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1 Meditando com o Evangelho de Marcos Pintura de Pablo Veronese 1555, Veneza, Italia Fonte: http://saints.sqpn.com/saint-mark-the-evangelist-gallery/ Jorge Wilson N. Neves

Meditando no evangelho de marcos(1)

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Meditações cristãs baseadas no Evangelho de Marcos

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Page 1: Meditando no evangelho de marcos(1)

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Meditando com o Evangelho de Marcos

Pintura de Pablo Veronese 1555, Veneza, Italia

Fonte: http://saints.sqpn.com/saint-mark-the-evangelist-gallery/

Jorge Wilson N. Neves

Page 2: Meditando no evangelho de marcos(1)

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Sumário Meditando com o Evangelho de Marcos ......................................................................................3

O Fermento de Betsaida ...........................................................................................................4

Os dois banquetes de Marcos 6 – o primeiro ...........................................................................6

Os dois banquetes de Marcos 6 - O segundo ...........................................................................8

Você já tem a resposta? .........................................................................................................10

Deus não faz nada pela metade. E nem aceita. ......................................................................11

O Templo - casa de oração para todos os povos onde eu aprendo a linguagem do coração. 14

O sermão de uma só palavra. .................................................................................................16

Onde está o foco? ..................................................................................................................17

Carta a um intercessor ...........................................................................................................19

Orando com as nossas dúvidas ..............................................................................................21

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Meditando com o Evangelho de Marcos

O objetivo deste PDF é compartilhar alguns trechos do Evangelho de Marcos para meditação

e crescimento, textos esses que foram usados em Pequenos grupos ou koinonias em nossa

atividade devocional.

O autor do Evangelho

Também conhecido como João Marcos, era filho de Maria, em cuja casa reuniam-se os

cristãos em Jerusalém no inicio (At 1:13). Provavelmente foi convertido pelo ministério de

Pedro e discipulado por Barnabé. (At 12: 25 cf At 11:25).

Foi uma carta escrita aos cristãos em Roma que viviam em tensão, pois se por um lado eram

denunciados nas sinagogas por estarem rejeitando antigas tradições, por outro lado as

autoridades romanas os perseguiam porque a lealdade a Jesus entrava em choque com a

lealdade e adoração a César.

Provavelmente recebeu esse evangelho pelas narrações de Pedro. Deve ter ministrado a

Paulo na viagem à Ásia Menor (47-49 d.C.) suprindo-o dessas informações fornecidas por

Pedro.

Marcos expressa sua teologia nas narrativas da vida de Jesus, questões de interesse humano

interligando diferentes episódios e, de certo modo convidando os leitores de uma cidade

cosmopolita (Roma com 1 milhão de habitantes de diversos costumes, línguas e religiões) a

identificarem suas experiências e vivências com as do Evangelho crescendo assim no

conhecimento de Deus.

Em 325 d.C. Eusébio, historiador da Igreja, refere que Marcos foi o primeiro evangelista

enviado ao Egito onde fundou as igrejas de Alexandria e foi o primeiro bispo daquela cidade.

sermon of st mark in alexandria by giovanni bellini painting

Fonte: http://www.saleoilpaintings.com/paintings/giovanni-bellini/sermon-of-st-mark-in-

alexandria.html

Fontes de consulta para essa introdução:

Dicionário Ilustrado da Bíblia Ronald F. Youngblood– Ed Vida Nova.

Marcos – Introdução e Comentário por Dewey M. Mulholland – Ed Vida Nova

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O Fermento de Betsaida

11 E, saindo os fariseus, puseram-se a discutir com ele; e, tentando-o, pediram-lhe um sinal do céu. 12 Jesus, porém, arrancou do íntimo do seu espírito um gemido e

disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração

não se lhe dará sinal algum. 13 E, deixando-os, tornou a embarcar e foi para o outro lado. 14 Ora, aconteceu que eles se esqueceram de levar pães e, no barco, não tinham

consigo senão um só. 15 Preveniu-os Jesus, dizendo: Vede, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes. 16 E eles discorriam entre si: É que não temos

pão. 17 Jesus, percebendo-o, lhes perguntou: Por que discorreis sobre o não terdes

pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido? 18 Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19 de

quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços

recolhestes? Responderam eles: Doze! 20 E de quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Responderam: Sete! 21 Ao

que lhes disse Jesus: Não compreendeis ainda?22 Então chegaram a Betsaida; e lhe trouxeram um cego, rogando-lhe que o tocasse. 23 Jesus, tomando o cego pela mão,

levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos,

perguntou-lhe: Vês alguma coisa? 24 Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando. 25 Então, novamente lhe pôs as

mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito. 26 E mandou-o Jesus embora para casa, recomendando-

lhe: Não entres na aldeia. Mc 8: 11-26

Acredito que no toque da saliva e na imposição de mãos por Jesus este homem já estaria curado e sua visão recobrada. Mas seu sentido de ver, sua consciência ou talvez sua alma

talvez ainda estivesse “embaçada” - havia mais cura a realizar pois o ex-cego via tudo numa

relação desconexa: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando. Não devia ser cego de nascença, pois deveria saber o que era uma árvore e que árvore não anda.Então

Jesus cuida dessa dificuldade em interpretar o que vê (ou interpretar a própria vida): Então,

novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido;

e tudo distinguia de modo perfeito.

Particularmente creio que a segunda cura aconteceu exatamente nesse aspecto de aumentar

a fé desse homem provavelmente contaminada pela falta de fé total da cidade e oposição a Jesus. Por isso o Mestre se preocupou em que esse homem não retornasse ao clima de falta

de fé de Betsaida quando disse: Não entres na aldeia.

Acredito que isto possa acontecer conosco. Mesmo após conhecermos e sermos curados por

Jesus temos dificuldades porque ainda estamos (ou pensamos que estamos) presos a religiões, culturas, idéias, traumas antigos, conceitos e preconceitos – nossa Betsaida

particular . Talvez estejamos nela e não saibamos! E isso afeta nosso modo de ver o mundo

(árvores) e as pessoas (homens)

Betsaida era uma das cidades que entristeceram Jesus. Terra natal de Pedro André e Felipe.

Seu nome significava em hebraico “Casa de pesca”. Leia o que Jesus fala dela:

Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os

seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para

mostrarem que estavam arrependidos, teriam vestido roupa feita de pano grosseiro e teriam jogado cinzas na cabeça! Pois eu afirmo a vocês que, no Dia do Juízo, Deus

terá mais pena de Tiro e de Sidom do que de vocês, Corazim e Betsaida. Mt 11:21-22

Interessante como esse clima de falta de fé interfere até no próprio Cristo que prefere levar

o cego para fora da cidade. Teria esse clima de falta de fé interferido na cura desse homem

que, afinal de contas, se deu em dois estágios?

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A boa notícia!

Mas Jesus vem nos achar em nossa “Betsaida “ – a terra da descrença. Na época de Cristo,

fermento simbolizava a corrupção espiritual daqueles que procuravam derrotar o Messias. O texto fala que o cego foi trazido. (Benditos aqueles que se dispõem a nos levar ao

conhecimento de Cristo – sim, haviam cristãos espiritualmente muito fortes que não se

corromperam por aquele fermento em Betsaida.

Se estamos num lugar onde não aceitam que sejamos sal da terra e luz do mundo é melhor

sair de lá senão eles é que irão salgar a gente.

Leia Mc 8: 11-26 o como se você fosse o cego e sinta os dois toques de Jesus – no corpo e na alma!

Jorge Wilson

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Os dois banquetes de Marcos 6 – o primeiro É preciso firmar posição

14 O rei Herodes ouviu falar de tudo isso porque a fama de Jesus se havia espalhado

por toda parte. Alguns diziam: - Esse homem é João Batista, que ressuscitou! Por isso esse homem tem poder para fazer milagres.15 Outros diziam que ele era Elias. Mas

alguns afirmavam:

-Ele é profeta, como um daqueles profetas antigos. 16 Quando Herodes ouviu isso, disse: - Ele é João Batista! Eu mandei cortar a cabeça dele, e agora ele ressuscitou! 17

Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, amarrar as suas mãos e jogá-lo na cadeia. Ele havia feito isso por causa de Herodias, com quem havia

casado, embora ela fosse esposa do seu irmão Filipe. 18 Por isso João tinha dito

muitas vezes a Herodes: "Pela nossa Lei você é proibido de casar com a esposa do seu irmão!" 19 Herodias estava furiosa com João e queria matá-lo. Mas não podia 20

porque Herodes tinha medo dele, pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a

Deus. Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo. 21 Porém no dia do aniversário de

Herodes apareceu a ocasião que Herodias estava esperando. Nesse dia Herodes deu um banquete para as pessoas importantes do seu governo: altos funcionários, chefes

militares e autoridades da Galiléia. 22 Durante o banquete a filha de Herodias entrou

no salão e dançou. Herodes e os seus convidados gostaram muito da dança. Então o rei disse à moça: - Peça o que quiser, e eu lhe darei. 23 E jurou: - Prometo que darei o

que você pedir, mesmo que seja a metade do meu reino! 24 Ela foi perguntar à sua mãe o que devia pedir. E a mãe respondeu: - Peça a cabeça de João Batista. 25 No

mesmo instante a moça voltou depressa onde estava o rei e pediu: - Quero a cabeça

de João Batista num prato, agora mesmo! 26 Herodes ficou muito triste, mas, por causa do juramento que havia feito na frente dos convidados, não pôde deixar de

atender ao pedido da moça. 27 Mandou imediatamente um soldado da guarda trazer a

cabeça de João. O soldado foi à cadeia, cortou a cabeça de João, 28 pôs num prato e deu àmoça. E ela a entregou à sua mãe. 29 Quando os discípulos de João souberam

disso, vieram, levaram o corpo dele e o sepultaram. (Marcos 6:14-29 BLH)

O menu de Herodias O que ninguém sabia é que a mulher de Herodes (Herodias) tinha um menu diferente para

aquele banquete – João. Preparou sua filha Salomé para surpreender Herodes, àquela altura

talvez já bêbado. Herodias fez isso porque não conseguia fazer a cabeça do rei sobre João e queria constrangê-lo, pela sua própria palavra, na frente de seus convivas (pois se um rei

não tem palavra, como aqueles dignitários presentes poderiam continuar a dignificá-lo como

rei? Herodes ficaria numa situação delicada politicamente falando).

Herodes tinha medo dele (João), pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus.

Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas

mesmo assim gostava de escutá-lo. (Parecia que o rei gostava do profeta e queria protegê-lo de alguma forma de Herodias).

O problema de Herodes é que a palavra profética é integral, não funciona por partes. Talvez suas conversas com João lhe consolassem de alguma forma, mas não aceitava a exortação

sobre seu pecado sexual. Talvez quisesse comprar o perdão de Deus tratando bem João

Batista.

Mas a verdade é que não basta que eu seja bonzinho com o profeta, ou goste de escutar o

que ele diz, ou contribua ($$$) para o ministério dele. A verdade é que não adianta ficar perto da Palavra ou do profeta e até mesmo protegê-lo. Preciso deixar que a Palavra cumpra

sua função em mim – edificando, exortando e consolando (I Co 14:3). E a partir daí

preciso tomar posição social como crente em Cristo.

O exemplo de Davi no Salmo 63.

1 Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a

minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água. 2 Assim

no santuário te contemplo, para ver o teu poder e a tua glória. 3 Porquanto a tua

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benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão. 4 Assim eu te

bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos. 5 A minha alma se farta, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louva com alegres lábios. 6

quando me lembro de ti no meu leito, e medito em ti nas vigílias da noite, 7 pois tu

tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas asas. 8 A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta. 9 Mas aqueles que procuram a minha vida para a

destruírem, irão para as profundezas da terra. 10 Serão entregues ao poder da

espada, servidão de pasto aos chacais. 11 Mas o rei se regozijará em Deus; todo o que por ele jura se gloriará, porque será tapada a boca aos que falam a mentira.

O Salmo 63 nos apresenta o Rei Davi, no deserto, fugindo de seu filho Absalão que dera um

golpe de Estado. Numa certa altura da fuga Davi manda que os sacerdotes que iam com ele

e levavam a Arca do Senhor -símbolo da presença de Senhor entre seu povo, levassem

consigo a Arca de volta a Jerusalém, para o Templo (2 Sm 15:25) . Davi, então, longe daquilo que representava a presença do Senhor - a Arca - descobre longe dela os seus

sentimentos com o Pai e os coloca no Salmo 63. Descobriu que Deus não é prisioneiro de seu

santuário.

O deserto é o cenário seco e desolador que deu origem a esses pensamentos e sentimentos

de Davi. Davi reconhece intimamente que:

1. "A minha alma tem sede de Ti "(v.1).

2. "O meu corpo te almeja" (v.1).

3. "A Tua Graça é melhor do que a vida"(v.3)

4. "A minha alma apega-se a Ti."(v.8)

A partir do v.5 Davi declara que "farta-se a minha alma" em contraste com "A minha alma

tem sede de Ti "(v.1). Buscou a intimidade com o Pai e a encontrou lá mesmo no deserto.

Davi ficou tão ligado nos seus sentimentos de devoção ao Pai que só no v. 9 vai se lembrar de seus inimigos.

Davi sabe que não precisa de intermediários para seu encontro com Deus e nos ensina a tomarmos posição diretamente com o Pai. O que sobrou em Davi faltou em Herodes. Veja

que a falta de posicionamento de Herodes o fez cair na armadilha de Herodias e Salomé.

Não basta frequentarmos uma igreja ou termos pais ou esposo(a) cristão .Meu Pai espera de

mim um posicionamento pessoal hoje com Ele.

Leia novamente o salmo 63 . Ore o salmo como se fosse seu e firme sua posição com o PAI.

Jorge Wilson

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Os dois banquetes de Marcos 6 - O segundo

30 Os apóstolos voltaram e contaram a Jesus tudo o que tinham feito e ensinado. 31

Havia ali tanta gente, chegando e saindo, que Jesus e os apóstolos não tinham tempo

nem para comer. Então ele lhes disse: - Venham! Vamos sozinhos para um lugar deserto a fim de descansarmos um pouco. 32 Então foram sozinhos de barco para um

lugar deserto. 33 Porém muitas pessoas os viram sair e os reconheceram. De todos os povoados, muitos correram pela margem e chegaram lá antes deles. 34 Quando Jesus

desceu do barco, viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas

sem pastor. E começou a ensinar muitas coisas. 35 De tardinha, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: - Já é tarde, e este lugar é deserto. 36 Mande

esta gente embora, a fim de que vão aos sítios e povoados de perto daqui e comprem

alguma coisa para comer. 37 Mas Jesus respondeu: - Deem vocês mesmos comida a eles. Os discípulos disseram: -Para comprarmos pão para toda esta gente, nós

precisaríamos de duzentas moedas de prata. 38 Jesus perguntou: - Quantos pães vocês têm? Vão ver. Os discípulos foram ver e disseram: - Temos cinco pães e dois

peixes. 39 Então Jesus mandou o povo sentar-se em grupos na grama verde. 40

Todos se sentaram em grupos de cem e de cinquenta. 41 Aí Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e deu graças a Deus. Depois partiu os pães e

os entregou aos discípulos para que eles distribuíssem ao povo. E também dividiu os dois peixes com todos. 42 Todos comeram e ficaram satisfeitos. 43 E os discípulos

ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. 44 Foram cinco

mil os homens que comeram os pães. (Marcos 6:30-44 BLH)

Diferentemente do primeiro banquete de Marcos 6 – o de Herodes, este era bem mais pobre

e numeroso. Os discípulos haviam feito trabalho evangelístico de campo onde não tiveram

tempo nem para se alimentar direito. Deviam estar tão exaustos que Jesus achou melhor conduzi-los a um retiro para descanso, mas....

O retiro adiado

De alguma forma o povo soube aonde iriam e lá estavam na praia aguardando Jesus... e os

discípulos tiveram de esperar – cansados e famintos . Além de esperarem, Jesus lhes pede

que providenciem um banquete, não para eles, mas para o povo. Haviam servido ao povo e teriam de fazê-lo novamente. É uma das tensões do ministério:- Deem vocês mesmos comida

a eles

Cansados e famintos os discípulos voltaram à ativa. Certamente estavam preocupados com o estado de cansaço do povo, pois foram eles, os discípulos, que interpelaram Jesus: - Já é

tarde, e este lugar é deserto. 36 Mande esta gente embora, a fim de que vão aos sítios e

povoados de perto daqui e comprem alguma coisa para comer. Acredito que nunca esperariam Jesus dizer - Deem vocês mesmos comida a eles.

Jesus ensina que a fome dos que ministram não é maior nem precisa ser saciada antes do

nosso irmão, mas que Ele, Jesus, providencia para todos ao mesmo tempo. Jesus mandou que procurassem alimento e eles encontraram de onde menos esperavam – uma criança –

conforme João 6:9. Embora cansados e famintos, os discípulos foram os encarregados da

distribuição do alimento.

O mistério do compartilhar

Se cada discípulo tinha um cesto, ao final da distribuição com todo o povo saciado, os cestos

continuavam cheios. É o mistério do compartilhar. Damos, e ainda sobra. Saímos para o

ministério, nos cansamos e na volta podemos mostrar nossos cestos cheios e contar como foi

que eles encheram. Jesus fez os discípulos carregarem esses cestos, acho eu, para se lembrassem sempre dessa verdade .

É a alegria do ministério – mostrar o cesto.

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O pós-banquete (o segundo)

O cenário era o da morte de João Batista (Mt 14:1-12). Jesus se compadeceu da multidão

porque tinham ido à pé e traziam seus doentes (Mt14:13). Chegando a tarde os discípulos,

preocupados com o povo, exortaram o Mestre a despedir as multidões para que, passando

pelos campos ao redor e pelas aldeias, comprem para si o que comer. Jesus, no entanto ,

surpreende os discípulos ordenando: Dai-lhes vós mesmos de comer.

- Perplexidade - nossa e dos discípulos! Dai-lhes vós mesmos de comer.

Jesus chama a atenção para o fato de que os chamou para serem os pastores do rebanho do

Messias, mas que jamais poderiam fazer esse pastoreio pelas próprias forças. Para

“alimentar as ovelhas' dependeriam de Jesus. O interessante é que Jesus solicita que lhe tragam seus recursos disponíveis e não abre mão dos cinco pães e dois peixes trazidos por

um rapaz (Jo 6:8). E a partir dessa oferta, Jesus realiza o milagre - alimenta a multidão. Os

cinco mil beneficiados, que eram vistos pelo Mestre como ovelhas que não têm pastor – foram alimentados. Aparentemente estava tudo resolvido - povo despedido e alimentado.

Porém, quanto aos discípulos, a mente deles estava fechada, e eles não tinham entendido o

milagre dos pães. (Marcos 6:52 Bíblia na Linguagem de Hoje)

Em João 6:15 (texto paralelo), após esse milagre o povo queria fazer de Jesus rei. Seria uma

espécie de “um segundo Moisés, pois o primeiro dera de comer ao povo pão do céu no

deserto”. Provavelmente isto teria contaminado os discípulos de modo a confundi-los quanto

à verdadeira natureza do Reino que Jesus queria implantar e, desse modo, Jesus preferiu afastar seus discípulos enviando-os de barco para Cafarnaum. Preocupado com seus

discípulos de “mente...fechada”, Jesus dá um tempo para orar dando exemplo sobre “o que

fazer nos momentos de perplexidade” – procurar um lugar solitário... e orar!

E Deus responde à oração de Jesus: Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e ele

(Jesus), sozinho em terra. Os discípulos estavam com dificuldade de progredir viagem, pois

soprava um vento forte e as águas estavam agitadas. Havia dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário. E assim ficaram no lago desde a tarde daquele dia até à quarta

vigília da noite (das 3h às 6h da manhã).

A experiência de Pedro.

Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. E os

discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É

um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu,

Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: Vem! E Pedro,

descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! E,

prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? Subindo ambos para o barco, cessou o vento. E os que estavam no

barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus! (Mateus 14:25-33 RA)

Jesus ensinou aos discípulos e a Pedro que é até possível ir ter com Ele por sobre as águas – essas águas agitadas são as nossas rejeições, doenças, abandono, desemprego, ressentimento etc....Mas, se

tivermos medo e submergirmos Ele prontamente estenderá Sua mão para nos salvar- Ele está sempre

por perto!

Jesus não reclamou de Pedro ter afundado e gritado; só o estimulou a ter mais fé!

Se no mar que você navega estiver cercado como esses discípulos, continue mantendo os olhos para Jesus e peça mais fé para andar sobre essas águas. Olhe para Ele e se preciso, clame como

Pedro:- Salva-me, Senhor!

Só os que passarem por essa experiência poderão “dar de comer” a alguém! Aproveite sua viagem!

Jorge Wilson

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Você já tem a resposta?

46 Depois chegaram a Jericó. E, ao sair ele de Jericó com seus discípulos e uma

grande multidão, estava sentado junto do caminho um mendigo cego, Bartimeu filho de Timeu. 47 Estes, quando ouviu que era Jesus, o nazareno, começou a clamar,

dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!48E muitos o repreendiam, para

que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem compaixão de mim.49Parou, pois, Jesus e disse: Chamai-o. E chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem

bom ânimo; levanta-te, ele te chama. 50 Nisto, lançando de si a sua capa, de um salto

se levantou e foi ter com Jesus. 51 Perguntou-lhe o cego: Que queres que te faça? Respondeu-lhe o cego: Mestre, que eu veja. 52 Disse-lhe Jesus: Vai, a tua fé te salvou.

E imediatamente recuperou a vista, e foi seguindo pelo caminho. (Mc 10: 46-52)

A resposta de Bartimeu

A história de Bartimeu tem muito a ver com a dinâmica de muitas de nossas orações.

Inicialmente começamos a pedir pela compaixão de Jesus. Logo depois surgem vozes para que nos calemos - não atrapalhe!

Verificamos então que precisamos vencer as vozes (clamar) que nos mandam calar- E muitos

o repreendiam, para que se calasse – essas vozes nos sugerem que Jesus tem algo mais

importante a fazer do que ligar para os nossos problemas, pois - Afinal, tem tanta gente pior que você - não seja egoísta!

A história nos diz que algumas pessoas fizeram a ponte entre Jesus e Bartineu - E chamaram

o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama - verdadeiros missionários do bem que obedeceram à ordem de Jesus: Chamai-o!

(Benditos missionários!)

Enquanto Bartimeu não ouviu Jesus, pelo menos ouviu a chamada dos enviados por Jesus. Para melhor ir até Jesus, Bartimeu largou de mão provavelmente a única coisa que possuía -

sua capa - lançando de si a sua capa, de um salto se levantou e foi ter com Jesus .

Finalmente - a pergunta.

Jesus pergunta a Bartimeu que idéia que fazia de seu problema: Que queres que te faça?

Se Deus aparecesse em sua oração e fizesse a mesma pergunta o que você responderia para

Ele? Que idéia você faz de sua vida , onde está o nó que te faz sofrer?

Escreva aqui o que você responderia a Jesus:

______________________________________

Boa meditação! Melhores repostas!

Jorge Wilson

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Deus não faz nada pela metade. E nem aceita.

Um conselho para o futuro

Quando Jesus estava saindo de viagem, um homem veio correndo, ajoelhou-se na

frente dele e perguntou: - Bom Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida

eterna? Jesus respondeu: - Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. Você conhece os mandamentos: "Não mate, não cometa adultério, não

roube, não dê falso testemunho contra ninguém, não tire nada dos outros, respeite o seu pai e a sua mãe". - Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses

mandamentos! -respondeu o homem. Jesus olhou para ele com amor e disse: - Falta

mais uma coisa para você fazer: vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga. Quando o

homem ouviu isso, fechou a cara; e, porque era muito rico, foi embora triste. (Marcos 10:17-22 BLH)

O problema.

Dizem que rico não tem problema, mas não é bem assim; o jovem rico – tinha! Ele sabia que lhe faltava algo. Se era jovem e rico é porque provavelmente havia herdado de

alguém. Só que, a herança veio incompleta. Ele sentia que precisava "herdar mais",

precisava garantir o futuro além daquilo que chamamos morte. Para ele só faltava - a vida

eterna.

O jovem.

Sem dúvida era uma pessoa de qualidades, seguia a ética da Lei com rigor – talvez fosse

de família religiosa. Jesus mesmo reconhecia que só faltava uma única coisa para ele fazer. Ele até havia conseguido vislumbrar em Jesus o Mestre que poderia levá-lo a conseguir a

vida eterna.

O Mestre.

Jesus lhe diz: Falta mais uma coisa para você fazer. Jesus traz o futuro para o presente

quando diz que é preciso abrir espaço total para as coisas do Reino, colocando suas coisas

em outra perspectiva. Vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você

terá riquezas no céu faria este jovem experimentar a alegria que é própria da Compaixão

, pois o acúmulo de riquezas não é alegre, mas preocupado – sempre quer novas garantias

. Em suma – a herança do Reino de Deus é decidida no tempo que se chama hoje !

A tristeza.

O problema do jovem é o mesmo nosso. Só confiamos em algo que podemos controlar (ou

pensamos que podemos). A maior parte de nós desconfia de Deus – até mesmo os seres perfeitos – Adão e Eva. Achamos que, de repente, Deus pode mudar de lado, olhar de cara

feio para nós e nos punir ("Pra que colocar todos os ovos numa cesta só?" Não é assim que

se diz por aí). E aí queremos Deus mais as outras garantias!

O Pai.

- Só que Deus não faz nada pela metade; e nem aceita!

Ele sabe que essas outras coisas, as "tais garantias" nos distraem de uma verdadeira

comunhão com ele, pois passam a ocupar o centro de nossa mente e emoções.

Julio Ortiz, comentando a vida no Reino, nos ensina:

Jesus disse em Mateus 13 que o Reino de Deus era como um mercador que estava

procurando finas pérolas. E quando ele encontrou a pérola de grande valor, ele vendeu tudo o

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que possuía a fim de adquiri-la.

Sei que alguns cristãos pensam que esta história ensina que nós somos a pérola de grande

preço, e Cristo teve que abandonar tudo para nos redimir. Mas agora compreendemos que ele

(Jesus) é a pérola de grande valor. Nós somos os comerciantes, à cata de felicidade, segurança e vida eterna. E quando encontramos Jesus, temos que entregar tudo. Ele tem

felicidade, alegria, paz, saúde, segurança, eternidade – tudo. E então nós dizemos: "Quero esta pérola. Quanto custa?"

"Bem", diz o joalheiro, "ela é muito cara".

"Quanto é?" Perguntamos.

"É uma soma bem considerável".

"O senhor acha que eu poderia comprá-la?"

"Ah, naturalmente. Qualquer pessoa pode".

"Mas o senhor não disse que era muito cara?"

"Disse".

"Quanto é, então?"

"Tudo o que você possui", responde o vendedor.

Pensamos um pouco, e depois dizemos:

"Está bem; eu compro".

"Então vamos ver o que é que você possui. Vamos anotar tudo aqui".

"Bem, tenho dez mil dólares no banco".

"Dez mil dólares. Ótimo. E o que mais?"

"Só isto. È tudo o que possuo".

"Nada mais?"

"Bem, tenho alguns trocados no bolso".

"Quanto?"

Enfiamos a mão no bolso.

"Bem, aqui está, trinta, quarenta, sessenta, oitenta, cem, cento e vinte dólares".

"Ótimo. O que mais você tem?"

"Nada mais. Isto é tudo".

"Onde você mora?" Indaga ele, querendo sondar.

"Em minha casa. É, eu tenho uma casa".

"Então, dê a casa também", e acrescenta a casa na lista.

Page 13: Meditando no evangelho de marcos(1)

13

"Está querendo dizer que tenho que morar em minha tenda de camping?"

"Possui uma tenda também? Ela também entra no negócio. O que mais?"

"Terei que dormir no carro".

"Ah, possui um carro?"

"Dois".

"Todos os dois passam a ser meus. O que mais?"

"Bem, o senhor já está com meu dinheiro, minha casa, minha tenda, meus carros. O que

mais quer?"

"Você é só no mundo?"

"Não, tenho esposa e dois filhos...".

"Então a esposa e os filhos são meus também. O que mais?"?

"Não resta mais nada. Estou sozinho agora".

De repente o mercador exclama:

"Ah, quase me esquecia. Você também. Tudo agora é meu – sua esposa, filhos, dinheiro, carros e você também!".

E depois continua:

"Agora escute: deixarei que você fique com estas coisas por enquanto. Mas não se esqueça de que elas são minhas assim como você também. E quando eu precisar de qualquer uma

delas, você terá que entregá-las, pois eu sou o proprietário".

E é assim, que as coisas se passam quando estamos sob o domínio de Jesus Cristo. 1

O nosso amanhã está guardado no amor de Deus. A crença em que: Hoje é o tempo de

Deus – liberta-nos da ansiedade em predizer o futuro e então passamos a viver na confiança de que Deus nunca nos abandonará. Se o mundo traz aflições é lembrar o que

Jesus falou: Eu venci o mundo. (João 16:33 BLH).

Boa meditação!

Jorge Wilson

1 Julio Ortiz – O Discípulo. Ed Betânia. Venda Nova.Págs 37-38

Page 14: Meditando no evangelho de marcos(1)

14

O Templo - casa de oração para todos os povos onde eu aprendo a

linguagem do coração.

Quando Jesus e os discípulos chegaram a Jerusalém, ele entrou no pátio do Templo e começou a expulsar todos os que compravam e vendiam naquele lugar.

Derrubou as mesas dos que trocavam dinheiro e as cadeiras dos que vendiam

pombas. E não deixava ninguém atravessar o pátio do Templo carregando coisas. E

ele ensinava a todos assim: - Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus disse o seguinte: "A minha casa será chamada de casa de oração para todos os povos."

Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões! Os chefes dos sacerdotes e

os professores da Lei ouviram isso e começaram a procurar um jeito de matar Jesus.

Mas tinham medo dele porque o povo admirava os seus ensinamentos. (Marcos 11:15-18 BLH)

Entendendo o cenário.

(Tudo isto aconteceu após a Entrada Triunfal em Jerusalém.)

Em Mt 21:12 temos o texto paralelo à este (de Marcos) e onde a Bíblia Vida Nova faz o

seguinte comentário:

“Na manhã de segunda –feira Jesus continua o obra de moralização do templo que havia dado início três anos antes, em Jerusalém (Jo 2:14).A profanação voltou a invadir novamente o

recinto sagrado. Era necessário haver uma certa transação financeira para se poder vender sacrifícios e cambiar moedas do templo com os que vinham de longe.

Não era, porém, correto ocupar-se o recinto inteiro com extorcionistas que roubavam o dinheiro dos peregrinos (no câmbio). O culto estava tornando-se apenas uma desculpa para o comércio

fraudulento: a venda dos animais cultualmente aceitáveis se realizava a preços bastante

elevados. As moedas estrangeiras não eram aceitáveis nas urnas (caixa das ofertas) por serem cunhadas com imagens do imperador (que era tido por um deus) ou de várias divindades”.[i]

Os peregrinos eram “roubados” no câmbio de suas moedas (vinham de terras distantes) quando iam ao Templo de Jerusalém para ofertar e fazer sacrifícios. Só valia a moeda local e

a“panelinha’ do templo se encarregava desse câmbio (a favor deles, claro!). Não havia

temor ao Senhor.

(Culto solene? Só no coração dos peregrinos!).

E isso já vinha de antes. Em Malaquias (final do Velho Testamento) já líamos o seguinte

quando o Senhor, através do profeta exortou os sacerdotes:

Eu sou adorado em todos os países do mundo, e em todos os lugares queimam incenso em minha honra e me oferecem sacrifícios puros. Todos me honram. Mas

vocês me ofendem quando pensam que têm o direito de profanar o meu altar e que os sacrifícios que oferecem não valem nada. Vocês dizem: "Já estamos cansados de tudo

isso!" e riem de mim e me tratam com desprezo. E ainda me oferecem um animal

roubado ou um animal aleijado ou doente. Vocês acham que eu, o Deus Eterno, vou aceitar isso? (Malaquias 1:11-13 BLH)

Atualmente nos reunimos, como igrejas, em lugares dos mais variados: estádios, galpões,

fábricas antigas, quadras de esporte e até mesmo – circos! Nada contra! Gosto da informalidade. O que não se pode perder de vista é que o culto ao Senhor continua solene!

A solenidade começa no coração. Solene vem do lat. sollémnis ou sollénis, -consagrado –

dedicado a Deus.[ii]

Perde-se a solenidade quando, por exemplo, os nossos pensamentos e sentimentos me

distanciam do Pai, e aí eu ficamos cansados de tudo isso! E então, o que era fim vira um

Page 15: Meditando no evangelho de marcos(1)

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meio: vou à igreja para ver meus amigos, arrumar uma namorada. Afinal, todos ali são

gente de bem.

E quando eu penso assim, esqueço que meu Pai é grande Rei .

Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e

em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é

grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos. (Malaquias 1:11 RA)

Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete

e oferece ao SENHOR um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações. (Malaquias 1:14 RA)

O culto solene e a criação da linguagem de amor.

Jesus, a seu tempo, intervém para resgate de significado do Templo :casa de oração para

todos os povos . Fazia parte de sua missão e Ele o faz com firmeza!. Ser uma casa de oração

significa ser o lugar de construção de uma linguagem, pois oração é a linguagem da

comunhão entre nós e o Pai. Esta linguagem é que manterá em nós a solenidade do coração.

Como ir ao templo?

Eugene Peterson aprendeu essa verdade com George Arthur Buttrick , pastor onde ele,

Peterson, foi seminarista:

Os pastores pensam que as pessoas vão à igreja ouvir sermões. Mas, não é assim, Elas vão para orar e aprender a orar.

Posteriormente, o próprio Peterson chegou às suas próprias conclusões:

Se a primordial tarefa da pregação do pastor é a conversão de vidas, a principal tarefa do ensino (bíblico) é a conversão da linguagem. [iii]

Ao dizer que o templo é a casa de oração, Jesus nos diz que o mesmo é o lugar de

intimidade e relacionamento. É onde podemos, como corpo, desenvolver a linguagem comunitária entre Pai e filho (a), cheia de significado. É onde individualmente expressamos

nossa condição humana e recebemos o Seu perdão e a Sua graça.

Entrar no Templo significa levar conosco o melhor do nosso louvor, de nossa atenção, da nossa adoração, procurando ver em nossa vida a ação da Graça do Pai e dando glórias a Ele

por isso. Finalmente, é onde alcançamos o máximo da linguagem do amor que nos ensina a

dizer carinhosa e solenemente...

- Aba! Pai!

Boa meditação!

Jorge Wilson

[i] Bíblia Vida Nova. São Paulo. Vida Nova.1991. 15ª ed. p.31.

[ii] Dicionário eletrônico Houaiss . Ed. eletrônica. 2002.

[iii] Peterson E. O pastor contemplativo. Rio de Janeiro. Textus. P.108.

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O sermão de uma só palavra.

31 Jesus saiu da região que fica perto da cidade de Tiro, passou por Sidom e pela

região das Dez Cidades e chegou ao lago da Galiléia. 32 Algumas pessoas trouxeram

um homem que era surdo e quase não podia falar e pediram a Jesus que pusesse a

mão sobre ele. 33 Jesus o tirou do meio da multidão e pôs os dedos nos ouvidos dele.

Em seguida cuspiu e colocou um pouco da saliva na língua do homem. 34 Depois

olhou para o céu, deu um suspiro profundo e disse ao homem: -"Efatá!" (Isto quer

dizer: "Abra-se!") 35 E naquele momento os ouvidos do homem se abriram, a sua

língua se soltou, e ele começou a falar sem dificuldade. 36 Jesus ordenou a todos que

não contassem para ninguém o que tinha acontecido; porém, quanto mais ele

ordenava, mais eles falavam do que havia acontecido. 37 E todas as pessoas que o

ouviam ficavam muito admiradas e diziam: -Tudo o que faz ele faz bem; ele até

mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem! (Marcos 7:31-37 BLH)

Imagine-se por alguns minutos sem poder falar ou ouvir. É como se tudo fosse um grande cinema mudo (e sem música). Você só pode ver e sentir. Tal era esse homem do texto –

engaiolado dentro de si mesmo.

Jesus e os espaços O texto nos diz que Jesus o tirou do meio da multidão e o levou para um lugar á parte. Procurou se comunicar com esse homem num lugar especial. Ele sempre

tem um espaço especial de cura para as pessoas.

A comunicação Além do contato visual estabelece contato físico nas áreas de deficiência daquele homem.

33 Jesus o tirou do meio da multidão e pôs os dedos nos ouvidos dele. Em seguida

cuspiu e colocou um pouco da saliva na língua do homem.

A intercessão

Em seguida olhou para o céu, pois é de lá que vem toda resposta a nossas orações. Jesus

revela mais uma vez sua total dependência do Pai. Então deu um suspiro profundo. Aqui Jesus demonstra, além de sua compaixão pelo homem, uma profunda luta espiritual contra

qualquer força maligna que estivesse dominando o enfermo. Ele é como um médico que se

permite a doença para melhor entender e curar seu paciente.

Então Jesus diz: Efatá

Em aramaico, quer dizer: “Abre”. É a vitória sobre o mal.

E naquele momento os ouvidos do homem se abriram e a sua língua se soltou, e ele

começou a falar sem dificuldade. Esse homem sentiu o toque de Jesus em suas áreas mais críticas – ouvidos e língua. Numa espécie de sermão particular e sem palavras Jesus

comunicou acolhimento, amor e compreensão.

...todas as pessoas que o ouviam ficavam muito admiradas e diziam: - Tudo o que faz ele faz bem; ele até mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem!

Diga o mesmo.

Jorge Wilson

Page 17: Meditando no evangelho de marcos(1)

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Onde está o foco? Pergunte a Aimeleque

Num sábado, Jesus e os seus discípulos estavam atravessando uma plantação de

trigo. Enquanto caminhavam, os discípulos iam colhendo espigas. Então alguns fariseus perguntaram a Jesus: -Por que é que os seus discípulos estão fazendo uma

coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado? Jesus respondeu: - Vocês não leram o

que Davi fez, quando ele e os seus companheiros não tinham comida e ficaram com fome?

Ele entrou na casa de Deus, na época do Grande Sacerdote Abiatar, comeu os pães oferecidos a Deus e os deu também aos seus companheiros. No entanto, é contra a

nossa Lei alguém comer desses pães; somente os sacerdotes têm o direito de fazer isso. E Jesus terminou: - O sábado foi feito para servir as pessoas, e não as pessoas

para servirem o sábado. Portanto, o Filho do Homem tem autoridade até mesmo sobre

o sábado.

Jesus foi outra vez à sinagoga. Estava ali um homem que tinha uma das mãos aleijada. Estavam também na sinagoga algumas pessoas que queriam acusar Jesus de

desobedecer à Lei; por isso ficaram espiando Jesus com atenção para verem se ele ia

curar o homem no sábado. Ele disse para o homem: - Venha cá! E perguntou aos outros: -O que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é permitido fazer nesse

dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar morrer? Ninguém respondeu

nada.

Então Jesus olhou zangado e triste para eles porque não queriam entender. E disse para o homem: - Estenda a mão! O homem estendeu a mão, e ela sarou. Logo depois

os fariseus saíram dali e, junto com as pessoas do partido de Herodes, começaram a

fazer planos para matar Jesus. Jesus e os discípulos foram até o lago da Galileia. Junto com ele ia muita gente da Galileia, da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do lado

leste do rio Jordão e da região de Tiro e de Sidom. Todos iam ao encontro de Jesus porque ouviam falar a respeito das coisas que ele fazia. (Marcos 2:23-3:8 BLH)

O texto nos ensina a pensar sobre onde colocarmos nosso foco.

Os viajantes, em Israel, tinham o direito de tirar algo das plantações unicamente para satisfazer sua fome (Dt 23:25).O problema foi fazer isso no sábado – dia do descanso. Da

mesma forma, no caso da cura, a presença de um doente deu margem ao teste para provar

que Jesus era um contumaz violador da Lei. Naquela época seria legal curar um homem no sábado desde que fosse caso de risco de vida. Não era o caso; Jesus poderia ter deixado o

milagre para o dia seguinte – seria politicamente correto!

- (Sorte nossa que Ele não foi!).

Jesus demonstra que Ele tem poder para interpretar com autoridade a lei Mosaica.. Nem mesmo uma instituição divina como o descanso sabático tem valor absoluto, pois deve

ceder à caridade e o cuidado com o próximo. Jesus ensinou que o sofrimento das

pessoas deve estar acima daquilo que achamos ser a nossa compreensão teológica. Nossa teologia não é maior do que as pessoas. Nesse caso, inclusive, uma “teologia” fazia

parte de um complô do poder, vejamos: Logo depois os fariseus saíram dali e, junto com as

pessoas do partido de Herodes, começaram a fazer planos para matar Jesus.

- Jesus seria morto com “base teológica”!

A religião era usada por Herodes e fariseus como meio de manter seu poder e controle sobre

o povo. Fariseus e Herodianos se odiavam as, para manter seu poder, tornaram-se até parceiros!

- (Ah! se aquilo que eles chamavam de “religião” fosse questionado!)

Page 18: Meditando no evangelho de marcos(1)

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A verdade é que essa forma de pensar de Jesus já tinha precedentes na história de Israel.

Jesus, para refrescar a memória deles, lembra o incidente de Davi - I Sm 21:1-6:

Davi foi falar com o sacerdote Aimeleque, em Nobe. O sacerdote saiu tremendo para se encontrar com Davi e disse: - Por que é que você veio aqui sozinho? Davi

respondeu: - Estou aqui a serviço do rei. Ele ordenou que eu não deixasse ninguém saber o que ele me mandou fazer. Por isso, mandei que os meus soldados fossem

encontrar-se comigo em certo lugar. Agora diga: o que é que você tem para comer?

Me dê uns cinco pães ou qualquer outra coisa que você tiver. O sacerdote disse: - Eu

não tenho pão comum; só pão sagrado. Você pode levá-lo, se é que já faz algum

tempo que os seus soldados não tiveram relações sexuais. Davi respondeu: - Claro que não tiveram. Nós não estivemos com nenhuma mulher. Os meus homens sempre

se mantêm puros quando saímos em missão comum. Quanto mais agora que estamos em missão especial! Então o sacerdote deu a Davi os pães sagrados porque ele só

tinha os pães que haviam sido oferecidos ao Deus Eterno. Esses pães tinham sido

tirados da mesa sagrada e trocados por pães frescos. (1 Samuel 21:1-6 BLH)

Nota: “I Sm 21:1-6 traz o nome de Aimeleque, que foi o pai de Abiatar. Isso se explica pelo

fato de Abiatar e Aimeleque estarem ambos vivos, naquele tempo. Uma tradição judaica diz

que o acontecimento se deu no sábado”. [i]

-(É interessante notar a preocupação de Davi com a sua pureza e a de seus homens – que

inclusive foi exigida para que pudessem comer o pão!).

Mas, voltando ao pão, que pão sagrado era esse? (leia Levítico 24: 5-9)

Os pães que o sacerdote oficiante colocava todos os sábados, sobre a mesa dourada, no lugar

santo, diante do Senhor eram em número de doze, representando as doze tribos de Israel.;

decerto eram bem grandes , já que se empregava mais do que quatro litros de farinha em cada pão. Eram servidos quentes no lugar santo, no sábado, dia no qual os antigos eram removidos.

Somente os sacerdotes tinham licença de comer aquele pão. Num caso de extrema necessidade, Davi e seus homens quebraram essa lei. O pão nos lembra da comunhão

restaurada do homem com Deus através de Cristo, o Pão da Vida, João 6:35.[ii]

A atitude de Aimeleque faz-nos entender o profeta Oséias (que nos faz compreender nosso Pai):

Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que

holocaustos. (Os.6:6 RA)

Deus é misericordioso, e espera que seu povo mostre misericórdia para com os demais e não

critique os misericordiosos. Ele não se deixa enganar ; a ausência dessa misericórdia não

pode ser substituída pela “ofertas de sacrifícios”, ainda que numerosos.

Finalmente Jesus nos ensina estratégia de crescimento de Sua Igreja: Uma comunidade

que foca nas pessoas torna-se irresistível:

Jesus e os discípulos foram até o lago da Galiléia. Junto com ele ia muita gente da Galiléia, da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do lado leste do rio Jordão e da região

de Tiro e de Sidom. Todos iam ao encontro de Jesus porque ouviam falar a respeito

das coisas que ele fazia.

Boa meditação!

Jorge Wilson

[i]Bíblia Vida Nova – comentário de Mc 2:26.

[ii]Bíblia Vida Nova – comentário de Lv 24:5.

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Carta a um intercessor

Alguns dias depois, Jesus voltou para a cidade de Cafarnaum, e logo se espalhou a

notícia de que ele estava em casa.

Muitas pessoas foram até lá, e ajuntou-se tanta gente, que não havia lugar nem

mesmo do lado de fora, perto da porta. Enquanto Jesus estava anunciando a

mensagem, trouxeram um paralítico. Ele estava sendo carregado por quatro homens, mas, por causa de toda aquela gente, eles não puderam levá-lo até perto de Jesus.

Então fizeram um buraco no telhado da casa, em cima do lugar onde Jesus estava, e pela abertura desceram o doente deitado na sua cama. E disse ao paralítico: -Meu

filho, os seus pecados estão perdoados. Alguns professores da Lei que estavam sentados ali começaram a pensar: "O que é isso que esse homem está dizendo? Isso é

blasfêmia contra Deus! Ninguém pode perdoar pecados; só Deus tem esse poder!"

No mesmo instante Jesus soube o que eles estavam pensando e disse: -Por que vocês

estão pensando essas coisas? O que é mais fácil dizer ao paralítico: "Os seus pecados estão perdoados" ou "Levante-se, pegue a sua cama e ande?” Pois vou mostrar a

vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados.

Então disse ao paralítico: -Eu digo a você: Levante-se, pegue a sua cama e vá para

casa. No mesmo instante o homem se levantou na frente de todos, pegou a cama e

saiu. Todos ficaram muito admirados e louvaram a Deus, dizendo: -Nunca vimos uma coisa assim! Jesus saiu outra vez e foi para o lago da Galiléia. Muita gente ia procurá-

lo, e ele ensinava a todos. (Marcos 2:1-13 BLH).

Até onde você iria por um amigo?

Um paralítico! (Talvez um tetraplégico - paralisado dos quatro membros - porque o texto não

fala em cadeira, só em leito).

A Bíblia narra sobre algumas pessoas, anônimas, que espero um dia poder conhecer. Nesse

texto aprendemos sobre quatro pessoas determinadas a colocar o amigo perante Jesus,

custasse o que custasse. O amigo era uma pessoa acamada.Esses homens ousaram o

suficiente em subir no telhado de uma casa que não lhes pertencia e descobrir, após várias tentativas, onde fazer um buraco grande o bastante que lhes permitisse passar um leito.

- Dá para imaginar como ficou esse telhado?

Alguns professores da Lei que estavam sentados ali. Poderiam ser repreendidos dentro da sua própria comunidade. Arriscaram até sua própria reputação, pois a casa estava cheia.

O intercessor

Enquanto leio o texto, vejo o intercessor como um desses quatro homens.

Primeiramente ele se compadece por uma pessoa e decide interceder por ela. Para um

intercessor, Jesus nunca está longe o suficiente, pois Sua Palavra, Suas Promessas, o Reino

de Deus dentro de nós torna os telhados acessíveis.

Em segundo lugar, o intercessor sabe que ninguém sobe num telhado sem olhar para o céu.

É de lá que vem a resposta que ele espera.

Em terceiro lugar, o intercessor é aquele que segura a cordas, e com firmeza! Minha oração e meu amor são essas cordas que sustentam o meu próximo enquanto eu o desço e, com

todo cuidado, o aproximo de Jesus.

Jesus viu que eles tinham fé – acredito que o Mestre viu a face dos quatro amigos antes

mesmo de ver a do paralítico! (E se agradou com isso!).

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Em quarto lugar, o intercessor sabe que intercessão é lugar de confronto. Não só a pessoa

por quem intercedo é confrontada, mas eu mesmo – seu intercessor, e talvez até antes! Foi

quando o leito começou a baixar que eles foram fitados por Jesus.

Em quinto lugar, o intercessor, como os quatro amigos, precisa esperar os tempos de Jesus.

Se eu fosse um dos quatro amigos provavelmente me impacientaria com Ele. Por que

perdoar pecados de meu amigo e não curá-lo logo de uma vez! (Tenho medo de não aguentar mais e soltar a corda. E aí meu amigo cai)!

Mas não vai cair porque a força e a corda são dons do Pai e Seus dons são perfeitos.

Fique tranquilo. Sua corda não vai arrebentar!

Enquanto isso deixe Jesus ver a sua fé. Saiba que:

Deus não é injusto. Ele não esquece o trabalho que vocês fizeram nem o amor que lhe

mostraram na ajuda que deram e ainda estão dando aos seus irmãos e irmãs na fé. O nosso profundo desejo é que cada um de vocês continue com entusiasmo até o fim,

para que, de fato, recebam o que esperam. Não queremos que se tornem preguiçosos,

mas que sejam como os que creem e têm paciência, para que assim recebam o que Deus prometeu. (Hebreus 6:10-12 BLH)

... Para que, de fato, recebam o que esperam .

... Para que assim recebam o que Deus prometeu.

Boa meditação!

Jorge Wilson

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Orando com as nossas dúvidas

Mas não deixe de orar

Após a sua transfiguração e descendo do monte onde estava Jesus encontrou seus

discípulos discutindo com os escribas: "Então ele interpelou os escribas: Que é que discutíeis com eles?".

E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de um

espírito mudo; e este, onde quer que o apanhe, lança-o por terra e ele espuma, rilha os dentes e vai definhando. Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não

puderam.

Então Jesus lhes disse: Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo.

E trouxeram-lho; quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o agitou com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando.

Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a

infância, respondeu; e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar; mas, se tu podes alguma cousa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.

Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. E imediatamente o pai do menino exclamou (com lágrimas): eu creio, ajuda-me na

minha falta de fé." Mc 9: 14-24

A partir daí, Jesus expulsa o demônio e realiza a cura do menino.

Pr. Ricardo Barbosa (em Janelas para a vida pág.126), faz seu comentário ao texto (em

relação a esse pai) e cita Calvino:

Ele declara que crê, mas também confessa sua incredulidade. Embora esta afirmação pareça

inconsistente, de fato não existe ninguém que não experimente esta mesma sensação interior.

Fé perfeita não se encontra em lugar algum; portanto, todos somos parcialmente incrédulos. Mas, em sua bondade, Deus nos perdoa e nos conta entre os que creem, a despeito de nossa

pequena porção de fé. De nossa parte, reagimos contra a incredulidade que permanece em nós

e lutamos contra ele pedindo que o Senhor nos corrija. Sempre que lutamos, precisamos voltar para Deus em busca de conforto. Se considerarmos cuidadosamente o que Deus tem dado a

cada um de nós, ficará claro que dificilmente alguém terá uma fé forte, poucos uma fé mediana e a maioria de nós terão somente uma pequena medida da fé.

Pr. Ricardo complementa: "Uma fé não-humana é aquela que não reconhece os limites de nossa fraqueza!"

A segurança da fé repousa na confiança absoluta no Deus que nos criou e nos redimiu. O fundamento da nossa segurança reside não em nós, mas nas promessas de Deus.

Seguiremos crendo e não crendo.

Nos momentos de dúvida, nossa oração será: Ajuda-me na minha falta de fé!

Boa meditação!

Jorge Wilson