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1. A PUNIBILIDADE DO PECADO SALMOS 25, até o versículo 7: A ti, Senhor, levanto a minha alma. Deus meu, em ti confio; não me deixes confundido, nem que os meus inimigos triunfem sobre mim. Na verdade, não serão confundidos os que esperam em ti; confundidos serão os que transgridem sem causa. Faze-me saber os teus caminhos, Senhor; ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade, e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação; por ti estou esperando todo o dia. Lembra-te, senhor, das tuas misericórdias e das tuas benignidades, porque são desde a eternidade. Não te lembres dos pecados da minha mocidade, nem das minhas transgressões; mas, segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, por tua bondade, Senhor.

A punibilidade do pecado

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1. A PUNIBILIDADE DO PECADOSALMOS 25, até o versículo 7:

A ti, Senhor, levanto a minha alma.Deus meu, em ti confio; não me deixes confundido, nem que os meus inimigos triunfem sobre mim. Na verdade, não serão confundidos os que esperam em ti; confundidos serão os que transgridem sem causa.Faze-me saber os teus caminhos, Senhor; ensina-me as tuas veredas.Guia-me na tua verdade, e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação; por ti estou esperando todo o dia.Lembra-te, senhor, das tuas misericórdias e das tuas benignidades, porque são desde a eternidade.Não te lembres dos pecados da minha mocidade, nem das minhas transgressões; mas, segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, por tua bondade, Senhor.

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2. OS CONFLITOS DE DAVI• Houve um tempo em que Davi se achou em grande confusão.

Parecia não entender nem conhecer os caminhos do Senhor. • Ele passou a encontrar muitos conflitos emocionais, tantos

resquícios do pecado em si, que não foram totalmente confessados, perdoados e apagados. E sentia que existiam dívidas a saldar. Que estava colhendo consequências de pecados passados. Que afloravam, e lhe causavam profunda angústia. Noites insones, com ossos secando como em sequidão de estio.

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3. A FUNÇÃO PREVENTIVA DA PENA• Isso me fez pensar na punição dos pecados em geral. E, a respeito disso, me pus a

observar como funciona a punição Estatal, no que tracei um paralelo com o Direito Penal.• Qual a finalidade da PENA? Independente da Teoria ou Escola que se adote (Escola

Clássica, Escola Antropológica, Escola Crítica, Teoria Absoluta, Relativa ou mista, dentre tantas outras), prevalece que existe uma função PREVENTIVA. Não apenas a finalidade de reprimir, de punir o criminoso, mas também de PREVINIR o cometimento de outros desvios. O objetivo de incutir nas pessoas a sensação de punibilidade. De que o Estado dará a resposta devida aos crimes praticados. • Ora, quanto MAIS o cidadão achar que existe IMPUNIDADE, MAIS desvios ele irá

cometer. Quanto MENOS impunidade ele achar que existe, MENOS desvios ele irá cometer. E é exatamente por isso que o Brasil está do jeito que está; por ser um país de impunidade.

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4. A SENSAÇÃO DE IMPUNIDADE DOS PECADOS• Interessante como em relação aos pecados é da mesma

forma. Os seres humanos pecam porque ACHAM QUE NÃO HAVERÁ PUNIÇÃO. Dão de ombros para punição prevista na Lei de Deus. Ignoram-na solenemente. E nós, cristãos, quanto menos conhecemos a profundidade da Bíblia, quanto menos nos alimentamos com uma Palavra sólida, dura e cortante, quanto menos temos ciência da PUNIBILIDADE dos nossos pecados, MAIS OS COMETEMOS.

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5. A SUTILEZA DA RESPOSTA DOS PECADOS• A resposta social e estatal aos crimes vem a cavalo. É verdade que às vezes

vem de jegue, com a morosidade e a ineficiência de algumas unidades do Judiciário, mas, via de regra, o criminoso vê e sente, claramente, a consequência do seu crime.• Já a resposta dos pecados é dosada pela misericórdia de Deus. Para que

tenhamos tempo de nos arrepender. Acontece que o homem abusa dessa misericórdia, e não se arrepende. Aí a mente vai sendo deturpada aos poucos. As emoções vão sendo embaralhadas por etapas. O corpo vai sendo corroído devagar. Até que o pecador começa a se atentar para as manifestações mais visíveis do pecado, como doenças, depressões, fugas, isolamento, tristeza, vazio, carências, futilidades, divórcios, alienações e distúrbios de toda espécie.

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6. O DESDÉM DO HOMEM• Ainda assim, por incrível que pareça, para imensa maioria dos seres

humanos a punibilidade do pecado passa despercebida. Até a morte.• É tão difícil acreditar que a incredulidade, a ira, a mentira, a inveja, o

egoísmo a arrogância, a gula, a maledicência, as impurezas sexuais, a ganância, a avareza, os vícios, a idolatria, a ingratidão, a amargura, a mágoa, a malícia, a desonestidade, a cobiça e todos os pecados MENOS VISÍVEIS são tão puníveis quanto, por exemplo, OS CRIMES HEDIONDOS? Tão passíveis de reprimenda quanto os crimes em geral?• Apesar de ser sutil, a punição dos pecados é real e severa. Reflitamos

sobre ela.

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7. O PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE NO DIREITO PENAL• Antes de falar da punição dos pecados, cabe aqui mais uma comparação com o

Direito Penal. Vigora no Direito Penal o PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. Ou seja, a punição criminal só é cabível em situações EXTREMAS. O direito penal é considerado a ULTIMA RATIO. Não atua em qualquer conduta errada, desviada, desonesta ou ilícita do cidadão. Mas apenas quando o direito civil, o direito administrativo, os demais ramos do direito não conseguem dar a resposta adequada.• É como se o Estado ficasse observando as pessoas. E de longe vê o indivíduo jogar

papel no chão, e não faz nada. Vê o sujeito praticando uma falta, uma ilicitude de pequena monta, um desvio de conduta, e não impõe punição criminal, de cadeia. A pessoa pode até responder em outras esferas, mas não com a prisão. Mas se a sua conduta ferir direitos penalmente relevantes, aí dá ensejo ao JUS PUNIENDI, o direito ao Estado de PUNIR com o direito penal, com privação da liberdade do criminoso.

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8. NO MUNDO ESPIRITUAL NÃO EXISTE SUBSIDIARIEDADE• Já no mundo espiritual, TODAS as condutas erradas, sem exceção, são

selecionadas e são objeto de punição. Todos os pecados que cometemos, absolutamente todos, são alvo do mundo espiritual, que nos acusa e nos pune por cada um deles.• O problema, como dito, é que a punição no mundo espiritual não é

tão facilmente percebida, pela misericórdia de Deus, que é confundida pelas pessoas acaba sendo DESDENHADA CONSCIENTEMENTE OU IGNORADA INCONSCIENTEMENTE.

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9. A PUNIÇÃO DOS PECADOS PODE SER DIVIDIDA EM 2 ESPÉCIES

• PUNIÇÃO ETERNA;• CONSEQUÊNCIAS DOS PECADOS

• Então, se APENAS nas infringências GRAVES do cidadão na sociedade existe a punição criminal, em todo e qualquer pecado, de natureza leve, média ou grave, existem estas duas consequências: • a punição post mortem, depois destes primeiros oitenta, noventa anos

de nossa existência eterna;• a punição diária, gradativa, no nosso corpo, na nossa alma, na nossa

mente, nos nossos relacionamentos, nos nossos negócios, no nosso casamento, nos nossos filhos, e etc., decorrente das consequências dos nossos pecados.

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9.1. ANÁLISE DAS CONSEQUÊNCIAS DOS PECADOS

•Vamos nos deter, aqui, apenas no 2ª tipo de punição, que chamaremos de “consequências dos pecados”.•Mesmo após a salvação, as consequências dos

pecados remanescem em nossa vida. Veja que estamos falando aqui do cristão sincero, arrependido, salvo e remido pelo sangue de Jesus.•Para entender tais consequências, precisamos nos

livrar de alguns dogmas, incutidos nos cristãos, por conta de entendimentos equivocados, precipitados ou mal explicados à Igreja de Cristo.

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9.1.1. DERRUBANDO DOGMAS1º: Um deles é o dogma de que uma vez salvo, todas as consequências dos pecados são automática e imediatamente aniquiladas. De que o saldo fica zerado. De que “tudo se faz novo”. O dogma que classifica todas as consequências como culpa, medo, crise de consciência. Não. Quando nos convertemos ao Senhor Jesus recebemos, sim, a salvação; mas tudo continua como estava. Errado, fora do lugar, em desordem, até que nós, com muito tempo, esforço e oração, coloquemos tudo no lugar. 2º: Existe um outro dogma, muito difundido por sinal, de que não existe a necessidade de nos esforçar. De que estas consequências são naturalmente expurgadas da nossa vida, com o passar do tempo. Tempo não resolve falta de dinheiro, não resolve falta de amor, não resolve problemas emocionais, não resolve falta de sabedoria. Tempo não resolve pecado. O povo confunde o ato de render-se a Deus, de confessar-se totalmente dependente e incapaz de resolver as coisas por si próprio, com o esforço que deve se seguir a esta oração, todos os dias. O sucesso profissional não vem sem esforço; um bom casamento não vem sem esforço; filhos bem criados não o são sem esforço. Intimidade com Deus requer esforço. Bons relacionamentos, boas e sólidas amizades se conquista com esforço. Com proatividade. Com renúncia. Com sofrimento. Nada na vida vem sem esforço. Normalmente, quem apregoa esta tese normalmente nela se refugia. É uma justificativa pra sua inércia. A grande maioria de nós é altamente indisciplinada, e essa dificuldade de se esforçar para conquistar as coisas, materiais ou imateriais, é apenas mais uma das variadas espécie do gênero CONSEQUÊNCIAS DO PECADO.

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3º: Outro dogma é o de que o cristão tem o direito, assegurado pela Bíblia, de eliminar todas as consequências do pecado de sua vida. Isso não é verdade. Temos vários exemplos de homens e mulheres que passaram o resto de suas vidas pagando um preço pelas suas más escolhas. Davi não pôde realizar o desejo do seu coração de edificar a casa do Senhor, e a espada de fato não saiu de sua casa. Moisés não conseguiu entrar na terra prometida por conta de um momento de ira, de descontrole, perdendo aquilo pelo qual lutou durante a vida toda. Paulo nos conta de um espinho na carne que o incomodava, e do qual o próprio Deus recusou-se livrá-lo. Então, além de não estar tudo resolvido pela salvação, ainda corremos o risco de jamais abolir certas consequências e efeitos dos pecados cometidos.

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9.1.2. EXEMPLOS DE CONSEQUÊNCIAS DO PECADO• Como dito, as consequências são sutis, porque somos diariamente

convencidos a nos conformar com elas.• Calha aqui uma importante observação: nós somos gerados no pecado, e

carnais por natureza. Portanto, não estou me referindo das concupiscências da carne, dos desejos naturais, das inclinações para o mal que cada um possui, com as quais temos que lutar todos os dias. O nosso objeto de análise são bloqueios ou dificuldades emocionais, físicas, intelectuais ou espirituais que parecem não ser vencidas mesmo quando nos submetemos ao processo de santificação.• Vejamos alguns exemplos: limitações, inseguranças, sentimentos confusos,

mente deturpada; perda de memória e dificuldade de memorização, perda da libido, infertilidade; frieza, introspecção, sentimento de rejeição; tristeza, precipitação, ansiedade; desmotivação, fraqueza, bipolaridade, impaciência; altivez, desconfiança, afastamento; cansaço exacerbado, entre muitas outras.

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9.1.3. O SALÁRIO DO PECADO É A MORTE• O pagamento, o resultado, o efeito, a decorrência do pecado é a

MORTE. Essa foi uma forma simples, direta e genial de a Bíblia sintetizar, numa só palavra, qual é a consequência do pecado.• “Morte” é apenas uma condensação, um resumo das

incomensuráveis consequências que cada tipo de pecado é capaz de produzir no ser humano. Seria impossível enumerar o rol de consequências do pecado. E por não conseguir enxergar o mundo espiritual, por ter a visão extremamente materialista e limitada, o homem não consegue conceber o quão nefastos e amplos são os resultados de cada pecado.

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• Só a título de exemplo, a pessoa que ira não recebe, em contrapartida, apenas contendas, conflitos e etc. Pode sofrer, também de ansiedade, mágoas, quebras de relacionamento, desorganização, atrasos de projetos e uma multiplicidade enorme de outras transgressões e frustrações.

• O ganancioso não incide ou pode incidir apenas em corrupção; pode ter, como consequência, o materialismo, o egoísmo, a individualidade, a devassidão, a idolatria, a apostasia e injustiças de toda ordem.

• A inveja, por sua vez, além de amargura, pode destruir amizades, desmantelar a autoestima, gerar ingratidão, homicídios e maldades de todas as espécies. Basta lembrar o exemplo de Caim.

• O homicídio, bem além do desamor, pode causar falência, insolvência, interrupção de planos, culpa, arrogância, soberba, loucura, desarranjo emocional e perturbações sem fim.

• A pessoa adúltera, além de colher frieza, pode também sofrer de transtornos sexuais, infertilidade, espírito de vingança, problemas financeiros e infidelidades de todos os tipos, inclusive e especialmente para com Deus.

• Esses foram só exemplos de como o pecado, por menor ou mais escondido que seja, invariavelmente atrairá MORTE ao pecador. Como é superficial a nossa concepção sobre consequências do pecado! Não fazemos a mínima ideia do potencial deles. Não conseguimos sequer imaginar quantas almas, quantos projetos, quanta coisa neste mundo já não destruímos com nossas palavras e atitudes.

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9.1.3.1. NA VIDA DO ÍMPIO ISSO É AINDA MAIS EVIDENTE• Na vida do não crente, as consequências são ainda mais evidentes. Vou citar como exemplo um casal conhecido nosso.

Ambos na faixa dos sessenta anos. Já estabilizados, filhos criados, apenas trabalhando e tocando a vida adiante. Sem qualquer arrependimento pelos pecados cometidos no passado: adultérios, abortos, bebedices, maledicências, fornicações, em profusão.

• E depois dos 50, que a poeira baixou, como as consequências dos pecados se manifestam? Eu vou descrever os dois e vocês provavelmente vão identificar vários casais que agem da mesma forma. Um reclama do outro o tempo inteiro. Sempre insatisfeitos, amargurados. Trazem a mágoas do passado para o presente a todo instante. E as mesmas brigas, discussões, insatisfações E MURMURAÇÕES se repetem, num ciclo infernal.

• Lembra muito o desenho Caverna do Dragão. Quem tem quase 30 vai lembrar desse desenho. Um grupo de jovens foi passear no parque com os pais. De repente eles resolvem explorar uma parte do parque, e acabam caindo num mundo totalmente diferente e tenebroso. Eles lutam conta monstros, e todos os dias saem em busca do portal de volta para o mundo real. Tem um mago que aparece, dá conselhos e indica o caminho, mas logo desaparece de repente; MAIS ATRAPALHA do que AJUDA. E sempre que eles estão prestes a passar pelo portal, algo acontece, este se fecha e eles recomeçam tudo novamente. A história do desenho, idealizada pelo criador e divulgada na internet, é a de que eles todos morreram num acidente no parque. E estão todos no inferno, e sequer se deram conta disso.

• Então, os ímpios parecem estar sujeitos a este ciclo, em que as mesmas situações se repetem todos os dias e eles não se dão conta de que, na verdade, estão vivendo o inferno na terra, e que precisam de uma mudança radical em suas vidas.

• Mas o pior é que, ao compulsarmos a nossa própria vida, percebemos que também temos a nossa Caverna do Dragão. Ainda que estejamos muito mais sensíveis à voz do Espírito Santo, ainda estamos sujeitos a alguns hábitos mentais, emocionais ou físicos destrutivos, e que acontecem, exatamente, por conta de uma porta aberta no passado que não foi fechada.

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10. DEUS NÃO QUEBRA PRINCÍPIO PARA CUMPRIR PROMESSA• Deus não quebra nenhum de seus princípios para salvar o homem, ou livrá-lo da

angústia. E um princípio basilar de sua Palavra é a Lei da Semeadura. Tudo o que o homem plantar, isso mesmo ele ceifará. GÁLATAS 6.7. Por isso fiz questão de dizer, no início, que o mundo espiritual não é NADA COMPLACENTE, como o é o trapo de imundície da justiça humana. A justiça de Deus é misericordiosa, mas não é cega. Estamos todos, ímpios ou crentes, debaixo desta mesma lei.

• Observação: assim também é no Direito Penal. Se você violou a Lei, só a própria Lei pode lhe absolver. Tem que estar amparado por alguma causa de EXCLUSÃO DA ILICITUDE, ou seja, por alguma norma legal que lhe autoriza a infringir a Lei penal, por conta de algum motivo relevante. Exemplo: estado de necessidade, legítima defesa, entre outros.

• Da mesma forma, aquele que violou a Lei de Deus só vai conseguir se livrar da punição se conseguir se enquadrar em outras normas contidas NA SUA PRÓPRIA LEI. Que nos sirvam de EXCLUDENTES da punição e das consequências.

• A BOA NOTÍCIA é que elas existem! Existem formas, previstas na Bíblia, de anular estas duas punições!

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11. EXCLUDENTE DA PUNIÇÃO ETERNA• No mundo espiritual, também temos uma situação prevista na própria Lei de

Deus que exclui a culpa pelos nossos pecados, e nos redime da punição eterna. A LEI DE DEUS nos absolve da condenação através de JESUS CRISTO. Apenas e tão somente por crer Nele, e confessá-lo como único e suficiente salvador. Por se arrepender dos seus pecados, e se enxergar como carecedor do dom gratuito do perdão de Deus. Nesse simples ato de fé o ser humano se livra da condenação de todo e qualquer pecado. Obviamente, tal ato deve ser precedido de arrependimento, e acompanhado de frutos que evidenciem, que externalizem tal arrependimento, como a mudança de mente, de atitudes, de hábitos, de sentimentos, de convivências, de prioridades; caso contrário, não houve conversão nem tampouco redenção.• Vou me dispensar da citação das normas, previstas na Palavra, que garantem a

exclusão da condenação pela fé em Cristo. São várias, o NT está repleto delas. Romanos 10.9 é uma.

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12. EXCLUDENTE DAS CONSEQUÊNCIAS DOS PECADOS

• Agora, quanto às consequências dos pecados, há um princípio contido na Bíblia que ampara a nossa pretensão. De obter cura, livramento, tratamento perene. • Trata-se da passagem de 2 Crônicas, capítulo 7, versículo 14: Se o meu

povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos maus caminhos, então eu ouvirei do céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.• Deus tem tanto amor e tanta misericórdia por nós que Ele pode, sim, livrar a

nossa barra. Ele pode remir no nosso tempo, pode nos dar em dobro aquilo que rejeitamos a vida inteira. Pode fazer milagres na nossa mente, na nossa alma e no nosso corpo. Mas ele não vai quebrar princípio algum para isso.• Mas aqui, em Crônicas, estamos tratando de um princípio poderoso. Mais

do que isso, eis ali uma promessa declarada, expressa, da boca de Deus.

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13. SE HUMILHAR• Ele requer, em primeiro lugar, humilhação. Humilhação pressupõe arrependimento profundo,

amplo, verdadeiro e sincero. • E aqui entra a necessidade de se fazer, também, uma oração profunda, ampla, verdadeira e

sincera.• Não conseguimos nos arrepender legitimamente com nossas forças naturais. O arrependimento,

assim como a salvação, é dom de Deus. Mas, assim como a salvação não se encerra num ato, mas precisa ser cultivada; assim como a criação dos filhos não se encerra no parto, mas tem que ser trabalhada; assim o arrependimento não se encerra numa simples oração; tem que ser buscado, dia a dia, dentro de si e na presença de Deus.

• Não é com oração genérica que se vence situações específicas. Elas devem ser tratadas com a seriedade que se requer: especificamente, detalhadamente, minunciosamente.

• Deus precisa ouvir nossas colocações. Precisamos estabelecer um diálogo sincero, NÃO PARA CONVENCÊ-LO EM NOS AJUDAR, MAS PARA NOS CONVENCER QUE PRECISAMOS DE AJUDA. Para mostrar a Ele, e a nós mesmos, o quanto a ajuda dele é imprescindível. O quanto nossas práticas foram repulsivas, causando danos aos outros e ferindo o coração de Deus. O quanto temos consciência da PUNIBILIDADE DOS NOSSOS PECADOS.

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• Veja como Davi orava: eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue. Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me. Sei que sou pecador desde que nasci; sim, desde que me concebeu minha mãe (Salmos, 51.3-5.)

• É exatamente nesse sentido que Deus fala de “se humilhar”. É algo doloroso, difícil de se fazer, mas pensemos pelo lado positivo: humilhar-se diante de Deus é infinitamente mais fácil do que confessar pecados, erros, limitações e intimidades para outra pessoa. Deus não exige que nos humilhemos diante dos homens; apenas pede que o façamos diante Dele, em oração. Veja o quanto isso é maravilhoso!• Colocar especificamente em oração as consequências que não se consegue vencer é

o caminho mais seguro, mais rápido e mais efetivo para se obter a intervenção do Senhor.• A exclusão das consequências, que irá liberar a cura, a intervenção, o livramento, o

milagre de que tanto necessitamos só vem com a oração sincera, profunda, humilde, específica, detalhada, reiterada, insistente.

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14. BUSCAR A SUA FACE• Veja que Deus pede não apenas que se ORE. Mais do que isso, pede

que “se busque a Sua face”. Ou seja, uma oração insistente. Uma prática, um hábito, que deve ser alimentado com empenho, perseverança, constância.• Muitos desistem de orar, porque apresentam os seus problemas de

uma forma absolutamente superficial, querendo que Deus haja no mais profundo de seu ser.• Outros, por falta de constância em suas petições. É nesse sentido que

vejo a ordem de “buscar a Sua face”: o poder curatório está no ato de buscar, e não na resposta subsequente, que Deus dá no momento exato, na hora certa. Seu Kairós é perfeito.

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15. SE CONVERTER DOS MAUS CAMIINHOS• Por onde anda a pessoa que “se converte dos maus caminhos”? Com certeza, no

caminho do meio não é.• A pessoa que se converte dos maus caminhos passa a andar em BONS

CAMINHOS.• No bom caminho não há inércia. Não há omissão. Não há ausência de dor, de

sacrifícios, de doação.• Assim como Zaqueu até quatro vezes mais o que roubou, nós devemos nos

esforçar para agir de forma frontalmente oposta ao que fazíamos antes.• O art. 927 do Código Civil diz que “aquele que, por ato ilícito, causar dano a

outrem, fica obrigado a repará-lo”.• O livro de Provérbios, em seu Capítulo 14, versículo 9, diz que “os insensatos

zombam do mandamento de reparar o pecado cometido, mas entre os justos há humildade e correta atitude”.

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16. NÃO HÁ MEA CULPA NA HUMILDADE• Veja que, para reparar o pecado, a Palavra pressupõe a necessidade

de HUMILDADE. • Tanto no mundo secular quanto no espiritual exige-se que a pessoa

que causou danos a terceiros REPAREM estes danos. E esta reparação não exige pedido de desculpas nem reconhecimento de parcelas de culpa daqueles a quem ofendemos.• Muitas vezes não reparamos o pecado porque as pessoas a quem

ofendemos também nos ofenderam. Ficamos presos num sentimento de MEA CULPA infernal, que quer dividir as responsabilidades e que nos impede de nos arrepender pela parte que nos toca. • Se queremos nos livrar das consequências dos pecados, nós devemos,

urgentemente, reparar os danos que causamos às pessoas.

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17. REPARAR NÃO É APENAS SE SANTIFICAR• Veja que não estamos a falar apenas de santificação. • É possível que se obtenha santificação no isolamento. É possível isolar-se, mesmo

com muita convivência social. É possível buscar santidade, ou seja, deixar de pecar e buscar a face de Deus, e mesmo assim continuar omisso e inerte em certas circunstâncias da nossa vida. • Andar em bons caminhos é reparar o pecado, e isso vai bem além do que temos

feitos. • Tem dificuldade de pegar o telefone e ligar para o seu pai, faça isso sem sentir

vontade. • Tem dificuldade de sentar diante de sua mãe apenas para ouvi-la, sem contender ou

discordar, faça isso. • Tem dificuldade de fazer novas amizades, vá lá fazer.• Tem dificuldade de olhar nos olhos de alguém e dizer que o ama (ou a ama), e que

sente muito pelas suas agressões, e que é grato por tudo o que ele lhe fez, faça isso.

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18. REPARAR É SER PEQUENO• E aqui cabe uma grande, uma imensa observação.• Vamos enfatizar um erro que todos nós cometemos: reparar o pecado não é

sair ganhando o mundo. • Reparar o pecado não é sair contando para as pessoas dos danos que se

causou. Vejo pessoas contando dos danos causados no passado. Tal atitude, além de não denotar repulsa, ojeriza dos pecados que cometeu, torna patente que a pessoa não compreendeu como reparar o seu pecado. Em silêncio, no particular, mediante humilhação.• Muitas vezes queremos agir bravamente. Sermos valentes. Mas reparar o

pecado é fazer o oposto. Jesus se fez pequeno, humilde e servo, sem pecado algum a reparar. Quanto mais nós devemos nos fazer humildes, pequenos e servos diante de tantas afrontas que praticamos perante os nossos semelhantes e aqueles que nos amam.

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19. A PORTA DA REPARAÇÃO É PEQUENA• Essa é a semente que vamos plantar no oculto; que vamos regar com suas

orações específicas e profundas; e da qual Deus fará o milagre da colheita de uma lavoura inteira. • A ATITUDE de reparar o pecado é a prova de que suas orações não estão

destituídas de verdade; de que você se compromete a encarar a realidade, a verdade, por mais que isso DOA.• De 100, temos 95 atitudes que demonstram ousadia no Senhor, e que até

consumam produzir bons frutos para Ele; e apensa 5 que demonstram humildade, e que vão produzir frutos EM NÓS.• Escolhamos as 5, sem descurar das outras 95. É hora de priorizar o caminho

mais estreito. Um caminho PEQUENO, sem relevância para as pessoas, sem destaque na sociedade. E por onde toda CONSEQUÊNCIA, toda MALDIÇÃO, todo RESQUÍCIO do pecado que pertencia ao nosso GRANDE e VELHO eu não consiga passar.

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20. CONCLUSÃO• Concluindo: quanto mais fizermos uma ORAÇÃO SINCERA E PROFUNDA e

REPARARMOS O NOSSO PECADO, mais próximos estaremos de experimentar o poder curador de Deus:• mudando o imutável, • mexendo no intangível, • restaurando sentimentos cristalizados, • restabelecendo relacionamentos quebrados, • tirando de onde não tem, • frutificando em terra infértil, • concedendo o que já não se espera • e superando as expectativas daquele que crê.