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Águias e papagaios por Fábio Duarte (*) Tempo para reflexão. Este momento reflete a crise institucional dos partidos, que faltosos de ideologia (de uma concepção política que oriente a prática partidária), apenas obedecem à lógica eleitoreira, incluindo o PT que se arvorava como o único partido ético e que caiu na mesma lógica. O Mensalão expressou isto e não há argumento capaz de desconstruí-lo. Uma demanda reprimida por direitos sempre negados (educação saúde, segurança pública, transporte...). O receio é que na falta de discernimento das peças que estão no tabuleiro, haja apenas uma mera celebração de se estar na rua, uma carnavalização da democracia... Claro, que estamos em um momento de canalizar as forças, direcioná-las para reivindicações específicas, radicalizando a democracia. Pensar que é a hora de se buscar reformas fundamentais e necessárias para o país. Sermos águias e não papagaios! (*) professor da UFT, possui graduação (licenciatura) em Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão (1993) e mestrado em Filosofia Política pela Universidade Federal de Goiás (2000). Atualmente é professor assistente da Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência na área de Filosofia, com interesse nos seguintes temas: educação, política, cidadania, poder e ética.

Aguias e papagaios

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Pequeno texto (um ensaio) do professor Fábio Duarte, do curso de Filosofia da UFT sobre os atuais movimentos/manifestações que ocorrem país afora!

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Page 1: Aguias e papagaios

Águias e papagaios

por Fábio Duarte (*)

Tempo para reflexão. Este momento reflete a crise institucional dos partidos, que faltosos de ideologia (de uma concepção política que oriente a prática partidária), apenas obedecem à lógica eleitoreira, incluindo o PT que se arvorava como o único partido ético e que caiu na mesma lógica. O Mensalão expressou isto e não há argumento capaz de desconstruí-lo. Uma demanda reprimida por direitos sempre negados (educação saúde, segurança pública, transporte...). O receio é que na falta de discernimento das peças que estão no tabuleiro, haja apenas uma mera celebração de se estar na rua, uma carnavalização da democracia... Claro, que estamos em um momento de canalizar as forças, direcioná-las para reivindicações específicas, radicalizando a democracia. Pensar que é a hora de se buscar reformas fundamentais e necessárias para o país. Sermos águias e não papagaios!

(*) professor da UFT, possui graduação (licenciatura) em Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão (1993) e mestrado em Filosofia Política pela Universidade Federal de Goiás (2000). Atualmente é professor assistente da Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência na área de Filosofia, com interesse nos seguintes temas: educação, política, cidadania, poder e ética.