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1 D urante oito anos nossa Araraquara, a Morada do Sol, foi também a Morada da Cidadania. Foi sob esse lema que o Partido dos Trabalhadores teve a oportunidade de liderar a Frente Democrática e Popular que governou a cidade de 2001 a 2008, e me deu a honra de estar à frente desse processo, na condição de prefeito de Araraquara. Foi um período de profundas transformações. Hoje, temos uma cidade politicamente mais democrática, socialmente mais justa e economicamente preparada para um longo ciclo de desenvolvimento sustentável, que assegure o bem estar e a qualidade de vida para toda a população. As ações do nosso governo foram orientadas por três eixos: Inclusão Social, Participação Popular e Cidade Moderna. Nosso governo esteve presente em toda a cidade e investiu na melhoria das condições de vida da população, em especial dos moradores dos bairros que ficaram abandonados por décadas. Investimos em todas as áreas: a Saúde e a Educação foram tratadas como direitos de todos, as ações de Inclusão e Assistência Social resgataram dívidas históricas, e implantamos políticas públicas inovadoras no Esporte e na Cultura, na Infraestrutura, no Meio Ambiente e no Desenvolvimento Econômico. Araraquara conquistou muitos avanços na luta contra as discriminações e pelos direitos fundamentais de todas as pessoas, independentemente de suas diferenças e de suas opiniões, escolhas ou origens. Governamos de modo republicano, respeitando todas as forças políticas da cidade e compartilhando a gestão com o PT e os demais partidos que compuseram nossa base de apoio. Administramos a cidade com uma postura ética e democrática, em sintonia com meu vice-prefeito, Sérgio Médici, que cumpriu destacado papel. E pudemos contar, durante seis anos, com a parceria inestimável do governo do presidente Lula, que está transformando o Brasil e criou uma nova relação de apoio direto às prefeituras de todo o país. Esta publicação “Araraquara: Oito Anos de Cidadania” tem o objetivo de apresentar à população da nossa cidade uma síntese do que realizamos, para que possamos ser avaliados, mas também para deixar uma referência clara do que é o projeto do PT para Araraquara e o quanto avançamos na construção dele. Temos a firme convicção de que contribuímos de forma significativa para melhorar as condições de vida da nossa população. Certamente ainda há muito por ser feito. Nós, do PT, continuamos contribuindo para o futuro da a cidade, seja através de nossa bancada de vereadores ou da participação política e social de nossos militantes. A maior realização de que podemos nos orgulhar está na consciência da nossa população. O Orçamento Participativo e os mecanismos de participação popular são um legado fundamental para que a luz da cidadania continue a brilhar na nossa Morada do Sol. Edinho Silva Ex-prefeito de Araraquara (2001-2008) Presidente do PT-SP Uma cidade iluminada pela cidadania

Revista Araraquara Miolo 2

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Durante oito anos nossa Araraquara, a Morada do Sol, foi também a Morada da Cidadania. Foi sob esse lema que o Partido dos Trabalhadores teve a oportunidade de liderar a Frente Democrática

e Popular que governou a cidade de 2001 a 2008, e me deu a honra de estar à frente desse processo, na condição de prefeito de Araraquara.

Foi um período de profundas transformações. Hoje, temos uma cidade politicamente mais democrática, socialmente mais justa e economicamente preparada para um longo ciclo de desenvolvimento sustentável, que assegure o bem estar e a qualidade de vida para toda a população.

As ações do nosso governo foram orientadas por três eixos: Inclusão Social, Participação Popular e Cidade Moderna. Nosso governo esteve presente em toda a cidade e investiu na melhoria das condições de vida da população, em especial dos moradores dos bairros que ficaram abandonados por décadas. Investimos em todas as áreas: a Saúde e a Educação foram tratadas como direitos de todos, as ações de Inclusão e Assistência Social resgataram dívidas históricas, e implantamos políticas públicas inovadoras no Esporte e na Cultura, na Infraestrutura, no Meio Ambiente e no Desenvolvimento Econômico. Araraquara conquistou muitos avanços na luta contra as discriminações e pelos direitos fundamentais de todas as pessoas, independentemente de suas diferenças e de suas opiniões, escolhas ou origens.

Governamos de modo republicano, respeitando todas as forças polí ticas da cidade e compartilhando a gestão com o PT e os demais partidos que compuseram nossa base de apoio. Administramos a cidade com uma postura ética e democrática, em sintonia com meu vice-prefeito, Sérgio Médici, que cumpriu destacado papel. E pudemos contar, durante seis anos, com a parceria inestimável do governo do presidente Lula, que está transformando o Brasil e criou uma nova relação de apoio direto às prefeituras de todo o país.

Esta publicação “Araraquara: Oito Anos de Cidadania” tem o objetivo de apresentar à população da nossa cidade uma síntese do que realizamos, para que possamos ser avaliados, mas também para deixar uma referência clara do que é o projeto do PT para Araraquara e o quanto avançamos na construção dele.

Temos a firme convicção de que contribuímos de forma significativa para melhorar as condições de vida da nossa população. Certamente ainda há muito por ser feito. Nós, do PT, continuamos contribuindo para o futuro da a cidade, seja através de nossa bancada de vereadores ou da participação política e social de nossos militantes.

A maior realização de que podemos nos orgulhar está na consciência da nossa população. O Orçamento Participativo e os mecanismos de participação popular são um legado fundamental para que a luz da cidadania continue a brilhar na nossa Morada do Sol.

Edinho SilvaEx-prefeito de Araraquara (2001-2008)Presidente do PT-SP

Uma cidade iluminada pela cidadania

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O PT de Araraquara foi fundado em 1981, por um grupo de trabalhadores, estudantes e intelectuais. Em 1982, o partido elegeu seu primeiro vereador, Domingos Carnesecca Neto, e desde então esteve

sempre presente no Legislativo Municipal. Nas décadas de 1980 e 1990, o PT teve destacada atuação no movimento sindical e popular de Araraquara, tornando-se uma ferramenta importantíssima de reivindicação para a população.

Foram muitas lutas e conquistas marcantes. Nessa época, a população dos bairros vivia abandonada pela prefeitura, que era controlada por algumas poucas famílias tradicionais de Araraquara. Elas privilegiavam a região central da cidade, gerando condições de vida muito precárias nos bairros, que cresciam sem infraestrutura adequada e favorecendo a espe-culação imobiliária.

A eleição do prefeito Edinho Silva, em 2000, foi marcada pelo desejo de mudança e representou uma ruptura com o modelo de poder das famílias tradicionais. No primeiro governo do PT na história de Araraquara, de 2001 a 2004, o grande desafio do prefeito Edinho foi implantar o processo de participação popular e políticas públicas que a cidade nunca havia experimentado. A prefeitura mudou o foco do governo, que deixou de ser só a região central e passou a ser a cidade como um todo, priorizando o atendimento à população dos bairros.

No segundo mandato do prefeito Edinho, de 2005 a 2008, fortalecemos nossas prioridades: a participação popular, a inclusão social e a perspectiva de fazermos de Araraquara uma cidade moderna, com oportunidade de emprego e de estudo para os jovens e a população em geral. Assim, nos últimos quatro anos a cidade conseguiu atrair diversas empresas, com

investimentos de mais de R$ 300 milhões. Os efeitos desses oito anos de governo petista em Araraquara serão sentidos nos próximos 20 anos pela cidade. Muitos dos avanços não são ainda visíveis, porque há obras que já foram viabilizadas, mas ainda estão sendo concretizadas, como é o caso da retirada da linha férrea do Centro, o estádio da Ferroviária e o Centro de Eventos de Araraquara e Região (Cear), nos terrenos dos pavilhões da Facira, com investimento do Funcef. Este salto só foi possível porque o governo do prefeito Edinho soube trazer para Araraquara o apoio do governo do presidente Lula.

Mesmo com a crise econômica internacional, Araraquara não sofreu quedas abruptas na oferta de emprego e é hoje uma das principais economias do Estado de São Paulo. Também foi uma das cidades mais beneficiadas pelo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e está preparada para o futuro, inclusive para manter seu desenvolvimento sustentável.

O Partido dos Trabalhadores foi decisivo no apoio e na articulação política do governo Edinho. No primeiro mandato, marcado pela mudança, o PT governou em composição com o PSB e o PCdoB. O segundo mandato foi um governo de coalizão, em que participaram também partidos como o PPS, o PR e o PV. O resultado final do governo Edinho é motivo de um grande orgulho para o PT porque o nosso programa de governo foi implementado e mostrou para a população o nosso projeto para Araraquara, que articula democracia, desenvolvimento sustentável e justiça social.

No Legislativo, a eleição de 2000 também trouxe uma importante renovação. Isso criou condições para que o PT pudesse compor uma base de apoio na Câmara Municipal, renovada e altamente propositiva. A atuação do PT por intermédio dos nossos

PT cumpriu seus compromissos e transformou a cidade

t Presidente Lula e ministra Dilma Roussef

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vereadores, além de ter sido fundamental para a sustentação e a condução do governo do prefeito Edinho, também teve o papel de pautar a democratização e abertura do próprio Legislativo. Os vereadores petistas lideraram esse processo, que criou a Tribuna Livre para a população e as audiências públicas do Orçamento Municipal, e possibilitou implantar políticas inovadoras, como o IPTU progressivo.

No mandato de 2001 a 2004, a bancada do PT foi formada pelas vereadoras Edna Martins e Vera Botta e pelos vereadores Carlos Nascimento e Edmilson de Nola Sá. No mandato de 2005 a 2008 a bancada ficou com três vereadores: Edna Martins, presidente da Câmara no biênio 2007-2008, Ever-son Inforsato (Dicão) e Carlos Nascimento, aumentando pro por cionalmente sua participação, uma vez que a Câmara Municipal teve seu número de cadeiras reduzido de 21 para 12 nas eleições de 2004.

Em 2008, o resultado das eleições mostrou que a população de Araraquara não queria que o projeto do PT fosse interrompido. O prefeito atual, para se eleger, teve que assumir que daria continuidade a ele. Desse ponto de vista, nosso projeto foi vitorioso. Embora nossa candidata, a ex-vereadora Edna Martins, não tenha vencido as eleições, o governo do prefeito Edinho terminou com uma aprovação de mais de 70%.

Hoje, o desafio do PT de Araraquara é continuar apoiando o governo do presidente Lula e o projeto que ele está construindo no Brasil e que já trouxe muitos benefícios para nossa cidade. Para isso, vamos trabalhar para consolidar a ministra Dilma Roussef como nossa candidata a presidente em 2010 e fortalecer nosso projeto de governar o estado de São Paulo. O PT é oposição ao atual governo Marcelo Barbieri, mas nossa oposição é propositiva. Nossa perspectiva é fiscalizar

para garantir que o projeto construído pelo PT na cidade seja preservado e consolidado, e para que não tenhamos um retrocesso na participação popular, no desenvolvimento econômico da cidade e no processo de urbanização, com a retirada dos trilhos. Essa também é a postura adotada por nossa atual bancada na Câmara Municipal, formada pela vereadora Márcia Lia e pelos vereadores Carlos Nascimento e Édio Lopes.

O PT de Araraquara apresenta nesta revista “Oito anos de Cidadania” um balanço do que foi realizado nos dois mandatos do prefeito Edinho, mostrando como cumprimos os compromissos assumidos nas eleições. Ao mesmo tempo não queremos travar o diálogo com a população apenas nos momentos eleitorais. Por isso, esta publicação busca politizar o debate sobre o presente e o futuro de Araraquara, possibilitando que os cidadãos conheçam cada vez mais o nosso projeto para a cidade.

O cidadão ou a cidadã que tem o desejo de justiça social, de democratizar o espaço público e de participar da vida política de Araraquara, está convidado a conhecer o PT e a fazer parte do nosso partido. Nós vamos reforçar nosso diálogo com a sociedade, com a população dos bairros e com os movimentos sociais organizados, buscando contribuir sempre para que Araraquara continue sendo a Morada da Cidadania.

André Agatte, presidente do PT de Araraquara

PT cumpriu seus compromissos e transformou a cidade

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As obras do governo Edinho vão marcar os próximos 20 anos de Araraquara

Retirada dos trilhos: uma conquista histórica

A retirada da linha férrea do meio da zona urbana de Araraquara era um grande e antigo sonho da nossa cidade. O governo Edinho começou a realizar esse sonho e garantiu as condições para que ele se concretize, assegurando sua inclusão no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. No total, o governo federal vai investir mais de R$ 140 milhões na retirada dos trilhos. As obras do novo Contorno Ferroviário, que já estão execução, abrangem o ramal de 17,6 quilômetros de extensão, o pátio de manobras com cerca de 30 quilômetros de linha férrea, e um complexo com prédios para a administração, ofi cinas mecânicas e posto de abastecimento.

O novo traçado vai permitir a retirada integral dos trilhos da área central. Além de integrar a Vila Xavier e o Centro, a cidade ganhará no lugar dos trilhos um importante espaço urbano, que deverá ser uma nova alavanca de desenvolvimento e qualidade de vida em Araraquara, promovendo uma revolução urbana na região central do município. Já em 2008 a obra serviu para atrair importantes investimentos em logística de grandes empresas.

Água e saneamento para o futuro

O DAEE foi transformado, no governo Edinho, no órgão gestor do saneamento ambiental em Araraquara e passou a cuidar, além da água e do esgoto, também do meio am-

biente. Foi ampliada a rede de capta-ção de esgoto e distribuição de água, inclusive para chácaras de recreio. Sob a administração do PT, foram conquistados recur sos federais e estaduais para im-portantes obras, destacando-se as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que serão referência futura na área ambiental, com a instalação dos sistemas de tratamento do lodo das estações de água e esgotos do município, com capacidade para os próximos 20 anos.

p

Área que será desocupada com a retirada dos trilhos Traçado atual

Novo traçado

CIDADE MODERNA

Redes de água e esgotoTotal executado – 2002-2008

DAEE Loteadores TotalRede água 84 mil m 116 mil m 200 mil mRede esgotos 44 mil m 103 mil m 147 mil mTotal 128 mil m 219 mil m 347 mil m

q Obras do novo Contorno Viário

p Estação de tratamento de esgotos - DAEE

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Plano Diretor tornou­se referência

O Plano Diretor de Araraquara foi aprovado em dezembro de 2005 e tornou-se referência para o Ministério das Cidades. Ele abriu a cidade para novas empresas, assegurou melhor qualidade de vida e enfrentou a especulação imobiliária. O último Plano Diretor da cidade era de 1976.

No governo do prefeito Edinho, nenhum loteamento sem infraestrutura foi aprovado.

Habitação para 70% da demanda

Em 2001, o défi cit habitacional da cidade era de mais de 9 mil famílias cadastradas. Durante os últimos oito anos, a prefeitura procurou, dentro de suas possibilidades, suprir essa demanda acumulada. O programa Mutirão da Casa Própria atendeu a 422 famílias com renda até um salário mínimo, possibilitando o pagamento de prestações mensais de até 20 reais. No total, de 2001 a 2008 foram entregues 4.349 unidades habitacionais, com um investimento de R$ 112 milhões. Ao concluir seu governo Edinho ainda deixou em execução mais 1.937 uni da des habitacionais. Desse modo, as 6.286 residências entregues ou iniciadas pe lo prefeito Edinho corres-pondem a quase 70% da demanda que existia em 2001.

Transporte de qualidade para todos

No governo Edinho a Prefeitura resolveu a situação acionária da CTA (Companhia Tróleibus Araraquara) —que hoje pertence à Prefeitura, portanto ao povo de Araraquara— e recolocou a empresa na condição de uma das mais efi cientes do Brasil como gestora do transporte público e do trânsito. A CTA levou o transporte público de qualidade a todas as regiões da cidade. No fi nal de 2008, a CTA contava com 654 funcionários e uma frota composta por 101 ônibus, atuando em 26 linhas na cidade e atendendo cerca de 1,5 milhão de passageiros por mês. A CTA também realiza política social, como o bilhete integração e os descontos nas tarifas, além da gratuidade para idosos e pessoas com defi ciência, que têm atendimento específi co de qualidade.

q Casas popularess do Jardim Altos de Pinheiros I e II Trabalhadora do programa Mutirão da Casa Própria u

p Renovação da frota da CTA: 34 novos ônibus

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Um novo modelo para a EducaçãoO governo Edinho trouxe um novo modelo para a educação

pública de Araraquara, implantando a gestão democrática, a inclusão de pessoas defi cientes e o investimento na qualidade social, marcas da concepção do PT na Educação. No fi nal de 2008, a Rede Municipal de Educação abrangia 34 unidades de Educação Infantil, 13 unidades de Ensino Fundamental

e 6 unidades de Educação Complementar.

Na média, de 2001 a 2008, a Prefeitura investiu anualmente 30% do Orça-mento em Educação, am-pliando a rede e buscando atender à demanda. Foram criadas 125 novas salas de aula, entre ampliações e novas escolas. O quadro de pro fessores e educadores cresceu de 708 para 1460 (106%). Foram implantados 10 Portais do Saber, projeto de inclusão digital dos alu-nos e da comunidade.

O projeto Escola do Campo tornou-se referência na cio -

nal para a educação em áreas de assentamentos. A Merenda Escolar atende a cerca de 40.000 estudantes. Mais de 8 mil pessoas foram benefi ciadas pelo Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e pelo Movimento de Alfabetização de Araraquara (MOVA). E a gestão petista na prefeitura ainda conquistou para Araraquara um Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica), investimento do governo do presidente Lula.

t

Escola Municipal de Ensino Fundamental Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso no Jardim Maria Luiza, com capacidade para 600 alunos

2001­2008: aumento de vagas na rede de Educação

Nível de ensino 2001 2008 Aumento

Creches ( 0 a 3) 936 5.009 435%

Ensino Fundamental 3.388 6.739 100%

Educação Complementar 615 1.472 140%

Educação de Jovens e Adultos 173 730 322%

CIDADE DEMOCRÁTICA

p Prefeito Edinho com o presidente Lula e o ministro Fernando Haddad na inauguração da Escola Municipal de Ensino Fundamental Gilda Rocha de Mello e Souza no Jardim Indaiá, com capacidade para 420 alunos

p O Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) está recebendo um investimento de R$ 5 milhões do governo federal e vai qualifi car a mão-de-obra da cidade e da região. Araraquara foi escolhida entre as 12 cidades do estado que receberão os CEFETs.

p Nova sede da Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira na Vila Xavier, recuperando edifício que estava abandonado

p Centro de Educação Complementar Alécio Gonçalves dos Santos

CIDADE DEMOCRÁTICA

t

Escola Municipal de Ensino Fundamental Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso no Jardim Maria Luiza, com capacidade para 600 alunos

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CIDADE DEMOCRÁTICA

Compromisso com a participação popularA participação popular, traço marcante do modo petista

de governar, foi um compromisso da campanha que elegeu o prefeito Edinho em 2000. A criação da Coordenadoria de Participação Popular foi o primeiro passo dessa experiência vitoriosa, que mudou a política de Araraquara. O Orçamento Participativo, implantado em 2001, contou anualmente com mais de três mil participantes, que defi niram obras e programas correspondentes a R$ 55 milhões.

De 2001 a 2008 foram implantados mais de 100 espaços de participação popular: 45 conselhos de escola, 22 conselhos gestores de saúde e 34 conselhos municipais. Para organizar a participação nos Conselhos e garantir melhor estrutura, foi criada a Casa dos Conselhos. Também foram implantadas políticas especiais para as mulheres, para os afrodescendentes e para a juventude, pessoas com defi ciências e idosos.

p Eleição do Conselho do Orçamento Participativo p Pavimentação no Águas do Paiol, demanda do OP

p Plenária do Orçamento Participativo

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Saúde foi o grande desafi oO grande desafi o do início da administração do PT, a partir

de 2001, foi a estruturação do Sistema Municipal de Saúde, para cumprir os princípios do SUS (Sistema Único de Saúde): universalidade, integralidade, equidade e participação popular.

A Prefeitura precisou intervir na Santa Casa em 2003 para recuperar suas fi nanças e seu atendimento. Com a ajuda do governo Edinho, o BNDES liberou R$ 6,5 milhões para a Santa Casa, que hoje funciona como um hospital SUS parceiro da Rede Municipal de Saúde.

O atendimento de urgência e emergência foi fortalecido com a reestruturação da Urgência e Emergência da Santa Casa, a implantação e construção da sede do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), a instalação de três NIS

(Núcleos Integrados de Saúde) nos bairros mais distantes e a construção do Pronto-Socorro Municipal da Vila Melhado. Em 2007, esse equipamento foi avaliado pelo Ministério da Saúde como o melhor Pronto Socorro do interior de São Paulo.

O município alcançou níveis de excelência em diversas áreas da Saúde. Segundo o Unicef (Fundo da ONU para as Crianças e Adolescentes) Araraquara foi a 9ª melhor cidade do País no ranking do IDI (Índice de Desenvolvimento Infantil), que utiliza indicadores de saúde e educação.

CIDADE DEMOCRÁTICA

Despesas Próprias com Saúde por Habitante

Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Valor(R$) 209,24 221,75 222, 30 287,64 298,89 315,97 358,45

Crescimento - 6,0% 6,2% 37,5% 42,8% 51,0% 71,3%

p Farmácia Popular

p Núcleo Integrado de Saúde da Vila Xavier p Novo Pronto Socorro Municipal no Melhado

p Unidade do Programa de Saúde da Família no Jardim Maria Luiza

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Queda na Gravidez na Adolescência

2000 2007

20,44% 14,28%

Taxa de Mortalidade Infantil

2000 2007

14,8% 11,0%

Atendimento às necessidades básicasA inclusão social foi um dos principais alicerces do projeto

de cidade que o governo do PT começou a construir em Arara-quara. A Prefeitura estruturou o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Foram implantados os programas de trans-ferência de renda, atendendo em 2008 a 4.687 famílias com o Bolsa Família, do governo federal, e 512 famílias com o Renda Cidadã, do governo do estado. A administração do PT implantou cinco Centros de Referência de Assistência Social nos bairros Vale do Sol, Jardim Roberto Selmi Dei, Jardim das Hortênsias, Yolanda Ópice e Parque São Paulo que realizam, em média, 10 mil atendimentos anuais.

CIDADE INCLUSIVA

Com as oito novas unidades construídas durante o governo Edinho, Araraquara possuía, no fi nal de 2008, em pleno funcionamento: 8 UBS (Unidades Básicas de Saúde), 3 UBS com o PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde) e médicos comunitários, 2 UBS com um NIS (Núcleo Integrado de Saúde) ao lado e 10 unidades do Programa de Saúde da Família abrigando 14 equipes, além de 20 serviços de especialidades que atuam nas mais diversas áreas da assistência a saúde.

Os avanços alcançados nos mais diversos indicadores da Saúde mostram o acerto do governo Edinho em investir no atendimento de qualidade. Na média, cerca de 21% dos recursos próprios da Prefeitura foram aplicados anualmente na Saúde, no período 2001-2008.

Muito se avançou nesses oito anos, mas a Prefeitura de Araraquara precisa ser capaz de articular apoios do governo estadual e do governo federal para obter os recursos necessários para oferecer um atendimento de qualidade na Saúde, para toda a população.

Cobertura do Programa de Saúde da Família

2000 2008Pessoas cadastradas 3.422 54.000Agentes comunitários 20 108Unidades de PSF 2008: 2 10

Redução na Desnutrição Infantil

2005 2007

6,0% 1,8%

Redução de InternaçõesHospitalares (48%)

2000 2007

12.643 7.268

Redução de Internações por AVC ou Hipertensão (62%)

2000 2007

Internações 270 113Taxa 14,80 5,59 Ampliação na Atenção aos Diabéticos e Hipertensos

2000 2007 Crescimento

Diabéticos 2.355 atendidos 4.383 atendidos 86%Hipertensos 7.242 atendidos 12.829 atendidos 77%

p Centro de Referência de Assistência Social do Vale do Sol

q Transporte adaptado para pessoas com defi ciência

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CIDADE INCLUSIVA CIDADE INCLUSIVACIDADE MODERNA

Solidariedade e parceriaO trabalho realizado no Fundo Social de Solidariedade

teve início a partir de uma pesquisa que identifi cou quem lá buscava solidariedade: a maioria eram mulheres (77,3%) entre 30 e 40 anos (33,7%) que possuíam, em média, três fi lhos. Ganhavam menos de um salário mínimo, ou não tinham renda e moravam no Parque Residencial São Paulo, Jardim Pinheiros e Jardim América.

Articulado com as políticas públicas municipais de garan-tia de direitos de cidadania, os projetos sociais desen vol-vidos anteriormente no Fundo Social foram mantidos e direcionados às mulheres daqueles bairros, possibilitando a geração de trabalho, renda e qualifi cação profi ssional, e procurando transformar a cultura histórica de clientelismo e manipulação política sob o discurso da caridade. Também foram implementados novos projetos, como o Reciclando Vidas, cuja sede, no Jardim Pinheiros, foi construída em parceria com o Instituto Embraer.

Com o propósito de sensibilizar e mobilizar a cidade, o Fundo Social, além das tradicionais Campanhas de Alimentos e do Agasalho, participou ativamente da organização das atividades realizadas em março, mês dedicado às mulheres, e nas Campanhas “Mulheres e Homens contra e a Violência e o Racismo”.

Administração dinâmica e efi cienteCom a modernização administrativa promovida pelo

governo Edinho a Prefeitura foi toda informatizada e interligada por uma rede de dados. O Paço Municipal foi reformado e a Praça de Atendimento ao Cidadão preparada para oferecer conforto e agilidade aos munícipes. O governo do PT manteve uma postura de valorização dos servidores municipais. Foi implantado o Plano de Cargos Carreiras e Vencimentos. O piso salarial, que era de R$ 336,00 antes de 2001, chegou a R$ 608,61 em 2008.

A Guarda Municipal foi criada no início do governo, em 2001. Na sua sede foi instalada a Central de Monitora-mento, com 11 câmeras no Parque Pinheirinho e 42 câmeras em outros equipamentos públicos. Em 2005 foi criada a Comissão Municipal de Defesa Civil. A gestão petista criou as Subprefeituras de Bueno de Andrada e da Vila Xavier e também o Codecom – Centro de Defesa do Consumidor e Mutuários.

Mais recursos para a cidadeA captação de recursos de parcerias por parte da Prefeitura

teve aumento signifi cativo desde 2001, graças à capacidade do governo do PT de formatar projetos e buscar convênios e parcerias junto aos governos federal e estadual. Com o governo federal foram feitos 70 convênios, no valor total de R$ 68,6 milhões. Além desses recursos o governo federal assumiu compromisso com o investimento direto de R$ 140 milhões na construção do novo ramal e a retirada dos trilhos e R$ 5 milhões na construção do Cefet, totalizando R$ 213,6 milhões de investimentos em Araraquara. Com o governo estadual o valor total dos 31 convênios assinados chegou a R$ 10, 2 milhões.

Evolução da receita 2001–2009Administração direta e indireta

2001 (realizado) 2009 (orçado) VariaçãoTotal da receita 146.326.592,57 353.444.056,00 141,54%

t

Andréa Túbero Silva, presidente do Fundo Social de Soliedariedade, e o prefeito Edinho

p Modernização do atendimento ao público na Prefeitura

p

Manifestação contra a violência

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Cultura para todosO governo Edinho criou, em 2001, a Secretaria Municipal de

Cultura, atendendo uma demanda histórica dos artistas e da população. Com forte investimento, a secretaria desenvolveu um calendário cultural rico e diversifi cado, além de investir maciçamente em formação artística e cultural para crianças, jovens, adultos e idosos.

O acesso da população aos espaços culturais foi demo-cratizado, com a realização de eventos de alta qualidade a preços adequados à população de baixa renda, que passou a freqüentar o Teatro Municipal, o Teatro de Arena reformado, a Casa da Cultura e o Palacete da Esplanada das Rosas (atual sede da Secretaria da Cultura, adquirida do Clube Araraquarense pelo governo Edinho). A Escola de Dança Iracema Nogueira tornou-se referência nacional de formação cultural e cidadã, assim como as Ofi cinas Culturais e o curso Técnico Ator, que revelaram grandes talentos de Araraquara.

Houve um grande investimento no patrimônio histórico, com destaque para o Museu Ferroviário e o Museu de Paleon-tologia. A Prefeitura fortaleceu a Semana Luiz Antonio Mar-tinez Correa, criou o Araraquara Rock, o Território das Artes e Belas Artes, a Semana de Dança, a Semana do Sapateado, o Projeto Choro das Águas, e passou a realizar o Carnaval da Paz e Cidadania. Em 2007, o Centro Técnico de Artes e Ofícios foi eleito prioridade pelo Orçamento Participativo. O governo Edinho ini ciou suas obras em 2008, no pré dio do antigo Instituto de Psiquiatria de Araraquara, com con clusão prevista para 2009.

CIDADE INCLUSIVA

Evolução da receita 2001–2009Administração direta e indireta

2001 (realizado) 2009 (orçado) VariaçãoTotal da receita 146.326.592,57 353.444.056,00 141,54%

Festa do Trabalhador, 1º de maio de 2008 u

qp Ofi cinas culturais

p Sede da Secretaria Municipal de Cultura, criada em 2001

q Novo Museu Ferroviário

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CIDADE INCLUSIVA

Aposta vitoriosa nos esportesNo governo Edinho, o Esporte foi prioridade e passou a ser

encarado como um instrumento efi caz no combate à exclusão social e na construção da cidadania. Para a Prefeitura, as práticas esportivas desempenham um papel de fundamental importância, não só pelos benefícios físicos e disciplinares, mas principalmente pela porta de entrada que representam para o acesso às demais políticas sociais.

Com isso Araraquara deu um salto qualitativo e quantitativo em programas como o Programa Saúde nas Praças, realizado em mais de 40 diferentes pontos da cidade, e as Escolinhas de Esportes, que em 2000 atendiam a 1.500 crianças em cinco modalidades e em 2008 atenderam 5.581 crianças em 22 modalidades, em 105 pontos espalhados por 30 bairros, 2 assentamentos e o distrito de Bueno de Andrade.

O Projeto Pratas da Casa abrangeu mais de 50 equipes disputando torneios locais, regionais e estaduais, atingindo cerca de 1.000 atletas em nível de competição, em mais de 30 modalidades, entre as quais o futebol feminino. O resultado desse investimento foi claro: de 2001 a 2008 Araraquara foi sete vezes campeã dos Jogos Regionais do Interior.

A Prefeitura foi a grande articuladora de patrocínios da iniciativa privada para as equipes de competição, destacando-se o projeto de recuperação da Associação Ferroviária de Esportes.

O Projeto Cidadão Especial foi criado para desenvolver as potencialidades esportivas das pessoas portadoras de defi ciência nas modalidades de Natação, Atletismo e Basquete sobre Rodas,

e foi mais um exemplo da capacidade da Prefeitura de viabilizar apoios e a inclusão social por meio do esporte.

O governo Edinho fez grandes investimentos em equipamentos esportivos, entre os quais a reforma do ginásio Gigantão, do Parque Aquático da Ferroviária e a transformação do estádio na nova Arena da Fonte Luminosa.

Foram construídas 18 áreas de lazer nos bairros: Jardim D. Pedro, Vila Melhado, Jardim Indaiá, Roberto Selmi Dei, Tangará, Victorio de Santi, Imperador, Yolanda, Alvorada, Imperial, Botânico, Iguatemi, Tamoio, Parque São Paulo, Hortênsias, América, Florença e Santa Júlia. Além deles, foram construídos campos de futebol no Assentamento Monte Alegre e Jardim Esplanada, e dos Bosques Maçônico e do Imperador.

p Gigantão totalmente recuperado

p Nova Arena da Fonte Luminosa (maquete) p Uma das 18 novas áreas de lazer

p Escolinhas de futebol p Esporte na Praçap Escolinhas de futebol p Esporte na Praçap

Investimentos para as próximas décadas

Demonstrando uma gran-de vocação empreendedora e capacidade de gestão, o go verno do prefeito Edinho Silva vendeu os dois hotéis da Prefeitura e, com os recursos obtidos, adquiriu o terrenos e os amplos pavilhões das an-tigas ofi cinas da Fepasa, numa operação de mais de R$ 4 milhões. O espaço, localiza do em uma área nobre da ci da-de, tornou-se referência, nos úl timos anos, como sede de importantes eventos e ati-vidades culturais e de ne-gócios, sediando inclusive os desfi les de Carnaval.

Nesse local, foi instalado o Cear – Centro de Eventos de Araraquara e Região, pa-ra o qual o governo Edinho desenvolveu um abrangente projeto, que receberá inves-timentos de mais de R$ 350 milhões, resultantes de uma parceria da Prefeitura com o Funcef (Fundo de Previdência dos Economiários Federais). A fase inicial prevê a cons-trução de um anfi teatro pa-ra 2 mil pessoas e uma área de gastronomia, além da modernização do Pavilhão de Exposições, totalizando R$ 5 milhões. É só o início de uma obra que vai marcar as próximas décadas da cidade, com a construção de um Centro Empresarial, duas torres residenciais, um hotel e um shopping center com mais de 40 mil metros quadrados.

Araraquara irá se transformar em um dos mais impor-tantes destinos turísticos para eventos de negócios do interior paulista e de todo Brasil. Esse complexo será potencializado pela nova Arena da Fonte Luminosa, obra que o governo Edinho projetou e viabilizou, conseguindo de mais de R$ 25 milhões do governo Lula, por meio de convênio com o Ministério dos Esportes, além da reforma do Conjunto Aquático da Ferroviária “Lucas Nogueira Garcez” e a recuperação da Praça Scalamandré Sobrinho, também com recursos federais.

Liderança no desenvolvimento sustentávelO governo Edinho cumpriu um papel decisivo de incentivo ao

desenvolvimento local e regional: deu prioridade às micro, pequenas e médias empresas, estimulou a economia solidária e a agricultura familiar, e atraiu investimentos de empresas de grande porte.

As iniciativas voltaram-se também para os pequenos produtores rurais, criando canais de comercialização para seus produtos, com o Programa Municipal de Segurança Alimentar. A administração petista também contribuiu para o crescimento dos setores do comércio, de serviços e do turismo, tirando Araraquara de décadas de estagnação.

De 2001 a 2008, Araraquara recebeu investimento de 53 novas grandes empresas, trazendo empregos e a perspectiva de aumento da arrecadação do município. Foram criados mais de 17 mil empregos com carteira assinada nesses 8 anos, um recorde de crescimento. A criação do Pólo de Tecnologia de Informática atraiu importantes empresas de Tecnologia da Informação.

CIDADE MODERNA

Edifício empresarial

Centro de eventos

Gigantão

Novo Parque

Aquático

Área residencial

Araraquara do Século XXI

Praça Scalamandré SobrinhoNova Arena da Fonte Luminosa

Área liberada com a retirada dos trilhos

Hotel

Shopping center

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Investimentos para as próximas décadas

Demonstrando uma gran-de vocação empreendedora e capacidade de gestão, o go verno do prefeito Edinho Silva vendeu os dois hotéis da Prefeitura e, com os recursos obtidos, adquiriu o terrenos e os amplos pavilhões das an-tigas ofi cinas da Fepasa, numa operação de mais de R$ 4 milhões. O espaço, localiza do em uma área nobre da ci da-de, tornou-se referência, nos úl timos anos, como sede de importantes eventos e ati-vidades culturais e de ne-gócios, sediando inclusive os desfi les de Carnaval.

Nesse local, foi instalado o Cear – Centro de Eventos de Araraquara e Região, pa-ra o qual o governo Edinho desenvolveu um abrangente projeto, que receberá inves-timentos de mais de R$ 350 milhões, resultantes de uma parceria da Prefeitura com o Funcef (Fundo de Previdência dos Economiários Federais). A fase inicial prevê a cons-trução de um anfi teatro pa-ra 2 mil pessoas e uma área de gastronomia, além da modernização do Pavilhão de Exposições, totalizando R$ 5 milhões. É só o início de uma obra que vai marcar as próximas décadas da cidade, com a construção de um Centro Empresarial, duas torres residenciais, um hotel e um shopping center com mais de 40 mil metros quadrados.

Araraquara irá se transformar em um dos mais impor-tantes destinos turísticos para eventos de negócios do interior paulista e de todo Brasil. Esse complexo será potencializado pela nova Arena da Fonte Luminosa, obra que o governo Edinho projetou e viabilizou, conseguindo de mais de R$ 25 milhões do governo Lula, por meio de convênio com o Ministério dos Esportes, além da reforma do Conjunto Aquático da Ferroviária “Lucas Nogueira Garcez” e a recuperação da Praça Scalamandré Sobrinho, também com recursos federais.

Liderança no desenvolvimento sustentávelO governo Edinho cumpriu um papel decisivo de incentivo ao

desenvolvimento local e regional: deu prioridade às micro, pequenas e médias empresas, estimulou a economia solidária e a agricultura familiar, e atraiu investimentos de empresas de grande porte.

As iniciativas voltaram-se também para os pequenos produtores rurais, criando canais de comercialização para seus produtos, com o Programa Municipal de Segurança Alimentar. A administração petista também contribuiu para o crescimento dos setores do comércio, de serviços e do turismo, tirando Araraquara de décadas de estagnação.

De 2001 a 2008, Araraquara recebeu investimento de 53 novas grandes empresas, trazendo empregos e a perspectiva de aumento da arrecadação do município. Foram criados mais de 17 mil empregos com carteira assinada nesses 8 anos, um recorde de crescimento. A criação do Pólo de Tecnologia de Informática atraiu importantes empresas de Tecnologia da Informação.

CIDADE MODERNA

Edifício empresarial

Centro de eventos

Gigantão

Novo Parque

Aquático

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Araraquara do Século XXI

Praça Scalamandré SobrinhoNova Arena da Fonte Luminosa

Área liberada com a retirada dos trilhos

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A nova Arena da Fonte Luminosa e o Centro de Eventos de Araraquara e Região (Cear) na área da Facira são dois importantes legados do Governo Edinho.

O Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) é mais um importante investimento do governo Lula em Araraquara.

Boulevar dos Oitis e Museu a Céu Aberto

Prédio da antiga estação da Fepasa transformada no Museu Ferroviário

Terminal Central de Integração ganhou reforma estrutural

Prédio da antiga estação da Fepasa transformada no

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15Pavimentação do Jardim Regina: aprovada na década de 1950 e realizada pelo governo Edinho

Escola Municiapal de Dança “Iracema Nogueira”, em frente à Secretaria Municipal de Educação, na Vila Xavier

Centro de Artes e Ofícios na Vila Xavier, antigo Instituto de Psiquiatria de Araraquara

Habitção popular, Altos de Pinheiros

Recuperação do Parque Ecológico Pinheirinho.

Escola “Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso”, no Jardim Maria Luiza.

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IluminaçãoO governo Edinho investiu mais de

R$ 10 milhões em iluminação pública. Foram substituídos mais de 20 mil pontos de vapor mercúrio por vapor de sódio. A cidade hoje tem 100% de iluminação a vapor de sódio, que é 50% mais efi ciente e consome 25% de energia a menos.

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PavimentaçãoDe 2001 a 2008 foram viabilizados investimentos de

R$ 35,4 milhões em pavimentação e R$ 3,5 milhões em recapeamento asfáltico. No total foram pavimentados 1.800 quarteirões, o que representa cerca de 180 mil m² de pavimento. Bairros que esperavam há decadas pelo asfalto, como Adalberto Roxo e Jardim Regina, finalmente foram atendidos. Cerca de 90% das obras

de pavimentação foram decididas pelo Orçamento Participativo. Foram recapeados outros 958 quarteirões com recursos de convênios e mais 370 quarteirões com recursos próprios da Prefeitura. Para ampliar o serviço de recapeamento em Araraquara, o governo Edinho adquiriu a Usina de Asfalto, investindo mais de R$ 2 milhões. A Usina tem capacidade para produzir 72 toneladas por hora de concreto betuminoso usinado a frio.

Obras de pavimentação 2001 a 2008Investimento: R$ 30 milhõesQuarteirões pavimentados: 1.800Extensão aproximada de pavimentação: 180 mil m²1 Jardim das Hortênsias2 Ligação do Jardim Santa Júlia ao

Núcleo Residencial Yolanda Ópice3 Áreas de Estacionamento do CDHU

– Jardim Paraíso4 Águas do Paiol5 Jardim Del Rey6 Acessos e rotatória de entrada do CDHU

– Jardim Paraíso7 Jardim Palmeiras, Palmares e Portugal8 Gaivotas9 Estrada do Curtume10 Selmi Dei V e parte do VI11 Ligação da Avenida Luiza Helena de Barros

e Av. Afrânio Peixoto12 Jardim Acapulco13 Jardim das Palmeiras14 Adalberto Roxo15 São Rafael II16 Jardim Paulista17 Jardim São Rafael18 Altos do Cecap19 Rua dos Eletricitários20 Jardim Arco-Íris21 Jardim Universal22 Jardim Indaiá23 Avenida América, Avenida Uchoa e

Rua João B. M. Goulart24 Duas quadras no Jardim do Bosque para

acesso ao ônibus25 Jardim Acapulco26 Jardim Regina27 Jardim Adalberto Roxo28 Pátio e via frontal a Cast e Panarello29 V e VIII Distrito Industrial30 Parque Gramado31 Imperial32 Esplanada33 Rua Orlando Schittini – Jardim Maria Luiza34 Rua Mondo Archimedes Luppi – Aclimação35 Jardim Almeida 36 Jardim Mangiacapra37 Jardim Altos do Cecap I38 Jardim Ana Adelaide

39 Vila Penha40 Jardim Florença41 Rua Oswaldo Lopes42 Jardim Ieda43 Jardim Iguatemi – Rua Virgílio Rodrigues44 Lupo II45 Av. Coletora – Jardim Morada do Sol e Brasília46 Jardim Pinheiros II47 Av. José Barbieri Neto48 Estrada Municipal ARA 347 – São Rafael49 Rua Lino Morganti – Vale do Sol50 Av. Domingos de Nóbile – Yolanda Ópice

RecapeamentoInvestimento: R$ 2 milhões Quarteirões recapeados: 958 quarteirõesExtensão: 177 mil m²Situação: já executadaConvênio: Governo EstadualAlameda Paulista 52 Estrada de Ferro Araraquara53 Av. Napoleão Selmi Dei (Pista dupla)54 Av. Luíza Helena de Barros55 Rua São Bento56 Av. Barroso57 Rua Itália58 Rua 9 de Julho59 Rua Carvalho Filho60 Av. Bento de Abreu61 Rua Luiz Mauri62 Av. Heitor de Souza Pinheiro (pista dupla)63 Av. Maria Janasi Biagioni64 R. José Barbieri Neto65 Via de acesso ao Parque Ecológico PinheirinhoMais 370 quarteirões com recursos próprios.

Obras com convênios e parcerias firmadasObra: Recapeamento AsfálticoInvestimento: R$ 1,5 milhõesRecursos: Governo FederalMetragem: 93 mil m²Situação: executado em 200966 Av. XV de Novembro67 Rua Expedicionários do Brasil68 Rua Voluntários da Pátria

69 Padre Antônio Cezarino70 Rua João Gurgel71 Rua Hugo Negrini72 Rua Padre Duarte73 Av. São Paulo74 Av. Portugal75 Av. Espanha76 Alameda Rogério Pinto Ferraz77 Av. Feijó78 Av. São Geraldo79 Av. Duque de Caxias

Obra: Guias, sarjetas e pavimentaçãoInvestimento: R$ 4,9 milhõesRecursos: Governo FederalSituação: em execução90 Chácaras e Estrela Kanashiro91 Jardim Universal92 R. José Pedro Laroca – Dupla93 Parque Pinheirinho94 Adalberto Roxo95 Vila Odete96 Jardim Santa Adélia97 Marginal Zero98 Prolongamento da Avenida Caetano Nigro99 Dispositivo Viário – Rua José Palamone Lepre com

Rodoanel Norte Oeste100 Hortênsias101 Av. Bento Ramalho Machado102 Marginal do CEFET103 Av. Jesuíno Ferreira Lopes entre Rua dos Eletrici-

tários e divisa Jardim Del Rei104 Av. Miguel Bucalem entre divisa do Jardim Altos

do Cecap II e Av. Camilo Dinucci105 Av. Coletora entre Av. Napoleão Pongeluppe e Rua

Milhen Marcos (Jardim Morada do Sol e Brasil)

Convênios federais Obra: Guias, Sarjetas e Pavimentação AsfálticaInvestimento: R$ 564 milRecursos: Governo FederalSituação: em execução106 Av. Jesuíno Ferreira Lopes107 Dispositivo Viário e acesso ao Cefet108 R. Luiz Sotratti entre Rua Pablo Picasso e Divisa de

herdeiros de Pedro Bergamim109 Rua Pablo Picasso entre Rua Luiz Gonzaga da Silva

e início da Rua Lázaro Mendes

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IluminaçãoO governo Edinho investiu mais de

R$ 10 milhões em iluminação pública. Foram substituídos mais de 20 mil pontos de vapor mercúrio por vapor de sódio. A cidade hoje tem 100% de iluminação a vapor de sódio, que é 50% mais eficiente e consome 25% de energia a menos.

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Paço Municipal de Araraquara

Araraquara 2001­2008

Edinho, você foi eleito em 2000 o primeiro prefeito do PT em Araraquara. Que signifi cado teve essa eleição na história recente da cidade? Edinho Silva– Em 2000 o PT completou 20 anos de fundação, mas ainda era um partido relativamente pequeno em Araraquara. Por isso, nossa vitória ocorreu em condições bastante particulares. Existia um esgotamento do modelo econômico municipal e

regional, que se refl etia ne-gativamente no dia-a-dia da economia local. E havia um esgotamento do mode-lo administrativo da cidade, acom panhado de certo can-saço da população em re-lação aos grupos políticos locais tradicionais. A elite po-lítica araraquarense es ta va fragmentada e sem projeto. E o PT vivia um bom momento, vinha em ascensão. Em 1998, mesmo com a derrota do Lula, o partido conquistou diversos governos estaduais importantes. Foi nesse cená-rio que conseguimos com nos sa campanha colocar uma nova agenda política para a cidade. Essa foi nossa

grande força. Ela permitiu superarmos uma correlação política que era desfavorável ao PT. Tanto que o partido não tinha conseguido construir uma política de alianças que pudesse dar sustentação a uma disputa daquele porte. Éramos apenas o PT, o PCdoB e o PSB. Mas nossa campanha e nosso programa de governo sintetizaram bem a necessidade que Araraquara tinha dessa nova agenda que enfrentasse a decadência e a estagnação. A experiência do PT na oposição e minha atuação nos dois mandatos como vereador na Câmara Municipal tinham construído uma referência política para a cidade. Nossa coligação tinha um programa de governo muito bem elaborado. Fomos para as ruas, de casa em casa, debater esse programa. E nossa campanha na televisão foi bem simples: mostrava as propostas e as cidades em que ela já tinham dado certo. Identifi camos com muita clareza onde estavam os estrangulamentos do modelo de desenvolvimento econômico e do modelo administrativo municipal. E mostra mos que era possível transformar a cidade.

Como era essa Araraquara que você e o PT propunham transformar?Edinho – Era uma Araraquara dividida em duas. Eu cresci na década de 1970 ouvindo falar que Araraquara era a cidade mais limpa das três Américas. Mas eu morava em um bairro na periferia que não tinha asfalto, não tinha posto de saúde e para pegar um ônibus precisávamos andar três quilômetros. Quando chovia era aquela lama.

“Uma cidade com muito mais justiça, oportunidades, participação, cidadania

e qualidade de vida”

Edinho Silva faz uma avaliação de seus dois mandatos como prefeito pelo PT, comenta as principais obras e destaca as transformações realizadas na cidade.

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Eu andava cinco quilômetros para chegar na escola. Vivi toda minha infância sem passar por uma consulta médica. Minha primeira consulta foi aos dez anos de idade, quando fi z uma cirurgia de hérnia. A segunda consulta foi aos 17 anos, quando comecei a jogar bola na Ferroviária. Ou seja, eu quase não tinha acesso à assistência médica. Então eu me perguntava como Araraquara podia ser “a cidade mais limpa das três Américas” se tinha tanta pobreza e meu bairro nem asfalto tinha. O discurso da elite não batia com a realidade e por isso ele fi cou ultrapassado. Na campanha para prefeito, nós falávamos que existiam essas duas Araraquaras dentro de uma.

Quais foram os primeiros desafi os na Prefeitura, no início de 2001? Edinho – O primeiro desafi o foi dar conta da expectativa que a campanha e as propostas de mudança tinham gerado.

Poucas vezes na história da cidade houve uma mobilização popular semelhante à da eleição de 2000. Depois de fechadas as urnas, milhares de pessoas foram às ruas para acompanhar a apuração, que demorou várias horas. O Gigantão fi cou tomado, a ponto de o juiz eleitoral ligar e pedir para que eu não fosse lá para o ginásio. Só quando terminou a apuração, ele me

autorizou a ir. Quando cheguei, foi uma comoção. Até a posse, me preparei para tentar dar conta dessa expectativa. Não houve um processo de transição e eu assumi sozinho, apenas com meu vice Sérgio Médici, sem nomear ninguém. Tomei pé do que estava acontecendo, formei o secretariado e anunciei um plano de cem dias, que incluía o combate à dengue, a recuperação da frota de veículos, tapa-buracos

e outras medidas de manutenção da cidade. Mas não fi camos nisso. No primeiro mês do mandato, nosso governo tomou a iniciativa de mudar a Lei de Loteamento. Passou a ser proibido comercializar loteamentos sem oferecer toda a infraestrutura, inclusive iluminação, água, esgo to e asfalto. Foi uma autêntica guerra com a elite local. Porque a legislação anterior permitia a criação de vazios urbanos. Criavam-se loteamentos distantes, em condições precárias, e guardavam-se bolsões desocu pados na área entre esses loteamentos e o centro da cidade. Daí, o poder público fazia todo o investimento de infraestrutura e os empreendedores se benefi ciavam com a valorização dos terrenos que eles reservaram para a especulação.

O que fi cou de permanente dos primeiros 100 dias de governo?Edinho – Durante esses cem dias, lançamos o Orçamento Participativo e criamos o programa das Frentes da Cidadania. Mandei para a Câmara um projeto alterando a estrutura de secretarias, criando a Secretaria da Cultura, fortalecendo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que era muito acanhada, e criando Coordenadoria de Participação Popular. Foram iniciativas que deram o rumo do novo governo. No primeiro ano fi caram essas duas marcas fortes: as Frentes da Cidadania e o Orçamento Participativo. Como queríamos que o OP fosse deliberativo, fomos buscar a experiência da cidade de Caxias do Sul e trouxemos uma equipe de lá para treinar nossa equipe. Montamos uma equipe de OP com técnicos com formação teórica e dirigentes de movimentos sociais, associações e da Pastoral da Juven tude da Igreja. Foi

Araraquara 2001­2008

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Obras no Jardim Lupo

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Vice-prefeito Sérgio Médicip

Vice-prefeito Sérgio Médici

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um acerto. A equipe mostrou muita capa ci dade de absor ver informa ções e de di ri gir os processos de participação. A cida-de se mobilizou e começou a decidir.

Durante essa fase inicial, como foi o processo de defi nição dos eixos de atuação do governo?Edinho – Começamos o governo fazendo um Planejamento Estratégico onde defi nimos como objetivo três eixos fun-damentais: Cidade Inclusiva, Cidade Moderna e Cidade Democrática. A Cidade Inclusiva expressava nosso foco na inclusão social, para enfrentar a cisão das duas cidades. A proposta da Cidade Moderna traduzia a retomada do desenvolvimento econômico e social, a modernização da

gestão do município e a re-cu peração e valorização do

nosso patrimônio histórico. E a Cidade Democrática remetia para a criação dos instrumentos de democratização e controle social, com destaque para o Orçamento Participativo, o OP. A outra Araraquara, a parte invisível da cidade, emergiu no Orçamento Participativo. As pessoas que até então não tinham voz, nem direitos, nem espaço de reivindicação e sonhos,

essas pessoas emergiram e vieram para o OP. Já em 2001 o Orçamento Participativo reuniu mais de 6.000 pessoas. Um número muito expressivo para uma experiência que estava começando. No ano seguinte, 2002, começamos a executar as obras. A prioridade foi o asfalto. Porque existiam bairros da década de 1950 que ainda não tinha asfalto. Nos oito anos, pavimentamos 1.800 quarteirões, implantando ou ampliando as redes de galerias pluviais. Foi muito interessante a receptividade da cidade vendo as decisões do OP sendo realizadas. Em 2003 criamos as plenárias temáticas do OP, dirigidas para mulheres, negros, pessoas com defi ciência, jovens e idosos. E a Plenária da Cidade, que discutiu as obras que iriam benefi ciar a cidade toda, como o Pronto-Socorro e a Central de Urgência e Emergência.

Quais foram as principais marcas do seu primeiro mandato?Edinho – A grande marca do nosso primeiro governo foi a Saúde. E essa era a maior demanda da cidade. Construímos seis novas unidades de saúde nos quatro primeiros anos. Começamos a construção do novo Pronto Socorro. E fi ze-

gestão do município e a re-cu peração e valorização do

Orçamento Participativo

p Obra de pavimentação decidida no Orçamento Participativo

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mos a intervenção na Santa Casa, o que para a cidade foi bom, mas para a Prefeitura foi uma operação cara e muito trabalhosa. Assumimos esse custo para não deixar a Santa Casa fechar. Também bancamos a maternidade Gota de Leite durante todo o primeiro mandato, repassando todos os meses recursos do Orçamento. E nos preparamos para fazer no segundo mandato a transferência da Gota de Leite para a Santa Casa. Porque sabíamos que não era viável manter uma maternidade que trabalhava com uma média de 25% de ocupação. Tecnicamente não se justifi cava o investimento na antiga Gota de Leite, porque lá não havia nem UTI neonatal, nem UTI adulto. No caso de parto prema turo, o recém-

nascido tinha que ser transferido de ambu lância para Santa Casa. Quando a mulher tinha uma he-morragia no meio do par-to, não existiam e qui pa-men tos para atendê-la ade quadamente. Muitas cria n ças e muitas mães, no pas sado, perderam a vida por conta disso. Também investimos muito no Ensino Fundamental durante o pri meiro mandato, porque

a necessidade de novas escolas nos bairros apareceu com muita força no OP. Isso se agravou porque o governo estadual na gestão Alckmin parou de construir novas escolas. Então muitas crianças passaram a estudar longe de casa, dependendo de transporte para chegar à escola. Além de investir no Ensino Fundamental, criamos oito Portais do Saber no nosso primeiro governo. Neles, estudantes e comunidades passaram a ter acesso gratuito à Internet, no espaço das bibliotecas de escolas municipais. Foi um grande sucesso.

E nas demais áreas, o que fi cou como destaque?Edinho – No trabalho de inclusão social, tivemos muitas novidades nas ações voltadas para as crianças e adolescentes e para os assentamentos rurais, além de implantarmos políticas inéditas para as mulheres, para os negros, para os defi cientes. E aumentamos o volume de recursos do Fundo Social, para atender principalmente as pessoas em situação de risco. Na Habitação, iniciamos um programa habitacional extremamente arrojado de construção de moradias e começamos a discutir o projeto do Plano Diretor. No Transporte assumimos como meta não deixar que nenhum bairro de Araraquara continuasse sem acesso ao transporte coletivo. As Ofi cinas Culturais, que criamos já em 2001, foram importantes para concretizar nossa estratégia de democratização da cultura. No mesmo ano, reestruturamos as Escolinhas de Esportes transformando-as num grande projeto de inclusão social. Começamos a formatar o projeto de Meio Ambiente do município. Iniciamos o processo de reorganização do DAEE. Criamos a Guarda Municipal, mudando a lei aprovada pelo prefeito anterior que discriminava mulheres, limitando em 5% a participação delas no corpo funcional da Guarda. Nós negociamos com o Ministério Público e os vereadores e retiramos essa cláusula de discriminação. No âmbito interno da Prefeitura, começamos a implantar um novo modelo de administração, articulado com nossa perspectiva de democratização da gestão pública.

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Ampliação do CER Rosa Stringhetti, no Jardim Américat

Unidade do Programa de Saúde da Família, no Jardim Ieda

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Escola Municipal Ruth Cardoso, no Jardim Maria Luizap

Escola do Campo do Assentamento Bela Vista “EMEF Hermínio Pagotto”

q Crianças participam do projeto Um dia na Guarda Municipal

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E as obras do Orçamento Participativo começaram a dar o desenho de uma nova cidade.

Você se elegeu alertando para a crise do modelo econômico de Araraquara. Como essa crise impactou a cidade e as ações da Prefeitura?Edinho – Araraquara tinha uma dependência muito grande do setor agro-indutrial. Na segunda metade da década de 1990, tivemos uma crise da laranja e a economia regional de Araraquara balançou por conta disso. Toda vez que osci-lava o preço do açúcar no mercado internacional, ou oscilava os estoques de álcool no mercado interno, a economia de Araraquara balançava. Por isso nós sempre defendemos que Araraquara precisava de uma diversificação da economia. Em 2000 a cidade tinha perdido duas centrais de distribuição importantíssimas, da Souza Cruz e da Coca-Cola. O reflexo apareceu na arrecadação de 2003. Foi o período mais difícil do meu governo. De 2003 a 2006 foi uma fase terrível, em que sentimos todos os efeitos da estagnação provocada pelo modelo econômico vigente na cidade. A receita permaneceu em queda nesse período. Como tínhamos iniciado um grande volume de obras do OP, tivemos que atrasar seu ritmo de execução. Começamos então a projetar um novo modelo de desenvolvimento econômico do município. Identificamos as cadeias produtivas relacionadas estrategicamente às vocações de Araraquara e fomos atrás de empresas que pudessem vir para cá e fortalecer as cadeias produtivas do município. A Incubadora de Empresas da Prefeitura, que estava quase desativada, foi recuperada e passou a ter um papel importante. No final do primeiro mandato já era possível sentir a recuperação do desenvolvimento econômico num ritmo bastante forte. Araraquara voltou a atrair novas empre sas e investimentos. E começou a recuperar o nível de emprego.

Como foi a relação com o governo federal nesse período?Edinho – Em 2001 e 2002 conseguimos muito pouco. Mas essa não era uma realidade só de Araraquara. A relação do governo Fernando Henrique com as prefeituras de todo o país era terrível. O Fernando Henrique mandava polícia e cachorro para cima da Marcha dos Prefeitos. Em 2003, com a chegada do Lula à presidência da República, isso mudou. Mas o primeiro ano de governo não foi fácil para o Lula, ele teve que fazer um arrocho fiscal muito intenso. Mesmo assim, consegui liberar em 2003 os primeiros recursos para a retirada dos trilhos da estrada de ferro do centro de Araraquara. Ainda eram recursos para a elaboração do projeto. E consegui liberar também R$ 2,5 milhões para o Pronto-Socorro. E R$ 2 milhões para asfalto. Para isso, contamos com um apoio muito grande dos então ministros Palocci e José Dirceu.

Na sua percepção, como a população de Araraquara avaliou seu primeiro mandato?Edinho – Eu penso que a resposta da população ao nosso primeiro governo veio na eleição de 2004. A oposição toda se unificou para disputar a eleição contra nós. Juntaram-se o De Santi, que tinha sido prefeito três vezes; o Massafera, que tinha sido prefeito; e o Coca e o Marcelo Barbieri; que disputavam a prefeitura pela terceira vez. A eles se reuniram empresários, setores da mídia e outros agentes econômicos de peso na cidade. As pesquisas de opinião nos davam entre 45% ou 47% de ótimo/bom. Era uma taxa de aprovação bastante razoável. Mas quando a oposição se unificou, a eleição ficou muito polarizada, levando a um resultado que nos deu a vitória por apenas 4 pontos percentuais. Nós só vencemos porque a Araraquara que era invisível e emergiu com nossos programas se fez presente e aprovou nossa gestão. Por isso acho que a eleição de 2004 mostrou a força que tínhamos acumulado. Nós ganhamos a eleição nos bairros.

q Obras de recapeamento asfáltico, fiscalizadas pessoalmente por Edinho

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O mapa eleitoral mostrou depois que a maioria do centro votou no Barbieri e a maioria dos bairros votou em nós. O eleitorado se dividiu. E aquela cidade que se mobilizou no OP, que colocou suas demandas e se fez ouvir, veio para as urnas e nos deu a vitória, mostrando o acúmulo do primeiro mandato.

Você considera, então, que a eleição de 2004 em Arara quara refletiu as mudanças promovidas no primeiro governo?Edinho – A eleição mostrou a mudança da lógica política da cidade. Araraquara tinha um modelo de gestão que vinha desde a década de 1960, época do Rômulo Lupo, que foi o grande formulador da elite na história administrativa e política de Araraquara. Ele teve muita importância, tanto que em 2000 o modelo administrativo e de organização dos serviços em vigor na prefeitura ainda era o modelo dele. E o nosso governo criou outra lógica administrativa na cidade, mudou o paradigma. A Prefeitura passou a cuidar da cidade como um todo e passou a priorizar suas iniciativas conforme as demandas e necessidades do conjunto da população. E essa nova lógica se refletiu num novo modelo de gestão e de prestação de serviços.

E no segundo mandato, quais novos avanços foram possíveis? Edinho – A vitória em 2004 refletiu nosso acúmulo político. Por isso, pudemos iniciar o segundo mandato aprofundando as transformações na cidade. Também fizemos o Plano Diretor e o novo Plano de Cargos da Prefeitura. Redesenhamos integralmente o modelo ad ministrativo. Instituímos a Defesa Civil. Consolidamos os conselhos populares e os conselhos gestores por unidades de educação e saúde. Criamos a Assessoria Especial de Combate à Discriminação Racial, a Coordenadoria de Mulheres, a Assessoria Especial de Juventude. Esse redesenho da administração fortale ceu a

u

Empresa de logística instalada à margem do novo Contorno Ferroviário

p

Casas do Altos de Pinheiros II em construção

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participação popular como eixo de go ver no. Foi no segundo gover no que ins-tituímos a Semana da Di-ver sidade Sexual, ati vi dade im portante para com bater o aumento das doenças se xualmente trans mis sí veis, que terminava com gran-des mobilizações cul tu -rais, ati vidades que ocor -rem em grandes cen tros e que, em décadas pas-sadas, não se poderia ima-ginar que teriam espaço em Ara raquara. Esse é um exemplo que sinaliza bem

as mudanças que promovemos numa ci da de que no passado era tida como conservadora. Nessa época, o grande embate foi a aprovação do novo Plano Diretor, porque mexeu diretamente com interesses econômicos que dominavam o município. Havia uma situação que criava uma reserva de mer cado e privilegiava a elite imobiliária local. Era muito difícil empreendedores de fora entrarem aqui. Isso mudou inclusive o padrão dos empre endimentos, que melhorou e passou a incluir critérios ambientais. No segundo governo, o que tínhamos acumulado na relação com o governo Lula começou a se concretizar: o início da retirada dos trilhos; os investimentos na recuperação do Estádio da Ferro viária, a inauguração do novo Pronto-Socorro, a incorporação da Gota de Leite pela Santa Casa, o Cefet e os investimentos nos pavilhões da Facira.

As mudanças no modelo de gestão também incluíram a administração indireta da Prefeitura?Edinho – Sim, também houve mudanças importantes na CTA e no DAEE. Na CTA resolvemos o problema histórico da composição acionária da empresa, que vinha desde a sua origem. A Prefeitura fez uma operação que integralizou o

capital na CTA e virou sua acionista majoritária. A CTA se tornou a grande empresa de trânsito e transporte. E o DAEE foi transformado em órgão gestor do sanea-mento ambiental no muni-cípio. Mudamos o conceito. O DAEE deixou de cuidar só de água e esgoto e passou a cuidar de meio ambiente.

Porque é impossível dis cu tir água e esgoto sem discutir meio ambiente, a recuperação de mananciais e a coleta de resíduos, por exemplo. Então, englobamos toda a gestão ambiental do município no DAEE. Am pliamos a rede de captação de esgoto e distribuição de água, inclusive para chácaras de recreio e, ago ra, exe cutamos serviços que vão dotar nossas estações de tratamento de água e esgoto de sistema de tratamento de lodo. É proteção completa para nossos rios e córregos.

Qual foi o ritmo das obras da Prefeitura nesse segundo mandato?Edinho – O segundo mandato consolidou os avanços. Nós colhemos muito do que tínhamos plantado no primeiro mandato. A partir de 2005 as condições nos permitiram intensificar as obras, também porque pegamos o melhor período do governo Lula. Eu acho que ninguém tem obriga-ção de gostar do PT ou do presidente Lula. Mas acredito que quem é de Araraquara deve ter gratidão ao governo Lula. Porque nunca na história da cidade o governo federal tratou a cidade como ela foi tratada nos últimos seis anos. E não só Araraquara. Falo de Araraquara porque foi o que vivi diretamente. Mas todos os municípios brasileiros tiveram tra-tamento diferenciado no governo Lula, que inau gurou uma nova relação entre o governo federal e as pre feituras. Em Ara raquara isso resultou num conjunto muito gran de de convênios, que so ma ram um volume de recursos superior a R$ 213 milhões. Com isso, conseguimos argumentos para negociar também com o governo estadual, que nos repassou cerca de R$ 6,5 milhões. Foram apoios fundamentais para consolidarmos diversas mar cas do governo, entre elas a da Habitação, que incluiu a construção de mo radias por mutirão para famílias que ganham menos de um salário mí nimo, coisa que nunca tinha existido em Araraquara. Chegamos ao final do governo com 4.349 unidades habi tacionais construídas. O ritmo foi intenso e volume de obras foi muito elevado. Com destaque para o início da a maior e mais importante obra pública de Araraquara das últimas décadas, a retirada dos trilhos ferroviários e do pátio de manobras da área cen tral. Com a saída dos tri -lhos, uma área de um milhão de metros qua drados será liberada e permitirá à cida-de uma completa integração do Centro com a Vila Xavier. Creio que essa foi nossa maior conquista, porque ser a principal demanda histórica da cidade e pela repercussão

p Semana da Diversidade Sexual

q Lula, Edinho e o novo Contorno Ferroviárioq CTA assumiu a gestão do trânsito

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estratégica que terá para o futuro da cidade. Graças também ao suporte do governo Lula, a Prefeitura incorporou ao seu patrimônio o complexo esportivo da Ferroviária, realizando a recuperação de todo o Parque Aquático da Ferroviária e a reforma do estádio, que será motivo de orgulho para a cidade por muitos anos. Conseguimos R$ 6,5 milhões para o projeto de reestruturação da Santa Casa. Conseguimos mais de R$ 30 milhões para investimento nas obras de asfalto. E também conseguimos apoio do governo federal para a Inepar, a grande empresa metalúrgica da cidade, que passou por uma crise e recuperou-se graças a uma intervenção do governo, que viabilizou a renovação de seu credenciamento para que a empresa voltasse a participar das licitações da Petrobrás e recuperasse sua da relação com o BNDS. E só no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Saneamento conseguimos viabilizar obras no valor de R$ 15 milhões, que vão assegurar para Araraquara a auto-suficiência no fornecimento de água pelos próximos 20 anos. Na Saúde, construímos novos postos de saúde e implantamos o NIS com três unidades. Entregamos o Pronto-Socorro, o mais moderno do interior do Estado, e ampliamos o atendimento na rede de PSF de 11 mil para 54 mil atendimentos. Também colocamos em prática um conjunto de programas de pre-ven ção em saúde, reduzindo o volume de internações por conta de doenças como diabetes e hipertensão. Na Cultura, além da recuperação dos prédios da Casa da Cultura, Teatro Municipal, Teatro de Arena, Espaço Paulo Mascia, adquirimos o prédio do antigo Clube Araraquarense para abrigar a própria Secretaria da Cultura. Criamos o Museu da Imagem e do Som, o Museu Ferroviário e o Parque dos Museus, que engloba o Museu Histórico Voluntários da Pátria, o Museu de Paleonto-logia e o Espaço Paulo Mascia, além do Museu a Céu Aberto da Rua 5, cujo arenito das calçadas exibe pegadas de dinossauros.

Desse conjunto de projetos e obras, há algum que merece destaque especial?Edinho – Por sua dimensão social, eu destacaria a criação da cooperativa Acácia (Co operativa dos Catadores de Recicláveis), que possibilitou a transformação dos anti gos catadores de lixo em recicladores. A coleta se le tiva, que está sendo expan dida, gera um conjunto de resíduos que são separados e manipulados nas esteiras do DAEE pelos integrantes da cooperativa Acácia. Ou seja, além do ganho ambiental com a reciclagem, a cidade proporcionou uma alternativa de trabalho e renda com dignidade para carroceiros e catadores que viviam em situação de exclusão social.

E quais você considera as principais marcas do seu segundo mandato?Edinho – Na minha avaliação a Educação e o Desen vol vimento Econômico foram as grandes marcas do segun do mandato. Os avanços na política educa cional foram muito signi ficativos. O padrão de escola de Ensino Fundamental que criamos vai fundar uma nova re ferência. A prefeitura nunca mais vai conseguir fazer escola no padrão antigo, sem a qualidade pedagógica que implemen tamos. A re estruturação que fize-mos na Educação Infantil tam bém trouxe benefícios irre-versíveis. E a Educação Complementar também cresceu muito no nosso governo, principalmente no segundo mandato, e incorporou a Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira, que ganhou uma sede de primeira qualidade. Tudo isso foi completado com a vinda do Cefet, o Centro Federal de Edu-ca ção Tecnológica, um in vestimento de R$ 5 mi lhões do governo federal que vai trazer programas de requalificação profis sional vinculados ao de senvolvimento econômico. O Desen volvimento Econômico tornou-se uma marca importante porque a atuação da Prefeitura contribuiu decisivamente para que a cidade voltasse a atrair investimentos de peso.

q Lula, Edinho e o novo Contorno Ferroviário q Bulevar dos Oitis q Ciclovia q Teatro de Arena q Escola de Dança

p Obras da nova Arena da Fonte Luminosa p Trabalhadores da Acácia – Cooperativa dos Catadores de Recicláveis

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No segundo mandato surgiram resultados de iniciativas que tomamos no primeiro. O Polo de TI (Tecnologia da Informação) de Araraquara se firmou e já é reconhecido nacionalmente. A Economia Solidária também deslanchou no segundo mandato. E como atraímos muitas empresas importantes, foram 54 novas empresas nos oito anos, começamos a recuperar o nível de emprego a partir do segundo semestre de 2003 e desde então a cidade bateu, mês a mês, os recordes históricos de geração de empregos com carteira assinada. No segundo mandato começamos a recuperar o valor adicionado do município. Tudo foi engrenando. Araraquara se tornou a nona cidade do Estado de São Paulo com maior capacidade de exportação. É a primeira cidade-média do estado em qualidade do desenvolvimento da infância. E a nona do Brasil. No final de 2008, o IBGE divulgou um índice que apontou Araraquara como a cidade com o menor nível de pobreza na região. E a revista Exame considerou Araraquara a cidade paulista com o maior dinamismo econômico em 2008. Uma terceira marca relevante foi a Inclusão Social. Nós promovemos a descentralização da Secretaria de Inclusão Social, criamos os Cras (Centros de Referência de Assistência Social), a Casa-Abrigo para mulheres vítimas de violência. Conseguimos ampliar e solidificar uma rede de atendimento social no município muito mais qualificada. Os portadores de defi ci ência, as mulheres, os negros, os idosos e outros segmentos sociais mais vulneráveis foram tratados como nunca haviam sido e espero que continuem, nos próximos anos, sendo bem atendidos nessa rede.

Do ponto de vista do patrimônio histórico e arquitetônico, quais foram as ações mais importantes?Edinho – No final do nosso mandato tentaram criar uma polêmica em torno da obra do Museu Ferroviário, mas acho que isso acabou trazendo luzes para essa iniciativa. Nosso governo foi o que mais recuperou o patrimô nio histórico e arquitetôni-co de Araraquara, incluindo doze equipamentos pú bli cos que estavam deterio ra dos, entre os quais o antigo conservatório do maes tro Tescari e a Esta ção Ferroviária, ambos trans formados

q

Museu Histórico e Pedagógico “Voluntários da Pátria”

(de cima para baixo) uRua 9 de Julho revitaizda

Bosque e Pista de Skate do Jardim AclimaçãoQuadra de esportes da Praça Scalamandré Sobrinho

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em museus. Resgatamos o potencial eco nômico da Rua 9 de Julho com sua transformação em bulevar, uma obra da qual eu ouvia falar desde a minha infância, e demos nova vida à Rua 5, com a criação do Bulevar dos Oitis.

Do ponto de vista pessoal, alguma realização te tocou parti­cu larmente?Edinho – As ações de caráter social da Prefeitura representaram para mim uma concretização de toda minha vida profissional e da militância política na Pastoral da Igreja Católica e no PT. Mas, num outro âmbito, o trabalho que realizamos com a Ferroviária teve um significado especial. Afinal, a Ferroviária é o meu time de criança e onde fui jogador de futebol, experiência que me trouxe muitos aprendizados. E ela é também um importante patrimônio esportivo e cultural de nossa cidade. Quando assumi a Prefeitura a Ferroviária vinha de anos de declínio. Decidimos fazer uma parceria da Prefeitura, para não deixar a Ferroviária fechar as portas. Elaboramos um projeto, reestruturamos o futebol com a criação da S/A, compramos o estádio, vendemos o antigo estádio municipal e pagamos as dívidas da Ferroviária. E conseguimos com o governo do presidente Lula os recursos para a recuperação de todo o com plexo esportivo da Ferroviária, incluindo a recuperação do Gigantão e do Parque Aquático e o novo Estádio Municipal, que juntos constituíram a grande obra do final do mandato.

Qual é a síntese de sua avaliação dos oito anos como Prefeito de Araraquara?Edinho – Eu penso que conseguimos, efetivamente, cumprir muito bem os dois mandatos que recebemos. Acho que isso foi resultado do nosso trabalho, da qualidade da nossa equipe e do fato de termos contado com algumas condições favoráveis, em particular a parceria com o governo do presidente Lula, pelo que ele investiu na cidade e porque implantou uma política de desenvolvimento para o Brasil que trouxe muitos benefícios para Araraquara. Foram dois mandatos de muitas realizações e muitas obras, num volume superior até ao que imaginávamos ser possível em 2000. Do ponto de vista político, Araraquara é outra, e os avanços democráticos conquistados nas relações entre os atores políticos da cidade vão continuar repercutindo no nosso futuro. Tenho a convicção de que temos hoje umacidade com muito mais justiça, oportunidades, participação, cidadania e qualidade de vida. Acho que esses são os critérios fundamentais de avaliação, para mim e também para o PT, pelo papel transformador que nosso partido tem no Brasil. Do ponto de vista administrativo as mudanças foram profundas e, acredito, definitivas, pois estabeleceram um novo modelo de funcionamento da Prefeitura, que hoje trabalha para toda a cidade. As conquistas possibilitaram a Araraquara recuperar muito sua visibilidade e sua força política na região e no Estado de São Paulo, que ela vinha perdendo desde a década de 1960. Segundo pesquisa de opinião feita pelo Ibope, nosso governo terminou 2008 com 61% de ótimo e bom. Acho que posso considerar que fomos aprovados. Pessoalmente, sinto-me plenamente realizado como prefeito e extremamente grato aos cidadãos de Araraquara que me deram essa oportunidade.

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PT NO LEGISLATIVO

A bancada de vereadores do PT na legislatura 2009­2012

Vereador Édio LopesÉdio Lopes foi presidente da Associação de Moradores do Cecap e atuou no movimento da Igreja Católica. Elegeu-se vereador do PT em 2008 com 1.459 votos. Veja abaixo seu depoimento.

“Os oito anos do governo Edinho trouxeram uma mudança profunda na cidade, acabando com preconceitos e com uma forma antiga de fazer política. Eu comecei minha atuação política no Orçamento Participativo,

primeiro como delegado e depois como conselheiro da região Sul de Araraquara. Foi um processo inovador que mostrou para a cidade uma nova forma de fazer política, num espaço democrático onde as pessoas podiam participar e opinar. Os investimentos que conseguimos em parceria com o governo do presidente Lula também foram grandes conquistas, com destaque para a Retirada dos Trilhos e a nova Arena da Fonte. A cidade mudou, basta andar nos bairros do nosso município. Uma de nossas áreas prioritárias de atuação é a área de Esportes, onde o governo do PT deixou uma infraestrutura importante, mas precisamos buscar e diversificar os investimentos, em especial em relação ao atletismo e à natação. E continuo atuando no Orçamento Participativo, buscando evitar retrocessos na participação popular.”Édio Lopes, vereador do PTEmail: [email protected]

Vereadora Márcia LiaA vereadora Márcia Lia é militante do Partido dos Trabalhadores, advogada, tem como bandeira a luta pela preservação dos direitos conquistados por nós e da Participação Popular na Administração Pública. De 2001 a 2004 foi coordena-dora de Par ticipação Popu-lar do governo Edinho. De 2005 a 2007, foi secretária de Governo. Em 2008, foi candidata à vereadora pela primeira vez, sendo a terceira vereadora mais votada, com 2.541 votos. Confira abaixo seu depoimento.“Minha experiência política foi construída nos dois governos do PT. A cidade compreendeu o processo de democratização dos espaços públicos, seja no Orçamento Participativo ou nos Conselhos Gestores. Araraquara é outra depois do governo do prefeito Edinho. A cidade abriu-se para a diversidade e a pluralidade de pessoas e de idéias. Nosso mandato, como vereadora de oposição, tem a missão clara de preservar as bandeiras do PT, espe-cialmente a participação popular. E o atual governo tem promovido retrocessos no processo de participação da população. Nosso papel é buscar preservar as conquistas do governo do PT. Para isso, temos um trabalho forte com as mulheres, a economia solidária, as pessoas com deficiência, o Orçamento Participativo e a Educação.”Márcia Lia, vereadora do PTEmail: [email protected]

Vereador Carlos NascimentoCarlos Alberto Nascimento nasceu 1966, na cidade de Araraquara. Formado em manutenção mecânica e radialismo, cursa Direito e tem vários cursos de gestão pública e formação cidadã. Iniciou sua atuação política

no movimento sindical e na luta pela terra. Foi eleito vereador do PT pela primeira vez em 2000, com 1071 votos. Foi reeleito em 2004 com 2303 votos e em 2008 com 1.934 votos. Em sua atuação parlamentar,

Nascimento tem priorizado as áreas de geração de trabalho e renda e a defesa dos direitos hu ma nos e do meio ambiente, principalmente pelo fim das queimadas. Também tem se destacado na luta pelos direitos dos idosos, mulheres, afrodescendentes, mutuários e juventude. Nascimento é autor de leis importantes como a criação do micro crédito solidário para mulheres; o limite de 15 minutos para espera em filas nas agências bancárias em dias normais e de 30 minutos nos dias de pico; a criação do prêmio Zumbi dos Palmares e a instituição do feriado do Dia da Cons-ciência Negra.Email: [email protected]