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O Homem, Deus e o Universo 3 - CONSCIÊNCIA E PODER CÓSMICOS (O Shiva-Shakti Tattva)

O Homem, Deus e o Universo - Cap III

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O Homem, Deus e o Universo

3 - CONSCIÊNCIA E PODER CÓSMICOS

(O Shiva-Shakti Tattva)

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IntroduçãoO Princípio Último, a Realidade, que é incompreensível e está oculta no interior do universo e no interior de cada Mônada individual constitui-se do Absoluto, o núcleo do Não-Manifesto, e também de um Princípio dual imediatamente inferior conhecido na filosofia hindu como Shiva-Shakti-Tattva.Se a Realidade Suprema ou Absoluto deve ser diferenciada, esta primeira diferenciação será de dois opostos polares que permitam a manutenção do equilíbrio, da neutralidade e do vazio do Absoluto.

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IntroduçãoUm relacionamento polar possui algumas características gerais

Os dois componentes derivam de uma unidade e, em condições favoráveis, podem desaparecer voltando à unidade;

Os dois polos estão, de certa forma, ligados um ao outro e são interdependentes;

Relacionam-se entre si como iguais e opostos; Eles podem juntar-se cada vez mais e distanciar-se

cada vez mais com a alteração das tensões entre eles. Tais tensões podem ter os elementos tanto da atração como da repulsão;

Os dois polos aparecem e desaparecem juntos e não é possível termos um sem o outro.

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IntroduçãoOs Princípios Shiva-Shakti, ou Pai-Mãe, podem ser mencionados como Consciência e Poder, termos esses tomados em seus significados transcendentais e não nos usuais. Raiz da Consciência e Raiz do Poder seriam termos mais adequados. Se mantivermos isso em mente, podemos simplesmente falar de Consciência e Poder.

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IntroduçãoA vontade e o poder dos seres humanos estão intimamente relacionados à Shiva e Shakti respectivamente. São, de fato, reflexos pálidos ou expressões degradadas desses dois Princípios Polares.

Estudando e compreendendo os reflexos ou expressões inferiores, podemos ter um vislumbre da natureza das realidades que elas imperfeitamente refletem.

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IntroduçãoA vontade fixa o objetivo e adota a atitude ou determinação que torna quase certa a realização do objetivo. Na própria vontade não há a indicação de como a coisa será realizada. É pura determinação sem referência aos meios e modos. Essa característica peculiar da vontade, a ausência de método pré-determinado e fixado para a realização do objetivo, cria uma flexibilidade que aumenta sua eficácia e a certeza da consecução do objetivo por um meio ou outro.

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IntroduçãoA Vontade é a concentração extrema de propósito até a consecução do objetivo almejado. É pálida reflexo do aspecto da Consciência Divina denominada Sat, com sua fonte no Não-Manifesto, no Princípio Shiva-Tattva.

É a Vontade Divina, Shiva, que está por trás do Plano Divino para qualquer sistema manifesto e que conduz tudo finalmente para o objetivo estabelecido. Por ser infinita, está capacitada para qualquer finalidade finita. Por ter um potencial ilimitado, vence qualquer resistência e obstáculo.

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IntroduçãoO Plano Divino não progride mecanicamente e nossa vida não possui um destino inexorável.

Há bastante espaço para enganos e aprendizados. O Plano Divino é suficientemente flexível e caminhos alternativos são tomados pelas forças que dirigem a evolução para compensar deficiências e negligências humanas e para tornar real o fim colimado, conforme está sugerido nos Yoga-Sūtras (IV-12):

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Introdução“O passado e o futuro existem em sua própria (verdadeira) forma. A diferença de Dharmas (ou qualidades) decorre da diferença de caminhos”

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IntroduçãoVejamos agora o Poder Cósmico representado por Shakti.

Mais uma vez, o prévio exame da natureza de seu reflexo na vida humana nos ajudará a compreender o Princípio Divino.Vimos que a vontade meramente determina e se concentra na realização do objetivo. É o poder que provê os meios necessários para isto. A vontade se ocupa da finalidade e o poder dos meios para se atingi-la. E de nada adianta um sem o outro.

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IntroduçãoShiva-Shakti Tattva, no nível do Não-Manifesto, ainda que princípios infinitos, existem apenas em estado potencial, já que não há sistema manifesto para a atuação da Vontade Cósmica e nem uma infinita variedade de energias e várias formas para a operação de um Plano Divino.

Somente com o aparecimento da Mente e a criação de um sistema manifesto (universo, galáxia ou sistema solar) é que podem atuar Shiva e Shakti Tattvas.

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IntroduçãoA energia requerida para colocar em funcionamento a máquina do universo, visível e invisível, vem de Shiva-Shakti Tattva.

O Absoluto como Consciência e Poder Cósmicos

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IntroduçãoConsciência Cósmica

Inicia o movimento de perturbação do equilíbrio. Cria o poder necessário à manifestação, pois é um potencial ilimitado que é direcionado aos diversos logos. A Polaridade primária cria uma tremenda energia potencial (tal qual um elástico esticado). Daqui infere-se que todo elemento lançado na manifestação tende obrigatoriamente à voltar ao estado de unidade (e sempre aos pares).

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IntroduçãoVemos o desenvolvimento dessa união polar nos diversos reinos:

Reino Expressão da Necessidade de União

Mineral Atração químicaVegetal Reprodução sexuadaAnimal Reprodução

Vida em paresVida em coletividade

Hominal ReproduçãoVida em casalVida em sociedade

Homem no Caminho União com o Todo

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Introdução“A percepção de nossa unidade é a base do amor e a satisfação do amor é a base da verdadeira felicidade”

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IntroduçãoOnde a reunião implica em associação de matéria ou mente, devido à nossa identificação com o nosso corpo ou nossa mente, temos simples prazer ou felicidade baseada na posse, na paixão ou na sensação. Onde, devido à não-associação com a mente e com o corpo, há pura percepção da unidade sem as complicações que acompanham a associação com a mente e com a matéria, temos a verdadeira paz e Ânanda dos planos espirituais mais elevados ( a fonte suprema de toda felicidade, transitórias ou permanentes, é a Realidade que denominamos Shiva, em seu aspecto Ânanda).

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IntroduçãoChegamos agora a outro aspecto de Shiva-Shakti-Tattva fundamentalmente diferente do que até agora consideramos.

Após a diferenciação primária, onde o centro se separa em dois pólos, há outra espécie de diferenciação que é a base da manifestação.

É como um impulso para o exterior da Consciência que projeta um sistema manifestado para fora de si mesmo e estabelece uma relação entre o Eu e o Não-Eu, no interior do Shiva-Shakti-Tattva.

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IntroduçãoEste impulso para o exterior é a sua natureza íntima fundamental (Sat) e, entretanto, está dentro do reino de Sua própria Consciência, que é a base da Ideação Cósmica e lança a fundação espiritual dos universos que vêm à existência, um depois do outro, na eterna alternância de Shristi e Pralaya.

Esta segunda diferenciação é a base da mente (relação entre Eu e Não-Eu). Toda Ideação Cósmica é mais sutil que a Ideação Divina dos Logoi Manifestos.

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IntroduçãoO poder que reside em Shiva-Shakti-Tattva se torna ativo somente quando o tríplice Logos vem a existir e o utiliza para o seu trabalho no sistema manifesto.

A Consciência de Shiva serve como receptáculo em que o universo repousa durante o período de Pralaya. Na verdade, o universo está sempre na Sua Consciência.

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IntroduçãoAs mudanças de Shristi e Pralaya podem ser consideradas como afetando apenas a superfície ou periferia de Sua Consciência (como as ondas do oceano que afetam apenas as camadas mais externas do oceano cujo interior permanece sempre no mais completo repouso, o mesmo repouso ou paz (shanti) que existe em nosso interior e que pode ser acessado pelo contato do Eu Superior com o eu inferior.

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Introdução

FIM