar as áreas onde são obtidas as fatias principais do negócio,
verificar sua penetração no mercado, compará-lo com a concorrência e obter dados que
possam subsidiar decisões futuras a respeito do seu local de funcionamento.
Portanto, esta pesquisa pode ser entendida como um estudo de caso, uma vez que
consistiu na investigação de um estabelecimento isolado e um pequeno grupo de clientes, com
o propósito básico de entender fatos e fenômenos sociais.
Neste trabalho, foram utilizados aspectos da pesquisa descritiva, porque se propõe a
verificar e explicar problemas, fatos e fenômenos da vida real, com a precisão possível,
observando e fazendo relações, conexões, à luz da influência que o ambiente exerce sobre
eles. Segundo Malhotra, (2011), a pesquisa descritiva é um tipo que tem como principal
objetivo a descrição de determinada população/fenômeno ou o estabelecimento de relações
entre variáveis – normalmente características ou funções de mercado. A proposta desta
pesquisa é justamente coletar dados sobre uma população, no caso pessoas que consomem em
determinado estabelecimento, e estabelecer relações entre a amostragem pesquisada com a
sua geolocalização, tempo, distância a ser percorrida pessoa em relação ao restaurante
estudado, entre outras variáveis.
50
Malhotra (2011) ressalta que o método quantitativo é utilizado quando o pesquisador
necessita ou deseja demonstrar relação entre as variáveis pesquisadas e busca ou necessita de
precisão na análise dos resultados obtidos, por isso aplica técnicas quantitativas para
substanciarem suas observações e consequentemente suas conclusões. Neste trabalho, foram
analisadas a relação quantitativa das distâncias percorridas e dos tempos de deslocamento dos
clientes em relação ao restaurante, com o auxílio da estatística descritiva.
A investigação sobre a Área de Influência foi conduzida por meio de uma pesquisa
empírica com os próprios consumidores do restaurante Dom Salada. Utilizando uma
adaptação da metodologia do customer spotting, ou seja, o georreferenciamento do ponto de
origem do cliente em relação a loja pesquisada, o pesquisador delimita em um mapa as áreas
de influências primárias, secundárias e terciárias, em que são colocados pontos que
simbolizam os clientes em distâncias pré-definidas em quilômetros (km) de afastamento dele
em relação à organização analisada.
Segundo Parente (2010, p. 340), a área primária deve compreender a faixa percentual
entre 60 e 75% dos clientes da loja, a área secundária deve abordar a faixa de 15 a 25% e a
área terciária deve compreender o restante dos clientes. Por não ter sido encontrado
referências de estudos anteriores a respeito da área de influência de restaurantes, as
porcentagens utilizadas foram arbitrárias. Neste estudo 65% dos clientes ficaram na área de
influência primária independentemente da distância, 25% dos clientes ficaram na área de
influência secundária independentemente da distância e os 10% restantes ficaram na área de
influência terciária e foram posicionados no mapa conforme a técnica do Customer Spotting,
segundo Applebaum (1966).
3.2.1 Universo e amostra Devido a limitações de recursos de tempo para execução da pesquisa, foi feita a opção
por uma amostragem de caráter não probabilístico e adotado o critério de acessibilidade.
Portanto, este estudo utilizou a amostragem por conveniência, a partir da seleção dos
membros da população mais fáceis e disponíveis. No caso, o universo determinado neste
trabalho são os clientes de restaurantes de healthy food, especificamente os clientes do
restaurante Dom Salada. Por sua vez, a amostra da pesquisa foi retirada da população de
clientes que se encontravam no local de operação da organização estudada.
51
De acordo com Parente (2000), a entrevista com clientes tem sido o método mais
recomendado e tradicional de mapeamento da área de influência. Foram inquiridas 116
pessoas que estavam no estabelecimento e o pesquisador destinou um questionário por mesa.
Dos 116 questionários aplicados, 26 foram descartados por apresentarem dados incompletos,
sendo aproveitados 90 questionários. Somente a título de observação, assumindo como
universo estudado uma proporção de 35% de uma dada população, o tamanho da amostra de
90, proporciona 90% do nível de confiança desejado para um erro máximo de 8,30%.
3.2.2 Instrumento de coleta de dados
Para coleta das informações que seriam georreferenciadas foi elaborado um
questionário estruturado com questões fechadas de múltiplas escolhas e uma questão aberta.
O emprego de perguntas de múltiplas escolhas com resposta fixa (questionário
fechado) teve o objetivo de reduzir a dispersão nos resultados, que pode ser causada pelas
diferenças de expressão dos entrevistados e, consequentemente, facilita a análise e a
consistência da descrição dos dados. A pergunta aberta inserida teve o objetivo de afastar ou
diminuir a possibilidade de vieses, quando pretendeu-se identificar quais outros
estabelecimentos da preferência do respondente.
Antes da aplicação do questionário foi feito o pré-teste para checar algumas questões
relevantes, como clareza e precisão do termo, ordem das questões, a forma como as questões
são colocadas, entre outras. Realizou-se o pré- teste no dia 02 de maio, com 15 entrevistas, no
próprio estabelecimento onde a pesquisa seria realizada. Uma vez que não houve
questionamentos e sugestões a respeito do questionário apresentado, optou-se por utilizá-lo
em sua versão original.
Como o principal objetivo desta pesquisa era conhecer os aspectos geográficos do
mercado, sobretudo a localização dos clientes, A pergunta 01 questionava a forma de
deslocamento do cliente até o estabelecimento, a 02 perguntava o tipo de local de origem e a
03 o endereço. O endereço do ponto de origem e a categoria (ex: residencial, trabalho, etc) era
um dos principais dados da pesquisa, pois a partir dele é feito o georreferenciamento, ademais
conforme dito por Aranha e Figoli (2001) os consumidores são seres móveis, não ficam
estáticos durante as 24 horas do dia e, portanto, o local de origem dessas pessoas irá variar de
acordo com o período do dia, da semana, entre outros aspectos, consequentemente o número
52
de pessoas em torno do negócio também tenderá a variar. Sendo assim, é preciso compreender
a sua origem antes de ir até ao estabelecimento. Coletar o endereço residencial sem que ele
estivesse em sua residência no instante anterior, dificultaria a precisão.
As análises geográficas, como distâncias e distribuição dos clientes, foram feitas
usando um programa de geoprocessamento, através da identificação da origem em um mapa
digitalizado da região, e traçando sua distância em relação ao estabelecimento, conforme será
descrito à frente.
As perguntas 4, 5 e 6 tratavam sobre o hábito de consumo dos comensais em relação a
restaurantes, como frequência, período da semana que costuma a fazer refeições fora de casa e
qual tipo de refeição.
A pergunta 07 foi a única pergunta aberta. Ao inquirido foi pedido para citar até dois
estabelecimentos que iria com mais frequência quando decidido a fazer uma refeição
saudável, com a intenção de obter uma lista dos principais concorrentes do Dom Salada a
partir da visão do cliente.
No item 08 foi apresentado uma grelha por meio das qual se procurou encontrar as
opiniões das pessoas sobre alguns fatores associados a localização de pontos comerciais,
estrutura física do ponto e operação de restaurantes. Foi utilizada a escala não comparativa de
diferencial semântico (numérica: de 1 a 5) solicitando aos inquiridos que atribui-se uma
classificação de importância (sendo 01 sem importância e 05 muito importante). De um modo
geral, as escalas não comparativas utilizam notas (ratings) para avaliar o atributo. Para
Malhotra (2011) desta forma, é possível avaliar os atributos independentemente, isto é, o
respondente pode avaliar cada atributo isoladamente, sem levar em consideração os demais.
Nessas questões foram abordados temas como estacionamento próprio, facilidade de acesso
ao local, porte do restaurante, tempo de deslocamento, horário de atendimento, etc.
Nas questões 09, 10,11 e 12 o inquirido respondia questões que traçavam o seu perfil
em relação ao gênero, faixa etária, escolaridade e renda.
Com este trabalho, foi proposta a utilização de um sistema de informação geográfica
para análise dos dados. Além dos gráficos e das tabelas normalmente utilizados para análises,
foram gerados mapas geográficos através dos softwares Google Maps e o Google Fusion-
Table Beta, que permitiu uma análise espacial dos dados, conforme se pode verificar abaixo.
53
3.2.3 Coleta e Tratamento dos Dados
A coleta de dados foi feita por meio de surveys, por aplicação de questionários
estruturados pelo próprio pesquisador e respondidos pelos inquiridos, entre os dias 05 e 12 de
maio de 2014, no salão de atendimento do estabelecimento, no período do horário do almoço
e jantar. Com os dados coletados foram montadas tabelas com o auxílio do software Excel da
Microsoft. Após a tabulação dos dados levantados pelo questionário, deu-se seqüência ao
tratamento das informações coletadas.
O software utilizado para tratamento e confecção do mapa temático foi Google Maps e
o Google Fusion-Table Beta, software do Google ainda em fase de teste, que permite um fácil
cruzamento entre os dados coletados e as informações geográficas, que auxilia no lançamento
e apresentação dos dados geoprocessados, apontando no gráfico a presença de cada dado
coletado. Esta técnica é chamada de confecção de mapa temático, que são representações de
informações sob uma perspectiva geográfica, transformando o Espaço-Território em elemento
de análise espacial de dados, apresentando informações extremamente especializadas.
Assim, após a montagem da tabela de dados no software Excel, o arquivo é importado
pelo software Google Fusion Table Beta, e as referências são marcadas para que seja
verificado no software Google Maps. Dessa forma, o vínculo de georeferenciamento é
configurado e o dado é demonstrado no mapa temático conforme a figura 07.
Figura 07 – Georreferenciamento da distribuição dos clientes dom salada
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
54
Os pontos demonstrados na figura 07 significam os dados da tabela que foram
importados e georeferenciados e corresponde a um determinado indivíduo pesquisado que foi
vinculado ao mapa temático. São também ilustradas as áreas de influência conforme
adaptação feita no modelo de Huff (1964) e Applebaum (1966), ou seja, os pontos assinalados
de em vermelho, amarelo e verde estão na área primária, área secundária e na área terciária
respectivamente. O ponto na cor violeta corresponde a localização do estabelecimento
pesquisado, o Dom Salada, na Rua Monsenhor Severiano, 542, Petrópolis, Natal-RN.
Para a realização desse levantamento, foi utilizada uma planilha adaptada da que foi
utilizada para tabular os dados demonstrada a seguir tabela (01);
Tabela 01 Formulário para levantamento de deslocamentos
Meio de deslocamento
Origem do Deslocamento
Endereço do ponto de origem
Distância Percorrida
(Km)4
Tempo médio de deslocamento (min)5
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
A partir dos dados extraídos de cada pessoa entrevistada o software identificou as
localizações geográficas através da geocodificação. Foram realizadas confrontações entre os
valores de distância e tempo fornecidos pelo software Google maps e os valores reais por
meio de um levantamento sistemático de deslocamento em que foram apuradas as distâncias e
os tempos para confrontação com os valores do Google maps.
Figura 08 - Informações da amostra georreferenciada
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
4 Dados de acordo com a estimativa do Google Maps 5 Dados de acordo com a estimativa do Google Maps
55
Ademais, foi possível também atribuir a cada ponto identificado no mapa dados
levantados na pesquisa, como principal meio de locomoção até o restaurante, idade, faixa de
renda, frequência de visitas etc., e, registrá-los em um cartão. A figura 08 ilustra as
informações ocultas que cada ponto do mapa temático possui e que utiliza para georeferenciar
os indivíduos no mapa.
Os dados relativos a avaliação do consumidor em relação aos aspectos a respeito de
localização, estrutura física e a operação de restaurantes tiveram suas escalas transformadas
(tabela ) e submetidos ao calculo da média simples para obter uma média do nível de
importância dessas variáveis na sua decisão.
Tabela 02 Transformação da Escala Original para Escala Transformada
Escala Original Escala Transformada 1 0 2 25 3 50 4 75 5 100
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
Apesar de os mapas oferecerem considerável riqueza de informações, estas são difíceis de
serem generalizadas ou sumarizadas. Assim, deve-se buscar reduzir essas informações em
formatos mais gerenciáveis, como tabelas ou gráficos ou indicadores. Esse foi o procedimento
adotado nas seções posteriores junto a apresentação dos mapas temáticos.
3.2.5 Descrição do perfil da amostra
Gráfico 01 – Gênero dos entrevistados
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014
Na analise descritiva
o que compreendeu a 61,1%
Segundo Carneiro
alimentos saudáveis já ap
associado a preocupação d
(Brandenburg, 2002 e Gui
papel do público masculino
Em relação à idade
uma maior concentração d
anos (totalizando 62%), sen
pode explicar a tendência d
oferece um cardápio basead
Gr
De acordo com Car
etária entre 30 e 59 anos bu
no aparecimento de doenç
pressão alta, entre outras. N
dieta alimentar mais saud
autores, é que esses consum
industrializados e, portanto,
Em relação ao nív
predominância de indivídu
somado aos demais que det
iva constatou-se que a maioria dos respondente
1%, enquanto o masculino corresponde aos 38,9
o e Portilho (2013) estudos anteriores a resp
apontavam para a predominância do sexo
da mulher com saúde e estética. Apesar diss
uivant, 2003; Carneiro e Portilho, 2013) já m
no dentre os consumidores de orgânicos, por ex
de dos entrevistados, percebe-se em relação
de pessoas acima dos 25 anos, com predom
sendo a faixa de 26-35 a que correspondeu a m
de idades acima dos 25 anos é o perfil do res
ado no conceito de cozinha saudável.
Gráfico 02 – Faixa Etária dos entrevistados
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
arneiro e Portilho (2012) essa forte presença
buscando alimentação saudável pode ser explic
nças relacionadas aos hábitos alimentares –
. Neste sentido, esta faixa etária estaria mais
udável e equilibrada. Outra possível explic
umidores viveram em uma época anterior à “i
to, consumiam, desde a infância, produtos mais
nível de escolaridade da amostra, foi ident
íduos que possuem pelo menos ensino Supe
etém nível mais elevado alcança 95% (38%+57
56
ntes é do sexo feminino,
8,9% restante.
espeito do consumo de
o feminino, geralmente
isso, algumas pesquisas
mostraram o crescente
exemplo.
o ao universo estudado
minância entre 26 e 49
a maioria. Um fator que
estaurante, uma vez que
ça de pessoas na faixa
licada pelo maior índice
colesterol, diabetes e
is preocupada com uma
licação, apontada pelos
“invasão” dos produtos
ais “naturais”.
entificado que há uma
perior Incompleto, que
57%) da amostra.
De acordo com Bran
grau de instrução aparece em
de escolaridade leva a melh
Gráfic
O alto grau de escol
Pessoas de maior poder aq
propícios a se engajar em
observada essa associação,
de renda familiar a partir d
tiveram pouca representativ
Gráfico 04 - Distrib
randenburg (2002), citado por Carneiro e Porti
em todas as pesquisas com a explicação de que
lhor percepção da articulação entre consumo al
ico 03 – Nível de Escolaridade dos entrevistado
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
olaridade também é, muitas vezes, relacionado
aquisitivo, possuem um grau de escolaridade
m práticas de consumo de produtos saudávei
o, com mais da metade do grupo entrevistado c
r de R$7.250,00. As faixas intermediárias e
tividade.
ribuição % dos entrevistados por Faixa de Rend
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
57
rtilho (2012, p.8) o alto
que o nível mais elevado
alimentar e saúde.
dos
do com a renda elevada.
de maior e seriam mais
eis. Nessa pesquisa foi
correspondendo a faixa
e mais baixas de renda
nda Familiar
58
Como explicado em seção anterior a respeito da metodologia, foram coletados os
dados de origem do cliente (endereço e categoria) antes de deslocar-se até o estabelecimento
estudado para geocodifica-lo e confeccionar o mapa temático (Dados no APÊNDICE A).
Como ficaram evidenciado na tabela (4) e demonstrado no gráfico (05) os bairros de
Petrópolis (26%) e Tirol (26%) concentraram mais da metade dos entrevistados e a região
Leste correspondeu a 72% da amostra. Na mesma região, o bairro de Cidade Alta
correspondeu a 10% da representatividade do grupo. A Região Sul representou os 28%
restante da amostra. Lagoa Nova apesar de ser parte da Região Administrativa Sul de Natal,
representou (18%). Esse valor pode ser explicado pelo fato de ser um bairro limítrofe com
outros da zona Leste da cidade, como Tirol, por exemplo. O mapa disposto no Apêndice C
auxilia na compreensão de como ocorre dessa distribuição.
Tabela 03 - Distribuição dos entrevistados por bairros
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
No que diz respeito ao tipo de refeição que os entrevistados fazem fora de casa,
verificou-se que o almoço é predominante, enquanto o café da manhã representou a parcela
menos significativa no grupo estudado. Ressalta-se, porém que os horários de funcionamento
do negócio estudado (11h às 15 e 18 às 21h) correspondem tipicamente aqueles associados ao
almoço e ao jantar, o que pode contribuir para uma tendência de respostas.
Localização n %
Petrópolis 23 26%
Tirol 23 26%
Cidade Alta 10 11%
Barro Vermelho 2 2%
Ribeira 2 2%
Santos Reis 2 2%
Alecrim 1 1%
Lagoa Seca 1 1%
Praia do Meio 1 1%
LESTE 65 72% Lagoa Nova 16 18%
Capim Macio 6 7%
Candelária 2 2%
Neopolis 1 1%
SUL 25 28% TOTAL 90 100%
59
Gráfico 05 – Distribuição dos tipos de refeições que faz fora do lar
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
Por outro lado, esses números podem servir para decisões de ajustes no horário de
atendimento e gestão das operações (por exemplo, quantidade de atendentes nos salão,
auxiliares de cozinha, etc), uma vez que ao associa-lo ao tipo de refeição de maior demanda
torna-se possível conhecer os possíveis horários de pico e de menor fluxo no restaurante.
Esses dados devem ser analisados em conjunto com o perfil da clientela. Como
referido anteriormente, a maioria de clientes que estão em horário de almoço oriundos do seu
local de trabalho contribui para essa representatividade.
Tabela 04 - Frequência semanal de consumo de refeições fora de casa Frequência n %
Até uma 26 29%
Duas vezes 25 28%
Três vezes 19 21%
Quatro vezes 8 9%
5 vezes ou + 12 13%
Total 90 100%
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
Nos dados levantados com o grupo verificou-se que quase a metade (43%) frequenta a
categoria de restaurantes de refeição saudável pelo menos três vezes por semana. Esses
números podem ser indícios de uma clientela habitual nessa categoria de restaurante ou pelo
menos fiel aos hábitos alimentares tidos como mais saudáveis. Observou-se também a partir
do cruzamento de dados que dos 90 entrevistados, 64 (71%) visitam esse tipo de
estabelecimento pelo menos duas vezes por semana. Desses, 40 (44% do total da amostra)
tem como ponte de partida endereços de trabalho, o que pode levantar a hipótese de que a
clientela em sua maioria é formada por pessoas que trabalham nas proximidades do negócio.
4 RESULTADOS E DISC
Essa pesquisa teve
geográfica dos clientes do r
para o negócio através da
Applebaum, e, com a utiliza
4.1 ANÁLISE DA ÁREA D
4.1.1 A curva de Área de I
Conforme descrito a
clientes foi possível levan
estabelecimento.
Gráfico 06 - C
Nota-se no gráfico (
em região de alta densidad
CUSSÃO
ve como objetivo principal conhecer e des
o restaurante Dom Salada para identificar as áre
a aplicação da teoria das áreas de influência
ização da técnica do customer spotting.
DE INFLUÊNCIA DO ESTABELECIMENT
e Influência do Restaurante
o anteriormente, através da coleta dos dados de
vantar as distâncias percorridas através do
Curva de Distância (em KM) do local de orig
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
(06) que a curva é compacta, típica de estabel
ade populacional. É também possível visualiz
60
escrever a distribuição
áreas de maior potencial
cia, descrita por Huff e
TO
de locais de origem dos
o Google Maps até o
igem até o destino
elecimentos localizados
lizar três graduações de
61
inclinação, o que supostamente corresponde às áreas de influência. A curva sobe em alta
inclinação até o nível de aproximadamente 65% (n=58), cerca de 2,0 km, quando apresenta
uma mudança de inclinação gradual cada vez menor e com os pontos mais dispersos, que
permite a leitura de que se trata de uma faixa onde há densidade mais baixa de clientes a
medida que se estende. Diversos fatores podem explicar esse comportamento. Como a
densidade populacional, a atuação da concorrência, as condições de acesso ao local, entre
outros fatores que inibem ou atraem os clientes como veremos adiante.
4.1.2 A estimativa da área de influência do Estabelecimento
Como base no que foi encontrado na literatura a respeito da porcentagem de clientes
nas respectivas áreas de influências e da possibilidade de ajustá-la para superar a
indisponibilidade de dados que validem esses números, assumiu-se valores arbitrários uma
vez que não havia estudos anteriores com para o setor específico de restaurantes as quais
poderiam servir de referência.
Com o auxílio do gráfico (06) que permitiu visualizar a distribuição dos pontos
georreferenciados e sua dispersão a medida que aumenta a distância, foram estipulados 65%
dos clientes para a área de influência primária, 25% dos clientes para a área de influência
secundária e os 10% restantes dos clientes para a área de influência terciária foi obtida a
seguinte distribuição demonstrada na tabela (05) abaixo:
Tabela 05 – Distribuição das Áreas de influência para valores de 65%, 25% e 10%
Área (n)
Distância Mínima
percorrida (KM)
Distância Máxima
percorrida (KM)
Tempo de Deslocamento Mínimo (Min)
Tempo de Deslocamento Máximo (Min)
Primária 58 0,08 2,2 1 5
Secundária 24 2,5 6,1 6 12
Terciária 8 7,5 11 11 16 Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
A figura (09) ilustra a distribuição dos clientes do estabelecimento pesquisado. Após o
georreferenciamento, os pontos marcados na cor vermelha indicam os clientes que estão na
área de influência primária, os pontos em amarelo indicam os clientes que estão na área de
62
influência secundária e os pontos verdes indicam os clientes que estão na área de influência
terciária. Em azul está a marcação referente a localização do restaurante estudado.
Figura 09 - Distribuição das áreas de influência para valores de 65%, 25% e 10%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
A primeira impressão é que há uma grande concentração de clientes que se distribui no
entorno próximo ao estabelecimento (sinal na cor azul) e se espalha principalmente no sentido
sul e leste. É notável a proximidade entre dois pontos vermelho e amarelo, no entanto isso se
deve a uma questão de escala e visualização, bem como é preciso considerar as margens de
erro do satélite do Google.
Observou-se que a distribuição começa a se dispersar no sentido Sul próximo aos limites
da Av. Alexandrino de Alencar e na direção da Av. Bernardo Vieira, o que de fato faz sentido,
pois se trata de vias de intenso fluxo na cidade, que corta diversas regiões. Em ambas se
63
concentram diversos estabelecimentos comerciais, principalmente na altura dos bairros do
Tirol e Lagoa Seca, na zona Leste da cidade. Esses estabelecimentos vão de grandes
empreendimentos até as médias e pequenas empresas. Esse aspecto pode influenciar para que
os clientes que estejam na faixa entre ambas as avenidas, Alexandrino de Alencar e Bernardo
Vieira na direção sul evite cruzá-las, diminuindo a atratividade do estabelecimento. Ademais,
como veremos adiante, a presença de concorrentes precisamente nessa área e que se
posicionam para o mesmo nicho podem contribuir para limitar a expansão da influência do
restaurante Dom Salada a partir desses pontos. Também não pode deixar de ser mencionada a
presença do Midway Mall com uma grande praça de alimentação nessa mesma área.
Shoppings de maneira geral são polos que possuem grande força de atração,
consequentemente, captam grande fluxo de clientes. Quanto maior o shopping, maior oferta
de varejistas, maior sua atratividade.
Figura 10 – Região Limítrofe entre área primária e secundária
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
Percebe-se também que a força da atratividade do estabelecimento diminui
consideravelmente a medida que a distribuição da clientela segue a direção sul. Nas regiões
Norte e Oeste não foram marcados clientes. Há duas hipóteses para isso, a primeira seria que
os clientes que residem nessas regiões, tiveram como ponto de origem seu local de trabalho. A
outra hipótese levantada pelo gestor do estabelecimento seria que associada a critérios
64
socioeconômicos e culturais, uma vez que ambas compreendem maior parte do percentual da
população nos extratos de renda e escolaridades mais baixas. Como descrito nos itens
anteriores, essas variáveis tem certo peso nos hábitos alimentares e decisões de consumo de
refeições saudáveis.
Os pontos marcados em amarelo se distribuem principalmente pelo bairro de Lagoa
Nova. As possíveis explicações para essa distribuição seriam, primeiro por tratar-se de uma
zona de moradores que fazem parte das faixas mais altas de renda do município do Natal,
segundo, por ser um bairro que, para além de características residenciais, apresenta parcela
significativa de imóveis comerciais, ou seja, que por sua vez significa endereços profissionais,
portanto, indivíduos que fazem refeições fora de casa em dias úteis. Uma terceira explicação
seria o fato de que o bairro Lagoa Nova limita-se ao norte com os bairros da zona leste, região
onde está localizado o restaurante, e, tem acesso facilitado ao estabelecimento pela opção de
vias como Avenida Prudente de Morais, Rua Romualdo Galvão, Rua Jaguarari e Avenida
Senador Salgado Filho.
Nos pontos marcados em verde, que representam os clientes georreferenciados na
terceira área de influência, se estendem pelos bairros de Neopolis e Capim Macio. Nota-se
que dispersão ainda maior que na área de influência secundária e que não foram
georreferenciados clientes no bairro de Ponta Negra. Essa área da região sul é
predominantemente residencial, no entanto nela é encontrada vasta oferta de restaurantes,
principalmente no bairro de Ponta Negra, além do mais abriga três shoppings de grande e
médio porte com praça de alimentação. Essas particularidades podem explicar a atratividade
dessa região sobre os clientes em relação a do estabelecimento estudado. Adicionalmente,
questões situacionais como o intenso fluxo de trânsito no sentido Sul-Centro podem
influênciar a decisão do consumidor quando ele opta por escolher um restaurante na região, ao
invés de se deslocar a outras.
Através do georreferenciamento no mapa temático e a comparação com a tabela 03 foi
possível aumentar a precisão na determinação dos bairros correspondentes as delimitações das
áreas de influência, para levantar aqueles os quais o estabelecimento exerce maior atratividade
sobre os clientes, portanto, maior probabilidade de atração.
Considerando os preceitos da teoria e os valores assumidos para este estudo para
delinear as áreas de influência, pode-se afirmar que a região leste da cidade de Natal,
especificamente os bairros de Petrópolis, Tirol e Cidade Alta, correspondem a área de
influência primária. Enquanto as demais áreas são distribuídas pelos bairros principalmente
mais a sul do estabelecimento, como Lagoa Nova, Candelária e Capim Macio.
65
Figura 11 - Distribuição dos pontos na área de influência primária do estabelecimento
Fonte: Autor, 2014.
4.1.3 Análise das variáveis explicativas da distribuição da clientela
Evidenciado que a maior porção da amostra teve como local de origem áreas
próximas, se permite supor que se trata de uma clientela de vizinhança em sua maioria.
Para evitar avaliações precipitadas, partiu-se do princípio que analisar com um pouco
mais de profundidade o perfil dos clientes em paralelo com as características particulares da
região onde se encontra o estabelecimento estudado auxilia no entendimento do seu
comportamento em relação a sua disposição geográfica e como a mesma afeta seus hábitos de
consumo. Portanto, nessa seção foram abordados aspectos relativos aos locais de origem,
tipos de endereço de origem, frequência de consumo, entre outros.
Foi pedido para que
a categoria: residencial, trab
(06). O endereço de trabalh
dos casos. Descrever os lo
negócio, bem como conhec
Gráfico 07 - D
Uma vez que uma d
é que ela agrega diversas em
prestadores de serviços, etc
dados. Assumindo que a ma
tempo para refeições limit
buscará restaurantes mais p
volta, ou onde terá acesso
hipótese que o gestor havi
academia direto ao seu r
divulgação) realizadas anter
Duas observações
comparação do tempo ga
residência), com o período
análise dos tipos de refeiçã
casa. Esses dados estão exp
ue além do endereço do local de origem os res
rabalho, academia, faculdade e outros. A distri
alho e o residencial corresponderam respectiv
locais de origem pode ajudar a explicar as á
ecer um pouco mais de detalhes a respeito do p
Distribuição dos entrevistados por tipo de end
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
das características da região onde está localiz
empresas, instituições públicas e privadas, bem
etc., é admissível reconhecer que há certo gra
maioria dos indivíduos que exercem atividades
itado pelas obrigações de trabalho, é natura
próximos, ou onde levará menos tempo para s
o mais rápido e fácil. Isso também corrobora
via levantando de que o público de forma ge
restaurante. Tentativas de esforço de mar
teriormente não obtiveram retorno satisfatório.
s foram decisivas para dar suporte a es
gasto e distância percorrida com o local
do da semana (dias úteis, fim de semana), e
ção (café da manhã, almoço, jantar) que os ind
xpostos no APENDICE (C).
66
espondentes indicassem
tribuição está no gráfico
tivamente a 66% e 29%
áreas de influência do
perfil do cliente.
ndereço de origem
lizado o estabelecimento
bem como escritórios de
rau de confiança nesses
es profissionais tem seu
ural a ideia de que ele
a se deslocar na ida e na
ra de certa forma com a
geral não costuma ir da
arketing (promoções e
o.
essa ideia, através da
l de origem (trabalho,
e, também, a partir da
ndivíduos fazem fora de
67
Nas figuras (12) e (13) as quais estão mapeados o pontos de origem dos entrevistados,
sendo a cores vermelha, amarelo e verde respectivamente correspondente às áreas primária,
secundária e terciária, percebe-se pela marcação no mapa temático que a distribuição dos
clientes que tiveram como ponto de partida o endereço residencial tem maior alcance, está
mais dispersa e se afasta ainda mais da região de maior concentração (primária).
Figura 12 - Distribuição dos clientes que tiveram como origem o endereço de trabalho
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
68
Figura 13 - Distribuição dos clientes que tiveram como origem o endereço de residência
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
Nesse estudo evidenciou-se que cerca 81% dos inquiridos se deslocaram até o
estabelecimento de carro, enquanto aproximadamente 19% foram a pé, como demonstra o
gráfico (08). Para efeitos de comparação, observa-se que os indivíduos que optaram pelo uso
do veículo se distribuem de maneira mais dispersa (Figura 14) e origens mais distantes,
enquanto faz sentido que os que se deslocaram a pé estejam mais próximos ao
estabelecimento (Figura 15), como pode ser visto no mapa temático das posições
georreferenciadas (APÊNDICE B).
69
Gráfico 08 - Distribuição % dos clientes por forma de deslocamento até o restaurante
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
Figura 14 – Mapa de calor dos indivíduos que se deslocaram de carro
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
Ressalta-se que a crescente quantidade de veículos nas ruas em Natal nos últimos anos
não foi acompanhada pela oferta de estacionamento, que por sua vez tem sido limitada cada
vez mais com a imposição de normas, sobretudo em bairros onde há intensa atividade
empresarial, como Petrópolis e Tirol. Esse fator pode está servindo para estimular que os
70
indivíduos se habituem a circular menos em seus veículos e optem por se deslocar a pé para
alcançarem o local de destino ou de consumo.
Figura 15 – Mapa de calor dos indivíduos que se deslocaram a pé
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
Esses dados são importantes uma vez que levam a outras perguntas que podem ser muito
úteis para traçar o perfil do cliente, como compreender seus hábitos, atitudes e
comportamento de consumo.
Foi observado que a maioria dos clientes optam por consumir refeições fora de casa
em dias úteis (gráfico 08). Enquanto a proporção dos que visitam restaurantes somente aos
finais de semana é bastante pequena se comparada aos que vão a qualquer dia ou somente dias
úteis. Das 08 observações para “Somente finais de semana” 07 tinham como categoria de
endereço o residencial.
Gráfico 09 - Di
Gráfico 10 - Dist
No Apêndice (C)
máximos, mínimos e as mé
e local de residência.
Nesse estudo verific
local de trabalho percorrem
origem a sua residência. Em
aqueles que deixaram sua re
Dias da semana que os entrevistados fazem refe
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
istribuição dos dias da semana que os entrevistfora de casa x Local de Origem
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
) encontram-se informações que comparam
édias dos respondentes que tiveram com orige
ficou-se que os indivíduos que tiveram como
em uma distancia 2,4 vezes menor que aquel
Em relação a variável tempo, a diferença é de
residência para ir até ao estabelecimento.
71
efeição fora de casa
istados fazem refeição
m tempos e distâncias
igem o local de trabalho
o endereço de origem o
ueles que tiveram como
e 1,72 vezes menos que
72
Também foi possível observar quer em dias úteis, os indivíduos em média percorrem
menos distâncias e gastam menos tempo se deslocando ao restaurante. A média da distância
encontrada daqueles que vão ao restaurante somente em dias úteis (segunda a sexta) foi de
2,22 km, enquanto dos que visitam aos finais de semana foi de 4,69 km, 2 vezes superior. A
variável “Tempo de Deslocamento” também revelou tendência semelhante. Aqueles que
visitam o restaurante nos finais de semana gastam em média 1,48 vezes mais tempo que os
que visitam somente em dias úteis.
A implicação desses dados é que em dias úteis a demanda exigirá maior rotatividade
do restaurante e capacidade de atendimento suficiente para absorver a quantidade de clientes e
sua necessidade de ser atendido rapidamente. Adicionalmente, tendo em vista que maior parte
da clientela visita o restaurante em dias úteis, especialmente me horário de almoço, deverá ser
feita uma análise baseada nos custos e no faturamento, para verificar se o atual horário e dias
de funcionamento trazem retornos que justifique a manutenção ou ajuste.
4.2 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA
A análise da concorrência a respeito do impacto causado sobre as áreas de influência
do restaurante pesquisado auxilia na compreensão do comportamento do cliente e do processo
decisório aplicado para escolha de qual estabelecimento consumir sua refeição.
Quando ocorre a incidência de vários concorrentes pertencentes a um segmento
específico em mesma região geográfica, a área de influência de um interfere no outro. Desse
modo, a concorrência fica obviamente mais acirrada e o cliente possui mais opções para
escolha, por isso compreender o mecanismo decisório desse cliente é fundamental para saber
o que o leva a tomar uma determinada decisão.
O restaurante está rodeado por cerca de 70 estabelecimentos de alimentação de todos
os portes e especialidades, o que certamente limita seu poder de atração em algum nível. É
muito alto o número de concorrentes localizados no mesmo espaço, coincidindo com uma
área de alta densidade populacional. Por outro lado, sabe-se que nem todos competem pelo
mesmo nicho de mercado, o de refeições saudáveis.
Sendo assim, foi pedido aos clientes que citassem até dois estabelecimentos, além do
estudado, os quais visitavam com mais frequência quando estavam em busca de fazer uma
73
refeição saudável para identificar os locais que se encontram esses restaurantes e
correlacioná-los com a área de influência estimada.
Tabela 07 - Distribuição dos restaurantes citados pelos entrevistados Estabelecimento Frequência %
Fio de Azeite 15 10%
Cassol 14 9%
Flor de Sálvia 14 9%
Leve Gourmet 14 9%
Tropical Leve. ZS 14 9%
Super Perto 13 9%
Tropical Leve 12 8%
Pinga Fogo 12 8%
Padaria Mercatto 8 5%
Don Nemésio 6 4%
Talher 6 3%
Mangai 6 4%
Padaria Bonfim 6 4%
Doulce France 5 3%
Mil Folhas 5 3%
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
Foram feitas 167 menções das quais foram destacados os 15 mais frequentes (Tabela
07). Os estabelecimentos então foram georreferenciados com as informações extraídas do seu
endereço de funcionamento (APÊNDICE D) e com o auxílio da tabela abaixo os dados foram
geocodificados e distribuídos no mapa temático (figura 14) Nesse caso, a distância e o tempo
tem como referência esses restaurantes em relação ao estabelecimento pesquisado
percorrendo o caminho de carro.
Tabela 08 - Formulário para levantamento de dados dos concorrentes
n Estabelecimento Localização Distância aprox. (km)
Tempo aprox. (min)
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014.
Na figura (16) os pontos em rosa representam os estabelecimentos citados pelos
respondentes da pesquisa. É possível notar que a maior concentração de concorrentes coincide
com as áreas onde foram georreferenciados a maioria dos clientes. Enquanto a tendência de
dispersão ocorre de forma similar a medida que se afasta da localização de funcionamento do
restaurante pesquisado.
74
Figura 16 – Distribuição georreferenciada da concorrência x clientes
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014.
A exemplo do que foi feito no georreferenciamento dos clientes, o mesmo processo foi
repetido para demarcar os concorrentes por cores que identificam as áreas de influência,
sendo vermelho correspondendo ao que está situado dentro da área primária do Dom Salada,
em amarelo na secundária, em verde na terciária.
75
Figura 17 - Distribuição georreferenciada da concorrência nas áreas de influência
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014.
Ficou evidenciado então que grande parte dos estabelecimentos (marcados em
vermelho na figura 17) que disputam pela preferência do grupo de entrevistados está na área
de influência primária. Com o auxílio da opção Mapa de Calor (figura 18) do software foi
possível evidenciar as regiões onde a atividade da concorrência é mais ou menos intensa.
A ampla competição promovida por diversos estabelecimentos localizados em uma
mesma região disputando por um nicho específico leva a situação de sobreposição das áreas
influência, ou seja, quando a área de influência de um concorrente, projeta-se sobre outra,
entra em colisão com a área de influência do outro estabelecimento. Essa situação é
denominada como efeito sombra, baseado nos critérios definidos por Applebaum (1966);
aumentando o grau de complexidade a respeito da compreensão do processo decisório do
cliente. A figura (19) demonstra interferência das áreas de influência dos concorrentes sobre a
área de influência do restaurante estudado, representando “efeito sombra” no mapa de Natal.
76
Figura 18 – Mapa de calor da atividade dos concorrentes mencionados
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014.
Flor de Sálvia e Fio de Azeite, restaurantes que de maneira explicita se posicionam
como estabelecimentos do conceito Healthy Food, ou seja, concorrentes diretos, estão bem
próximos ao centro de gravidade do Dom Salada, o que pode contribuir potencialmente para
diminuir sua atratividade. Outros estabelecimentos como Talher, Douce France, Dom
Nemésio e Cassol, apesar de não serem especialistas na cozinha ofertada pelo Dom Salada,
são estabelecimentos já consolidados no mercado e também se localizam nos arredores.
Essa proximidade dos concorrentes pode ser um fator que favoreça a expansão da área
de influência caso a proximidade de restaurantes da preferência do consumidor seja um fator
de atração quando este se encontra em processo de busca e avaliação de alternativas de
77
lugares para consumir sua refeição, o que não foi observado no estudo como será
demonstrado adiante. Por outro lado, no ponto de vista do estabelecimento, a concentração de
outros restaurantes do mesmo segmento nas proximidades impacta negativamente, isto é,
diminui sua área de influência, e esse efeito aumenta à medida que se distancia dele.
A existência de concorrentes do mesmo microssegmento, o Super Perto Gourmet e o
Tropical Leve (marcados em amarelo no mapa), em uma área limítrofe das áreas de influência
primária e secundária, ainda mais central e próxima aos bairros da Região Sul, colabora para
diminuir a extensão da área de influência do estabelecimento, uma vez que estes concorrentes
podem captar uma fatia de clientes que não estaria disposta a se deslocar até o restaurante
estudado dada a distância, condições de tráfego, entre outras influências situacionais.
Outros aspectos também atuam para diminuir ou aumentar o poder de atratividade de
um negócio no que diz respeito a localização, como por exemplo a oferta de estacionamento
próprio, a visibilidade, facilidade de acesso ao local, as opções de vias de acesso, etc. Cada
um desses estabelecimentos detém suas particularidades que podem ou não afetar a dimensão
das áreas de influência do Dom Salada. Esses detalhes foram esmiuçados mais adiante.
Observou-se também que a medida que se distancia do estabelecimento estudado, os
restaurantes apontados não são aqueles que compõe o mesmo microssegmento, isto é, se
posicionam como cozinha saudável ou healthy food. Portanto, enquanto seus concorrentes
diretos estão mais próximos, os que podem ser encarados como alternativas, tais como
Padarias, Self-Services, Cozinha Regional etc., encontram-se nas áreas mais afastadas.
Refletindo essas diferenças, recomenda-se que seja feito uma análise mais profunda adiante
para descobrir se não se trata de uma demanda reprimida que faz com que consumidores em
busca de refeições saudáveis procurem alternativas em estabelecimentos não especializados
por falta de opção em determinada região.
O ponto marcado em verde, correspondendo à área de influência terciária, está
localizado no bairro de Ponta Negra, região sul da cidade, que abriga uma ampla quantidade
restaurante. É uma zona que pelas suas características, tem vocação “natural” para o setor de
serviços de alimentação. Essa particularidade pode contribuir para que os clientes localizados
nessa área optem por permanecer nela dada a vasta oferta de locais para consumir as
refeições. Ademais é um bairro predominantemente residencial e que atende quase a
totalidade do fluxo turístico da cidade. Portanto, antecipa-se a sugestão de estudos para
levantar informações a respeito das potencialidades do bairro que possam levar a instalação
ou não de uma nova unidade do restaurante.
78
Figura 19 – Efeito sombra sobre as áreas de influência do restaurante pesquisado
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014.
4.3 AVALIAÇÃO DOS FATORES CRÍTICOS DE LOCALIZAÇÃO E OPERAÇÃO DE RESTAURANTES
Este estudo também buscou levantar os aspectos que os clientes julgam mais
importantes na decisão de ir até a um restaurante no tocante a atributos referentes a
localização do estabelecimento, sua estrutura física e operações. A seguir estão as notas de
importância atribuídas pelo grupo que respondeu a pesquisa. Os dados refinados por categoria
de endereço e forma de deslocamento estão no Apendice. De forma geral eles refletem as
diferenças que já foram discutidas nos itens anteriores do resultado.
G
O tempo de desloca
74,4 (nota transformada). E
estacionamento próprio e d
Isso pode servir para fu
funcionamento deverá entã
restaurante.
Tabel
Facilidade de
Amplo salão d
Quantidade de m
Proximidade co
Amplo horário de atendime
Proximidade com
Estacionam
Distância do deslo
Tempo de desloc
Gráfico 11 - Avaliação de Importância dos fato
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
camento até o local foi o item no qual se atribu
. Esse atributo foi acompanhado por facilida
distância até o local, todos ligados de certa ma
futuras decisões, ao passo que a conven
tão ter grande peso quando considerando a lo
ela 09 - Distribuição das médias dos itens pesqAtributos Media
idade de acesso ao local 3,8555
lo salão de atendimento 3,2888
dade de mesas disponíveis 3,5111
idade com outros serviços 3,3000
tendimento e dias de funcionamento 3,4222
ade com outros restaurantes 2,7333
tacionamento Próprio 3,7888
do deslocamento até o local 3,7333
e deslocamento até o local 3,9777
Fonte: Autor, 2014.
79
atores
buiu maior importância,
dade de vias de acesso,
maneira à conveniência.
eniência do ponto de
localização ideal para o
squisados Desvio Importância
1,3117 71,4
1,2201 57,2
1,4339 62,8
1,3193 57,5
1,3490 60,6
1,3804 43,3
1,3281 69,7
1,1495 68,3
1,1216 74,4
80
O negócio pesquisado não dispõe de estacionamento próprio, sendo possível
estacionar apenas nas vias no seu entorno. Qualquer decisão a respeito de ampliação das
instalações para oferecer estacionamento próprio deve ser acompanhada por um estudo que
justifique o investimento, uma vez que a disponibilidade e valor dos imóveis constituem
limitantes para o esforço financeiro requerido.
O item de menor importância foi a proximidade com outros restaurantes. Esse pode ser
um indicador de que a concentração de múltiplas opções de restaurantes em uma área
específica não seja fator de atração para o grupo de clientes estudados. Uma possível
implicação dessa observação é a menor relevância do efeito sombra, a sobreposição das áreas
de influência, no caso do Dom Salada, fazendo com que a presença de outros concorrentes
não seja tão negativamente impactante na sua força de atração.
Parece razoável conjecturar que uma densidade populacional mais alta tenderá a inibir
a distância que os consumidores estariam dispostos a percorrer para consumir suas refeições
em algum local. A percepção da distância é afetada pela densidade, já que o tráfego tende a
estar mais pesado e implica em andar em velocidade mais lenta em regiões mais
congestionadas.
Sendo o Tempo de Deslocamento, Distância e a Facilidade de Acesso três dos
aspectos considerados de maior importância para o grupo estudado, o reflexo disso é que
dependendo das condições de deslocamento do ponto de origem até o estabelecimento, o
cliente dará preferência ao restaurante onde terá menor dificuldade para chegar e em menor
tempo. Nesse sentido, dentro da área de influência primária, o restaurante Fio de Azeite,
localizado no cruzamento da Av. Rodrigues Alves com Rua Ceará Mirim e paralelo às
avenidas Hermes da Fonseca e Prudente de Morais, obtém relativa vantagem sobre o Dom
Salada e consequentemente interfere em sua área de influência, pois além de visibilidade
ampliada pelo fato de está em uma esquina, reúne mais duas particularidades: Múltiplas
alternativas de acesso e proximidade de vias importantes de circulação da cidade.
Por sua vez, Flor de Sálvia, Talher e Douce France, situados na Avenida Afonso
Pena, se beneficiam da sua localização em uma importante via de circulação. Por outro lado, o
intenso tráfego pode ser um inibidor, uma vez que impõe o deslocamento em velocidades
ainda mais reduzidas.
Outra implicação em função disso é que certamente os estabelecimentos situados nas
regiões mais afastadas, nas áreas de influência secundária e terciaria, como o Super Perto,
Tropical Leve, Mercatto, etc., terão a preferência dos clientes localizados em seu entorno.
81
Foi observado que nenhum dos estabelecimentos localizados na área de influência
primária possui estacionamento próprio. Isso faz com que a disponibilidade de vagas para
estacionar fique reduzida as opções nas vias do entorno. Sendo assim, estabelecimentos
situados em vias mais largas e extensas, e, obviamente, onde a legislação permite estacionar o
veículo, levarão vantagem sobre os demais nesse aspecto. O Dom Salada está localizado em
uma via secundária, que apesar de ligada a uma via coletora, Av. Campos Sales, e a uma via
arterial bastante utilizada pelos motoristas, Av. Prudente de Morais, carece de visibilidade.
Ademais, há pouca disponibilidade de espaços para estacionamento na via. Verificou-se que
os concorrentes situados na região de onde o Dom Salada obtém maior parte da sua fatia de
clientes estão localizados em vias que garantem maior visibilidade e maior oferta de vagas
para estacionar. Isso pode ser uma condição que limite o alcance do restaurante.
Foi verificado que estabelecimentos localizados em outras áreas, sobretudo na região
sul, dispõe de estacionamento próprio, que pode ser fruto da condição histórica e de como
ocorreu o crescimento da cidade, bem como da oferta imobiliária dos bairros os quais se
localizam. Consequentemente, essa condição pode contribuir para minimizar a extensão da
área de influência do Dom Salada ainda mais, uma vez que supondo que o cliente esteja
relativamente distante, ao acrescentar o fator estacionamento ofertado por um negócio mais
próximo, como no caso da Padaria Mercatto, Mangai e Padaria Bonfim, diminuirá a atração
exercida pelo Dom Salada ou a ausência de estacionamento próprio atuará como inibidor.
82
5 CONCLUSÕES
5.1 COMENTÁRIOS FINAIS
Da possibilidade de lidar com problemas das mais variadas instâncias na qual um
administrador é colocado para enfrentar, este trabalho de pesquisa representa um exemplo,
principalmente, por tratar de questões para além de sua formação acadêmica formal. Para
tanto, na trajetória desse trabalho, foi buscada a ampliação do conhecimento através da
multidisciplinaridade e interdisciplinaridade.
A rigor, este assunto é complexo, pois não lida apenas com uma questão tópica,
pontual e de localização num local. Ele se debruça sobre uma complexidade de questões que
inclui temas de comportamento do consumidor, marketing, de pesquisa operacional, de
georeferenciamento, de geopotencial, de mercado, entre outros.
A importância do tema localização de estabelecimentos para o setor varejista não é
acompanhada pela quantidade de estudos produzidos nesta área. Esta pesquisa é um pequeno
passo em uma longa jornada que precisa ser desenvolvida para tornar o varejo local mais
profissionalizado e munido de ferramentas e modelos para as decisões relativas à gestão dos
negócios. Ao lançar mão da Teoria das Áreas de Influência e incorporar um sistema de
informação geográfica para análise dos dados, permitiu-se adentrar em uma nova disciplina, o
Geomarketing, uma forma diferenciada de enxergar os resultados encontrados.
A Teoria das Áreas de Influência é importante para o entendimento de alguns
fenômenos relativos ao comportamento do cliente da organização e consegue explicar alguns
fenômenos referentes ao mercado de varejo.
Para oferecer respostas a uma série de indagações tanto de cunho acadêmico como de
cunho pragmático, foi desenvolvida uma pesquisa empírica realizada, com a uma amostra de
90 clientes de um restaurante em Natal. Para o mapeamento da área de influência, e
posteriormente para descrever e explicar a distribuição e o comportamento dos clientes do
estabelecimento.
Esta investigação permitiu uma compreensão mais efetiva do fenômeno da área de
influência, que foi retratado por meio de três diferentes perspectivas: mapas geocodificados,
tabelas e indicadores quantitativos de percentuais de clientes em diferentes segmentos
geográficos. Graças ao emprego dessas três diferentes abordagens, foi possível estimar as
áreas de influência dentro de limites que satisfazem os pressupostos da teoria.
83
Este Trabalho se propôs a identificar o local de origem dos clientes em comparação
com o restaurante pesquisado, o que foi feito por meio das tabelas que foram convertidas em
mapas temáticos no software Google Fusion Table.
Outro objetivo específico foi estimar as áreas de influência e identificar os pontos
georeferenciados por meio de cores diferentes de demarcação, o que foi realizado por meio do
software Google Fusion Table a partir dos dados tabulados da pesquisa. Consideraram-se
valores arbitrários dentro dos limites estabelecidos pela teoria, uma vez que as isocotas e
isócronas se mostraram inviáveis de serem aplicadas.
A utilização dos SIGs permitiu utilizar os dados para elaboração do mapa temático e
assim produzir compreensões que não seriam possíveis de outra forma, já que relações
espaciais dificilmente podem ser representadas em gráficos ou tabelas, de maneira adequada.
Figura 20 – A representação do desenho da área de influência no Mapa de Natal
Fonte: Elaborado pelo autor. 2014
A partir da visualização do mapa acima (figura 20) percebe-se que a área de influência
não necessariamente obedece a uma circunferência conforme encontrado na literatura. As
características geográficas, demográficas, socioeconômicas, de zoneamento e planejamento da
cidade, as vias de tráfego, o poder de atração da região onde está localizado o restaurante,
além de outras particularidades contribuem para que ela seja modelada dessa maneira.
Também foi possíve
menor proporção de client
geradoras de fluxos para
estabelecimento obtém a m
lucrativa e importante do s
Leste. Com isso foi també
alcance no mercado do pon
é baixa, como por exemplo,
A partir do cruzame
possível destacar fatores
influência e sua extensão.
de marketing, a facilidade d
disposição do cliente em s
desses elementos atuam
estabelecimento e sua atrati
Gráfico 12 – Repres
A observação dos p
clientela de vizinhança, típ
ível identificar as localizações de origem corre
ntes do restaurante, que inclui quais microrre
a o restaurante. Com isso foi evidenciada
maior fatia do seu mercado-alvo, isto é, repr
seu negócio, os bairros de Petrópolis, Tirol, C
bém possível visualizar a extensão de sua fo
onto de vista geográfico para identificar regiõe
lo, bairros de Candelária, Capim Macio e Ponta
ento dos dados mais relevantes levantados na
s que auxiliam na compreensão do compo
O local de origem, o dia da semana, o temp
e de acesso ao local e a atividade da concorrên
se deslocar até o local de tal forma que a c
de forma a diminuir a extensão da ár
atividade (Gráfico 12).
esentação Gráfica do Comportamento das Área
Fonte: Elaborado pelo autor. 2014
pontos de origem dos clientes permite afirma
típica de regiões mais adensadas, como em ba
84
rrespondentes a maior e
rregiões são as maiores
da a região na qual o
presenta a parcela mais
l, Cidade Alta na região
força de atração, o seu
ões onde sua penetração
nta Negra na região Sul.
na pesquisa referente foi
portamento da área de
po disponível, esforços
ência interferem na pré-
combinação acentuada
área de influência do
reas de Influência
mar que se trata de uma
bairros verticalizados e
85
que abrigam grande concentração de imóveis comerciais, escritórios, etc., no caso em
particular, Petrópolis e Tirol, Isso leva a crer que além do seu impacto na demanda de
mercado, a densidade populacional da região parece afetar também o padrão de
comportamento dos consumidores. Assumindo que regiões de maior densidade atraem uma
oferta varejista mais elevada e, portanto, os consumidores encontram um leque de alternativas
mais perto do seu ponto de origem, estes aparentemente começam a se habituar a reduzir o
percurso para ir consumir em algum local específico, e muitos preferem caminhar para
alcançarem o destino.
Foi evidenciado que grande parte dos clientes tem como ponto de origem o endereço
de trabalho e que apesar de estarem em regiões próximas optam pelo deslocamento de carro.
Ademais foi constatado que quando em ambiente residencial o tempo gasto para deslocar-se
até o local pode estender substancialmente, enquanto que no ambiente organizacional ou
público este tempo tende a ser mais sucinto. A mesma regra vale para dias úteis e finais de
semana. Em dias de trabalho, a tendência é que o tempo gasto na ação de ir até o restaurante
seja bem mais reduzido.
Esses dados consequentemente impactam em dois elementos; a conveniência
associada ao tempo que leva a se deslocar até o local, ser atendido e posteriormente retornar
ao ponto de origem, e por sua vez associada ao transito e locais para estacionar o veículo.
Nesse sentido, as observações dos dados permitiram identificar que a distância e o
tempo de deslocamento do cliente de seu ponto de partida até o estabelecimento são fatores
inibidores, especialmente para quem tem como ponto de partida seu local de trabalho.
Verificou-se que dificuldades mais elevadas no deslocamento atuam como inibidores da
distância a ser percorrida. Por sua vez, a facilidade de acesso e fluidez no deslocamento
motivará o percurso de distâncias até mais longas.
A predominância do almoço como tipo de refeição que o grupo faz mais fora do lar e
dos “dias úteis” como períodos da semana que mais consome em restaurantes contribuiu para
sustentar que se trata de uma clientela formada por consumidores que estão na região quando
confrontada com as características do bairro onde se localiza o estabelecimento e dos demais
no seu entorno.
A evidência de que se trata de uma clientela predominante de não residentes na região,
até mesmo em virtude das características da própria, leva a interpretação de que se trata de
uma área de intensa flutuação de população, o que impacta na variação da demanda ao longo
da semana e do dia. Essas características repercutem na forma como as operações do
86
restaurante, os horários e dias de funcionamento deverão ser ajustados à essa flutuação da
demanda.
Outro objetivo deste trabalho foi a identificação de concorrentes que estão dentro da
área de influência. Além disso, foram realizadas análises da interferência das áreas de
influência da concorrência em relação ao restaurante pesquisado. Foi observado que a maioria
dos estabelecimentos que seguem o mesmo conceito de refeições saudáveis se concentra na
área de influência primária do estabelecimento. A pesquisa permitiu observar que a medida
que se afasta da área de influência primária, os restaurantes da preferência do grupo
entrevistado não fazem parte do mesmo microssegmento de restaurante, o que pode significar
que há áreas com potencial para o conceito do restaurante estudando que não estão sendo
devidamente aproveitadas.
Tendo em consideração os atributos referentes à localização e ponto de funcionamento
de maior importância para o grupo entrevistado e a concentração de concorrentes na área onde
o estabelecimento obtém fatia principal do seu mercado-alvo, observou-se a existência de
condições que podem contribuir potencialmente para diminuir a área de influência do Dom
Salada ou pelo menos exercem algum tipo de interferência, como a visibilidade, oferta de
local para estacionar e o acesso. Diante disso, recomenda-se que esses fatores sejam
analisados com a relevância que requer a situação, caso o gestor opte por mudar seu ponto de
atendimento ou iniciar operações em uma unidade adicional.
Em termos de avaliação da localização ideal quanto ao seu desempenho, potencial de
competitividade e alinhamento do seu marketing-mix com a demanda de mercado, tendo
como referência os dados encontrados em estudos anteriores sobre o que é recomendado para
localização varejista, especialmente de restaurantes, comportamento do consumidor e seu
reflexo nos hábitos alimentares, consumo de refeições fora do lar, consumo de alimentos light
e diet, consumo de alimentos orgânicos e consumo de refeições saudáveis, são feitas as
seguintes considerações: Em uma perspectiva macro, isto é, de cidade e região, o restaurante
Dom Salada está bem localizado e seu composto de marketing bem ajustado ao perfil da
demanda encontrada nessas localidades. Porém seu alcance limita-se as áreas que possuem
características semelhantes ao bairro em que se situa. Em uma perspectiva micro, de bairro e
rua, tendo como referência o que foi observado na distribuição da concorrência em sua área
de influência e os atributos considerados mais importantes pelo grupo entrevistado, está ainda
não é a ideal ou a que proporciona a máxima vantagem. A sua localização em uma via
secundária, prejudica sua competitividade, uma vez que implica em menor visibilidade, maior
dificuldade de acesso e local para estacionar. Sendo assim, recomenda-se no mínimo uma
87
reflexão de como potencializar o poder de atração da localização atual e estender sua área de
influência, para posteriormente pensar a respeito de mudança para um novo ponto, porém
munido de informações que auxiliem para uma seleção criteriosa e bem sucedida.
Por fim, considera-se que os resultados apresentaram-se satisfatórios, uma vez que foi
possível conhecer os fatores que determinaram as áreas de influência, bem como representá-la
de maneira consistente, identificar a região potencialmente de maior valor para o
estabelecimento, isto é, responsável pela fatia mais significativa de suas vendas, além de
apresentarem coerência com os conceitos e estudos expostos na fundamentação teórica e com
a proposta deste estudo.
5.2 LIMITAÇÕES
A técnica de amostragem foi não probabilística. Por este motivo, com maior
disponibilidade de tempo e orçamento, esta pesquisa poderia ser aplicada a uma amostra
representativa, por meio de alguma técnica de amostragem probabilística estratificada, o que
produziria resultados mais confiáveis e precisos.
Além disso, apesar de a amostra utilizada ser o suficiente para dar credibilidade à
pesquisa, dentro do nível de exigência de um trabalho de graduação, as análises feitas com a
utilização do Google fusion table poderiam ter um resultado ainda melhor com um maior
número de pessoas na amostra.
A respeito do georreferencimento e do mapeamento das áreas de influência esse
trabalho apresentou algumas dificuldades. Em primeiro lugar, a geografia de Natal não é
plana e em algumas regiões segue o contorno das dunas, o que justifica a condição de se
encontrar um ponto vermelho muito próximo ou ao lado de um amarelo. Como resultado, os
pontos georeferenciados no mapa da região metropolitana de Natal não correspondem a uma
circunferência perfeita conforme proposto pela modelagem da teoria, uma vez que foi inviável
o desenho das áreas baseadas nas isocotas e isoconas para delinear as áreas de influência. Em
segundo lugar, se apresentaram algumas condições que dificultaram a precisão dos dados
referentes ao deslocamento, uma vez que o Google maps tende a estimar as distâncias
baseadas em uma quantidade limitada de alternativas (vias) que podem ser utilizadas ou não
pelo cliente para chegar até o local, o que pode apresentar variações dependendo também da
forma de deslocamento. Por isso seria necessário um software com maior confiabilidade no
88
georeferenciamento dos dados. Ademais, o fluxo de transito é bastante flutuante de acordo
com o horário e dia da semana, portanto, essa complexidade de cenários dificulta ainda mais a
precisão dos dados.
A análise dos resultados sinalizou certa dificuldade de se modelar o comportamento de
consumo em uma região não predominantemente residencial, como o bairro de Petrópolis e a
área no seu entorno. Nessas regiões, existe um expressivo segmento de “população flutuante”,
que circula e consome em estabelecimentos localizados na própria, porém, mora em lugares
mais distantes. Como resultado, as observações feitas com os clientes não podem servir de
base para decisões que envolvam a instalação de uma filial ou ajuste do marketing-mix, por
exemplo, em uma região que possua características diferentes, pois certamente o
comportamento dos consumidores e a clientela serão distintos.
Admite-se também que existam por um lado muitos fatores que influenciam a decisão
do cliente a respeito da escolha de um restaurante e por outros aspectos que impactam no
poder de atração que um negócio exerce sobre determinada clientela, sobretudo em uma
população flutuante, como o preço da refeição, imagem do estabelecimento e obras estruturais
nas vias de acesso, porém estes não eram foco do estudo. Outro detalhe, é que uma vez que o
período da pesquisa coincidiu com momentos de grandes intervenções nas vias de circulação
da cidade, é preciso reconhecer que isso pode ter peso na decisão dos clientes e certamente
diminui a precisão dos cálculos de distância e tempo de deslocamento.
A respeito das notas de importância, ressalta-se que de acordo com Malhotra (2001)
existe controvérsia sobre se os dados devem ser tratados como provenientes de uma escala
intervalar. Adicionalmente, por ser não comparativa, esta escala tem a desvantagem de não
discriminar muito os atributos em relação à importância, já que o respondente tende a avaliar
os atributos de modo semelhante – o chamado efeito halo. Como foi explicado nos resultados,
foi observada a tendência dos entrevistados em considerar os atributos importantes, gerando
uma baixa discriminação entre eles.
O Gráfico (12) mostra a média e o desvio-padrão das respostas para cada respondente.
A média observada (3,56) mostra que houve uma tendência dos entrevistados em considerar
os atributos importantes, gerando uma baixa discriminação entre eles.
Gráfico 13 – Re
Fonte:
5.3 SUGESTÕES E RECO
Reconhece-se que e
segmento de serviços de va
do cliente e as motivações
interessante uma investigaç
de Reilly, modificado po
referenciado por Parente (2
consumidor referente as va
motivações e influências n
um escopo que contemple m
realização de pesquisas futu
escolha de um determinado
Ressalta-se que, po
limitações, na medida em
Relação entre média e desvio padrão das notas
te: Dados da Pesquisa (2014)
COMENDAÇÕES
essa técnica não é suficiente para explicar po
varejo de alimentos todos os fenômenos relati
que o direcionam a um determinado estabe
ação que contemple também outros modelos,
por Converse, citado por Huff (1964) e
(2010), além de uma correlação com a teoria
variáveis de localização e distribuição geográ
no processo decisório do cliente, como tento
e mais variáveis que as utilizadas neste estudo
uturas para analisar a influência da imagem na
o estabelecimento.
por ter se tratado de um estudo de caso,
que os resultados são específicos ao estabel
89
as atribuídas
por si só no contexto do
ativos ao comportamento
belecimento. Por isso é
s, como o gravitacional
e Applebaum (1966),
ia de comportamento do
gráfica, para elucidar as
tou ser feita, porém em
do. Sugere-se também a
nas questões relativas à
, esta pesquisa possui
belecimento pesquisado,
90
não podendo ser estendidos a outros. Recomenda-se, assim, que novos estudos sejam feitos no
intuito de verificar o comportamento dos comensais em restaurantes, a fim de verificar se os
dados constatados nesta pesquisa se confirmam. Isso pode ser realizado mediante aplicação da
mesma técnica em outros estabelecimentos para comparar os dados ou aplicando outros
modelos com abordagens que se propõe a superar as limitações do que foi utilizado.
Sugere-se ainda a aplicação do estudo em outros tipos de varejistas, pois toda a
literatura encontrada tiveram lojas de supermercado ou instituições de ensino como foco de
suas pesquisas. O estudo de outras categorias de varejo, como foi realizado neste presente
trabalho, permitirá aprofundar o conhecimento sobre os pontos positivos e negativos da
técnica, assim como permitirá gerar conhecimento para varejistas de distintas áreas de
atuação, já que decisões relativas à localização também são de suma importância para os mais
variados tipos de negócio.
Por fim, é deixada a sugestão para o emprego de sistemas de informações geográficas
em outras pesquisas de marketing, como para análise de mercados, definição de canais de
vendas e vias de distribuição, planejamento de mídia, expansão de rede, segmentação de
clientes, etc.
91
REFERENCIAS
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95
APÊNDICE A
Lista dos endereços para georreferenciamento das amostras.
n Forma de Deslocamento Categoria de Endereço Endereço
1 A pé Trabalho Avenida Prudente de Morais, 307. Tirol,
2 A pé Trabalho Avenida Prudente de Morais, 507, Petropolis.
3 A pé Residência Avenida Campos Sales, 500 Tirol. Natal‐Rn
4 A pé Trabalho Rua Mossoró, 497 Tirol. Natal
5 A pé Trabalho Avenida Prudente de Morais, 610, Petrópolis.
6 A pé Trabalho Rua Campos Sales, 628, Tirol.
7 A pé Trabalho Rua Otávio Lamartine, 558 ‐ Petrópolis,
8 A pé Residência Rua Açu, 421, Petrópolis.
9 A pé Trabalho Av. Prudente de Morais, 720, Tirol.
10 A pé Trabalho Avenida Rodrigues Alves, 601 Tirol. Natal‐Rn
11 A pé Trabalho Rua Trairí. 374, Petrópolis. Natal‐Rn
12 A pé Residência Avenida Campos Sales, 702 ‐ Petrópolis, RN
13 A pé Trabalho Avenida Rodrigues Alves, 561, Tirol. Natal‐Rn
14 A pé Trabalho Avenida Prudente de Morais, 807, Petrópolis.
15 A pé Trabalho Rua Mipibú, 719 ‐ Tirol. Natal RN
16 Carro Trabalho Avenida Nilo Peçanha, 350 ‐ Petrópolis, RN
17 Carro Trabalho Rua Açu, 682, Petrópolis. Natal‐RN
18 Carro Trabalho Rua Jundiaí, 546 ‐ Tirol, RN, 59020‐120
19 Carro Consultório Rua Otávio Lamartine, Petrópolis. Natal‐RN
20 Carro Trabalho Rua João Pessoa, 267 ‐ Cidade Alta ‐ Natal.
21 Carro Residência Avenida Campos Sales, 900 ‐ Petrópolis, Natal‐RN
22 Carro Trabalho Rua João Pessoa, 254 ‐ Cidade Alta, Natal RN
23 Carro Residência Avenida Afonso Pena ‐ Tirol, Natal ‐ RN, 59020‐100
24 A pé Trabalho Rua Dom José Pereira Alves, 503 ‐ Petrópolis, RN,
25 Carro Trabalho Av. Deodoro da Fonseca, 459 Cidade Alta. Natal‐Rn.
26 Carro Trabalho Rua Mipibú, 511 ‐ Tirol. Natal RN
27 Carro Trabalho Rua Princesa Isabel, 523. Cidade Alta. Natal
28 Carro Trabalho Praça 7 de setembro, s/n, cidade alta. Natal
29 Carro Trabalho Avenida Prudente de Morais, 820 Tirol. Natal‐RN
30 A pé Trabalho Avenida Floriano Peixoto, 295 Tirol. Natal‐RN
31 Carro Residência Rua Claudio Machado 601, Petrópolis. Natal‐RN
32 Carro Trabalho Rua Trairi, 723 Petrópolis. Natal‐RN
33 Carro Trabalho Rua Felipe Camarão 509, 59025‐200
34 Carro Trabalho Rua Coronel Joaquim Manoel, 717 Petrópolis.
35 Carro Trabalho Rua Professor Evaristo de Souza, 30, Santos Reis.
36 Carro Residência Rua Deodoro da Fonseca, 240. Petrópolis. Natal‐RN
37 Carro Trabalho Avenida Rio Branco, 777 ‐ Cidade Alta, Natal‐RN
38 Carro Trabalho Rua Coronel Joaquim Manoel,720 Petropolis
39 Carro Trabalho Av. Hermes da Fonseca 780, Tirol. Natal‐RN
40 Carro Residência Rua João Virgilio de Miranda, RN
41 Carro Trabalho Rua Coronel Joaquim Manoel, 776 ‐ Petrópolis, RN
42 Carro Trabalho Rua Joaquim Fabrício, 239 Petrópolis, Natal, RN
43 Carro Trabalho Rua Miguel Barra, 786, Tirol. Natal‐RN
44 Carro Trabalho Rua da Conceição, 213 Cidade Alta. Natal‐RN
45 Carro Trabalho Rua João Virgilio de Miranda, 547. Petrópolis.
46 Carro Trabalho Avenida Afonso Pena, 1048 ‐ Petrópolis, RN
96
47 Carro Trabalho Avenida Afonso Pena, 870 Tirol.
48 Carro Trabalho Avenida Nilo Peçanha, 255 ‐ Petrópolis, Natal‐RN
49 Carro Trabalho Rua Des.Dionísio Filgueira, 750 ‐ Petrópolis,
50 Carro Faculdade Hospital Universitário Onofre Lopes. Praia do Meio.
51 Carro Trabalho Avenida Duque de Caxias, 200 ‐ Cidade Alta,
52 Carro Residência Av. Governador Juvenal Lamartine, 979. Tirol. Natal
53 Carro Trabalho Rua Angelo Varela, 1047, Tirol. Natal‐Rn
54 Carro Trabalho Avenida Duque de Caxias, 151 ‐ Cidade Alta, RN,
55 Carro Trabalho R. Alberto Maranhão, 500. Tirol. Natal
56 Carro Trabalho Rua Silva Jardim 109, Ribeira, Natal‐RN
57 Carro Trabalho Av Duque de Caxias, 97 ‐ Ribeira ‐ Natal, RN.
58 Carro Residência Rua Júlio Gomes Moreira, 1113. Barro Vermelho.
59 Carro Residência Rua Des. Virgilio Dantas, 556, Barro Vermelho.
60 Carro Residência Alameda das Margaridas, 1278 ‐ Tirol
61 Carro Trabalho Rua Presidente Quaresma, 997 ‐ Alecrim, 59031‐150
62 Carro Trabalho Rua Evaristo de Souza, 30. Santos Reis. Natal‐RN
63 Carro Academia Rua Alberto Silva, 1218 ‐ Lagoa Seca, Natal. RN
64 Carro Residência Avenida Romualdo Galvão, 1703 ‐ Lagoa Nova, RN
65 Carro Residência Avenida Almirante Alexandrino de Alencar, 1362,
66 Carro Trabalho Avenida Prudente de Morais , 4048 , Lagoa Nova,
67 Carro Trabalho Avenida Senador Salgado Filho, 1705 ‐ Lagoa Nova,
68 Carro Trabalho Campus UFRN ‐ Avenida Senador Salgado Filho,
69 Carro Residência Avenida Rui Barbosa, 14 ‐ Lagoa Nova, RN, 59129‐
70 Carro Trabalho Avenida Antônio Basílio, 3006 ‐ Lagoa Nova, RN,
71 Carro Trabalho Rua Professor Antônio Campos, 1840 ‐ Lagoa Nova,
72 Carro Trabalho OBRASTEC ‐ Rua Conselheiro Morton Farias,
73 Carro Residência Rua Jaguarari, 2252 ‐ Lagoa Nova, RN,
74 Carro Trabalho Avenida Lima e Silva, 76 ‐ Lagoa Nova,
75 Carro Trabalho Rua Zacarias Monteiro, 540, Tirol
76 Carro Residência Avenida Cap. Mor Gouveia, 2730, Lagoa Nova.
77 Carro Trabalho Avenida Miguel Castro, Lagoa Nova.
78 Carro Academia Avenida Amintas Barros, 1480. Lagoa Nova.
79 Carro Trabalho Avenida Miguel Castro, 1355, Natal ‐ RN
80 Carro Residência Rua Mandacaru, Lagoa Nova
81 Carro Trabalho Rua Anisio de Souza, 2575. Candelária. Natal‐Rn
82 Carro Trabalho Rua Jaguarari, 2612 ‐ Lagoa Nova,
83 Carro Residência Avenida Santos Dumont, 478 ‐ Capim Macio,
84 Carro Residência Rua Irmã Rosali G. Wanderley, 225, Candelaria.
85 Carro Residência Rua Monte Sinai ‐ 1948 Capim Macio,
86 Carro Residência Rua Missionário Gunnar Vingren, Capim Macio.
87 Carro Residência Rua Teatrologo Meira Pires, 2357 ‐ Capim Macio,
88 Carro Residência Rua Neuza Farache ‐ Capim Macio, RN,
89 Carro Residência Rua porto de pedras 223 ‐ Neopolis,
90 Carro Faculdade Unp Engenheiro Roberto Freire,
Fontes: Dados da Pesquisa, 2014.
97
APÊNDICE B
Mapa temático da distribuição dos clientes por bairro e região representados pelo gradiente de cor azul.
Fonte: Elaborado pelo autor. (2014)
98
APÊNDICE C
Mapa temático da distribuição dos clientes por meio utilizado para se deslocar até o estabelecimento
A PÉ
DE CARRO
99
APÊNDICE D
Levantamento dos deslocamentos dos clientes com diferentes filtros
Tipo de Endereço Distancia (Km) Tempo (minutos)
Min Max Media Min Max Med
Trabalho 0,08 6,2 1,8203 1 12 4,711
Residência 0,16 10 4,3707 2 15 8,115
Forma de deslocamento
Distancia Km Tempo (minutos)
Min Max Media Min Max Med
A pé 0,08 1 0,361 1 11,2 3,82
Carro 0,55 11 3,245 1 16 6,32
Período da Semana
Distancia Km Tempo (minutos)
Min Max Media Min Max Med
Seg‐Sex 9,3 0,08 2,229 1 14 5,4
Fim de Semana 11 0,26 4,695 2 15 8
Qualquer Dia 10 0,11 2,665 1 16 5,97
Frequência semanal
Distancia Km Tempo (minutos)
Min Max Media Min Max Med
Até uma 0,16 10 2,59 2 15 5,08
Duas vezes 0,08 11 3,27 1 16 6,48
Três vezes 0,11 10 2,33 1 15 5,31
Quatro vezes 0,26 2,4 1,37 2 6 3,78
5 vezes ou + 0,28 7,6 3,2 2 14 6,58
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
100
APÊNDICE E
Dados dos estabelecimentos concorrentes georreferenciados no Mapa Temático
Dados dos estabelecimentos georreferenciados
n Estabelecimento Localização Km Min
0 Dom Salada Rua Monsenhor Severiano, 542 ‐ Petrópolis - -
1 Cassol Rua Açu, 663 - Tirol, RN, 59020-110 0,45 2
2 Don Nemésio Av. Rodrigues Alves, 546, Petropolis, Natal (Rio
Grande do Norte) 0,6 2
3 Doulce France Avenida Afonso Pena, 628 - Petrópolis, Natal - RN,
59020-100 0,8 2
4 Fio de Azeite Esquina com Av. Rodrigues Alves, Rua Ceará Mirim,
S/N - Tirol, Natal - RN, 59020-240 1 3
5 Flor de Sálvia Avenida Afonso Pena, 483 - Petrópolis, Natal - Rio
Grande do Norte, 59020-100 1 3
6 Talher Av. Afonso Pena, 892, Natal, RN 1 3
7 Mil Folhas Avenida Hermes da Fonseca, 950 - Tirol, Natal - RN,
59020-145 1,5 4
8 Super Perto Rua Clóvis Bevilacqua, 730 - Lagoa Seca, RN, 59022-
230 3 5
9 Tropical Leve Avenida Bernardo Vieira, 4421C - Morro Branco,
Natal - RN, 59015-450 3,9 8
10 Mangai Avenida Amintas Barros, 3300 - Lagoa Nova, Natal -
RN, 59075-250 4,2 10
11 Padaria Mercatto Avenida Nascimento de Castro, 1900 - Lagoa Nova,
Natal - RN, 59056-450 4,4 12
12 Pinga Fogo Lagoa
Nova Pinga Fogo - Vila Miguel Castro, 1329 - Lagoa Nova,
Natal - RN, 59075-700 4,6 11
13 Padaria Bonfim Avenida Prudente de Morais, 6300 - Candelária, Natal
- RN, 59065-500 6,7 13
14 Leve Gourmet Avenida Prudente de Morais, 6404 - Candelária, RN 6,8 14 15 Tropical Leve. ZS Av. Praia de Ponta Negra, 8876 - Natal/RN 11,7 17
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
101
APÊNDICE F
Distribuição das notas de importância por filtro de variáveis (Formas de deslocamento e tipo de local de origem).
Atributos A pé Carro Trabalho Residência
Facilidade de acesso (Opções de vias e transporte) 79,4 69,5 74,2 65,0
Amplo salão de atendimento 60,3 56,5 61,3 48,0
Quantidade de mesas disponíveis 58,8 63,7 65,4 59,0
Proximidade com outros serviços 52,9 58,6 58,3 58,0
Amplo horário de atendimento e dias de funcionamento 58,8 61,0 60,4 61,0
Proximidade com outros restaurantes 36,8 44,9 41,3 48,0
Estacionamento Próprio 77,9 67,8 71,7 71,0
Distância do deslocamento até o local 79,4 65,8 70,4 63,0
Tempo de deslocamento até o local 77,9 73,6 74,6 72,0
Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.
102
APÊNDICE G
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA Prezado Cliente, Este questionário será usado na elaboração de um TCC para obtenção da graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Esta pesquisa, sob orientação do Prof. Carlos Alberto Freire Medeiros, DSc., visa estudar a suas atitudes quanto aos aspectos localização e deslocamento. Sua opinião é de fundamental importância para este estudo. Não existem respostas certas ou erradas. Suas informações serão mantidas em sigilo absoluto. Sei que seu tempo é precioso por isso agradeço a colaboração antecipadamente. 1. De que maneira você veio até aqui? Marque apenas 01 [ ] Carro [ ] A pé [ ] Taxi [ ] Ônibus 2. Qual foi seu local de origem ao se deslocar até aqui? Marque apenas 01 [ ] Trabalho [ ] Residência [ ] Academia [ ] Faculdade [ ] Outro _____________ 3. Qual endereço do local de origem assinalado acima? End:__________________________________________________ Bairro:________________ Não importa se você fez paradas em outros lugares. Ex: Se Após deixar sua residência, você foi ao banco, o local de origem considerado será a sua residência. Essas informações serão mantidas sob sigilo. Você não será identificado. 4. Qual refeição você costuma fazer fora de casa? Marque quantas quiser [ ] Café da manhã [ ] Almoço [ ] Jantar [ ] Lanches 5.Qual período da semana você costuma fazer refeições fora de casa? [ ] Segunda-Sexta [ ] Somente finais de semana [ ] À qualquer dia 6 . Com qual frequência semanal você faz refeições fora de casa? [ ] Até uma [ ] duas vezes [ ] três vezes [ ] quatro vezes [ ] 5 vezes ou + 8. Você poderia citar até mais dois estabelecimentos que costuma visitar quando está em busca de fazer uma refeição saudável? ______________________________________ 9. Por favor, leia os itens abaixo e atribua nos quadros à direita a escala de importância no momento de sua decisão a respeito de ir até um restaurante. Sendo a escala crescente de 1 a 5, de sem importância até muito importante.
1 2 3 4 5
Facilidade de acesso ao local (Opções de vias, opções de transporte) Estacionamento Próprio Amplo salão de atendimento Quantidade de mesas disponíveis Proximidade com outros serviços Amplo horário de atendimento e dias de funcionamento Proximidade com outros restaurantes Distância do deslocamento até o local Tempo de deslocamento até o local 10. Sexo: [ ] Masculino [ ] Feminino 11. Faixa Etária: [ ] 18 – 25 [ ] 26 – 35 [ ] 36 – 49 [ ] 50 – 65 [ ] 65+ 12. Escolaridade: [ ] Ensino Fundamental [ ] Ensino Médio [ ] Superior (Incompleto ou Completo) [ ] Pós-Graduação (Especialização, Mestrado, Doutorado) 13. Renda Familiar Mensal [ ] Até R$ 1.449,99 [ ] De R$ 1.450,00 a R$ 2.899,99 [ ] De R$ 2.900,00 a R$ 7.249,99 [ ] De R$ 7.250,00 a R$ 14.499,99 [ ] R$ 14.500 ou mais
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ANEXO I
Materiais de comunicação do estabelecimento pesquisado
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ANEXO II
Localização do estabelecimento pesquisado
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ANEXO III
Bairro de Petrópolis e os seus limites
LEI OU DECRETO DE CRIAÇÃO: ÁREA: 77,73 ha
BAIRROS LIMÍTROFES NORTE: ROCAS, PRAIA DO MEIO
SUL: TIROL LESTE: AREIA PRETA, MÃE LUIZA
OESTE: CIDADE ALTA, RIBEIRA
Fonte: Semurb
Mapa elaborado pela SEMURB a partir dos limites definidos no texto da Lei.